Akira Kurosawa

[Macaco com Navalha]

Eu vi Rashomon... EU VI RASHOMON. AHH!!

Meus filmes preferidos do Akira eram Os Sete Samurais e Dersu Uzala, mas agora Rashomon também faz parte da minha preferencia. Acho que gostei mais desse do que de Dersu.

A história basica do filme é bem razoavel. Um homem é acusado de estupro e assassinato. Simples. Mas o filme é muito mais que ISSO.

No começo vemos duas pessoas em Rashomon. Elas estão sentadas, com caras de assustadas, de perplexas. Um tempo depois aparece mais um homem pra fugir da chuva. Eles começam a conversar. Os dois primeiros contam a história de um cruel assassinato, que eles foram testemunhas e participaram do julgamento.

No julgamento é interessante o fato que todos que participaram da história falam olhando para NÓS. É, parece que nós somos os juizes. Acho que por isso que o tal juiz não aparece e nem o ouvimos. Cabe a nós decidir, cabe a nós julgar quem está certo ou quem está errado. São quatro versões diferentes. Das quatro pessoas envolvidas. Eu ainda não sei em quem acreditar...

O filme fala sobre a natureza humana. Mentir. Mentir para ficar em paz consigo mesmo. Mostra também que é dificil confiar nas outras pessoas. Veja o padre por exemplo. Ele está sem esperanças nos homens. E não é pra menos...

Adoro essa frase dita pelo homem: "É humano mentir. Na maior parte do tempos não conseguimos ser honestos nem com nós mesmos"
É de fato... mas por que? Pra pensar que somos melhor do que realmente somos. Pra mim Rashomon trata muito disso. Veja o Ladrão, por exemplo. No seu relato ele se dizia honrado e imponente. Já em outro relato ele foi tido como um medroso, praticamente.

Pra mim ficou claro que Kurosawa quis fazer um retrato do que ele pensava sobre o mundo. Onde há muita mentira e falsidade.

Mas também deixou uma bela mensagem e um sinal de esperança no final.

AH SIM. Vale lembrar que a direção do Akira é algo único, é poética. Ele absorveu a beleza de uma floresta em preto e branco. Quem faz isso? Ele. Outra coisa que não podia pensar em branco é Toshiro Mifune. Ele simplesmente é meu ator preferido de todos os tempos. Ninguém me emociona tanto. Ninguem me faz rir como ele faz. Um DEUS. Essa é a melhor dupla que existe, Akira + Toshiro.

NOTA: 9


Ahh.. uma coisa é interessante é q até hoje não vi ninguém falando algo do tipo: "Kurosawa FEDE". Já vi gente falando assim de nomes como Spielberg, Kubrick, PTA, Shyamalan, Bergman, Lynch....

Mas nunca Kurosawa. (nem Herzog, mas os filmes deles são muito pouco assistidos aqui no Brasil, eu mesmo só vi um, Fitzcarraldo, que é uma obra-prima by the way...)

Meu diretor favorito. DISPARADO. Agora vou atras de Barba Ruiva.

 

[Cain]

Realmente, o fim de Rashomon é mto foda (tenho q rever o "resto")
comprei Ran a 9,90 na banca hj e to com 7 samurais emprestado, verei em breve e ponho um comentário aqui

 

[Sister Jack]

Ele absorveu a beleza de uma floresta em preto e branco. Quem faz isso?

Não é tão difícil assim. Qualquer coisa em preto e branco fica mais interessante e belo do que colorido, especialmente uma floresta.

Mas eu não achei tão bonita a floresta no filme, nem que tenha sido a intenção dele. O que foi interessante foi a caminhada do Shimura pela floresta que, apesar de não ter a floresta como o foco, é filmada com bastante energia e uma iluminação meio naturalista. Então, em Rashomon o Kurosawa não tentou fazer a floresta parecer bela ou chamativa, mas sim um "ringue", um "palco", para que os eventos do crime acontecessem. Os humanos eram o destaque, não as árvores, e o Kurosawa deixou isso bem claro. Se ele tivesse feito a floresta "chamativa" de alguma forma, ele teria falhado.

 

[Cain]

Bah, falei pelos dedos de folco ¬¬
Eu sempre falo sobre a beleza de dersu Uzala, mas não me refiro à beleza plástica (que principalmente nas steped/pradarias/tundras siberias ou coisa que o valah são mto foda), mas como o folco falou do humano, as relações entre os personagens, e dos personagens com o meio tbm, com toda grandiosidade do filme nesse aspecto, eu acho até que a fotografia nesse filme é secundária

ps. acabo dee ver que postei algo bem parecido com isso dias atras, a memória é falha como diria nosso querido protagonista de memento, mas vou postar mesmo assim pra não perdeer a viagem lol

 

[Sister Jack]

Bah, falei pelos dedos de folco ¬¬
Eu sempre falo sobre a beleza de dersu Uzala, mas não me refiro à beleza plástica (que principalmente nas steped/pradarias/tundras siberias ou coisa que o valah são mto foda), mas como o folco falou do humano, as relações entre os personagens, e dos personagens com o meio tbm, com toda grandiosidade do filme nesse aspecto, eu acho até que a fotografia nesse filme é secundária

Eu acho o contrário.

Dersu Uzala tem um foco na Natureza, porque é uma celebração da natureza, e toda a sua grandiosidade, beleza, importância subestimada pelo homem. Por isso, uma fotografia bela era totalmente necessária e relevante. O foco humano também existe, mas não acho que seja o principal do filme; se fosse, novamente, o Kurosawa teria falhado em concordar com o tema que ele está abordando. Esse filme fala sobre como o Homem precisa não só resistir, mas também se integrar à Natureza, para viver em paz com ela. Se você afetá-la (Dersu matando o Tigre), ela vai afetar você (Dersu perdendo a visão).

 

[Hobbit Bonzinho]

Hoje vi nas livrarias uma coisa interessante: Um livro chamado O último Samurai. Não se trata de Kurosawa mas sim de dois personagens que são fãs do filme Os sete samurais, e assistem ele várias vezes por semana. Alguém já leu?

 

[Cain]

Bom Folco, realmnete não prestei muia atenção nisso que vc falou. Talvez seja exatamente essa margem a interpretações que faça do filme o que ele é. Diifícil saber o que kurosawa queria exatamente, mas fica claro que ele não tinha apenas um objetivo no filme, anyway, o filme é espetacular ¬¬

Vi os sete samurais onti. Filme meio enrolado (não lento), tanto que cheguei a ficar meio cansado. Isso não prejudica muito no resultado final que, como era de se esperar, foi bem bom.
Acho que o filme tem diversas pequenas coisas interesssantes, que eu pelo menos demorei um pouco para ver, como a amizade forte entre os samurais ou o "amor" durante a "guerra". O filme é muito bom, ele acaBA E vc se sente "completo".

 

[Sister Jack]

Talvez seja exatamente essa margem a interpretações que faça do filme o que ele é. Diifícil saber o que kurosawa queria exatamente

Eu não vi muita margem de interpretações não, o Kurosawa tende a ser bem direto e óbvio quando ele vai apresentar o subtexto dos filmes dele.

Vi os sete samurais onti. Filme meio enrolado (não lento), tanto que cheguei a ficar meio cansado. Isso não prejudica muito no resultado final que, como era de se esperar, foi bem bom.

Na primeira vez eu também fiquei meio cansado, mas na segunda vez eu não fiquei nada cansado, na terceira eu nem vi o tempo passar, na quarta o filme parecia ter meia hora. E a cada vez que você assiste, você descobre mais detalhes da história, dos personagens, e uma representação mais forte do tema: relacionamento de camponeses e samurais, a guerra que não compensa e não significa nada no final, valores da sociedade japonesa da época, etc.

 

[Sister Jack]

Eu aluguei assisti Rashomon em DVD!!!!!

Foi a terceira vez. Lindo, maravilhoso, potente e esperançoso! A qualidade da imagem e do som é milhões de vezes melhor do que a fita podre que eu tinha, a experiência foi bem melhor. E, das 3 vezes que eu assisti, essa foi a primeira em que eu realmente chorei no final. Claro, o filme fica meio sentimental lá no fim; talvez até seja uma falha do Kurosawa em cair no sentimentalismo, mas a mensagem que ele passa no final, a de que ainda existe esperança no ser humano, e tão linda que eu simplismente não aguentei.

Eu também aluguei Dersu Uzala (vi 3 vezes) e Fortaleza Escondida (nunca vi) em DVD!!! A minha locadora comprou os dois boxes do Kurosawa!!!! Coolness

Semana que vem eu vou pegar Yojimbo (1 vez), Sanjuro (nunca) e Céu e Inferno (nunca).

 

[Macaco com Navalha]

Eu vi hoje A Fortaleza Escondida.

Até agora é o filme do Kurosawa com mais espirito aventureiro que já vi. O filme tem ação, humor, amizade e traição. Dois malandros estão tentando atravessar a fronteira, mas a fronteira está sendo vigiada por um clã, que está capturando qualquer pessoa para encontrar ouro. Os dois, apos serem presos e escapar acabam encontrando um pouco do ouro... e logo são surpreendidos por... tanam! Makabe(Toshiro Mifune). Um samurai que está ajudando uma princesa a fugir e voltar para sua cidade.

O filme é muito bom, é diferente da maioria dos filmes do Akira, que sempre tenta passar algum tipo de mensagem pra huminidade. Fortaleza Escondida serve mais pra divertir mesmo. Alias, existe um duelo, que é uma das melhores lutas que já vi. Bem coreografada e cheia de emoção.

Outra coisa interessante. Talvez, seja nesse filme onde vi as melhores tomadas do Kurosawa. Muito bonitas.

Eu vi no RT que A Fortaleza Escondida foi uma das inspirações do George Lucas, pra fazer Star Wars. De fato, tem muita coisa a ver mesmo.

Nota: 8

 

[Hobbit Bonzinho]

Eu também aluguei Dersu Uzala (vi 3 vezes) e Fortaleza Escondida (nunca vi) em DVD!!! A minha locadora comprou os dois boxes do Kurosawa!!!! Coolness

vc sabe onde posso achar uma lista com todos os filmes do Kurosawa disponíveis em DVD?

 

[Sister Jack]

Aqui no Brasil?

vai lá no www.submarino.com.br e procura por Kurosawa. Você vai achar os dois boxes dele (com 5 DVDs cada um) e mais alguns filmes separados.

 

[Sister Jack]

é diferente da maioria dos filmes do Akira, que sempre tenta passar algum tipo de mensagem pra huminidade. Fortaleza Escondida serve mais pra divertir mesmo.

Errado, A Fortaleza Escondida parece ser mais light a primeira vista, mas o filme é obviamente uma denúncia da falsidade e egoísmo do homem, e também fala sobre a variação entre os que seguem e os que não seguem algum código ou religião na sua vida. Os que seguem o código, apesar de restritos, podem ser presenteados como uma possível ascenção espiritual, como Hoey no final. E os que não seguem (Mitsuchichi e Tahei) não conseguem realmente exergar o mundo em sua completa realidade, vivem em uma fantasia, etc. A princesa, tendo que restringir as suas ações por fingir de muda, lentamente percebe o lado podre da humanidade. Enxerga melhor.

Anyway, o filme é uma OBRA-PRIMA. Não só isso, ele também é o segundo melhor filme do Kurosawa (perdendo pra Dersu Uzala). O senso de aventura e os relacionamentos entre os personagens é hipnotizante, você simplesmente não quer que acabe ou pare. Tudo que cada um faz resulta em algo interessante de se assistir, desde as merdas que os dois vagabundos causam para o grupo até a princesa frustrada por não poder falar e atuar no que está vendo. O Toshiro Mifune interpreta aqui um personagem não muito complexo, é basicamente o herói durão com uma causa honesta por trás de toda a sua seriedade; ainda sim, ele brilha. Além disso, Mifune faz o seu melhor trabalho de coreografia com armas que ele já fez num filme do Kurosawa. O duelo entre ele e o Hoey é uma das coisas mais orgásmicas da história do cinema. E isso é só uma das milhares de cenas hilárias, emocionantes, tristes, excitantes e etc que habitam o filme; outra memorável em particular é a da festa em volta da fogueira, que vai permanecer tatuada na minha memória.

Ah, o próprio Kurosawa disse que esse era o favorito de seus filmes.

5/5 (sim, eu mudei o sistema de notas)

PS: Esse seria o filme perfeito pra se assistir no cinema (já que o filme é widescreen Scope) com uma platéia de 1000 fãs de Kurosawa pulando, gritando, aplaudindo, rindo e chorando.

 

[Macaco com Navalha]

Eu revi Sonhos hoje, fazia um tempão desde a primeira vez que eu vi. Naquela época eu não gostava tanto do Kurosawa como eu gosto hoje. Hoje em dia ele é de longe meu diretor favorito. Apesar de Sonhos ter sido o primeiro filme dele que eu assisti, não posso dizer que foi a "ponte" pra apreciar o seu trabalho, quem fez isso foi Yojimbo. Por esse motivo, assistir Sonhos novamente era uma experiencia nova, mas não tão nova assim. Nova, pois me lembrava pouco, muito menos dos detalhes, e não tão nova pois já conheço o estilo do Akira, sendo assim, seria meio dificil eu me impressionar mais ainda.

Mas aconteceu.

Pra quem ainda não viu, o filme é divido entre oito histórias diferentes, mas que têm ligações entre si.

Da primeira vez que eu vi eu não tinha conseguido perceber a profundidade dele. Fiquei mais atento as belas/incriveis/ imagens... Mas dessa vez foi diferente. Kurosawa, atraves dos seus "sonhos" claramente faz criticas a sociedade de hoje em dia: o fato de muitos quererem cada vez mais e mais poder, a destruição da natureza...
Começa de uma forma mais simples... a destruição de alguns pessegueiros(que não é tão simples assim) e vai até a destruição de uma usina nucler, devido a uma falha humana.

Todos deveriam saber, mas as vezes se esquece que dependemos da natureza para sobrevevir. Mesmo assim a destruimos. É algo incrivelmente irracional e é isso que Kurosawa nos mostra. Sonhos é cheio de metaforas que são facilmente percebedias.

Apesar da maior parte do filme ter um ar bem melancolico, o final traz uma mensagem de esperança, nos dias de hoje ainda dá para apreciar a beleza da natureza, e de alguma forma podemos, por um pouco que seja, viver como antigamente, onde era necessaria apenas "ser puro e ter agua limpa". É claro que isso é esquisito nos tempos atuais, mas a verdade é q nos apegamos muito a coisas materiais e nos esquecemos das coisas naturais. E isso, de alguma forma, me preocupa....

Nota: 4/5

 

[Sister Jack]

Eu vi...

SANJURO, que é um filme samurai decente. Ouvi falar que era mais divertido e engraçado que "Yojimbo", só que eu não ri muito e nem fiquei tão excitado e empolgado quanto o primeiro filme (o final especialmente). Acho que o problema de "Sanjuro" é que ele depende demais da trama, e está fica indo pra frente e pra trás envolvendo reféns, sequestros, castelos, etc. Nada realmente interessante. Talvez "Yojimbo" tenha sido assim também, não lembro; o que eu lembro é que ele tinha um tom mais sombrio e intenso, os últimos 20 minutos foram orgásmicos. "Sanjuro" fica beirando o derivativo o filme inteiro, com uma cena que desperta ligeiramente o seu interesse a cada 10 ou 15 minutos. Ainda sim, eu gostei. Os poucos momentos engraçados que tem me fizeram rir, todas as lutas foram emocionantes, com destaque para Sanjuro enfrentando as dezenas de guardas na base inimiga e o duelo super tenso no finalzinho. Além do mais, Toshiro Mifune é um prazer de se assistir.

3/5

E logo em seguida eu vi...

CÉU E INFERNO, que tira completamente qualquer remota tentativa de tachar o Kurosawa como diretor de "filmes de samurais". Ele é um mestre em qualquer gênero, qualquer estilo, qualquer cenário. Esse filme, um pouco menos conhecido dele, tem uma história envolvendo o sequestro de um executivo e o procedimento da polícia em tentar encontrar o sequestrador. O filme praticamente inventa a formula para filmes de "sequestros" e provavelmente influenciou todos os filmes desse estilo de 1963 para frente. Só que além de um filme policial/crime/suspense/drama, ele também tem um comentário social óbvio e forte. O Céu e o Inferno do título se referem a estrutura do filme. A primeira parte se passa no "Céu", ou seja, a casa do executivo rico, e a segunda parte do filme se passa no "Inferno", as partes pobres da cidade onde os detetives fazem a sua investigação.

A primeira parte no Céu é com certeza a melhor e, se fosse analisada separadamente, seria umas das melhores coisas já filmadas que eu já vi. Envolve o executivo, a sua esposa e a polícia esperando dentro do apartamento, se comunicando com o sequestrador por telefone, etc. A intensidade das atuações do Mifune e do resto do elenco e o peso e realismo dessa primeira parte fazem a seção do Céu ser completamente devastadora. Eu chorei algumas vezes. Repetindo algumas vezes. A maioria dos filmes que eu assisto não conseguem nem chegar perto de dar um nó na garganta, mas nesse as lágrimas correram com bastante liberdade. Aí tem a parte do Inferno, que não é tão envolvente e interessante quanto a primeira, mas tem cenas mais sujas, duras, como filmes de investigação policial, e eu gostei de assistí-las também. Pra quem não é interessado em investigações e etc, pode causar desinteresse sim, e já fez muitas pessoas descartarem o filme, então vejam o filme preparados, mas VEJAM.

5/5

É um dos 5 melhores filmes do Kurosawa.

Semana que vem eu vou alugar "Rapsódia em Agosto" e talvez "O Idiota" e "O Barba Ruiva".

PS: Uma coisa interessante sobre esses dois filmes: o Takashi Shimura, ator que o Kurosawa usou bastante como o protagonista em "Viver" e o samurai principal em "Os Sete Samurais", aparece tanto em "Sanjuro" quanto em "Céu e Inferno", mas em papéis minúsculos, quase participações "especiais" de cameo. Alguém sabe pq o Shimura pegou esses papéis pequenos?

 

[Macaco com Navalha]

Vi mais um do Kurosawa... Madadayo.
É muito bom, o personagel principal, o sansei, é uma figura muito carismatica, então acabamos gostando dele. Rimos com suas piadas, sofremos as suas perdas e choramos a sua tristeza. Eu tenho a impressão que esse é um dos melhores personagens dos filmes do Kurosawa, junto com Dersu Uzala e o personagem de Toshiro Mifune em os 7 Samurais.
Concordo com quem diz que Kurosawa de alguma forma projetou-se a si mesmo no filme. Assim como o professor, ele construiu uma bela carreira e por causa disso é admirado... mas... MADADAYO! Ainda não está na hora disso tudo acabar.

Madadayo significa Ainda Não em japones. Seus alunos resolveram fazer uma festa todo ano, no dia do seu aniversario, onde o sansei deveria tomar um copão de cerveja e gritar Ainda Não... não está na hora de morrer... Isso começou no seu aniversario de 61 anos.

O sansei sempre foi amigo de seus alunos... bebia com eles... dava lições de vida. Por isso, mesmo apos se aposentar, os alunos continuam o visitando.

Como foi dito, Kurosawa não quer arrancar lagrimas faceis. Ele mostra a fragilidade, o sentimentalismo do professor de uma maneira simples, a perda de um gato.

Infelizmente é o último filme do, na minha opinião, melhor diretor de todos os tempos. As últimas imagens mostram um jogo de esconde esconde, um garoto deve se esconder mas não para de dizer Madadayo, ele ainda não está pronto. Pra mim isso claramente é a voz do Kurosawa... pena que durou só mais 5 anos e não teve tempo de realizar mais um filme.

De qualquer forma, fecha a carreira por cima. Até hoje não vi nada menos que BOM dele. Tenho certeza q isso vai continuar assim.

 

[Sister Jack]

De qualquer forma, fecha a carreira por cima. Até hoje não vi nada menos que BOM dele. Tenho certeza q isso vai continuar assim.

Eu não gostei de "Dodeskaden" e achei "Sanjuro" quase medíocre. Fica esperto com esses dois.


Anyway, já que o assunto é Madadayo, vou postar um review que eu escrevi pro meu site a uns 3 meses atrás...

MADADAYO (Akira Kurosawa, 1993)

Madadayo, que significa "Ainda não", é um título apropriado para esse filme. O último filme que o mestre Kurosawa fez em sua carreira. Ele é, de uma maneira, um filme sobre o próprio Kurosawa. Aborda o tema da velhice, como em Ikiru, mas agora com uma trama mais simples, mais poética. O filme é cheio de sentimentalismo, mas nenhum dos acontecimentos parece ser forçado ou um jeito barato de arrancar lágrimas do espectador. Se você chorar nesse filme, vai ser por genuína tristeza, ou dependendo do caso, felicidade.

O protagonista do filme é chamado de Hyakken, mas quase não ouvimos esse nome ser falado no filme. Ele é um professor aposentado e os seus alunos o chamam de "sensei" (ou mestre/professor). Pela cena inicial, que se passa na última aula que o Professor dá, ele anuncia a sua saída da escola. Os alunos todos adolescentes se levantam das cadeiras e cantam uma música em homenagem a ele. A história continua depois, na casa do Professor, sendo visitado por seus alunos mais velhos e conversando sobre a vida que ele teve. A época que o filme se passa é 1943, a época da segunda guerra e com bombardeios aéreos acontecendo o tempo inteiro. Um deles, infelizmente, atinge a casa do Professor.

A admiração dos seus alunos que o chamam de ouro maciço é tanta que preparam ao seu professor uma festa para comemorar o seu aniversário de 61 anos, chamado o "Dia do Madadayo". A generosidade desses personagens é verdadeira. Não podemos culpar os alunos por gostar tanto do seu professor. O Sr. Hyakken é um velho bondoso, com um grande senso de humor e a sensibilidade de uma criança. Todos gostam da sua companhia. Ele é como o pai deles. Mais tarde no filme, o professor perde o seu gato Nora que um dia havia encontrado no seu jardim. Uma depressão imensa o cobre. Ele parece ser um pequeno garoto que perdeu o gato pela primeira vez. Seus alunos preparam uma busca pelo gato Nora, mas o gato não aparece de jeito nenhum. Em uma cena, o professor chora sentado em sua nova casa(comprada pelos alunos) enquanto uma tempestade sopra a árvore em seu jardim. Ele imagina o seu gato correndo por campos destruídos pelos bombardeios da Guerra. A cena é filmada com tanta perfeição por Kurosawa que não podemos deixar de nos sentir arrepiados.

O filme é filmado na maior parte com tomadas simples e uma direção calma, mas em alguns momentos, Kurosawa(já com mais de 80 anos de idade na época) mostra todo o seu talento em passar imagens belíssimas para a tela. O roteiro foi escrito com um senso de humor tão grande que o filme é até rotulado como uma comédia. Tem sim, os seus momentos de humor, mas o filme é um drama. Ou até uma homenagem. Do mesmo jeito que o Professor se sente lisonjeado por ter alunos(ou melhor ainda, amigos) tão bondosos, Kurosawa também se sente lisonjeado de ter o seu trabalho como cineasta tão aclamado. Quando vi as últimas imagens desse filme e vir a tela se escurecer, não pude conter a emoção de pensar que esse foi o último filme que Kurosawa fez. A sua carreira de 50 anos não podia ter tido um final melhor.

4/5

Ótimo filme, não sei se já postei esse review aqui...

Aqui vai o meu Top 10 do Kurosawa por enquanto...

AKIRA KUROSAWA
01 - Dersu Uzala (1974)
02 - A Fortaleza Escondida (1958)
03 - Os Sete Samurais (1954)
04 - Rashomon (1950)
05 - Céu e Inferno (1963)
06 - Ran (1985)
07 - Trono Manchado de Sangue (1957)
08 - Sonhos (1990)
09 - Madadayo (1993)
10 - Yojimbo (1961)

 

[Macaco com Navalha]

Folco, eu assisti Sanjuro, e eu gostei mais desse do que de Yojimbo. To afim de reve-los, mas acho que minha opinião não vai mudar.
Quanto ao Dodeskaden, eu ainda não assisti, mas é considerado o pior filme do Kurosawa, alem de ter tido influencia direta pra tentativa de suicido dele, pq foi um fracasso de critica e bilheteria... mas, ele deu a volta por cima, com Ran, Dersu, etc!

Meu top 10

.sete samurais
.dersu uzala
.rashomon
.a fortaleza escondida
.ran
.sonhos
.sanjuro
.yojimbo
.barba ruiva
.madadayo

 

[Hobbit Bonzinho]

auhuhuhahuahu, infelizmentesó vi 5 filmes dele então só vou fazer top 5

1-Sonhos
2-Dersu Uzala
3-RAN
4- Sete Samurais
5-Rapsódio em agosto


Espero que chegue mais dvds dele na minha locadora, senão vou ter que pegar em vhs e a qualidade é bem fraca...

 

[Sister Jack]

auhuhuhahuahu, infelizmentesó vi 5 filmes dele então só vou fazer top 5

1-Sonhos
2-Dersu Uzala
3-RAN
4- Sete Samurais
5-Rapsódio em agosto


Espero que chegue mais dvds dele na minha locadora, senão vou ter que pegar em vhs e a qualidade é bem fraca...

Não faço a menor idéia do que você está esperando... Se você for esperar DVDs pra todo filme antigo que vale a pena ver, pode esperar sentado. Eu assisti a maioria dos filmes do Kurosawa pela primeira vez em VHS, e acredite, o poder dele ultrapassa qualquer problema de qualidade.