Jorge Leberg
Palavras valem por mil imagens
Marini Seco (1985) é uma famosa novela policial do escritor mineiro Fernando Sabino, publicado pela primeira vez no livro do referido autor A Faca de Dois Gumes, que consistia numa reunião de novelas, porém lançado em edição única a partir de 1988, pela Ática. Inspirado numa história real ouvida por Fernando Sabino, relata a prossecução do enredo fictício de um crime insolúvel – que ficou por aí mesmo, sem esclarecimento terminante na época – cinco anos após o delito, no ano de 1962. A trama tem como protagonistas o acossado comissário de polícia Serpa, o provável assassino, Amadeu Miraglia, e sua atual mulher, Maria Miraglia.
Segundo a novela, o homicídio ocorreu em 1957. Uma mulher "cai fulminada", conforme as palavras do próprio autor, depois de beber uma dose envenenada de Martini Seco em um bar sofisticado – daí o título da novela. Essa mulher, Carmem, era namorada de Amadeu, que a acompanhava no bar e foge após a morte dela. Ele é pego pela polícia, mas insta em declarar que não é o culpado, alegando suicídio por parte da parceira. No final de todo o processo culmina por ser absolvido, devido à falta de provas definitivas. Cinco anos se passam, a atual esposa de Amadeu surge na delegacia e procura o comissário Serpa, acusando o marido de ameaçá-la de morte. A partir daí, a historia do homicídio sem resolução é "ressuscitada", iniciando-se uma narrativa intrigante e repleta de versões e incoerências que beiram o paradoxal. Em suma, um autêntico e instigante quebra-cabeça que prende a atenção do leitor do começo ao fim.
Fernando Sabino consegue, com a habilidade de grandes mestres da literatura policial como Edgar Allan Poe e Agatha Christie – o que não significa igual maestria a deles em todos os aspectos, mas nestes fatores ressaltados – desnortear constantemente o leitor e deixá-lo em estado de suspensão até a última página, nunca sendo óbvio. O desfecho, aliás, é surpreendente e diferente dos característicos contos de suspense policial que geralmente se lêem – denotando o estilo peculiar do autor. É um desenlace que lembra os remates fatalistas e grandiosos de um grande escritor da literatura universal, cujo nome não convém aqui mencionar, para não "estragar" a surpresa desta singular novela escrita pelo Sabino.
Segundo a novela, o homicídio ocorreu em 1957. Uma mulher "cai fulminada", conforme as palavras do próprio autor, depois de beber uma dose envenenada de Martini Seco em um bar sofisticado – daí o título da novela. Essa mulher, Carmem, era namorada de Amadeu, que a acompanhava no bar e foge após a morte dela. Ele é pego pela polícia, mas insta em declarar que não é o culpado, alegando suicídio por parte da parceira. No final de todo o processo culmina por ser absolvido, devido à falta de provas definitivas. Cinco anos se passam, a atual esposa de Amadeu surge na delegacia e procura o comissário Serpa, acusando o marido de ameaçá-la de morte. A partir daí, a historia do homicídio sem resolução é "ressuscitada", iniciando-se uma narrativa intrigante e repleta de versões e incoerências que beiram o paradoxal. Em suma, um autêntico e instigante quebra-cabeça que prende a atenção do leitor do começo ao fim.
Fernando Sabino consegue, com a habilidade de grandes mestres da literatura policial como Edgar Allan Poe e Agatha Christie – o que não significa igual maestria a deles em todos os aspectos, mas nestes fatores ressaltados – desnortear constantemente o leitor e deixá-lo em estado de suspensão até a última página, nunca sendo óbvio. O desfecho, aliás, é surpreendente e diferente dos característicos contos de suspense policial que geralmente se lêem – denotando o estilo peculiar do autor. É um desenlace que lembra os remates fatalistas e grandiosos de um grande escritor da literatura universal, cujo nome não convém aqui mencionar, para não "estragar" a surpresa desta singular novela escrita pelo Sabino.