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Mensagem do Professor

Eriadorion disse:
Vou usar um termo que o Professor gostaria de ver empregado neste contexto: aplicabilidade. Como ele próprio define: resume-se na "liberdade do leitor" - diferente de alegoria, que representa uma "dominação proposital do autor".

danganf, acho que Tolkien devia realmente detestar essa pergunta quando lhe faziam; e, provavelmente, não poucas vezes. Não poderia ter criado uma resposta melhor que esta: fica a critério do leitor se é um livro rico ou não em doutrinas e "mensagens". Crie sua resposta com sua criatividade mesmo! - isto é, se isso não estava em sua cabeça para o livro. :wink:

8-O

Engraçado você responder desta forma, pois um estudo que acabei de traduzir enfoca a obra de Tolkien dessa forma.

Patrick Grant disse:
O arquétipo final, e mais esquivo, é o do Ego/Eu. A trilogia de Tolkien como uma obra de arte que é mais que a soma de suas partes, é a mais satisfatória representação deste arquétipo, pois o significado compreto é ativado dentro do leitor, que sozinho pode experimentar sua completitude. Mas o mediador mais efetivo entre o leitor comum e o mundo “completo” da Terra-Média, o personagem[/b] que no final está mais próximo a nós mesmos e que também deve retornar à vida normal, é Sam Gamgee. Sam se transformou, no processo da estória, o Sábio Sam (Samwise), mas ele é menos removido de nós mesmos do que Frodo ou os outros personagens. Quando ele parte, Frodo diz assim para Sam: “Você terá de se tornar um só e completo, por muitos anos. Você tem muito para apreciar e para ser, e para fazer” (III,309). A recomendação para a completude de Sam, e a ordem de voltar para o mundo normal, carregando consigo a completude consigo, é também uma ordem para o leitor: amadurecimento é tudo que mais importa. Mas tal sabedoria que Sam alcança não é algo fácil de se conseguir, como o livro inteiro nos mostra, e não é o caso para uma condenação crítica de Tolkein baseado no fato de seus hobbits serem simplistas ou escapistas. O condado não é um refúgio , e o fardo do conto é que não há refúgios em um mundo onde o mal é uma realidade. Se você acha que vive em um, você provavelmente é ingênuo como Frodo no começo, e certamente está vulnerável.

grifos meus.
 
Não me surpreenderia se me lembrasse que eu mesmo escrevi esse texto, Primula. :lol: Muito bom.

N'liärien, na verdade encontrei uma resposta para este tópico, e acho que ela vai decepcioná-lo um pouco. :mrgreen: Ela está na mesma fonte que peguei a citação de Tolkien sobre a aplicabilidade: o prefácio de SdA. Veja só:

Tolkien disse:
"Quanto a qualquer significado oculto ou 'mensagem', na intenção do autor estes não existem." Pág. XII

Frisei o que está em negrito para relembrar mais uma vez a questão da aplicabilidade. =]
 
Última edição:
Eriadorion disse:
N'liärien, na verdade encontrei uma resposta para este tópico, e acho que ela vai decepcioná-lo um pouco. :mrgreen: Ela está na mesma fonte que peguei a citação de Tolkien sobre a aplicabilidade: o prefácio de SdA.

Futuro historiador...citação e fonte...:lol: :lol::lol: :lol:

Olha...eu acho que as mensagens ficam a critério do leitor, ninguém le o mesmo livro, cada um entende de um jeito!! É subjetivo:roll:

:cerva:
 
Exatamente :D!

Acho que quando um autor escreve um livro ele não deveria determinar as mensagens que quer passar para o leitor e sim deixar que elas apareção com o tempo... É mais ou menos igual a uma obra de arte, ou uma pintura :think:, é difícil para o pintor dizer como irá ficar a tela no final antes de ter terminado e mesmo depois de terminada oque a tela mostrará irá variar de pessoa para pessoa :neutral:...
 
É, Eriadorion, mas Tolkien às vezes ñ dizia o q pensava; vejamos, por exemplo q ele diz ñ gostar de alegorias, mas já disse q o esforço de Frodo era uma alegoria de cada esforço nobre de que os humanos do mundo real somos capazes...

Isto está numa de suas entrevistas à imprensa britânica.

Quanto ao q está no prefácio, acho q se trata disso.
 
Como já disseram antes, isso é algo que nos levará a uma intruncada inexaurável tentaviva de resposta...mas não haverá resposta.
John Ronald Reuel Tolkien pode ter representado em sua obra qualidades morais, como disse meu amigo Slicer, e assim acho que o fez. Mas além disso, suas opiniões pessoais muito nos mostram sobre suas obras, e elas devem ser respeitadas. E em contrapartida temos o fato, já citado aqui, de que uma obra recebe inúmeras, até mesmo infindáveis interpretações ao longo do tempo, em contextos históricos diferentes. Pois essa é uma História, sim com H, como disse Deriel, pois ela remonta a uma mitologia criacionista de nosso mundo, é uma história onde delicados assuntos, que mesmo passados sobre o ponto de vista dos Hobbits, ou dos Elfos, no caso de Quenta Silmarillion, falam muito dos seres humanos, e nós humanos sobre ela faremos reflexões que condigam com nosso eu, e a isso não pode a obra fujir.
Creio que Tolkien, como tradutor, não gostaria de nada que não mostrasse-se aplicável, sendo as alegorias não vistas com simpatia. Mas assim como disse N'liarien, elas existem ao passo em que temos nas obras personagens humanos, ou de características humanas, levando-nos a temas de nossa essência. Tolkien porém deixa claro em suas cartas que ele não gostaria de fincar a base de sua mitologia em preceitos morais e religiosos pre-existentes. Porém, em sua obra torna-se inevitável, tratando-se da história humana, não haver comparações com as demais mitologias. Mas isso considero inválido. Uma mitologia é livre enquanto nenhuma outra mostre-se realidade. Tendo em vista (talves mais meu ponto de vista) de que não há verdade absoluta, sendo as comparações infrutíferas.
Mas ao leitor não podemos privar o gosto de saborear as obras como melhor lhe cabe. Por isso dizia de início, que resposta alguma nos daria algo concreto.

Abraços.
 
Última edição:
Ñ sei ñ... Acho q teremos uma grande surpresa, sobre este tópico, qndo lermos as "Carta de J...", logo mais.

Continuo insistindo (graças ao mesu direito constitucional de ser teimoso...) q Tolkien queria, em sua obra, destacar os valores morais mais elevados, segundo o seu senso.

Humildade, amizade, lealdade, coragem, sabedoria, astúcia, fé, esperança, coragem, perseverança... Diria tb: justiça divina.

Em cada página dO SdA se encontra isto; tb nO Silma., e nO Hobbit.
 
N'liärien disse:
É, Eriadorion, mas Tolkien às vezes ñ dizia o q pensava; vejamos, por exemplo q ele diz ñ gostar de alegorias, mas já disse q o esforço de Frodo era uma alegoria de cada esforço nobre de que os humanos do mundo real somos capazes...

Isto está numa de suas entrevistas à imprensa britânica.

Certamente esta foi uma interpretação equivocada do que Tolkien de fato quis dizer, ou uma mera inferência ou confusão entre alegoria e analogia.

De qualquer forma, não posso argumentar com credibilidade sem jamais ter visto esta entrevista. Vc a tem, N'liärien, gravada? Pois também não confio em certas traduções, a maioria não consegue reproduzir tudo com perfeita fidelidade, algumas possuem "diferenças", geralmente inconscientes, pelo próprio ponto de vista do tradutor. Não sei se foi o caso.

Enfim, se puder me arranjar, agradeço. =] eriadorion@hotmail.com
 
Eu acredito que se possa falar em aplicabilidade, e não alegoria...
Sim, a obra remete a valores ocidentais, tais como os que foram apontados aqui. Mas não seria porque o próprio Tolkien acreditava neles, e conseqüentemente os inseriu na obra? Não por intenção de fazer uma alegoria, mas por expressar na obra um pouco de si mesmo.

Se for pra acreditar numa intenção de Tolkien ao fazer a sua obra (além de divertir, lógico), acredito na vontade de deixar a interpretação a cargo de cada leitor...
Por não gostar de alegoria e por saber que cada um interpreta a obra à sua maneira..
 
Realmente é algo muito complicado, mas de certa forma é aceitável que ele em sua mitologia coloque valores ocidentais, pois sua mitologia focava, ab initio, a cultura Anglicana. Posteriormente, creio eu, que tenha vindo a se expandir em sua formas mais recentes, englobando de certa forma a Terra.
O que considero erro, em absoluto, é tentar identificar alegorias, ao menos as propositais, pois Tolkien não as desejava nas obras nem mesmo o uso direto e explicito de valores, sejam eles quais forem.

Abraços.
 
Aracáno Elessar disse:
Realmente é algo muito complicado, mas de certa forma é aceitável que ele em sua mitologia coloque valores ocidentais, pois sua mitologia focava, ab initio, a cultura Anglicana.
Abraços.

Nope nope nope... anglicana não... católica... tolkien era católico ferrenho e tinha horror a protestantes..
 
Aracáno Elessar disse:
sua mitologia focava, ab initio, a cultura Anglicana...

Talvez a ênfase do termo grifado explique o pensamento do Aracáno, Ceinwyn. :wink: Mas nunca posso ter certeza. Nunca consegui acompanhar o raciocínio dele quando discute religião. :lol:
 
Salve Ceinwyn, infelizmente, o termo anglicano significa "inglês" algo que venha da Inglaterra, não me referia a religião anglicana postulada por Henrique VIII, cujo significado seria Religião Inglesa, que nada mais era que o catolicismo sobre o controle direto de Henrique, não um protestantismo ativo como seria de Lutero ou Calvino, apenas uma briga pessoal de Henrique com o Papa, pois ele queria se separar de sua esposa, devido ao fato da Igreja não permitir sua separação ele a destituiu. =]
Quanto a ele ser católico, por favor, leiam a carta de número 131 antes de postarem de modo incoerente.

Abraços.
 
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