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Manuscrito do Império Romano afirma que Jesus teve uma mulher

Não quero entrar no mérito da questão, pois cada um tem a sua crença. Apenas digo que vi uma reportagem, agora não me lembro em qual canal de TV, que menciona a falsidade do referido manuscrito, ou seja, parece que não é do referido período e, portanto, trata-se de uma falsificação.
 
Impedir não impede, mas atrapalha, afinal impede a liberdade do indivíduo de, com seus recursos, divulgar e exercer sua arte sob uma escola particular, para retirar recursos dele de forma não voluntária para uma escola que talvez ele não tenha nenhum interesse em divulgar. E isso pra que? Pra que socializar aspectos de uma religião específica, se a religião pode ser exercida de forma plena sem a ajuda do Estado?

Não atrapalha não, se a liberdade de culto existe por que não existiria a liberdade de manifestação artística? Uma coisa não anula a outra. A socialização da religião é que não existe, a religião per se é social, é política, é soberana. Particularizá-la é que é um fenômeno moderno, impositivo, parcial. Nenhum Estado tem controle sobre as religiões, a história do Império Romano o comprova.

E não sei donde você retira que o laicismo pressupõe um Estado absolutamente neutro, mesmo porque isso é impossível.

No entanto, é essa a ideia que é vendida e é até crida por muita gente. Eu sempre falo isso: laicismo não é neutralidade, é ideologia travestida de neutralidade. É como o ecumenismo.

Ele se pautará nas leis, e é nas leis que serão inseridas no Estado todas noções e tendências morais e religiosas e filosóficas que o povo possa ter, tendo um resultado homogêneo ou não dependendo da homogeneidade do povo. Então ter uma religião oficial ou é opressor ou é inútil, pois ou o povo não é homogêneo religiosamente e a religião oficial implicará, nas leis, em homogeneização e proeminência forçadas e não naturais, diferente do caso onde cada lei específica se originar do livre exercício parlamentar entre diversas correntes religiosas sem uma religião proeminente a priori; ou será inútil se o povo já for homogêneo religiosamente.

Mas a configuração religiosa do Estado apenas refletiria a mesma homogeneidade ou heterogeneidade do povo. Então não ocorre o primeiro caso, porque a 'opressão' só existiria no caso do Estado se apoderar da religião como de um de seus braços, usados para controlar o povo e manipular ideologicamente. E se a 'sinfonia de poderes' no molde bizantino for aplicada, esse perigo não existe, a consciência da dominação e instrumentalização é percebida pelo próprio povo. No segundo caso, a homogeneidade religiosa do povo levará (como sempre levou) a um Estado que abraça a cultura e religião de seu povo (como faz a Grécia e outros países ortodoxos).

Mas a comparação não precisa fazer sentido pra você para o argumento valer. Eu poderia colocar ali coisas absurdas, como por exemplo "o esporte é o norteador da sociedade", "o carnaval é o norteador da sociedade", etc. Seja lá o que for o norteador, não precisa-se oficializar o Estado com esses norteadores, se for de fato um norteador aparecerá naturalmente na estrutura das leis e como resultado da ação dos homens de Estado, sem que ninguém tenha que "proclamar" isso. Agora se não é um norteador e sim algo que um grupo de pessoas ache que deva ser um norteador, não tem porque esse grupo aparelhar o Estado com sua visão particular para guiar ou “concertar” a sociedade.

Não se trata de fazer sentido para mim. A comparação não vale porque esporte, carnaval e arte são elementos da cultura, eles não norteiam nada objetivamente. Claro que se o Brasil amanhã considerar o futebol o seu norteador e for nisso seguido o Estado pelo seu povo, ele pode se declarar República Futebolística do Brasil, pode nomear técnicos de futebol como governadores de Estados que teriam suas fronteiras remarcadas e identidades políticas remanejadas para se relacionar com a demografia dos clubes brasileiros e sandices afins. Sandice é, mas esse tipo de 'autodeterminação' é falsa, não é relativa como você diz. Porque não determina nada, o futebol é UM dos elementos de nossa cultura, ele não é seu norteador, não é sua inspiração, não é a sequência orgânica de séculos de Tradição espiritual e filosófica. As tradições religiosas e espirituais fundam a cultura, estão indissociavelmente ligadas à identidade cultural, política e até econômica dos povos e nações, mesmo que hoje em dia isso não seja tão óbvio assim.

E acho que aqui você confunde a sua opinião do que seria o ideal ou recomendado com os fatos. O fato de existir uma única sociedade em que a religião não seja importante já contraria todo o discurso de "TODA a sociedade é fundada, regulada, estruturada em função da religião".

Não, não contraria não. Porque a religião não funciona segundo a lógica, a história da evolução, absorção, homologação, continuidade e rupturas das tradições religiosas e dos sistemas simbólicos e estruturas mítico-rituais é extremamente complexa. Daí existir o fato sumariamente ignorado de que em TODA sociedade, a religião é importante. A sociedade mais secularizada, mais laicista, mais traidora de suas tradições sempre terá, ainda que inconscientemente, ou subterraneamente, seus maiores referenciais morais, filosóficos e psicológicos nas tradições religiosas que formaram seu povo e se desenvolveram organicamente com ele até serem soterrados por ideologias modernas que, per ser, não são estrutural e psicologicamente diferentes de nenhum sistema religioso.

Mas aqui você procura dizer que, diferente do que tinha entendido do seu post, o aspecto privado não é desimportante, mas para esclarecer parece novamente tratar o aspecto privado como algo desimportante, dizendo que algo privado é "apenas para a esfera pessoal", "é banido para essa esfera", e que por estar nessa esfera não atinge a sociedade como um todo (o que não é verdade, conforme procurei justificar no outro post).... Ou seja, andamos em círculo nesse ponto.

Não exatamente. Eu relativizei a esfera pessoal fechada em si mesma como desimportante, infértil, vazia, destituída de sentido e transfiguração espiritual. Agora ela necessita de dialogar com a sociedade, com o Estado, a política e todas as instâncias éticas, morais e filosóficas da realidade para ter alguma legitimação, alguma importância. É importante sim, mas enquanto está ligada a um complexo 'sistema' filosófico e religioso mais amplo que é fecundado por essa esfera pessoal e que lhe legitima.
 
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