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George Orwell [Eric Arthur Blair]

Mas se é possível ou não, pouco importa, Trillian. É uma obra de ficção que faz uma alegoria a uma relidade que acontecia na época. Obviamente a forma de controle utilizada pelo Partido era absurda, mas a idéia é retratar o totalitarismo causado por um regime auto-proclamado socialista, o tal do Ingsoc. Não é para ser ao pé-da-letra.

Mesmo assim, pelo pouco que conheço do período Stalinista na URSS, Castrino em Cuba e de Mao Tse na China, as torturas e assassinados por mera suspeita de que um cidadão fosse contra a "revolução" não era obras de ficção, bastava uma denúncia sem provas e a pessoa estava fodida. Além disso, se formos pegar as diferenças que viviam os membros do Partido Externo para os membros do Partido Interno, não fica muito longe da ficção, enquanto o povo vive racionado, os grandões tem do bom e do melhor.
 
Ué, mas eu estava me referindo ao fato de muita gente dizer que o Orwell previu muita coisa que acontece hoje em dia. Que estamos vivendo "a era do Grande Irmão", etc. O que eu acho um exagero. Obvio que tudo não deve ser levado ao pé da letra, mas ainda assim um exagero. Não para a época do comunismo, mas pra hoje.
Quanto a serem alegorias pro que já acontecia, eu concordo, e disse isso no meu último post. =P
 
Trillian disse:
Ué, mas eu estava me referindo ao fato de muita gente dizer que o Orwell previu muita coisa que acontece hoje em dia. Que estamos vivendo "a era do Grande Irmão", etc. O que eu acho um exagero. Obvio que tudo não deve ser levado ao pé da letra, mas ainda assim um exagero. Não para a época do comunismo, mas pra hoje.
Quanto a serem alegorias pro que já acontecia, eu concordo, e disse isso no meu último post. =P

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They are watching you. :risada diabólica:
 
Tá bom, desisto :mrpurple:

Pra não ser um flood descarado, eu vou ver se acho meu Revolução dos Bichos aqui em casa, leio e depois edito XD Alguém aí leu? Eu peguei pra ler duas vezes em duas noites aleatórias, fui até a metade nas duas, parei e por algum motivo desconhecido nunca mais peguei pra ler de novo. o_o
 
Mandaram esse texto em uma lista de discussões da qual participo e achei legal compartilhar aqui com vocês:

Consta que George Orwell escreveu o romance "1984"(Nineteen
eighty-four) em 1948, sendo o título da obra um anagrama para o ano de
redação. Em 2008, portanto, completam-se sessenta anos da existência desta
obra fundamental para a literatura do século XX, sendo de esperar que
surjam, no fandom brasileiro, estudos e análises sobre o autor e o livro.
Romance do tipo distópico, "1984' é uma obra isolada no contexto
de sua época, perturbadora e marcante, na sua feroz previsão de um mundo
absolutamente totalitário, alimentado por guerras permanentes entre os
super-estados (Oceania, Eurásia e Lestásia) e, na Oceania, pela adoração
induzida à misteriosa figura do "Grande Irmão" (Big Brother), do qual nem o
nome se conhece, embora sua foto esteja espalhada por toda a parte,
onipresentemente.
Na 29a. edição brasileira, da Cia. Editora Nacional (SP, 2005)
podemos ler palavras de George Orwell na contracapa:

"O meu ponto de partida é sempre um sentimento de partilha, uma
noção de injustiça. Quando sento para escrever um livro não digo para mim
"vou produzir uma obra de arte." Escrevo porque existe alguma mentira para
ser denunciada, algum fato para o qual quero chamar atenção, e acredito
sempre que vou encontrar quem me ouça." (...)
"Se você quer imaginar uma imagem do futuro, imagine uma bota
prensando um rosto humano para sempre." (esta é fortíssima)

E o comentário editorial da contracapa:

"1984" não é apenas mais um livro sobre política, mas uma
metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de
privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos
indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e
guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade
caminhar para o cenário antevisto em "1984", o indivíduo não terá qualquer
defesa. Aí reside a importancia de se ler Orwell, porque seus escritos são
capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que correm e de
mobilizá-las pela humanização do mundo."

Nas orelhas, palavras também importantes:

"O mais famoso dos romances de George Orwell foi escrito dois
anos antes da morte do autor. Tuberculoso, sabendo que o fim se aproximava,
lutou contra o tempo para colocar no papel sua visão de um mundo que o
desapontava e caminhava perigosamente para o oposto de todos os sonhos de
fraternidade e solidariedade dos antigos socialistas. (...)
O enredo, sob a perspectiva de oceania, mostra como teletelas
permite que o chefe supremo do Partido, o Grande Irmão (...) vigie os
indivíduos e mantenha um sistema político cuja coesão interna é obtida não
só pela opressão, mas também pela construção de um idioma totalitário, a
Novilíngua, que quando estivesse completo, impediria a expressão de qualquer
opinião contrária ao Partido. (...)"

Uma das obras mais íntegras da ficção científica (tipo distopia)
"1984" surpreende pela simplicidade do seu enredo, enxuto de coisas
desnecessárias, profundo e tenso. Um mundo fechado em si mesmo, teoricamente
possível, onde a liberdade de expressão desapareceu, substituída pelo medo
constante onde até as crianças aparecem como prováveis delatoras de seus
pais. Surpreende também que, a par da extrema importancia da mensagem,
aparece também a excelencia do texto, que flui facilmente apesar do clima
sufocante, não faltando um certo senso de humor britânico na crua exposição
dos aberrantes costumes da classe dominante, o chamado "Partido Interno", em
sua descarada manipulação dos fatos, alterando sistematicamente o passado
histórico ou até mesmo fatos recentes de conhecimento público. Por exemplo,
quando a ração semanal de chocolate é reduzida para vinte gramas por semana
(!) e poucos dias após já se agradece ao Grande Irmão por haver aumentado a
ração para vinte gramas.
Analisar "1984" em sua grandeza e significado é uma tarefa
arriscada, pois quem a tentar corre o risco de ficar muito aquém do valor do
livro. Em suma, trata-se de um dos poucos livros que fizeram história, que
modificaram o mundo, ao despertar consciencias adormecidas através da sua
estupenda mensagem.
Há várias adaptações cinematográficas da obra, cheguei a
assistir a mais antiga.
Um autor brasileiro, Roberval Barcellos, tentou em sua noveleta
"O Camarada O'Brien" uma continuação livre da história.
Vamos ver o que surgirá ao longo de 2008, em torno de "1984' e
seus sessenta anos.
 
Eu comecei a ler 1984 e não gostei, não fiquei estimulada a continuar, achei meio sem noção. Mas como sempre lia opiniões favoráveis ao livro, resolvi tentar mais uma vez. E dessa vez sim, não consegui mais largar o livro até eu terminar! O livro é diferente, fez com eu ficasse pensando se vivesse naquele cenário, me deu agonia de ler o "sofrimento" dos personagens diante das situações relatadas...
Mas quando terminei de ler fiquei feliz ao saber que não moro num país daquele, que tenho liberdade, mesmo que muitas vezes ache que não, que posso vestir, comer, falar, ler o que bem entender.
Certamente entrará para a lista dos melhores livros que já li!
 
Eu li tanto Revolução dos Bichos quanto 1984. E eu prefiro Revolução dos Bichos, por incrível que pareça.
Pra mim, ambos livros tem uma crítica direcionada, que é o regime comunista russo. Isso é mais explícito no Revolução dos Bichos, onde cada porquinho pode ser visto como uma figura histórica soviética (Napoleão seria Stálin, Bola-de-neve seria Trostky e o primeiro porco, que fala da revolução, seria o Lênin).
Eu concordo com o que foi dito em alguns posts anteriores. O Revolução dos Bichos é uma visão mais superficial. 1984 é mais profundo. Ainda diria que "Revolução..." é algo mais geral, já que não temos um protagonista fixo. No 1984 é algo mais particular, já que temos um personagem principal e nós vemos os acontecimentos/ansias/problemas através dele.

Enfim, adoro o Orwell. Tou pra comprar a Flor da Inglaterra há um tempo, mas sempre me aparece um livro na frente.

PS: Algumas pessoas vêem 1984 como parte de uma "trilogia". Os outros dois livros seriam Laranja Mecânica e Admirável mundo novo.
PS2: O Pink Floyd tem um álbum sobre o Revolução dos Bichos. O nome é Animals. Aquele porco que tem em todo show do Roger Waters vem daí. Os Beatles fizeram uma música sobre o livro também. É do George Harisson e o nome é Piggies.
 
"Se você quer imaginar uma imagem do futuro, imagine uma bota
prensando um rosto humano para sempre." (esta é fortíssima)

Esta frase é mesmo impactante, uma metáfora perfeita à opressão autoritária do panorama contemporâneo. Lembrem-se que o autoritarismo não é só político e deflagrado de uma maneira explícita. E o autoritarismo implícito da nossa tão louvada democracia neoliberal de fachada, onde muitas pessoas são excluídas do processo de evolução sócio-tecnológica e não possuem autenticamente plenos direitos, submetidos a uma pequena e privilegiada classe de patrões e de tecnocratas (aí já adentra-se a questão da tecnologia)? O autoritarismo imposto pelo capitalismo selvagem e que absorve vorazmente tudo que a ele não se amolga, e que mantém muitos num estado de alienação, ignorância e miséria?

Pra mim, ambos livros tem uma crítica direcionada, que é o regime comunista russo.

Não é algo tão direto e evidente assim, Nekoju. Mesmo sendo mais direto ao stalinismo, o intuito primário de George Orwell sempre foi uma crítica profunda e incisiva ao totalitarismo de modo abrangente, seja ele capitalista, tecnológico, socialista, socialista-comunista, imperialista, etc. Ele foi um autor extremamente libertário e contrário a qualquer forma de autoritarismo, como eu, que sou defensor do socialismo libertário e do anarquismo, que preconizam a autoridade/poder hierárquico como um mal a ser extirpado. Por isso, ele é um dos meus escritores favoritos.

Os outros dois livros seriam Laranja Mecânica e Admirável mundo novo.

Eu diria que são Admirável Mundo Novo e Fahrenheit 451, do Ray Bradbury.

Uma resenha crítica de minha autoria acerca de 1984, sem edição, antes publicada no Point:

1984 (1949), escrito pelo autor britânico - mas nascido na Índia - George Orwell, é um livro que retrata uma Londres futurista (em relação à época em que foi escrito) e de aspecto desolado, arruinada por constantes bombardeios, frutos de guerras constantes que assolam todo o mundo. É também uma Londres controlada por um Partido único, o IngSoc (Socialismo Inglês), que detém o poder autoritário com mãos de ferro e controlando mentalmente seus partidários através da invasão de privacidade e programas alienadores (todas as casas possuem aparelhos chamados teletelas, uma espécie de TV, que vigia os seus moradores e exibem tanto programas vazios quanto semeadores do ódio a qualquer idéia contrária ao Partido).

A obra exibe esse cenário desolador através da vida de Winston, que se descobre um dissidente do Partido e, movido pelo amor a uma colega também dissidente, rompe sub-repticiamente com algumas idéias defendidas pelo IngSoc. Está claro que o livro é uma crítica direta aos sistemas totalitários vigentes na época, como o nazismo e, mais especificamente, o comunismo. A obra denuncia os perigos de qualquer regime autoritário, centrado na deturpação de idéias (o comunismo de Marx, uma grande e bela idéia com a qual eu concordo em vários pontos, pois sou esquerdista libertário, foi manipulado e deturpado, transmutando-se no stalinismo), alienação das massas, economia fortemente fechada e centralizada, além, claro, da restrição de inúmeras liberdades, como a de expressão.

Outra crítica facilmente perceptível em 1984 é a do uso da tecnologia na invasão de privacidade - na verdade uma crítica como que profética -, algo que está ocorrendo hoje de forma sub-reptícia em alguns países, com o intuito de controlar o cidadão. É também perceptível em 1984 a crítica à mídia como instrumento de manipulação das massas - e também dos que não são considerados "a massa". Também está lá presente no livro a figura centrl do Big Brother - a semelhança com o BBB não é mera coincidência -, o olho que tudo vê, tudo sabe. Um fato interessante é que George Orwell foi um esquerdista que se deu conta do caminho que o stalinismo estava tomando, e tratou de refutá-lo e denunciá-lo até o fim da vida.
 
Não é algo tão direto e evidente assim, Nekoju. Mesmo sendo mais direto ao stalinismo, o intuito primário de George Orwell sempre foi uma crítica profunda e incisiva ao totalitarismo de modo abrangente, seja ele capitalista, tecnológico, socialista, socialista-comunista, imperialista, etc. Ele foi um autor extremamente libertário e contrário a qualquer forma de autoritarismo, como eu, que sou defensor do socialismo libertário e do anarquismo, que preconizam a autoridade/poder hierárquico como um mal a ser extirpado. Por isso, ele é um dos meus escritores favoritos.
É, em relação ao 1984 eu concordo com você. Realmente, é contra o totalitarismo e autoritarismo no geral. Mas o Revolução dos Bichos eu faço uma leitura crítica direta ao stalinismo. Até pela discussão de espalhar a revolução por outras fazendas ou concretizá-la na fazenda em que os animais estão.
 
Li 2 livros de Orwell: A revolução dos bichos (sensacional) e A flor da Inglaterra (interessante, mas nada de mais).

Quero muito ler 1984.
 
Eu estou pensando em fazer o meu TCC sobre o relato da participação dele na Guerra Civil Espanhola.

Ele escreveu sobre isso no Lutando na Espanha. Ainda não li, quando comprar ele e ler eu volto para contar como é.
 
Li 1984, foi uma experiência intensa. Concordo com uma expressão que vi aqui no forum é um soco no estômago, nada pode ser pior que a tortura psicológica, pois as cicatrizes são eternas. Para mim o livro faz uma crítica a qualquer tipo de regime totalitário não apenas ao comunismo.
 
Uma dica para quem curtiu 1984 é procurar o livro 1985, escrito pelo autor de Laranja Mecânica, Anthony Burgess. Ele vai a fundo na análise do livro do Orwell e, embora às vezes se torne verborrágico demais, traz boas contribuições não só para entender a obra, mas para avaliá-la vários anos depois que ela foi escrita, seja para reforçar acertos assustadores seja para descontruir essa aura de profecia absoluta.
 
Uma dica para quem curtiu 1984 é procurar o livro 1985, escrito pelo autor de Laranja Mecânica, Anthony Burgess. Ele vai a fundo na análise do livro do Orwell e, embora às vezes se torne verborrágico demais, traz boas contribuições não só para entender a obra, mas para avaliá-la vários anos depois que ela foi escrita, seja para reforçar acertos assustadores seja para descontruir essa aura de profecia absoluta.

Obrigado pela dica Lucas mais um para minha extensa lista. do Anthony Burgess eu li justamente Laranja mecanica, e confesso que 1984 foi mais impactante para mim.
 
Lá vou eu reviver um tópico de 2011. Desculpem-me, nem sei porque vim parar aqui, acho que as coisas no escritório andam muito devagar, mas aconteceu e eu não pude deixar de perceber que o pessoal aqui leu 1984 e Revolução dos Bichos, assim como a maior parte do mundo. Parece que ele só escreveu esses dois livros, ou só estes são bons. Até me senti estranho por ter lido outros dois livros dele, mas ainda não ter lido 1984, nem a Revolução...
Dele eu li Na Pior em Paris e em Londres e uma coletânea de ensaios chamada Como Morrem os Pobres. Achei ambos excelentes, pois hoje nós vemos muitos jornalistas e "ativistas" falando sobre a desigualdade social e a pobreza, mas não realmente viveram essa situação e, frequentemente, não fazem a menor ideia do que estão falando. Orwell escrevia sobre a questão social, pois tinha sentido a desigualdade na pele. Andou de albergue em albergue por vários anos, e é isso que eu acho fascinante nesse escritor. Além disso, ele não era escravo das opiniões, era comunista, mas via as falhas do regime e escrevia sobre elas de forma sincera. Escrevia sobre tudo por meio da observação e vivência, acho que é por isso que ele é tão admirado.

Alguém mais leu os outros livros do Orwell (além de 1984 e A Revolução dos Bichos)?
 

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