Postado no Zéfiros:
[align=justify]Across the Universe consegue ser e não ser ao mesmo tempo o melhor filme que vi desde 2008. Explico: a melhor criação do ano que passou, sem dúvidas, é o amável Wall-E. Como um leitor já comentou comigo, Wall-E com suas tantas horas de “não diálogo” foi um tributo notável a gênios como o Chaplin, daqueles que ainda conseguiam alcançar o expectador apenas com sensibilidade pura e singela.
O caso do Across the Universe é que ele se tornou um dos meus preferidos por outro motivo: nós não estamos limitados a vê-lo exclusivamente como um filme. Entendam, depois de assistir Wall-E, The Dark Knight ou Os Indomáveis duas ou três vezes, a vontade de vê-los de novo, inevitavelmente, vai demorar um bom tempo para voltar. Com Across the Universe não funciona desse jeito. Nós (ou eu, pelo menos) o assistimos repetidamente, sem que a coisa fique aborrecida. Você pode tratá-lo como uma espécie de CD, ou seja, dependendo de seu humor, escolhe se quer ouvir Jude (Jim Sturgess) cantando Revolution para a linda Lucy (Evan Rachel Wood), ou resolve dar uma olhada no elenco tentando animar Prudence (T.V Carpio) enquanto canta, veja só, “Prudence”, e por aí vai. Esse é um dos grandes méritos do filme. Aliás, imagino que deu para perceber que as músicas dos Beatles ilustram e servem como base para todo o enredo da história.
Entre as partes que mais gostei, vale lembrar da Revolution. Como a Anica já disse lá no Hellfire (http://www.anica.com.br/2008/10/10/across-the-universe/) chega a parecer que a música foi escrita para essa cena, e não vice-versa. Jude entra no escritório onde sua garota e os opositores da guerra se reúnem (lembrem-se, a coisa acontece durante a década de 60, era a época do Vietnam). Depois de dizer “
But when you talk about destruction. Don’t you know you can count me out”, já com algum alvoroço entre as pessoas da sala, ele se aproxima de um dos cômodos, aponta para um pôster de Mao Tsé-Tung e canta:
”
You tell me it’s the institution
Well you know
You’d better free your mind instead
But if you go carrying pictures of Chairman Mao
You ain’t going to make it with anyone anyhow“
É um filme muito bom. Remete a tempos que muitos não viveram e apesar disso tentam preservam em suas mentes, tentam preservar algo do espírito da época. A propósito, Evan Rachel Wood está simplesmente encantadora no filme. A vida particular desse pessoal não me interessa, mas é curioso pensar que aquela garota namorou o tal do Marilyn Manson. Você tem dificuldade para acreditar nisso enquanto vê a atuação dela, sintetizou quase que com perfeição a figura da guria linda e idealista daquela década. [/align]
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