De fato, mais uma vez volto a dizer, devemos antes de mais nada entender a questão da
magia dentro das obras. Como era determinado por Tolkien a questão de um elemento do mito ser
mágico ou não?
Essa questão torna-se clara nos momentos onde se fala das
artes élficas ao invés de
magia élfica. Quando temos, por exemplo, Gimli pensando em Galadriel como uma
feiticeira élfica, o que de fato ela não é, temos então a idéia do autor, de que os elfos não eram
mágicos, mas sim seres belos e antigos, que possuiam
artes elaboradas e um fino trato com relação as cousas de Arda.
Porém, sabemos que as personagens humanas, no momento da Guerra do Anel, por exemplo, tendem a crer na
magia élfica, por não compreender a essência élfica em si. E essa idéia é difundida por toda Terceira Era, criando como que um
mito acerca dos elfos. Isso é evidentemente claro no pensamento de Samwise Gamgi.
Tendo como base essas questões tratadas nas obras, que então venho a tecer comparações com a questão dos ents, e mais especificamente, de
Fangorn (Barbárvore).
São os ents criações de Yavanna, os guardiões dos seres que ela cria durante a Primeira canção dos Ainur, e que foram despetos pelos elfos.
Os ents aprenderam a fala dos elfos, criaram seus novos costumes, e habitarem as florestas após seu despertar, são os chamados
pastores de árvores.
Alguns ents se tornaram árvorescos, perderam a sensibilidade, tiveram seus corações corrompidos, e acabaram por tornar-se o que chamamos de
huorns (como o velho Salgueiro-Homem). Durante a batalha do Abismo de Helm, os que tomaram à frente após a investida de
Fangorn foram os
huorns, contra Isengard e contra os orcs no Abismo de Helm.
Sendo assim, eles eram tão vivos como os demais ents, pois eram ents adormecidos
ab initio, agora talvez deturpados, mas ainda assim possuiam certas semelhanças.
Sendo assim, muito do colocado e questionado acerca dessa
magia de
Fangorn pode prover da própria autonomia dos
huorns, e não de uma intervenção de
Fangorn.
De qualquer forma, a questão do trato da
magia que necessita de ênfase.
Para Tolkien, nem Valar, nem elfos, nem ents, nem anões eram
mágicos.
É diferente notar a posição humana quanto a isso, retratada nas obras, e interpretá-la como sendo
kânon.
Espero ter ajudado com essa colocação, abraços.