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Comunismo

Arrrr preguiça de sair quotando, mas vamos lá... :-P

Caranthir disse:
A luta de classes, ao meu ver, é um erro. Porquê luta pressupõe que, no fim, haja vitoriosos e derrotados. O proletariado vai derrotar a burguesia e viver feliz. Porra, pára com isso! Então eu vou ter que tirar de todo mundo o direito de posse só pra atender à uma outra parcela da população? Onde está a eqüidade que você defende logo abaixo? Eu sei que precisamos dar um jeito em que passa fome e vive em condições desumanas (eu propunha um modelo socialista no Vox Populi, lembra?), mas o caminho não é podar a liberdade dos outros de possuir, e sim estendê-la à quem não a tem. Não é restringir, mas sim possibilitar o acesso à mercados, lugares, etc.
Mas você reparou que eu só defini luta de classes, e não a defendi, certo? Sequer o próprio Marx propunha isso; foi apenas o método que ele concluiu inevitável para uma sociedade com pretensões igualitárias. Ele próprio dizia: "O que estou fazendo é ciência, não tem nada a ver com a moralidade." Seus escritos foram resultado de um longo trabalho científico, filosófico, sociológico, econômico... era um gênio: eu não tenho base suficiente para questioná-lo. Uma coisa que nos facilitaria para analisar se ele estava certo ou não seria observando a implementação prática do que ele dizia em algum país, mas não temos absolutamente nenhum exemplo.

É exatamente isso, Eria: cria-se uma classe-única, não uma inversão de classes. Essa classe única é o proletariado-geral. Quem passa a fazer o papel de burguesia é o Estado. O Estado comando o povo e dita as regras. Muito parecido com o que a burguesia faz hoje em dia, não? Só que, no comunismo, isso é por "um bem maior e comum". Magneto total!
Aí entramos nas especulações. Repito: eu pessoalmente não tenho a menor idéia do que aconteceria caso perdêssemos os instrumentos que nos definem classe dominante (concentração de renda e terra, maioria no parlamento, mídia, polícia...). Acho que não dá pra prever o resultado de uma revolução de tamanhas proporções.

Olha, Eria, calma lá. A sociedade capitalista TEM DE SER solidária com pesquisadores, órgãos públicos, institutos de pesquisa, porquê ela depende deles: ela depende de tecnologia para produzir mais e a custos menores, depende de isenções de impostos, etc. Agora, porquê ela não é solidária com os sem-terras? Porquê o capitalismo não precisa deles. Um bando de gente desqualificada e sem casa, quem iria querer um povo desse? O problema é esse: falta "humanidade" no coração dos dirigentes do capitalismo. Falta, sei lá, "caridade", amor mesmo. Falta respeito aos outros homens. Nisso eu concordo. Mas essa falta de respeito não é do sistema, e sim das pessoas que o dirigem!
Olha só, Caranthir, você se contradisse. Primeiro disse que essa negligência à questão dos sem-terra é inerente ao capitalismo, depois disse que a culpa não é do sistema.


Se todos as 6 bilhões de pessoas do mundo fossem qualificadas e produtivas, o capitalismo seria um MEGASISTEMA SUPERFODA. Só que os dirigentes não entendem isso, preferem investimentos à curto prazo para que eles mesmos os aproveitem em suas vidas, em detrimento dos frutos que seus filhos/netos/bisnetos poderiam colher no futuro.
Realmente, a educação seria o meio para promover a inclusão dos excluídos no sistema. Mas eliminaria os nossos problemas? Gostaria de fazer um estudo aprofundado sobre o assunto, pena que estou sem tempo. Por ora, não falo sobre o que não sei.

Em momento algum eu disse isso. E, cara, você tem que enxergar o que tá dizendo: você está criticando o que as pessoas fazem, e não a caridade em si! A caridade pressupõe "dar de si sem pensar em si". O que nós fazemos no nosso dia-a-dia não é caridade, é "dar de si por pernsar em si". A caridade não é o caminho para a união de todos os povos e solução dos problemas do mundo, mas é muito mais do que um mero paliativo. Se todos nós contribuíssemos com os outros homens e com esse mundo sem esperar nada em troca, seríamos, no mínimo, criaturas melhores.
Sublinhei a falha em seu discurso.

O estado é anatural, Eria. A ação do Estado restringe a liberdade humana! Eu sou defensor da liberdade em todos os sentidos, pra mim, quanto mais liberdade, melhor. Eu chego a considerar a liberdade com a única (ou uma das únicas) coisas naturais que existe em nossa sociedade. Quanto menos restringí-la melhor! É claro que isso provoca convulsões bizarras no sistema. Pessoas exploradas, etc. Mas a solução não é um Estado super-poderoso que vem educar todo mundo segundo os valores de alguns que foram elegidos como os "mais corretos", vulgo socialismo. Eu tenho que abaixar a cabeça e dizer que ainda NÃO SEI como regular um sistema como o que proponho: onde a liberdade dos seres seja plena. Obviamente que isso de "liberar geral" é utópico, surreal demais. Mas é o modo mais "natural" de se viver. As leis são criadas por nós, homens. Se elas não existissem, deveria haver um meio "natural" de não nos aniquilarmos a todos... O que eu ando buscando é isso: o modo mais natural de se viver, e como ele seria aplicável na nossa sociedade.
Sou a favor de certas liberdades. Outras provocam inevitavelmente o caos, e por isso existem leis. O problema é que leis são, também, um instrumento de dominação. Por isso sou pessimista em relação à possibilidade de uma harmonia social, e sigo pelo caminho de Marx. Não que eu defenda isso, mas é o que eu acho mais provável: necessariamente, haverá uma classe no poder.

Eria, a caridade é feita de homem para homem. A assistência, de Estado para homens. É óbvio que ela vai atingir mais gente porquê o aparato do Estado para fazê-la é maior! Mas, às vezes, uma pessoa ganha mais com uma visita sua à casa dela na favela e sua permanência lá por algumas horas do que com um cartão do Governo que serve para sacar dinheiro em um caixa-eletrônico todos os meses. Em outras palavras, a caridade "de homem pra homem" leva "calor humano", é algo humanitário mesmo. Por mais que ajude menos pessoas, é bom de se fazer. CLARO que, como já dizia Nietszche, isso atende a sua própria necessidade de fazer caridade, mas foda-se. Se você estiver ajudando os outros por se sentir bem com isso, quem liga?
Calor humano não mata a fome nem aproxima um miserável da dignidade, mas não sou contra isso. Só acho que só um programa de grande escala de distribuição de riquezas e educação, como você mesmo propõe, é que pode produzir alguma mudança de fato. Caridade parece só servir pra amenizar a gravidade da nossa barbárie.

Há outras maneiras de reduzir a desigualdade mais rapidamente: educação, educação, educação, educação, educação, educação, educação, educação... auxiliada por um Bolsa Família, que seja. Mas qualifique as pessoas e jogue-nas no mercado de trabalho que você vai ter muito mais sucesso do que apenas dar dinheiro para elas todos os meses. O Bolsa Família é bacana, ele obriga as crianças a estarem na escola e tals, mas do que adianta isso se as escolas públicas são lixo?
Concordo, exceto por uma coisa: educação não é um processo capaz de modificar uma sociedade complexa como a brasileira rapidamente - é de longo prazo. De fato, deveria haver mais investimento no setor, mas há a necessidade de medidas compensatórias para as gerações que não alcancem o resultado do programa.



Quanto ao resto da discussão sobre a economia, eu não me sinto capaz de questionar um princípio básico jamais questionado pelos grandes mestres economistas, liberais, fisiocratas, protecionistas, de todo tipo. Na verdade, já chega a um ponto que eu realmente não conheço, por isso nem me alongo.

Mas esta opinião eu tenho mais ou menos fixa: o modelo capitalista por si só tem intrínseca a impossibilidade de igualdade, por sua inevitável concentração de riquezas. Se a maior parte dessa riqueza fosse arrecadada através dos impostos ou reinvestida por iniciativa privada em favor da economia do país, cujo Estado fosse capaz de garantir uma distribuição razoavelmente justa, aí poderíamos ter, talvez, uma sociedade diferente: sem igualdade, mas ao menos com dignidade. O problema é que esse último ponto nunca acontece, pois o próprio Estado se enfraquece induzido pelo sistema.

As privatizações são um bom exemplo: empresas surgem, recebem investimentos e crescem, tudo com dinheiro público; quando estão estabilizadas e gerando riquezas para o país, passam para o controle de um grupo monopolista que não reinveste os ganhos na nação.
 
Última edição:
Não há condições de responder à todos, assim, selecionei alguns posts (principalmente da página 8). As discussões das páginas seguintes são menos imbecis, mas não há como discutí-las sem estabelecer a base que falta à grande parte dos posts na página 8.

Se o tempo permitir, continuo depois da página 9 em diante.

Bem, uma das grandes qualidades do homem é a sua incessante busca pela evolução, não é? Ou tu acha que a melhor maneira de se abordar uma mulher é bater com a sua clava na cabeça dela e arrastá-la para a sua caverna?

Cientificamente, e de forma generalizada, a evolução (social) não é mais pensada como única e linear há, pelo menos, uns 80 anos. Muito mais do que isso, ainda que não de forma generalizada, se olharmos nos lugares certos: Marx, por exemplo, rompe com essa idéia reducionista desde muito cedo na sua obra.

Em outras palavras: a história do homem não é uma linha reta e verdejante em direção ao progresso. Progresso cuja forma, repito, não está dada.

É evidente que o capitalismo traz em seu interior diversos progressos em relação à outros modos de produção (como o feudalismo, escravismo etc), principalmente em relação ao aumento incrível de produtividade do trabalho. Isso não significa, no entanto, que seja o último estágio da evolução humana, tão pouco que tais progressos ofusquem totalmente as diversas contradições inerentes à ele.

Eu só me referi aos estados como comunista se me destraí, pois sempre tive o cuidado a dar o nome correto aos bois: sempre chamei de estados socialistas.

Pois você continua dando o nome errado aos bois: esses Estados, aos quais você se refere, não eram nem socialistas, nem comunistas. Como eu já disse (algumas vezes), são classificados como "Capitalismo de Estado".

Antes que o digam, é absolutamente irrelevante para essa questão como esses Estados se auto-denominavam. Se o PFL pode ser chamado de Democratas, o partido chinês de Partido Comunista, ou ainda, o atual governo português ser do Partido Socialista, só demonstra que auto-denominação diz muito sobre a imagem que se pretende passar e muito pouco sobre o que se realmente é.

Assim como não se vê em lugar algum na literatura capitalista um dogma que pregue que os países pobres devem ser abandonados à míngua, entretanto é a principal acusação que os partidos de esquerda fazem ao modo de vida capitalista.

Não há, à rigor, uma "literatura capitalista". Temos os neoliberais, os liberais clássicos (ainda que esses sejam anacrônicos), os neoclássicos etc. Eu não me lembro de ter entrado na temática "partidos políticos", o que é importante, já que a crítica marxiana e, em grande medida, a marxista, vai muito além de crítica à "desigualdade desejada" (?).

É evidente que você nunca leu nenhuma linha delas, por isso toda a sua base de argumentação (e de outros) é frágil, quase inexistente. Se esse debate fosse razoável, você jamais indicaria isso como "a principal acusação dos partidos de esquerda", querendo dizer que tem alguma relação basilar com o marxismo.

Mas, o que é bastante curioso, dependendo de o que você entende por "deixar à míngua", é possível achar esse tipo de instrução em documentos de organismos internacionais, como o Banco Mundial. Falo isso, ao contrário da maioria das pessoas que estão participando do tópico (com raras exceções) não de orelhada, mas porque conheço essa documentação. Obviamente, tais instruções não são explícitas, textuais, mas transparecem em cada programa que aconselha privatização de hospitais, seguro-saúde pago para todos etc etc.

Bom, eu cito uma situação exatamente inversa e bastante atual: o Chávez, na Venezuela resolveu reestatizar os meios de comunicação e "pimba", simplesmente mandou fechar todas as estações de TV do país. Quer outra situação? Tem o Stalin que, na URSS mandou deportar uma penca de gente durante a guerra. Ele deportou tanta gente que o quadro étnico do país chegou a ser alterado. Eu dei uma pesquisada aqui e não achei nada que dissesse que esses ditadores fizeram um plebiscito ou um referendo na época pra obter o aval da população.

O que o Polar disse, se ele me permite a intromissão, é que a URSS, que você indica como país comunista (ou socialista, nos seus termos) teve origem não em uma ditadura, mas de organizações populares, os soviets. Ou seja, no mundo absurdo em que a URSS aparece como modelo de socialismo e se apregoa de forma irresponsável que todo socialismo é fruto de uma ditadura, ainda seria necessário explicar a origem (e o primeiro desenvolvimento) da Revolução Russa, em especial os soviets.

Desculpa, mas uma das principais características de um governo socialista é o totalitarismo, presente em praticamente todos (senão todos) governos socialistas da história.

Mais uma vez: Dado que a) a URRS (ou qualquer outro Estado) não era socialista (isso não é uma opinião, mas o resultado de longos debates entre cientistas sociais) e que b) toda a sua referência de socialismo está baseada na URSS como exemplo desse, podemos estabelecer que: c) você nunca viu nada que se assemelhe a socialismo, e como d) se não passou no Jornal Nacional não existe, fica claro que, e) como a maior parte da pessoas que estão postando, você não tem a menor idéia sobre o que está falando.

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Quanto ao comunismo em si, eu vejo um grande problema, além de muita coisa que já foi dita: enquanto modo produtivo, ele não surgiu naturalmente. Ele foi criado como uma resposta ao modelo existente, e a partir daí tentou-se implementá-lo em alguns lugares. Nenhum alcançou o sucesso.

Isso é um erro conceitual. Modos de produção não são, intencionalmente, criados. Ao contrário do que diz o senso-comum, o que Marx faz não tem nenhuma relação com "inventar" o comunismo. É, ao contrário, efetuar diversas análises da sociedade capitalista que apontam para a resolução de suas contradições em outro modo de produção. Importa menos que esse tenha sido denominado de comunismo do que a suas características. A idéia de "criar" um modo de produção não faz o menor sentido dentro do referencial marxista (talvez só no cristão), dado que um modo de produção é o desenvolvimento e superação do seu precedente: seu germe encontra-se naquilo que ele supera.

O motivo é um tanto quanto óbvio. Somente depois de cumprir com seu papel histórico, desenvolver e exaurir suas potencialidades, é que um modo de produção dá lugar a outro. Esses processos não se dão repentinamente, ainda que às vezes assim pareça. Todo o desenrolar da história vai condicionando aos poucos a queda e o surgimentos dos sistemas. E está um tanto quanto claro que ainda não chegou a hora do fim do capitalismo. A sociedade não está pronta para mudar de sistema, e não há como saber como será um possível sistema substituto.

O problema do seu post é a segunda parte. Está bastante claro, e essas tendências já estão explícitas desde a metade do século XIX, que as contradições do capitalismo demandam a sua superação. São essas mesmas contradições que demonstram não só a necessidade histórica de sua superação, mas a plena possibilidade. Quanto a forma dessa superação, falei disso acima: a análise das contradições, e da resolução dessas contradições, aponta para as características do novo modo de produção.

Claro, o capitalismo possui falhas. Assim como todos os demais sistemas anteriores. No entanto, ele apresenta com certeza menos falhas do que os sistemas de outrora.

Penso que "falhas" é um termo ruim para esse tipo de discussão. É, certamente, bastante moral. Contradições, por outro lado, exprime o significado desejado e não padece do mesmo mal.

Da mesma forma, não sei parece razoável (ou mesmo possível) quantificar e comparar as contradições do capitalismo e de qualquer outro modo de produção (parece bastante divertido, quase cômico, tentá-lo com, digamos, o feudalismo).

Ainda, convém ressaltar que se não fossem as idéias comunistas terem surgido, talvez o capitalismo já houvesse conhecido seu fim. Pois quando Marx surge criticando o sistema, ele aponta as falhas do mesmo. E aí os pensadores marginalistas/capitalistas acabam por revisar muitos dos tais problemas. Assim, o capitalismo evoluiu com a contribuição de Marx. E esse é um dos motivos pelo qual ele está aí até hoje.

Caros, sistemas sócio-econômicos, estruturais, não sofrem ajustes dessa forma. O capitalismo (assim como o feudalismo e os outros modos de produção) não são máquinas que podem ser ajustadas com o apertar de um botão.

As contradições apontadas por Marx permanecem hoje, não de forma reduzida, mas ainda mais explícitas, uma vez que elas são os fundamentos desse sistema.

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Concordo que muitas pessoas usam muito do achismo para discutir determinados assuntos, isso é complicado. Mas ao mesmo tempo é importante trazer a discussão pro fórum, e não mandar os outros catarem uma bibliografia. Ou seja, nem 8 nem 80.

Não é razoável abordar aqui, em detalhe, as análises que, por exemplo, caracterizam a URSS como Capitalismo de Estado. O conhecimento disso é pré-condição para a discussão que se desenrola aqui. Dado isso, citei rapidamente essa questão, caso alguém tenha interesse, que corra atrás.

Ainda que eu pudesse resumir aqui essas análises, seria insuficiente. O meu resumo, por melhor que seja, não dá conta da complexidade dessas análises.

É importante que as pessoas venham para o tópico com algo mais do que puro achismo. E isso, é evidente, demanda tempo e esforço.

Marx era brilhante mesmo, pena que o comunismo não seja. Inaplicável, e traz mais mal do que bem. Mas a crítica de Marx é uma das maiores contribuições à humanidade, pois serve de contraponto ao capitalismo, que com certeza tem seus (muitos) problemas.

Você cai no mesmo erro que boa parte desse tópico. Não há como negar o comunismo se você o iguala aos regimes do séc. XX. Ao contrário, a afirmação de sua possibilidade, é baseada nas análises exaustivas da teoria marxista.

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Pra terminar, ao menos por hora, é quase hilário (para não dizer trágico) que vocês sejam unânimes no diagnóstico de que o mundo está indo para o buraco. Isto é, vivemos em um modo de produção que estranha os sujeitos de seus pares e estes em relação à sua produção, que dá origem à desigualdade imensas, absurdas e indecentes, que destrói o meio-ambiente com uma eficiência espantosa etc, e no entanto, apesar de tudo isso, não conseguem nem ao menos encarar de forma legítima a possibilidade de um outro mundo.

Parece, e isso é recorrente, que a sustentação desse mundo está sempre fundada no pessimismo e no ceticismo, expressos de forma magistral na filosofia de nossa época.
 
Paulo, vi no Orkut o seguinte comentário:


Eis a seguir OS 10 MADAMENTOS DO MARXISMO DECRETADOS POR MARX:

1. Expropriação da propriedade latifundiária e emprego da renda da terra em proveito do Estado;

2. Imposto fortemente progressivo;

3. Abolição do direito de herança;

4. Confiscação da propriedade de todos os emigrados e sediciosos;

5. Centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de um banco nacional com capital do Estado e com o monopólio exclusivo;

6. Centralizarão, nas mãos do Estado, de todos os meios de transporte;

7. Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado, arroteamento das terras incultas e melhoramento das terras cultivadas, segundo um plano geral;

8. Trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura;

9. Combinação do trabalho agrícola e industrial, medidas tendentes a fazer desaparecer gradualmente a distinção entre a cidade e o campo;

l0. Educação pública e gratuita de todas as crianças, abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material etc.

Tal qual a religião q condenava Marx estabeleceu os 10 mandamentos DA SUA RELIGIÃO....

E SEUS SEGUIDORES FIZERAM EXATAMENTE TUDO O Q ELE MANDOU!

Queria que você comentasse, pois não formulo opinião sobre o que não conheço direito, nem sobre o que já não tenha ouvido das duas versões. Esses são de fato os 10 mandamentos de Marx? Todos foram, realmente, aplicados na URSS e nos outros países comunistas?
 
Última edição:
Isso é um erro conceitual. Modos de produção não são, intencionalmente, criados. Ao contrário do que diz o senso-comum, o que Marx faz não tem nenhuma relação com "inventar" o comunismo. É, ao contrário, efetuar diversas análises da sociedade capitalista que apontam para a resolução de suas contradições em outro modo de produção. Importa menos que esse tenha sido denominado de comunismo do que a suas características. A idéia de "criar" um modo de produção não faz o menor sentido dentro do referencial marxista (talvez só no cristão), dado que um modo de produção é o desenvolvimento e superação do seu precedente: seu germe encontra-se naquilo que ele supera.

A partir das análises sobre o capitalismo, Marx aponta como seria/deveria ser uma possível alternativa. Realmente, isso não é "criar um modo de produção" literalmente, mas sim propor um. Quando eu mencionei "criação", me referia à essa proposta.


O problema do seu post é a segunda parte. Está bastante claro, e essas tendências já estão explícitas desde a metade do século XIX, que as contradições do capitalismo demandam a sua superação. São essas mesmas contradições que demonstram não só a necessidade histórica de sua superação, mas a plena possibilidade. Quanto a forma dessa superação, falei disso acima: a análise das contradições, e da resolução dessas contradições, aponta para as características do novo modo de produção.
E, no entanto, o capitalismo não foi superado. Não foi substituído por outro modo de produção. Isso só mostra que a sociedade ainda não está preparada para essa mudança. De outra forma, ela teria se sucedido. Está aí, é um fato.



Penso que "falhas" é um termo ruim para esse tipo de discussão. É, certamente, bastante moral. Contradições, por outro lado, exprime o significado desejado e não padece do mesmo mal.
Não é preciso entrar em questões semânticas. Você entendeu o que eu quis dizer.

Da mesma forma, não sei parece razoável (ou mesmo possível) quantificar e comparar as contradições do capitalismo e de qualquer outro modo de produção (parece bastante divertido, quase cômico, tentá-lo com, digamos, o feudalismo).
A comparação foi meramente para demonstrar a evolução dada nos modos de produção.

Caros, sistemas sócio-econômicos, estruturais, não sofrem ajustes dessa forma. O capitalismo (assim como o feudalismo e os outros modos de produção) não são máquinas que podem ser ajustadas com o apertar de um botão.
E eu lá disse como foram feitos os "ajustes"? Falei em "apertar um botão"? Você tá vendo chifre em cavalo.
 
Paulo, vi no Orkut o seguinte comentário:

[...]

Queria que você comentasse, pois não formulo opinião sobre o que não conheço direito, nem sobre o que já não tenha ouvido das duas versões. Esses são de fato os 10 mandamentos de Marx? Todos foram, realmente, aplicados na URSS e nos outros países comunistas?

Bastante engraçado isso. Os itens numerados são um trecho, possivelmente o menos relevante, do Manifesto do Partido Comunista, de 1848.

Vou colar um trecho um pouco maior, imediatamente antes e depois dos itens numerados. Tenho certeza de que apenas isso já vai esclarecer a questão.

A partir das análises sobre o capitalismo, Marx aponta como seria/deveria ser uma possível alternativa. Realmente, isso não é "criar um modo de produção" literalmente, mas sim propor um. Quando eu mencionei "criação", me referia à essa proposta.

Você continua não entendendo. Modos de produção não são nem "criados", nem "propostos". A distinção entre os dois termos, aqui, não faz sentido. Para propor é necessário que a proposição seja de algo que foi, em algum momento, "criado". Vale, portanto, o que eu disse no post anterior.

Dada a incompreensão, explico novamente: O comunismo não é uma proposição porque, assim como não são criados, os modos de produção não podem ser "aceitos" em uma "votação" (ou em qualquer outro tipo de apreciação de uma proposta). Como eu disse, o que Marx faz é, a partir das tendências e contradições do capitalismo, apontar a forma, tendencial, de resolução destas. Não existem aqui propostas ou votações, mas tendencias, estruturais, que se manifestam de uma forma ou de outra, que são restringidas, aceleradas, ou impedidas.

E, no entanto, o capitalismo não foi superado. Não foi substituído por outro modo de produção. Isso só mostra que a sociedade ainda não está preparada para essa mudança. De outra forma, ela teria se sucedido. Está aí, é um fato.

Era esperado que, dada a incompreensão da questão anterior, você também não entendesse essa. Tendências não são certezas absolutas e imediatas. Ao contrário, podem ou não se manifestar, de forma total ou parcial, imediatamente ou na longa duração.

Um dos muitos indícios de que a sociedade "está preparada para essa mudança" são as sucessivas revoluções e convulsões sociais que se acumulam na história da humanidade desde, pelo menos, o século XIX. Se essas revoluções, no seu desenrolar, não superaram essas contradições, só emerge daí que tendências na vida social não são únicas nem mecanicistas.

Não é preciso entrar em questões semânticas. Você entendeu o que eu quis dizer.

Isso não é uma questão menor. Se adotamos a idéia de "falhas" aqui, é necessário apontar o referencial: falhas para quem? Do ponto de vista da produção e acumulação capitalista, o sistema não padece de falhas, mas de uma precisão incrível, executa seus objetivos com eficiência assustadora.

É, no entanto, contraditório. E para falar isso eu não preciso assumir uma posição moral, de fora do sistema. A contradição é (foi) desnudada por uma crítica imanente, que não parte de posições externas (ou morais.)

A comparação foi meramente para demonstrar a evolução dada nos modos de produção.

Que não se relacionam nem com a quantidade (ou qualidade) de falhas ou contradições. Além do mais, apontar que o capitalismo é um modo de produção superior, em termos de produtividade, aos seus antecessores é apenas apontar o óbvio.

E eu lá disse como foram feitos os "ajustes"? Falei em "apertar um botão"? Você tá vendo chifre em cavalo.

Novamente: Modos de produção não sofrem ajustes de "pensadores", sejam esses "marginalistas/capitalistas" ou teólogos. O capitalismo é fruto de uma lógica estrutural e impessoal, que subordina os sujeitos. Sujeitos esses que são tanto os proletários quanto os capitalistas.

Pensador nenhum, ou associação comercial nenhuma, é capaz de efetuar "ajustes" nesse tipo de lógica. Ela é fundamento e condição da existência do sistema, e é dela que nascem as contradições que apontam para a sua superação.
 
Você continua não entendendo. Modos de produção não são nem "criados", nem "propostos".
Para propor é necessário que a proposição seja de algo que foi, em algum momento, "criado"
"Criar" uma sugestão é fazer uma proposição. Tá difícil entender ein?


os modos de produção não podem ser "aceitos" em uma "votação" (ou em qualquer outro tipo de apreciação de uma proposta).
Ninguém disse isso em momento algum. Cara, você se supera em ver coisas que não existem.

a partir das tendências e contradições do capitalismo, apontar a forma, tendencial, de resolução destas.
Apontar a forma = Proposição.


tendencias, estruturais, que se manifestam de uma forma ou de outra, que são restringidas, aceleradas, ou impedidas.
É isso o que eu digo quando fala que o capitalismo se reforma.



Era esperado que, dada a incompreensão da questão anterior, você também não entendesse essa. Tendências não são certezas absolutas e imediatas. Ao contrário, podem ou não se manifestar, de forma total ou parcial, imediatamente ou na longa duração.
Niniguém chamou tendências de certezas absolutas e imediatas. Vou repetir de novo: você se supera em ver coisas que não existem.



Um dos muitos indícios de que a sociedade "está preparada para essa mudança" são as sucessivas revoluções e convulsões sociais que se acumulam na história da humanidade desde, pelo menos, o século XIX. Se essas revoluções, no seu desenrolar, não superaram essas contradições, só emerge daí que tendências na vida social não são únicas nem mecanicistas.
:lol:

Fala sério. "revoluções e convulsões sociais" existem sempre. Em alguns momentos elas podem levar à superação de um modo de produção por outro, em outros não. O fato de existirem convulsões por si só não demonstra a necessidade de um modo de produção novo. Se assim fosse, teríamos passado por milhares de modos produtivos até hoje. No entanto, podemos contá-los nos dedos.



Novamente: Modos de produção não sofrem ajustes de "pensadores", sejam esses "marginalistas/capitalistas" ou teólogos. O capitalismo é fruto de uma lógica estrutural e impessoal, que subordina os sujeitos. Sujeitos esses que são tanto os proletários quanto os capitalistas.

Pensador nenhum, ou associação comercial nenhuma, é capaz de efetuar "ajustes" nesse tipo de lógica. Ela é fundamento e condição da existência do sistema, e é dela que nascem as contradições que apontam para a sua superação.
Novamente: ninguém disse isso. O que eu disse é o que você repetiu acima e que vou citar de novo aqui pra ver se você entende:


tendencias, estruturais, que se manifestam de uma forma ou de outra, que são restringidas, aceleradas, ou impedidas.
É isso o que eu digo quando fala que o capitalismo se reforma.
 
"Criar" uma sugestão é fazer uma proposição. Tá difícil entender ein?

A dificuldade, quase ostensiva, é sua. Como eu já disse, várias vezes, modos de produção NÂO são NEM criados (por uma pessoa ou por muitas, intencionalmente) NEM propostos. Ao contrário, emergem, primordialmente em um nível estrutural, dos precedentes.

Ninguém disse isso em momento algum. Cara, você se supera em ver coisas que não existem.

Uma discussão, qualquer discussão, seria extremamente limitada se os interlocutores fossem, necessariamente, restritos ao argumento do outro. Era, no entanto, apenas uma ironia, para explicitar o quão absurdo é pensar que modos de produção pode ser "propostos".

Apontar a forma = Proposição.

OMFG!

Uma proposição é, por assim dizer, intencional. Desvelar tendências e, estritamente a partir delas, enunciar as linhas de força de uma nova sociedade não é, em absoluto, intencional.

As características gerais apontadas por Marx sobre o Comunismo e/ou Socialismo não tem nenhuma relação com desejos ou avaliações pessoais do autor, mas com a tendências estruturais e as contradições do capitalismo, objeto da análise deste.

É isso o que eu digo quando fala que o capitalismo se reforma.

Não, você disse que o capitalismo é reformado, por "pensadores". Como a sua memória é bastante seletiva, segue o trecho:

E aí os pensadores marginalistas/capitalistas acabam por revisar muitos dos tais problemas.

Da mesma forma que essas tendências são estruturais, as restrições (ou acelerações) dessas tendências seguem a mesma lógica. O capitalismo, é evidente, sofre transformações. Nenhuma delas, no entanto, atinge o que é central nesse sistema, isto é, a lógica de auto-valorização do valor. Essa lógica, como eu já repeti algumas vezes, é fundamento e condição do sistema e de suas contradições. Nenhuma "reforma" é capaz de modificá-la, de outra forma, seria revolução.

Niniguém chamou tendências de certezas absolutas e imediatas. Vou repetir de novo: você se supera em ver coisas que não existem.

Segundo o seu último post: Tendências (possibilidades) de superação presentes deveriam levar, inevitavelmente e de forma imediata, a superação do sistema.

E, no entanto, o capitalismo não foi superado. Não foi substituído por outro modo de produção. Isso só mostra que a sociedade ainda não está preparada para essa mudança. De outra forma, ela teria se sucedido. Está aí, é um fato.

Grifo meu.

Argumento eu: as tendências (enquanto possibilidades) estão presentes hoje ainda mais do que há 100 anos atrás. Isso não redunda, no entanto, em um automatismo referente à superação. Não são, portanto, nem certezas nem imediatas. Ao contrário do seu argumento, não ter acontecido não cria nenhuma relação direta com não ser possível.

De forma bastante esquemática que, espero, você compreenda:

Para você: Se as tendências (possibilidades) estivessem presentes, a superação aconteceria (parte grifada). Como não aconteceu, tais tendências não existem. São, portanto, necessariamente certezas absolutas e imediatas.

Meu argumento: tendências podem existir, de forma estrutural, e não se manifestarem de forma completa. Ou seja, a possibilidade de transformação está dada, não é, no entanto, automática ou imediata.

Fala sério. "revoluções e convulsões sociais" existem sempre. Em alguns momentos elas podem levar à superação de um modo de produção por outro, em outros não. O fato de existirem convulsões por si só não demonstra a necessidade de um modo de produção novo. Se assim fosse, teríamos passado por milhares de modos produtivos até hoje. No entanto, podemos contá-los nos dedos.

Quando se fala de sociedade, nada existe "sempre". É óbvio que revoluções são freqüentes na história da humanidade. Não poderia ser de outra forma, afinal de contas, todos os modos de produção que existiram até aqui são, essencialmente, fruto de contradições bastante explícitas. Entretanto, nenhum é comparável, nesse sentido, ao capitalismo. Assim como quantitativamente e qualitativamente, nenhum modo de produção conheceu tantas revoluções (que se oponham de forma total à lógica que impera) quanto o capitalismo.

O seu imediatismo débil se revela aqui novamente. Tais contradições expressas, de certa forma, em conflitos e revoluções, não redundam, por si só, na transformação do modo de produção. São, novamente, tendências.

Novamente: ninguém disse isso. O que eu disse é o que você repetiu acima e que vou citar de novo aqui pra ver se você entende:

Isso é uma estratégia retórica baixa. Você disse que os "pensadores marginalistas/capitalistas" são responsáveis por esses "ajustes".

E aí os pensadores marginalistas/capitalistas acabam por revisar muitos dos tais problemas.
 
A dificuldade, quase ostensiva, é sua. Como eu já disse, várias vezes, modos de produção NÂO são NEM criados (por uma pessoa ou por muitas, intencionalmente) NEM propostos. Ao contrário, emergem, primordialmente em um nível estrutural, dos precedentes.

Vamos tentar de novo, mudando as palavras: A proposição resulta justamente da indicação dos problemas estruturais. A identificação e exposição dos mesmos, ao mesmo tempo em que se indicam os vieses possíveis para um novo modelo, constituem uma proposição.

OMFG!

Uma proposição é, por assim dizer, intencional. Desvelar tendências e, estritamente a partir delas, enunciar as linhas de força de uma nova sociedade não é, em absoluto, intencional.

Proposta (também) significa apresentar, expor, indicar. Semântica, novamente.



Não, você disse que o capitalismo é reformado, por "pensadores". Como a sua memória é bastante seletiva, segue o trecho:

Sim, eu disse mesmo. Mas não quero dizer que o pensador Fulano vai lá e muda a coisa. Óbvio que não é assim

Assim como Marx apresenta os problemas estruturais dentro do capitalismo, outros pensadores buscam respostas aos problemas apresentados. Claro que eles não vão tramsformar o capitalismo, mudar sua estrutura. Primeiro por que não seria possível, segundo por que deixaria de ser capitalismo. O que eles podem fazer é expor aquilo que é passível de mudança, e explorar/permitir a exploração desses pontos. Veja o exemplo de Keynes.


Da mesma forma que essas tendências são estruturais, as restrições (ou acelerações) dessas tendências seguem a mesma lógica. O capitalismo, é evidente, sofre transformações. Nenhuma delas, no entanto, atinge o que é central nesse sistema, isto é, a lógica de auto-valorização do valor. Essa lógica, como eu já repeti algumas vezes, é fundamento e condição do sistema e de suas contradições. Nenhuma "reforma" é capaz de modificá-la, de outra forma, seria revolução.

Certo. Vide resposta acima.



Segundo o seu último post: Tendências (possibilidades) de superação presentes deveriam levar, inevitavelmente e de forma imediata, a superação do sistema.

Não, não. Você não entendeu novamente. Tendências de superação existem praticamente desde o início de qualquer modo produtivo. Nenhum modo de produção é perfeito, nem jamais será. Você tá vendo coisas de novo.

Tendências sempre vão existir, e logicamente não implicam em uma mudança imediatista.



Argumento eu: as tendências (enquanto possibilidades) estão presentes hoje ainda mais do que há 100 anos atrás. Isso não redunda, no entanto, em um automatismo referente à superação. Não são, portanto, nem certezas nem imediatas. Ao contrário do seu argumento, não ter acontecido não cria nenhuma relação direta com não ser possível.

Again! Eu não disse que não é possível.
Eu disse sim que até hoje a mudança não ocorreu, como prova de que a sociedade não está plenamente preparada para uma mudança. Talvez daqui 5 anos esteja. Quem sabe?
Isso de maneira algum exclui o fato de existirem tendências, de qualquer magnitude.



Para você: Se as tendências (possibilidades) estivessem presentes, a superação aconteceria (parte grifada). Como não aconteceu, tais tendências não existem. São, portanto, necessariamente certezas absolutas e imediatas.

Já perdi a conta de quantas vezes você diz que eu afirmei algo totalmente diferente daquilo que eu realmente disse, ou sequer disse. :roll:

Vide post acima.


Meu argumento: tendências podem existir, de forma estrutural, e não se manifestarem de forma completa. Ou seja, a possibilidade de transformação está dada, não é, no entanto, automática ou imediata.

Isso. Exato. Em nenhum momento eu neguei/discordei disso.
 

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