Lucas_Deschain
Biblionauta
[align=justify]É disso que eu estava falando Mavericco, de investigar os condicionamentos sociais de Kafka, encontrar a matéria-prima histórico que ele utilizou para moldar suas histórias. A condição de advogado e os problemas com o pai são duas hipósteses muito significativas. A própria posição ou concepção da sociedade em que Kafka vivia perante as condutas sociais aceitáveis e execráveis, perante o trabalho, uma vida regrada, a constância e estabilidade financeiras ou familiares etc.[/align]
[align=justify]Sintetizaste muito bem o espírito da coisa, pois da mesma forma que nos colocamos no lugar de Samsa, também podemos nos colocar na posição dos familiares e demais pessoas que com ele se relacionam ao longo do livro. Provavelmente agiríamos da mesma maneira com relação a barata gigante (ou inseto, para evitar o mimimi). Essa "percepção das leis sociais" que colocaste Mavericco, se aproxima do que eu tinha dito sobre pensar sobre as implicações sociais de tornar-se inseto. Olha, eu só li A Metamorfose do Kafka, tenho que ler mais para poder dar uma opinião mais apurada a esse respeito, mas digam-me vocês caso sintam-se aptos a fazê-lo: a impressão que o Samsa me passa (como em alguma medida alter-ego do Kafka ou pelo menos com alguns traços auto-biográficos residuais) é de ser uma pessoa presa na trama de convenções e opiniões dos outros. Ele parece ser alguém extremamente atormentado com o que podem pensar sobre ele, um espécie de medo mórbido de ser julgado, de ser condenado ou de ser tido como estanho pelo mundo que o rodeia. Será que esse terror do entorno social e suas opiniões moldou tão profundamente a obra de Kafka ou foi só impressão minha? Digo isso levando em conta A Metamorfose e o que o Mavericco falou sobre O Processo. (Mavericco e Tataran, O Processo já subiu na lista de prioridades, espero lê-lo em breve)
Em que ponto isso pode ser relacionado a vida do Kafka? Antes disso ainda, até que ponto essas minhas impressões procedem?[/align]
Mavericco disse:É porque o absurdo de A Metamorfose é menor que o dO Processo, se formos pensar bem...: nO Processo, o homem acorda e é preso do nada, o que é um absurdo tendo em vista qualquer código de leis contemporâneo... Mas na Metamorfose nós temos outro cenário, que é o de um homem que se transforma num inseto e é excluído por todos... Teria eu coragem de prender alguém do nada? Creio que não. Teria eu coragem de excluir socialmente uma barata gigante? Creio que sim.
[align=justify]Sintetizaste muito bem o espírito da coisa, pois da mesma forma que nos colocamos no lugar de Samsa, também podemos nos colocar na posição dos familiares e demais pessoas que com ele se relacionam ao longo do livro. Provavelmente agiríamos da mesma maneira com relação a barata gigante (ou inseto, para evitar o mimimi). Essa "percepção das leis sociais" que colocaste Mavericco, se aproxima do que eu tinha dito sobre pensar sobre as implicações sociais de tornar-se inseto. Olha, eu só li A Metamorfose do Kafka, tenho que ler mais para poder dar uma opinião mais apurada a esse respeito, mas digam-me vocês caso sintam-se aptos a fazê-lo: a impressão que o Samsa me passa (como em alguma medida alter-ego do Kafka ou pelo menos com alguns traços auto-biográficos residuais) é de ser uma pessoa presa na trama de convenções e opiniões dos outros. Ele parece ser alguém extremamente atormentado com o que podem pensar sobre ele, um espécie de medo mórbido de ser julgado, de ser condenado ou de ser tido como estanho pelo mundo que o rodeia. Será que esse terror do entorno social e suas opiniões moldou tão profundamente a obra de Kafka ou foi só impressão minha? Digo isso levando em conta A Metamorfose e o que o Mavericco falou sobre O Processo. (Mavericco e Tataran, O Processo já subiu na lista de prioridades, espero lê-lo em breve)
Em que ponto isso pode ser relacionado a vida do Kafka? Antes disso ainda, até que ponto essas minhas impressões procedem?[/align]