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Olha, há referências, e acho que não são poucas, ao Cristo histórico. Agora é a primeira vez que vejo alguém contestando a existência histórica de Maomé.J Maomé e Jesus são personagens de textos e ficções. Literatura.
Thor a teoria e linda, a diferença e que ela não funciona na realidade tão bem quanto no papel. Toda as suas palavras gera as mais variadas reações, e não a liberdade de expressão não e plena, o sim direito acaba quando a de outro começa, por isso que quando você expõe seu pensamento, você está sujeito a processos. Por isso eu reafirmo, os dois lados erraram, um por insultar membros de uma religião, outros por procurarem justiça de forma errada, como disse o Grimnir, eles poderiam apenas ter apelado a justiça comum.
Olha, há referências, e acho que não são poucas, ao Cristo histórico. Agora é a primeira vez que vejo alguém contestando a existência histórica de Maomé.
Ok. Então você está dizendo que não precisamos ir para o extremo de não falar nada. Basta ir para o extremo de não fazer humor burro. O que continua sendo o mesmo problema. Pela sua lógica, você acha que os extremistas seriam mais compreensivos com um humor inteligente? Além disso, quem vai definir o que é humor inteligente e burro?
Inclusive o humor envolvendo mulheres, negros, homossexuais e qualquer outra minoria em um contexto preconceituoso?Não, Iza, a minha lógica é muito simples: Existe humor de merda e humor inteligente, mas não é pq é merda que não deve existir. Fim.
Deuses, quando eu disse que não deveria existir? O que estou discutindo é a estupidez do ato, e não a liberdade de fazê-lo!
Inclusive o humor envolvendo mulheres, negros, homossexuais e qualquer outra minoria em um contexto preconceituoso?
Pergunto isso porque vejo um monte de gente pregando o direito à sátira religiosa e fazendo escândalo quando ouve piada misógina ou homofóbica.
Ambas as alternativas estão corretas?
OU SOMOS CHARLIE OU AHMED. EU SOU CHARLIE!
Wlamir Silva
Professor
Historiador
É fácil fazer o repúdio formal dos assassinatos dos jornalistas/ humoristas franceses e, incontinenti, pontuá-lo com um gigantesco MAS e transformá-lo num pé-de-página de um grosso volume dedicado a um abstrato imperialismo e uma penalizante islamofobia. Os muçulmanos não admitem que se brinque com Maomé, ora, porque não os satisfazemos? E aí não há pejo de se defender a mais deslavada censura: "Bastava que a justiça francesa tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar. 'Mas isso é censura', alguém argumentará. E eu direi, sim, é censura. Um dos significados da palavra 'Censura' é repreender.”(1).
Se alguns muçulmanos não toleram que se faça humor com seus símbolos, que todos se enquadrem aos seus desejos. Assim como aos de todo e qualquer grupo que se sinta prejudicado. Em tão simples equação pode-se proibir, por exemplo, que negros sejam representados como criminosos: "É como se fizéssemos no Brasil uma charge de um negro assaltante e disséssemos que ela não critica/estereotipa os negros, somente aqueles negros que assaltam...". E, claro, isso serve para mulheres, gays, gordos etc. É mesmo o desdobramento lógico da coisa. E também se afirma que quaisquer queixosos representam o conjunto dos ofendidos - onde eles atestam esta representação? - e a exigência de um conjunto de instrumentos e, pior, uma cultura de controle e punição aos "excessos".
E por que tudo isso se justifica? Porque os atingidos são marginalizados pelo imperialismo (2) pela mídia reacionária e por imemoriais perseguições. Em nome disso ganham foros de legitimidade os apelos à censura assentada num "anti-imperialismo" relativista e multiculturalista que garante a cada grupinho barulhento - e aqui a única coisa lamentada é assassinar... - o direito de calar a livre expressão. Além, é claro de inflar o paternalismo condescendente para com os "frágeis", como se não fosse apenas deles, de sua força, que pudesse vir a sua emancipação. O Charlie Hebdo fazia chorar porque não se enquadrou, e por isso era apenas um "departamento", alternativo, é verdade, da mídia reacionária, ou, no jargão tupiniquim, do PIG... É calando que se promove a justiça social... Será mesmo?
É curioso que governos e movimentos islâmicos extremistas sejam extremamente misóginos e homofóbicos, assim como com quaisquer desviantes sociais, inclusive com outras religiões... É o caso de se perguntar: que contribuições o radicalismo islâmico deu à crítica da ordem capitalista e a um horizonte socialista? E também que os imigrantes aceitem plenamente a ordem capitalista, desejando apenas (e quantos realmente desejam? e o que desejam?) a preservação de um nicho “cultural”, que pode conviver muito bem com a cultura consumista. O mesmo pode ser dito dos movimentos centrados em questões específicas de “raça”, gênero ou opção sexual desligados de lutas mais amplas e, por vezes, transformados em “astros” da grande mídia ou clientes do Estado. Ou seja, a única coisa que os incomoda é a liberdade de expressão?
A questão é irrecorrível. Não há como fazer conviver as duas opções: ou defendemos a liberdade de expressão ou nos rendemos ao relativismo multiculturalista. Ou enfrentamos a ordem capitalista no que ela é de fato, e discutimos as formas universais da organização da propriedade, do trabalho e da liberdade de expressão – sim, elas estão no mesmo nível de importância. Ou seremos coniventes com a ordem burguesa – e seus congêneres teocráticos ainda mais atrasados – e daremos primazia às supostas demandas identitárias e multiculturais com ela bem afinadas. A crítica ao imperialismo, incluindo aí a extrema-direita francesa, deve ser feita nos termos exatos de sua responsabilidade pela miséria criada, e não pelos falsos atalhos da censura e da divisão da sociedade em guetos que se encontram apenas nos, estes sim, inquestionáveis templos do mercado. O mercado e a propriedade são o "absoluto cultural"que ancora as relatividades periféricas e palatáveis.
Agora, ou somos “Charlie” – e tanto melhor se o acharmos “excessivo”, se algumas imagens nos incomodam, pois é nos extremos que se testa a liberdade de expressão – ou somos “Ahmed”... Até porque “Ahmed” pode ser “Charlie” – e muitos devem estar fazendo-o – e não o contrário... A bandeira revolucionária é a da tolerância universal e a liberdade de expressão deve ser dela patrimônio. É nossa tarefa separar o joio do trigo na indignação social, combater a exploração, o preconceito e as manipulações simplistas, que pretendem retirar o foco das questões de fundo. Eu sou “Charlie”!
1) Je ne suis pas Charlie.http://emtomdemimimi.blogspot.com.br/2015/01/je-ne-suis-pas-charlie.html
2) Ça faisait longtemps que Charlie Hebdo ne faisait plus rire, aujourd’hui il fait pleurer. http://quartierslibres.wordpress.co...faisait-plus-rire-aujourdhui-il-fait-pleurer/
SOMOS CHARLIE! OU SOMOS MAIS ÁRABES QUE OS ÁRABES, MAIS MUÇULMANOS QUE OS MUÇULMANOS, MAIS COMUNISTAS QUE O PCF, OU APENAS TOLOS?
Wlamir Silva
Professor
Historiador
A grande manifestação encabeçada pelo Partido Comunista Francês (PCF) reuniu 35 mil pessoas em Paris. A emblemática frase "Eu sou Charlie" e os gritos de "Charlie!" se destacaram num amálgama heterogêneo de esquerdas e outras formas de pensamento. No alto do sítio oficial do PCF, e da Frente de Esquerda, se destaca o "Nous sommes Charlie" e, mais, a convocação para a manifestação evocando os valores da República. Um pouco abaixo, o lema revolucionário de 1789, Liberté, Egalité, Fraternité[1].
*
O palestino Hamas e o libanês Hezbollah tentam se desvencilhar da identidade com os jihadistas[2]. Até porque tal identidade é muito conveniente aos seus inimigos: o sionismo, a direita europeia preconceituosa e anti-imigrantista e, de forma mais complexa e mesmo contraditória, a forças que lucram estrategicamente com o “choque de civilizações”. Afinal, a Al-qaeda foi cevada nas entranhas da Arábia Saudita, maior aliada dos EUA no Oriente Médio, e fabricantes de armamentos alimentam várias partes envolvidas.
O líder do Hezbollah diz que “que os jihadistas que realizam atentados no mundo são mais nocivos para o Islã que as obras que fazem piada com Maomé” e classifica o terrorismo de “atos imundos, violentos e desumanos”. Sem o peso maior do islamismo, o Hamas denuncia de forma contundente a estratégia de relacioná-los ao terrorismo jihadista e “condena as tentativas desesperadas do primeiro-ministro israelense de fazer uma ligação entre, de um lado, nosso movimento e a resistência de nosso povo, e, do outro, o terrorismo através do mundo”[3].
Por aqui, vemos “esquerdas” repelindo o “Eu sou Charlie”. Uns em nome de uma canhestra construção ideológica pela qual a crítica ao terrorismo extremista religioso corresponderia ao fortalecimento do imperialismo e da direita europeia[4]. Para estes é preciso aceitar tudo o que é, confusamente, árabe e antieuropeu. Creditam ao problema cultural os problemas dos imigrantes, desconhecem os problemas dos trabalhadores europeus e reforçam, assim, as construções socialmente separatistas da direita: jogam os trabalhadores franceses no colo de Le Pen!
Outros rejeitam o “Eu sou Charlie” por não admitirem a liberdade de expressão como questão de fundo. Lamentam apenas os assassinatos, mas demonstram o desejo de censura contra “excessos”. Uns pelo que para eles – e para os assassinos do Charlie – parece um inaceitável ataque à religião. Um deles, curiosamente um religioso..., diz com todas as letras: “Nem toda censura é ruim”[5]. Para outros o Charlie era também islamofóbico, por, supostamente, representar muçulmanos como terroristas (deviam vesti-los como Charlie Chaplin?) e, eventualmente, terem sido desrespeitosos com negros e mulheres...
Classificando o periódico como islamofóbico, racista e misógino, alguns encontram ali uma espécie de versão politicamente correta do infantil: “bem feito”! Para eles não importam os contextos, o caráter limítrofe do estilo satírico ou o peso de cada charge na história de um jornal de 45 anos de existência. Mas, o fundamental e que para estes a liberdade de expressão deve ser a liberdade de expressão do que ELES consideram bom, justo e aceitável...
Tal postura é ainda mais sensível pelos que toleravam a mais ácida crítica à religião, com a qual concordam, mas estrilaram contra uma ou outra charge tida por racista, tema mais sensível ao politicamente correto tupiniquim. Afinal um humorista com pretensões “politicamente corretas” aponta o fato de o pastor Marco Feliciano haver externado “o desejo de que o Porta dos Fundos ‘brincasse com islamismo pra ver o que é bom pra tosse’”[6]. Ou seja, a correção e o desrespeito são seletivos. Politicamente incorreto, passível de censura e punição, e até compreensivelmente inspiradora de violência é aquilo com que nós não concordamos.
Não parece pensar assim o PCF, ou a Frente de Esquerda francesa. Ou não grafariam o Liberté, Egalité, Fraternité, como princípios que devem ser ampliados e plenamente realizados, não negados como "brancos", europeus e elitistas. Não clamariam à República e, de certo modo, à Nação, como dimensões históricas a serem transformadas, e não negadas frente a um “periferismo” racialista, piegas e idealizado. Não negam, pois, a liberdade de expressão como princípio universal a ser aprimorado. Não negam os trabalhadores franceses, o conjunto da sociedade, ou os confundem com a tal “elite branca”, e não os jogam nos braços da extrema-direita. Não confundem terrorismo com árabes ou islâmicos.
E não, não nos rendemos aqui ao que diz o PCF, ou o Hamas... Ou qualquer outro. Precisamos pensar por nós mesmos. Fugir por nós mesmos nas nossas armadilhas culturalistas e identitárias. Discutir nossas tendências a relativizar a liberdade de expressão diante da cara feia de grupelhos obtusos. Pôr em questão a tentação de dividir a classe trabalhadora em busca de “atalhos” aparentemente mais fáceis do racialismo, da política de gênero, de sexualidade ou juventude[7]. Sobretudo ter como central o mundo do trabalho e, ainda mais, a crítica ao complexo sistema capitalista e a perspectiva de sua transformação radical. Só assim deixaremos de ser 1% nas eleições, retomaremos paulatinamente o significado político e fortaleceremos os que no mundo também assim o desejam.
* Todas as imagens foram retiradas do sítio oficial do PCF.
[1] Nous sommes Charlie - Marche républicaine dimanche 15h00 de république à Nation.
http://www.pcf.fr/, acessada em 12 de janeiro de 2015. O ponto de partida e de chegada, as praças da República e da Nação, também têm seu significado.
[2]http://www1.folha.uol.com.br/mundo/...as-condena-ataque-contra-jornal-frances.shtml.
[3] Idem.
[4] Plínio Zúnica: Por que não sou Charlie Hebdo. http://www.vermelho.org.br/noticia/256927-6
[5] Trata-se do senhor Leonardo Boff. Boff foi condenado em 1985 pelo Vaticano e cumpriu a pena, literalmente, religiosamente. Parece para ele natural submeter-se a ditames teocráticos... https://leonardoboff.wordpress.com/2015/01/10/eu-nao-sou-charlie-je-ne-suis-pas-charlie/
[6] Gregório Duvivier. Viva a falta de respeito, humor não é ofensivo. http://www1.folha.uol.com.br/coluna...-falta-de-respeito-humor-nao-e-ofensivo.shtml
[7] Questões importantes, mas que não podem ser centrais, em parte porque podem ser resolvidas ou avançadas no âmbito burguês, e devem ser absorvidas no seio e dinâmica de movimentos globais . Em especial é problemática a separação dos trabalhadores em nichos identitários, os separando e mesmo os opondo pela cor, gênero, opção sexual ou faixa etária.
ia ser muito engraçado ver a galera da firma ou algum evento social importante aparecer no telão os seus posts.O legadinho do Pagz na Valinô.
se você considerar a biblia como referencia (lembrando que nela tem o livro da genesis), a situação não é positiva para o "filho de deus encarnado(?!)"Olha, há referências, e acho que não são poucas, ao Cristo histórico. Agora é a primeira vez que vejo alguém contestando a existência histórica de Maomé.