HOLY DIO - A Tribute To The Voice Of Metal
ANO DE LANÇAMENTO: 1999
GRAVADORA: Century Media
NOTA: 8
Lançado no auge da "Era dos Tributos", este álbum em homenagem ao maior cantor da história do Rock'n'Roll poderia passar batido entre tantos outros. Pois é, poderia. Porém, duas coisas fazem com que este
Holy Dio seja um dos mais chamativos tributos já feitos em todos os tempos: o cast estelar e o fato de contar com músicas não só de sua carreira solo, mas também de toda carreira do baixinho (Black Sabbath e Rainbow). Além disso, o encarte com diversas fotos e depoimentos é muito bonito. Talvez, o que mais possa irritar aos fãs seja o fato de nenhum vocalista aqui presente chegar ao nível de Ronnie, mas afinal, quem chega ?!? Indo para as músicas, quem abre o disco (com justiça aliás) é ninguém menos que o
Blind Guardian com sua famigerada e linda versão para
Don't Talk To Strangers, talvez o ponto alto dentre todas as 19 músicas (CD duplo) aqui presentes. Na seqüencia vem o
Primal Fear, numa versão totalmente 'Metal Tradicional' para a clássica
Kill The King. Mas uma ótima surpresa vem com a eterna rainha do Metal,
Doro Pesch, que deu à
Egypt (The Chains Are On) uma interpretação bastante pessoal e até mesmo sensual. Outro grande destaque do álbum! Nomes menos cotados também se dão bem, como o
Jag Panzer (numa versão correta para
Children Of The Sea) e o
Fates Warning (com uma versão bastante sombria para uma música já macabra,
The Sign Of The Southern Cross). O projeto
Catch The Rainbow (liderado pelo ex-batera do Helloween, Uli Kusch) faz bonito com a belíssima
Rainbow Eyes (graças sobretudo ao enorme talento do vocalista convidado, Henning Basse do Metalium) e o
Gamma Ray não foge a responsa e destrói com o clássico dos clássicos
Long Live Rock'n'Roll. Dois ícones do Metal extremo,
Dan Swanö (Edge Of Sanity) e
Peter Tägtgren (Hypocrisy) se revezam em todos os instrumentos para fazer uma das piores versões do disco,
Country Girl que ficou chata e arrastada. Porém, tudo volta as boas com o mago sueco
Yngwie Malmsteen e sua Rising Force (com Jeff Scott Soto detonando nos vocais) na versão bastante conhecida para a fantástica
Gates Of Babylon, música que talvez possua um dos melhores solos do mundo e aqui foi honrado plenamente. Se o CD1 foi fantástico, o CD2 dá uma esfriada. As versões do
Grave Digger e do
HammerFall para
We Rock e
Man On The Silver Mountain respectivamente soam muito boas, mas sem todo impacto surpreendente que Blind Guardian, Doro ou Malmsteen conseguiram. O
Holy Mother vem na seqüencia. A banda se tornou conhecida por seu vocalista Mike Tirelli imitar muito bem o Dio, e aqui a coisa se torna assombrosa, numa versão de
Holy Diver que para ser idêntica só faltou não destruirem o solo. Na seqüencia, outra decepção: o
Stratovarius. Desde já adianto ser fã confesso da banda, mas sua versão para
Kill The King decepciona por duas razões: a mesma música comparece nesse tributo (numa versão superior) com o Primal Fear e os vocais foram feitos por Timo Tolkki (e não Timo Kotipelto) numa 'jam' durante as gravações do álbum
Episode (na época do lançamento do tributo todos comentavam o porquê de não terem gravado
Rainbow In The Dark). A coisa volta a melhorar com o guitar-hero alemão
Axel Rudi Pell (de quem também sou fã declarado) com
Still I'm Sad (na versão que tem vocais e é melhor). A maior surpresa do disco no entanto vem na seqüencia. Confesso que nunca antes (e nem depois) havia ouvido falar da banda
Enola Gay. Com certeza seria o nome mais apagado do tributo, se não tivessem ousado coverizar o maior clássico da carreira de Ronnie James Dio, a imortal
Heaven And Hell. Mais do que isso: fizeram uma versão espetacular e digna deste hino imortal. Os 'reis dos tributos' também conhecidos como
Steel Prophet vem na seqüencia, com uma versão fudidaça para
Neon Knights. Mais duas versões decepcionantes a seguir: o
Solitude Aeternus com seu andamento quase parando em
Shame On The Night e o
Destiny's End que pegou minha música favorita do Dio,
The Last In Line, e a destruiu, com direito a uma guitarra terrivelmente timbrada no lugar dos épicos teclados da versão original e um vocalista cujo 'medíocre' seria elogio. Para encerrar, a bonita balada
The Temple Of The King, que aqui foi tocada pelo espetacular (e finado)
Angel Dust. Sem dúvida a mais pessoal de todas as versões do disco, a que mais mudou e uma das melhores, talvez por isso mesmo. No saldo final é um tributo bem legal, um disco bom e que você pode ouvir e se deleitar tranqüilamente, sabendo (claro) que a perfeição não pode ser superada. Porém, muitas músicas fundamentais na carreira do baixinho não mereciam (e não deveriam) ficar de fora, como
Rainbow In The Dark,
The Mob Rules,
Stargazers (se bem que, duvido que alguém ousasse tirar esse preciosidade),
Sixteenth Century Greensleeves,
Stand Up And Shout,
Falling Off The Edge Of The World, etc, etc, etc. Entre tributos, é melhor ficar mesmo com as duas partes de
Legends Of Metal (Judas Priest) e a primeira parte de
Metal Or Die (Accept), embora depois desses, eu não me lembre de nenhum que supere este
Holy Dio.
PS: Se alguém se interessou em comprar, fique esperto, pois existe também uma versão deste disco em CD simples com algumas músicas faltando, entre elas a versão do Blind Guardian.