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Contesto os homens.
Tanto faz os religiosos ou não religiosos. Há bom senso em ambos, e a mais espantosa falta de bom senso também nas mesmas pessoas.
Faz sentido se houver uma entidade superior que veja a gente fazendo tanta cagada dar umas dicas.
No entanto, também faz sentido (do jeito que ninguém entende e se entende) que a grande maioria das dicas foi totalmente mal interpretada.
Religiosos falam de coração, como se razão fosse algo totalmente excluida do coração.
Céticos falam de razão, como se intuição/fé não fosse também parte da racionalização.
Eis o ponto trágico porque ambos "falham". Ambos os lados estão surdos e irrascíveis como pedras, ao mesmo tempo em que dizem querer salvar o próximo. E taí a razão de "massacres para salvar vidas/almas" (fogueiras e execuções da Inquisição na religião, bomba atômica na ciência)
Em nossa existência carnal, o ego é uma questão de sobrevivência. E mesmo quando nossa sobrevivência não está ameaçada, qualquer afronta ao ego (conhecimentos até então acumulados, sentimentos) também é interpretado por ambos como ameaça à sua própria existência.
Por isso eu disse "dizem querer salvar o próximo". Em maior ou menor grau, a irrascibilidade surge a partir do conceito primário de ego. E aí realmente só é conversa, porque não é questão de salvar o próximo, mas a aflição "será que em minha busca por iluminação eu fui no caminho contrário?"
É algo mais aterrador para a psique humana do que simplesmente descobrir que o formato de cogumelo comestível não era bem o que ele sabia.
Lembrem-se "é reconfortante no Inferno ter companheiros de dor"
As pessoas precisam ter companhia em ter razão. É como se fosse uma prova de que não estão indo no caminho errado. Vem da época de criança, com nossos pais nos conduzindo pela mão. O medo de ter de andar por conta própria, fazer as próprias escolhas, viver com seus próprios erros.
A falha, é que ambos antes de tentar convencer os próximo, estão todos desesperados tentando se convencer que estão certos. Pois estar errado pode significar a danação, ou perda de tempo com algo que não existe.
Imaginem uma batalha
Um soldado, em pânico vai para um lado. Ratatatata... Corre para o lado oposto como se o fato de ser do lado contrário fosse garantia de que ficasse seguro. Kabum!
A humanidade está nessa situação, em relação a Ciência e Religião.
Somente quando conseguir ficar sereno verá o tal Caminho. Tal como numa batalha, existe um único caminho para cada pessoa. Pois se todo mundo for na mesma direção, será apenas uma forma mais eficiente do morteiro ou metralhadora matar o maior número de pessoas.