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Clube de Leitura 16º livro - Cyrano de Bergerac (Edmond Rostand)

Qual dos cinco títulos abaixo será o 16º livro do Clube de Leitura?

  • Graça Infinita (David Foster Wallace)

    Votos: 0 0,0%

  • Total de votantes
    10
  • Votação encerrada .
Se o romance do Balzac receber mais dois votos, ele empata e, consequentemente, vence a enquete.
 
se não me engano já teve O Conde de Monte Cristo aí e rolou bonito.

Ah, mas isso era em 2013... O fórum estava noutra vibe (#sdds)...
O problema do Graça Infinita até nem é só o tamanho, mas o preço e o fato de só existir uma edição no mercado.
Os Miseráveis até que tem mais opções. Os dois, no entanto, são enormes.
Acho meio temerário escolher um trambolhão; só tende a afastar os leitores menos hardcore.


Mas enfim. Bola pra frente que o Cyrano tá ganhando. :P
** Posts duplicados combinados **
E só queria lembrar a todos mais este inescapável motivo para votarem no Cyrano:

tem tradução do Gullar com Antonio Fagundes na capa :lol:
Cyrano.jpg
 
é peça. essa tradução do Gullar é muito bacana. considerando o âmbito das traduções teatrais, ela é brilhante. todavia, a respeito disso, só com a carreata triunfal da vitória de Cyrano de Bergerac, com direito a churros em formato de pixuleco!
 
É teatro. Aliás, deveríamos ler mais teatro por estas bandas de cá.
Tem cada coisa boa pra discutir...
 
até hoje só li uma peça em toda minha vida.
Uma do Albert Camus que me foge a memória agora.
 
até hoje só li uma peça em toda minha vida.

Te entendo. Quando entrei na faculdade, lá com meus 19 anos, nunca tinha lido porra nenhuma.
Foi só ler um Édipo Rei e um Hamlet -- mesmo nas traduções tosquinhas em prosa da L&PM -- que foi amor à primeira leitura. :grinlove:
 
Já está chegando a hora do témino da enquete. Pelo visto Cyrano de Bergerac vai vencer. Ainda bem que eu tenho o livro que saiu pela velha Abril Cultural (Coleção Teatro Vivo).

cyrano-de-bergerac-edmond-rostand-teatro-vivo-14326-MLB218118506_3009-O.jpg
 
Cronograma pronto, feito de acordo com a publicação francesa original (que está em domínio público) que encontrei na internet, já que não tenho o livro físico e em português.
Fiz a divisão em três semanas, por Atos, então peço aos que possuem o livro físico que me digam se a divisão feita ficou de bom tamanho pra todos acompanharem a leitura facilmente.
Isso aí. =]

21/05 - Primeiro Ato até o final do Segundo Ato;
28/05 - Terceiro Ato;
04/06 - Quarto Ato até o final.
 
Os atos possuem mais ou menos o mesmo tamanho, então tá bom assim. O terceiro ato possui um número maior de reviravoltas que o restante, então colocá-lo no centro não é uma má ideia.

Como os colegas mencionaram antes, existem duas traduções disponíveis da peça: uma feita pelo Porto Carreiro no início do século passado e outra feita pelo Ferreira Gullar, recentemente. Fiz uma postagem no meu blog a respeito da peça em que falo um pouco sobre a peça, a personagem Cyrano de Bergerac, e compilo trechos de outras traduções em português e em inglês, incluindo uma do Anthony Burgess (sim, o cara do Laranja Mecânica) e uma também antigona que eu achei ao acaso:

http://matheusmavericco.blogspot.com.br/2015/07/cyrano-de-bergerac.html

Caso queiram uma opinião sobre a tradução do Porto Carreiro, vocês podem ler esta, do Ivo Barroso:

http://www.jornaldepoesia.jor.br/ibarroso4.html

E sobre a do Gullar, no blog dO Patativa:

http://bernardoschmidt.blogspot.com.br/2009/12/o-antologico-cyrano-de-flavio-e.html
 
O poeta e dramaturgo Edmond Rostand (Marselha, 1 de abril de 1868 — Paris, 2 de dezembro de 1918) deve a sua fama, principalmente, pela autoria da conhecida peça Cyrano de Bergerac.
Edmond+Rostand.jpg
Para escrever Cyrano de Bergerac, Rostand inspirou-se na vida do poeta e filósofo Hector Savinien de Cyrano de Bergerac, que viveu entre 1619 e 1655, um questionador dos intelectuais de sua época. A obra, segundo a tradição romântica, foi escrita em versos, e consta que o escritor trabalhava tão febrilmente que chegava a compor 250 versos num único dia.

Durante muitos anos Rostand pensava em transformar a agitada vida do escritor Cyrano de Bergerac em uma peça, mas um incidente ocorrido em Luchon, durante suas férias de verão, motivou-o especialmente. Ele conheceu um jovem apaixonado, que não sabia conquistar a sua amada através das palavras, então ensinou-o na arte da conquista, através de poesia, reflexões, frases espirituosas, de forma que o rapaz rapidamente conquistou a sua amada, alimentando em Rostand a possibilidade de relacionar o fato à vida de Cyrano.

Passou a idealizar, mentalmente, o ator para o papel principal. Sarah Bernhardt o aproximou de Constant Coquelin, e o entusiasmo foi recíproco, fazendo com que se lançasse ao trabalho com afinco. Por ocasião da estréia da peça, Rostand dedicou-a a Coquelin, que incorporou a alma da personagem com tal vigor, que durante anos o papel nos palcos franceses foi monopólio seu. Coquelin trabalhava o personagem com particular atenção; para o nariz de Cyrano, por exemplo, chegou a exigir cinquenta modelos em cera, antes de escolher o que mais se adaptava ao papel. O tipo de nariz escolhido foi, pois, o adotado por seus sucessores.

Supõe-se que o sucesso de Cyrano de Bergerac deve-se principalmente ao fato de os franceses o terem convertido num símbolo popular, na encarnação do ideal do povo, do espírito nacional, representando o homem que nutre desprezo pelos poderosos, que é corajoso, nobre de sentimentos, sensível e capaz de se sacrificar pela felicidade alheia.
 
Ahn... Já começou, né? Todo ato de Cyrano de Bergerac possui cenas famosas. No primeiro ato a cena do nariz é a famosona, e acho que ela consegue pontuar o alcance poético do Cyrano com muita felicidade. Depois vem a balada-batalha que faz o mesmo, mas realçando agora sua bravura e o fato de que ele é um exímio espadachim. E depois o desânimo de quando o Cyrano revela que gosta de Roxane. Acho que apesar do primeiro ato focar demais na figura do Cyrano, é um ato bem construído. Possui um número alto de peripécias e, apesar do recorte romântico da peça, e apesar de ela usar um tipo de construção em verso bastante clássico, remetendo à tríade Corneille, Racine e Molière (isto é, usando versos alexandrinos rimados em dísticos), o Rostand possui uma perícia eu considero um tanto quanto moderna na forma como ele maneja esses alexandrinos na boca de dezenas de personagens.

O segundo verso continua bastante centrado na figura do Cyrano, mas acho que a roda dramática de outros personagens começa a entrar em cena. Eu sinto um carinho muito grande com o Ragueneau, em especial quando ele fala que alimenta os poetas não porque eles elogiam de forma falsa seus versos, mas porque, se ele não os alimentasse, como eles sobreviveriam, então? É um misto de heroísmo e boas ações, de generosidade, de coração puro que está muito em sintonia com o que o Cyrano representa. De certo modo, o que será bem explícito no quarto ato, é como se a peça também fosse a respeito da preservação desses valores. Sobre manter, sustentar, revigorar sempre que possível o panache.
 
Possui um número alto de peripécias e, apesar do recorte romântico da peça, e apesar de ela usar um tipo de construção em verso bastante clássico, remetendo à tríade Corneille, Racine e Molière (isto é, usando versos alexandrinos rimados em dísticos), o Rostand possui uma perícia eu considero um tanto quanto moderna na forma como ele maneja esses alexandrinos na boca de dezenas de personagens.
Não que você tenha dito o contrário, Mavericco, mas a maior influência do Rostand aí não teria sido o Victor Hugo?

Li algo sobre isso num extra da minha edição. Rostand não respeita as regras do teatro clássico francês/grego (das unidades de lugar, tempo e ação) e mistura níveis de linguagem. Tudo bem Romântico e que, se não me engano, o Hugo já tinha feito em alguma medida.

Além da mistura nos níveis de linguagem ele utiliza onomatopeias e barulhos para fazer as rimas como a gente já vê na primeira cena, o que, como você disse, é moderno.
 

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