Lucas_Deschain
Biblionauta
Ninguém está afim de trocar uma idéia a respeito do livro?
Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!
O hype ajuda na decepção, mas não é o grande culpado. Se deve mais ao povo que leu As Correções anteriormente e esperava invencionismo. O grande feito de Liberdade é ser um romance com começo, meio e fim; tramas e subtramas bem amarradas; personagens extremamente realistas e ao mesmo tempo só isso. Só isso? Sim. Para a literatura pós-moderna um romance realista com pano político explícito parece não excitar os entusiastas da literatura contemporânea. Voltando a questão do hype, ele só atrapalha se, como sempre, a pessoa que lerá o livro não sabe absolutamente nada dele e espera algo mais moldado para o gosto atual do que para leitores clássicos.
O que quero dizer é que, por exemplo, Infinite Jest é uma crítica ao entretenimento e ao detrimento das relações humanas. Porém isso nunca é exaltado no livro, você sabe porque saca o que está de pano de fundo.
Em Liberdade há citações sobre a crise, o envolvimento de Joey com políticos, etc. Tudo envolve, de alguma forma, a política de maneira bem explícita.
Ah tá, entendi. :sim:
Mas não acho que seja esse um problema necessariamente, mas o que ele faz com isso. Franzen cita essas informações mais como forma de constituir um pano de fundo, não como forma de se integrarem na história. Há ganchos por toda a parte, com relação aos eventos de 11 de setembro, por exemplo, ou as operações e fraudes financeiras do pós-11 de setembro no Afeganistão, o detalhe é que Franzen não ousou sair muito do senso comum, não disse nada que nos fizesse pensar profundamente sobre aquilo que ele estava falando, justamente porque as críticas que ele aponta no livro são as que a gente acabou ouvindo com maior ou menor radicalidade.
O que acho que seja o acerto do livro foi uma certa mordacidade com que ele trata de temas que ainda pululam pelo imaginário atual através da figura do Walter, como a preservação da mariquita-azul (é esse o nome daquele passarinho, né?) O entendimento do Walter sobre o tema e a paixão com que ele se move para tentar resolvê-lo, para mim, foram retratados com certa mordacidade e ironia, justamente pelo fato de terem redundado, tanto 'profissional' como pessoalmente.
O que tu achou desse Walter-verde Pips?
Eu não disse que é um problema, mas quando as pessoas precisam criticar alguma obra, precisam pegar o óbvio, falar que é óbvio e por isso perde a graça.
Não entendi onde você quer chegar exatamente.