Escândalo de doping motiva Giba a brigar por ouro de 2012 para o Brasil
Dmitriy Muserskiy é um dos jogadores russos envolvidos no escândalo de doping
Através do ídolo Giba, o vôlei brasileiro vai tentar transformar a prata da Olimpíada de 2012 em ouro. O envolvimento de jogadores da seleção da Rússia em um amplo esquema de doping no esporte do país motiva a tentativa de reversão de resultado. Nos Jogos de Londres, os russos derrotaram o Brasil na decisão masculina por 3 sets a 2, de virada, em uma dramática partida final.
Durante participação no programa
Esporte Espetacular da Rede Globo, neste domingo, o ex-jogador Giba afirmou que está engajado em conseguir a mudança de resultado dos Jogos de Londres.
"Sete [
jogadores, supostamente envolvidos em caso de doping]. A gente está lutando bastante, essa semana vou para FIVB (Federação Internacional de Vôlei) para ver como podemos pedir esta medalha, qual é o procedimento correto", declarou o jogador.
Mais tarde, o jogador usou sua conta no Instagram para detalhar o engajamento pelo ouro de 2012:
"Aproveitando para explicar minha declaração no
Esporte Espetacular: esta semana estou indo para a Suíça, na sede da Federação Internacional de Vôlei, para sentar com os departamentos de doping e jurídico para entender e ratificar os supostos problemas com doping dos russos em 2012 e trazer as respostas para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), então, analisar e dar entrada no pedido de punição e revisão das medalhas de Londres".
Giba vai à Suíça na condição de capitão da seleção brasileira em 2012 e, principalmente, como presidente da comissão mundial dos atletas da FIVB. O ídolo da seleção brasileira tem uma reunião com essa comissão marcada para o dia 30 de janeiro.
Técnico da seleção masculina em 2012, Bernardinho também participou do programa da Globo neste domingo e falou sobre o caso. O ex-comandante da equipe nacional mostrou disse que o momento é de esperar uma resposta das autoridades.
"Não cabe a nós decidir, (cabe) ao Comitê Olímpico. Cabe ao comitê Internacional, a FIVB, e vamos ver o que vão decidir, se for merecido, a gente ganha", afirmou Bernardinho.
A reportagem do
UOL procurou a Confederação Brasileira de Vôlei neste domingo, mas não conseguiu contato até o momento.
Relatório explosivo da Agência Mundial Antidoping
No final de 2016, a Agência Mundial Antidoping (Wada) chegou à versão final do relatório sobre os casos de uso de substâncias proibidas na Rússia. A investigação ainda corre em sigilo, mas a entidade admitiu que mais de mil atletas daquele país estão envolvidos, de 30 modalidades, no período de 2011 a 2015.
O jurista canadense Richard McLaren, que chefia a investigação a serviço da Wada, confirmou a presença do jogador de vôlei Dmitriy Muserskiy.
O gigante russo de 2,18m foi destaque da dramática virada de sua seleção sobre o Brasil na final de Londres, por 3 sets a 2.
Em entrevista ao site russo
Sport-Express, no fim do ano passado, Richard McLaren falou sobre o caso: ''A equipe olímpica russa corrompeu os Jogos Olímpicos de Londres em uma escala sem precedentes, cujo verdadeiro alcance provavelmente nunca será estabelecido''.
Na época, o anúncio de novo relatório da Wada provocou revolta em alguns países. No Brasil, o levantador Bruno Rezende, presente nos Jogos de Londres em 2012, se manifestou através do
Twitter, cobrando uma posição da FIVB.
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Eu particularmente acho que o Brasil tem o direito legítimo de querer pleitear isso, mas o problema é que se nós temos, as demais seleções que cruzaram antes com a Rússia nas fases anteriores do torneio e foram eliminadas por ela também teriam, o que também daria margem para uma justa reclamação e aí na teoria o mais correto seria ter anulado o torneio inteiro e refazê-lo sem os russos. Como isso é complicado de fazer, o padrão do COI é realmente promover o que está totalmente habituado a fazer que é a herança e troca de medalhas.