Não gostei do jeito que ele lida com os mecanismos de busca. Ele te obriga a escolher um padrão. Não é rápido ficar mudando entre eles. E tem espaço de sobra ali do lado direito da barra de endereços pra colocar o menu com os mecanismos de busca, como o FF e IE faz. É bom que ele seja minimalista, mas isso foi exagero.
Você não precisa escolher um padrão, meu caro. Escreve "br.yahoo.com alguma coisa". Isso vai fazer uma busca direto na Yahoo! para a frase "alguma coisa". Dá para configurar nas opções para ter de escrever alguma coisa mais simples, como
yh ou apenas
y. Se você não adicionou a Wikipédia PT, por exemplo, depois da primeira pesquisa por um termo lá é só escrever "pt.wikipedia.org escrita" para buscar na Wikipédia em português pelo verbete "escrita".
Isso nem o Firefox (que eu sou fã, juro!) faz. Eu preciso fazer a adição da palavra-chave manualmente no FF, enquanto o Chrome faz automático.
Eu utilizei ele um dia inteiro antes de falar alguma coisa. Primeiro, o bicho roda qualquer web app muito rápido. Em um computador de 256MB de RAM como o meu do trabalho, isto é crucial. Meu chefe é sovina pra caramba, além de tecnofóbico, e não quer saber de comprar domínio próprio (muito menos PC). Portanto, uso o meu próprio e-mail no trabalho, que é Gmail. Trabalhar no Excel com o Gmail aberto ao mesmo tempo era um suplício, ao menos até hoje.
Várias vezes ocorria de alguma aba trancar o meu Firefox inteiro. Hoje isso ocorreu uma vez com o Chrome. E, como prometido, pude finalizar aquela única aba, sem perder o que estava aberto nas outras.
Contudo, para quem não sabe, o truque do Chrome está em rodar qualquer JavaScript bem mais rápido do que qualquer outro. Hoje eu cheguei em casa e fiz um teste com os meus três navegadores, utilizando o sistema de
benchmark disponibilizado pela própria Google. A pontuação recebida nos testes foram (vocês podem ver as screenshots no meu
álbum do flickr):
- Chrome: 1825;
- FF3: 192;
- IE7: Trancou no primeiro teste. No segundo, 60.
Tem várias outras pessoas que rodaram benchmarks do Google Chrome hoje, com scripts mais complexos para testar bem o V8. É só dar uma procurada na internet (o Friendfeed é um bom lugar para fazer essa busca, porque hoje tudo que se falou lá foi disso).
(Uma coisa que eu notei enquanto criava essa lista: o Chrome tem uma opção que permite que você impeça uma página de abrir qualquer outra caixa de diálogo. Essa opção é extremamente inteligente!)
Mas eu dou o braço a torcer em duas coisas: nem tudo funciona com o Chrome, e nem em tudo o Chrome suplanta o Firefox. Para fazer o upload para o site do Flickr, o Chrome não funcionou. O próprio Matt Cutts, que é o engenheiro responsável pelo departamento de controle de qualidade de resultados e combate ao
webspam da Google (e é de longe o engenheiro mais próximo aos webmasters) diz que ele está utilizando há meses o Chrome como navegador padrão, mas para algumas tarefas do trabalho dele há algumas extensões do Firefox que facilitam muito a vida dele.
No fim das contas o que me chamou mais atenção mesmo foi o fato da Google ter deixado toda a codificação com uma licença
open source. A idéia da Google não é dominar esse nicho, mas sim apressar o desenvolvimento de áreas que são cruciais para eles, ou seja, a velocidade. O próprio Larry Page na entrevista coletiva de ontem disse que a idéia era que navegadores mais velozes permitem que o usuário faça mais buscas, e é aí que eles realmente ganham dinheiro.
Esse movimento já está dando resultado. Hoje
a Mozilla teve de dar sinal de vida e exibir resultados de um benchmark rodado por eles comparando o V8 contra o TraceMonkey, que será a máquina que rodará o JavaScript no FF 3.1, mostrando que eles serão mais rápidos do que o Chrome. Esse novo navegador da Google, enquanto agente catalisador de mudanças no cenário dos navegadores, é um sucesso já, IMO.
Tenn' enomentielva!
Nota sobre a notícia do FF 3.1: O CTO da Mozilla Foundation é o criador da linguagem JavaScript, Brendan Eich. Deveria ser quase questão de honra pra ele fazer o navegador que roda JS mais rápido no mundo inteiro.