Vermont Davenport Wesker, nasceu na região da Wallonia, um dos estados do finada Reino da Bélgica. Filho de imigrantes escoceses que fugiram dos conflitos armados acarretados por uma recessão econômica na Europa, mais avassaladora do que a primeira Grande Crise na aurora do século 21. Devido a um rombo descoberto em uma grande multinacional exportadora de grãos e insumos para agricultura.
Com dezenove anos, o jovem Vermont se alistou na ESRG (European Special Response Guard) a polícia resultante da união de forças-tarefa como o Special Branch, Scotland Yard, GIGN, GSG9 entre outras. Essa nova polícia passou a servir como força tarefa e contenção de massas com jurisdição em todos os países da União Européia, da qual agora somente a Rússia Ocidental se ausentava. Por dois anos Vermont serviu como soldado da tropa de choque, que foi amplamente utilizada
durante os períodos turbulentos de greves e manifestações resultante da unificação de vários estados, como o próprio Reino da Bélgica que foi assimilado pela União Franca com respaldo do Senado Terrestre, e da multinacional Jünger na Bélgica especificamente.
Durante esse período Vermont teve a oportunidade de assistir a uma palestra relatando os espinhos e problemas enfrentados pela raça humana frente a Irmandade Galática e aos conflitos passados, especialmente os atritos com os Rialora. Inflamado por um desejo de representar a raça no cenário espacial, o jovem Vermont entrou na academia com intento de se tornar um fuzileiro. Devido a uma sucessão de fatos o rapaz não conseguiu chegar a tempo para a avaliação e foi barrado
por excesso de contingente naquele bimestre. Alguns diriam que é o destino, outros simplesmente eventualidade ou obra do acaso. Mas Vermont constatou que no quartel local também havia um guichê para alistamento na Frota Terrestre para pilotos, se informando melhor Vermont começou a esboçar certo interesse, e ali mesmo na mais espontânea das circunstâncias ele se submeteu aos testes. E durante as semanas seguintes ele foi sucedendo nos testes de conhecimento, psicotécnicos, psicológicos e físicos. Até
que finalmente ele foi um dos finalistas para entrar na *Frota Terrestre. No decorrer dos dois anos que se seguiram, Vermont teve inúmeras disciplinas com relação a montagem/manutenção, mecânica, conceitos de aviação e manobras, táticas de combate, simulações e por aí vai. Com foco e dedicação Vermont progrediu até com certa distinção entre na turma. O que surpreendeu até ele mesmo, que há alguns pares de anos atrás jamais se imaginou no cockpit de um caça, e agora estava em vias de entrar naquele casulo de metal e vidro.
Em seguida às aulas teóricas vieram, finalmente, as aulas práticas. Rapidamente o novo piloto pegou com facilidade os comandos da aeronave de treinamento. Certa vez houve um episódio em que durante uma sessão de treinamento, por negligências técnicas, o caça de treinamento passou por uma falha elétrica de tal maneira que todo o HUD, funções elétricas e o rádio foram perdidos, somente restando funções hidráulicas. Sendo assim o rapaz teve que parar o seu treinamento e retornar ao hangar da estação espacial. Sozinho e totalmente
sem nenhum sistema de comunicação ou medição para auxiliar. O rapaz conduziu a sua aeronave de volta para o hangar pulando todos os protocolos de pouso. O Comando da estação, constatando o erro técnico liberou a pista de pouso para que o rapaz pudesse fazer o seu pouso, mas pouco podiam fazer além disso. O resto seria por conta do novato que foi capaz de pousar em segurança contando somente com os olhos. Foi o que chamamos de pousar na base da orelhada. Após uma investigação foi descoberto que um dos subtenentes andava pressionando
a equipe de manutenção em função dos horários. O oficial foi exonerado imediatamente. Em seguida a esse episódio não demorou até que Vermont entrasse oficialmente em serviço. Vermont foi escalado como 15º do esquadrão Espada
ID: Tenente Vermont "Retribuição" Davenport Wesker
Tipo Sanguíneo: AB+
Bio-Zero: N/A
Codinome: Espada 15
16º Divisão Aérea**
28º Esquadrão Tático de Caças
Esquadrão: Espada
Utilizando os caças da Hirato-Mauá modelo HM-145F, apelidado Cascavel, o esquadrão Espada passou a compor as missões de colonização promovidas pelo Senado Terrestre, querendo aproveitar ao máximo de todos os sistemas situados dentro dos 15 anos-luz do território terrestre. O período mais intenso para o esquadrão Espada foi durante o tempo em que faziam as escoltas das naves-tanque de metano da Metanotec no sistema Struve. Mais especificamente em Struve 5, onde um posto avançado da Frota operava. Durante certo tempo, foram frequentes as
intervenções de ataques de naves mercenárias no intento de sabotar/sequestrar/atacar ou qualquer tipo de ação que pudesse atrapalhar as operações, sempre a custo de vidas humanas. O fato de serem mercenários sem causa ou pátria dificulta e muito os esforços da Inteligência na tentativa de rastrear a origem dessas ordens. As escassas informações sugerem que a origem seja Kyadue ou, menos provável, Ailin. Outra linha de investigação coletou informações e algumas evidências que sugerem que sejam os Rialora, o que definitivamente não ajuda
nas relações. Mas nada jamais foi declarado oficialmente. Independente de onde viesse o pagamento desses mercenários, a intensidade dos ataques durante um período aumentou procupantemente, o próprio esquadrão Espada frequentemente era requisitado em diferentes campos de batalha, um após o outro, sem ao menos receber a manutenção básica. Infelizmente também foi nesse período em que o esquadrão sofreu suas maiores baixas, chegando a ter metade dos caças abatidos. Uma área especificamente onde os combates de curta distância, as dogfights, foram mais agressivos. Era um perímetro
onde as rotas das naves-tanque vindos de Struve 3, Struve 4 e Struve 5 se uniam numa rota única em direção às estações de processamento na Terra e Marte. Esse "garfo" das rotas era conhecido por sua credencial B7R. Era no espaço B7R, também chamado entre os militares de Távola Redonda, que os combates mais ferozes se davam, com taxas de baixas para ambos os lados que subiam preocupantemente toda semana. Após meses de combates sangrentos o alto comando alocou dois cruzadores, Hércules e Perseu, para o B7R. Decisão que, na opinião
de Vermont foi tardia, sendo que poderiam ter evitado muitas perdas caso tivessem sido mais ligeiros. Subsequentemente os ataques dos "mercs" começaram a ceder frente ao
poder de fogo superior dos dois gigantes. Nunca houve uma resposta à altura por parte dos mercenários, não se sabe se era porque eles não dispunham de belonaves equivalentes ou, uma hipótese bem plausível, porque sabiam que se colocassem naves desse porte em combate, poderiam facilitar as investigações do autor do ataques, sendo abordados, tendo as comunicações rastreadas ou de outra maneira. Durante esses conflitos Vermont ganhou o apelido de "retribuição", pois ele sempre demonstrou muita habilidade em escapar dos tiros e mísseis que eram lançados em seu encalço e
rapidamente retornar os ataques no oponente, mortíferamente. Certa vez, durante um combate, Vermont tinha um rastreador de calor o seguindo. Rapidamente ele se desviou do míssil com uma curva que lhe colou no assento do cockpit, em seguida ele girou seu caça 180º girando em parafuso numa manobra conhecida como "Giro Immelman", seguindo a manobra o, agora experiente, Vermont ficou frente a frente com o oponente, e antes que eles se cruzassem o rapaz descarrega uma rajada de canhão perfurando o cockpit do oponentes que passa a alguns metros da cabeça de Vermont para se perder
no infinito do espaço. Um dos seus companheiros de esquadrão, Espada 5, comentou no rádio com os restantes em tom de graça. "Háhá! Bela retribuição, Espada 15. Pena que eu deixei a minha câmera com a minha mulher." E desde então o apelido pegou e foi usado entre os irmãos de armas. As vezes os pilotos novatos questionavam a ele qual era o segredo para sobreviver a tantos combates tão intensos quanto os que houveram naquela região e em outros lugares. E a resposta basicamente é a mesma a todos: "Mantenha a cabeça fria durante o combate. O treinamento, as táticas, os parceiros e você. Tudo, isso é perdido se você deixar o sentimento ou o nervosismo tomar conta da razão."
Após 5 anos de prestação de serviços, a dispensa é concedida a Vermont. Porém o rapaz não sabe se isso é motivo para comemorar ou não. Após tanto tempo passando tantas emoções atrás de um cockpit e enxergando através de marcadores, ele se sentia mais a vontade dentro de uma daquelas águias de metal do que na própria casa. Chega a ser engraçado, pois ser piloto era um destino improvável para ele nos seus anos no Choque. Diferente da maioria ele não sentia uma alegria na dispensa. Talvez após um tempo de férias ele pudesse decidir um retorno se esse vazio se provasse ser tão grande.
Ao sentar-se na cama metodicamente arrumada de seu alojamento, o tenente apoia a cabeça com as duas mãos na testa. "E agora? Qual o próximo passo?". De repente a tela do notebook na sua escrivaninha acende e notifica que alguém deseja conversar por teleconferência. "Droga, já falei para aquele babaca do Damião que eu vou pagar ele! Será que não pode esperar nem mais um dia?" Ao atender a chamada o rapaz se surpreende. "Coronel?" e após uma rápida troca de palavras com o superior. "Uma missão de escolta? E para onde é, senhor?"
*Não sei qual é o nome dado às forças armadas da Terra, precisa de correção.
**É correto denominar de "divisão aérea"? Pois apesar de voar, não tem ar no espaço. Se é que se pode usar o termo "voar" nesse caso.