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Ótimo. Tem que sair mesmo. Aproveita e deixa um espacinho pras vertentes mais coléricas da esquerda ocuparem.
 
Nas suas palavras: "Os anti-olavistas em atividade não têm a mínima idéia do que se passa no debate científico internacional e por isso não sabem que as leis científicas que aprenderam no ginásio continuam sendo discutidas, contestadas e aperfeiçoadas no mundo civilizado. Imaginam que elas são verdades definitivas das quais só um louco ousaria duvidar. Para complicar mais as coisas, eles não conhecem duas regras elementares de lógica, segundo as quais (1) negar uma afirmação não é afirmar a sua oposta e (2) negar as provas de uma afirmação não é negar a afirmação mesma. Assim, pois, se digo que não há provas cabais do heliocentrismo e que a questão continua em discussão, concluem que estou defendendo o geocentrismo e, pior, fazendo-o contra todo o consenso cientítico atual. E, se digo que a teoria de Newton se baseia em premissas metafísicas que em si mesmas são impossíveis de provar (espaço e tempo absolutos), concluem que “refutei a lei da gravidade” e que portanto sou um doido.Soma-se a isso a compulsão irresistível de dar sentido absoluto a afirmações relativas, ou de atribuir a mim a autoria de notícias que simplesmente retransmiti de passagem, e tem-se então o panorama completo da mentalidade anti-olavista, ela mesma, talvez, o mais nítido sintoma da estupidez nacional."

Só o trecho em negrito adiciona algo a discussão, o resto trata-se de reclamações e retórica.

Espaço e tempo absolutos não são premissas da teoria de Newton - o são basicamente as três leis - e tratam-se de conceitos filosóficos residuais ou marginais à teoria, isto é, conceitos que emergem da teoria mas não fazem parte de sua essência, tampouco de suas premissas. Ainda que o próprio Newton declare a validade (e talvez a importância) desses conceitos em sua obra magna, a teoria de Newton e de qualquer outro é melhor encarnada na tradição científica que emerge no decorrer dos anos, e não nos livros escritos diretamente por Newton e outros. De forma que hoje em dia esses livros servem mais à história da ciência do que a ciência propriamente dita.

Nesse sentido, o que levou a Newton a defender o espaço e o tempo absoluto foi o caráter não-relacional da sua mecânica, caráter que fica evidente em certos exercícios mentais seguindo-se as leis da teoria. Mas para chegar a essa conclusão e realizar esses exercícios, ele precisa ter a teoria em mãos, de forma que o espaço e tempo absolutos não são premissas da teoria, mas uma conclusão dela, e uma conclusão mais filosófica do que propriamente científica (como as várias interpretações da Mecânica Quântica o são).


E existe exatidão na ciencias humanas? Elas são menos enviesadas ideologicamente que as humanas? Ou o método das exatas é mais rigoroso? Repito: Kant, Hume, Hegel, Descarthes, Aristóteles, Weber, todos eles tratam desse tema e chegam a conclusòes diferentes. Tá faltando sair um pouco dessa sacralização do conhecimento Exato para refletir mais se o conhecimento não é, a priori, algo enviesado.
Mas esses filósofos adicionam algo no conceito de exatidão mais pragmático que decerto é o que interessa ao tópico? Kant ao que sei considera as ciências exatas mais exatas do que um cientista médio considera (certas leis newtonianas seriam a priori). David Hume, ainda que aponte a inexatidão das ciências, trata-se de dúvidas e ceticismos pouco pragmáticos (como questionar a própria causalidade em si). Aristóteles pouco sei, mas na época dele não havia ciências exatas como a temos hoje. E etc.

Existem posiçòes consideredas sim erradas nos ciclos do pensamento academico de Humanas.
Quais posições?
 
E existe exatidão na ciencias humanas? Elas são menos enviesadas ideologicamente que as humanas? Ou o método das exatas é mais rigoroso? Repito: Kant, Hume, Hegel, Descarthes, Aristóteles, Weber, todos eles tratam desse tema e chegam a conclusòes diferentes. Tá faltando sair um pouco dessa sacralização do conhecimento Exato para refletir mais se o conhecimento não é, a priori, algo enviesado.
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Não. Existem posiçòes consideredas sim erradas nos ciclos do pensamento academico de Humanas. Você está falando do lugar comum, onde o pessoal acha que, a partir do momento que alguém propõem uma ideia na área de Humanas, ela passa a ser debatida ou aceita pq na Humanas não existe caminho único, como alguns acreditam (e não estào certos) que exista na Exatas.
Mais rigor ou não, não há.
Mas um fator que fortalece um pouco mais a argumentação é justamente aquele que boa parte das pessoas ignora, inclusive aparentemente esse Olavo, que é o fato de ciência ser tanto teórica quanto experimental. Em países avançados ela é mais experimental que teórica, na realidade. E sempre as ideias não bastam explicar e modelar situações conhecidas e estabelecidas, mas usualmente precisam prever situações que outros modelos não preveem e estes serem provados experimentalmente verdadeiros.
Experimentos sociais, por mais que possam existir (e os sérios, não os bobinhos de youtube), costumam ter obstáculos maiores para humanas seja por questões éticas ou morais da sociedade. Em boa parte das situações os experimentos sociais são a sociedade em si tendo que lidar com flutuações de parâmetros muito acima de se fosse permitido sequestrar 200 crianças avulsas pelo mundo e construir um mundinho com regras bem estabelecidas. Ou, será que sequer aquele experimento do cárcere/prisioneiro seria permitido nas condições que foram?
É uma situação que ocorre muito similarmente com algumas áreas da medicina, por exemplo a neurociência. Mesmo que já existam equipamentos de acesso não invasivo, a precisão delas também esbarram em inúmeros parâmetros não controláveis. Mas quem que vai financiar um experimento em que você tem a liberdade de pegar umas 100 pessoas, retirar 1 cm3 do cérebro em posições distintas e comparar testes cognitivos após a cirurgia com antes da cirurgia? Situações assim usualmente só conseguem ser estudadas em acidentes com pacientes que sofreram perdas cefálicas específicas. E isso, se o cara aceitar.

Em física o mais próximo de dificuldade que existe é com cosmologia e astrofísica, mas por questões técnicas. E mesmo assim muitas barreiras conseguem ser quebradas como o desenvolvimento conjunto de um mega experimento capaz de detectar o famoso boson de Higgs.
Graças aos céus ainda não existe uma PETA para pósitrons e elétrons, buscando acabar com o sofrimento desnecessário das partículas subatômicas deste universo.
 
Foda, tinha que ser um esquerdista para sequestrar um debate sobre a direita para falar de humanas vs. exatas. Chato pra caráleo.
Em minha defesa, foi o Slicer que trouxe a disputa! Eu só tava me referindo aos auto-didatas mesmo
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Quais posições?
Evolucionismo social, etnocentrismo, hierarquia racial, entre outros.

Todos já foram tratados como cientificos e verdadeiros, mas com o desenvolver da ciencias humanas passaram a ser considerados retrogrados e não-cientificos, da mesma forma como uma série de teorias das ciencias exatas e biológicas também foram abandonadas com o desenvolver do conhecimento.
 
Fala aí, fela, a esquerda não vai sair do armário não? Não saem p bater panela contra Dilma p não se misturar c os coxinhas, mas o silêncio da esquerda é ensurdecedor. Um artiguinho aqui, uma notinha culpando o Levy ali, um blogueiro comprado ridicularizando as passeatas acolá. Essa esquerda não fode e nem sai de cima.
 
Fala aí, fela, a esquerda não vai sair do armário não? Não saem p bater panela contra Dilma p não se misturar c os coxinhas, mas o silêncio da esquerda é ensurdecedor. Um artiguinho aqui, uma notinha culpando o Levy ali, um blogueiro comprado ridicularizando as passeatas acolá. Essa esquerda não fode e nem sai de cima.
Parece que a Luciana Genro e o PSOL-RS estão apoiando o Fora Dilma, inclusive querem "disputar a rejeição" do governo com a direita. Eu, particularmente, acho essa posição covarde e oportunista.

Mas há muita coisa sendo dita sim pela esquerda. O próprio Sakamoto, já citado aqui no tópico, se refere ao Levy como Presidente do Brasil, assim como culpa a Dilma por ter mentido em campanha e entregue o país à agenda do PSDB.
 
Em minha defesa, foi o Slicer que trouxe a disputa! Eu só tava me referindo aos auto-didatas mesmo
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Evolucionismo social, etnocentrismo, hierarquia racial, entre outros.

Todos já foram tratados como cientificos e verdadeiros, mas com o desenvolver da ciencias humanas passaram a ser considerados retrogrados e não-cientificos, da mesma forma como uma série de teorias das ciencias exatas e biológicas também foram abandonadas com o desenvolver do conhecimento.
Mas tem diferenças consideráveis aí. As teorias exatas, ainda que desbancadas, são olhadas com respeito pelos cientistas atuais, como uma linha de pensamento válida e coerente para a época. Não sei se esses cientistas que defendem, por exemplo, hierarquia racial, eram cientistas de fato, ou meramente ideólogos. Nesse sentido, até Nietzsche defende a escravidão, e embora alguns queiram relativizar e criar um Nietzsche light e moderno, a escravidão está no cerne de sua filosofia, e é uma filosofia respeitável do ponto de vista meramente racional - assim duvido muito que haja um real desbanque de ideias desse tipo, o que me parece é que se tornam mais ou menos bem-vindas ou politicamente corretas no meio acadêmico. Em exatas também há essa espécie de modismo, mas severamente limitada pelos experimentos e diversos dados retirados da Natureza, de forma que em boa parte das vezes é ela, e não o modismo, que determina as coisas.
 
A questão do autodidatismo é absolutamente periférica ao tópico, pinçada de um comentário meu a um comentário do Bruce, então prefiro que seja discutida em lugar à parte, se for continuar por muito tempo ainda, se alguém se der ao trabalho de abrir tópico ou já existir um mais apropriado. Eu acredito na capacidade individual de um homem inteligente se inteirar de uma área de conhecimento das humanas por iniciativa e esforço próprios. Na Medicina, não, porque muito do saber exigido deve-se à experiência prática em laboratório, manusear cadáver, residência etc. E falo como homem que cursou Letras e tem convicção de que teria aproveitado muito melhor esses anos em casa lendo os autores mais relevantes da área. Enfim.

Ah tá! Agora entendi. Você está colocando que o Olavo é para direita o que o PC Siqueira é para a esquerda. Assim faz sentido.

Confesso que o PC Siqueira foi golpe baixo. haha. Mas você ignorou o mais importante desse trecho: que é a parte em que eu solicito indicações de bons autores esquerdistas no Brasil, de preferência que publiquem na Internet, para eu dar uma consultada mais fácil. A única exigência é que saiba escrever com desenvoltura e demonstre bagagem cultural para além da discussão partidária. Não suporto, p.ex., o estilo esquizofrênico do Sakamoto, que não consegue elaborar um texto coeso do início ao fim. E o Duvivier é no mínimo piegas. Outra coisa que passou batida: é que esses nomes são os que me chegam com frequência através das redes sociais, quando os amiguinhos os compartilham e se deslumbram com eles. Por isso os cito.

Pago uma caixa de breja se qualquer fã do Olavo ou mesmo vc me explicar do que se trata o "gramcismo" sem usar o Olavo ou a Wikipedia.

Você não acha que ele é o único a falar disso no mundo né?
"As duas últimas décadas conheceram, todavia, uma evolução importante na ideologia (a praxis) do marxismo. Trata-se da obra que o marxista Antônio Gramsci (1891-1937) escreveu durante seus útimos anos nos cárceres da Itália fascista. Nela se da uma moderação das tesis rigorosas do materialismo histórico com fins mais táticos. Para Gramsci as idéias e crenças não são simples emanação passageira da economia, se não que possuem uma realidade que constitui a cultura em que cada homem e cada povo vive imerso.

A idéia propulsora do pensamento gramsciano é a de que Revolução nunca se realizará verdadeiramente enquanto não se produza de um certo modo orgânico e dialético dentro do que Gramsci chama uma cultura, que é o que haverá que desmontar e substituir ao próprio tempo que se utiliza. Se a revolução brota de um ato violento ou de uma ocupação militar, sempre será superficial e precária, e se manterá assim mesmo em um estado violento. O homem não é uma unidade que se justapõem a outras para conviver, se não um conjunto de inter-relações ativas e conscientes. Todo homem vive imerso em uma cultura que é organização mental, disciplinada através de uma autocrítica, que será motor de mudança. A vida humana é um emaranhado de convicções, sentimentos, emoções e idéias; ou seja, criação histórica e não natural. Daí o interesse de Gramsci pelo cristianismo ao que considera germe vital de uma cultura histórica que penetra na mente e na vida dos homens, suas reações profundas. Será preciso, para que a revolução seja orgânica e “cultural”, adaptar-se ao existente e, pela via da crítica e a autoconsciência, desmontar os valores útimos e criar assim uma cultura nova. O aríete para essa transformação será o Partido, vontade coletiva e disciplinada que tende a fazer-se universal. Sua missão será a infiltração na cultura vigente para transformá-la em outra nova materialista, a margem da idéia de Deus e de tudo de valor transcendente.

Sua arma principal será a lingüística (a gramática normativa) que penetre na linguagem coloquial, alterando o sentido das palavras e suas conotações emocionais, até crer em quem fala uma nova atitude espiritual. Se se muda os valores, se modifica o pensamento e nasce assim uma cultura distinta. O meio em que esta metamorfose pode realizar-se é o pluralismo ideológico da democracia, que deixa indefeso o meio cultural atacado. Porque, nela só existem “opiniões” e todas são igualmente válidas. Esse trabalho se alcançará atuando sobre os “centros de irradiação cultural” (universidades, foros públicos, meios de difusão, etc.) nos que, aparentando respeitar sua estrutura e ainda seus fins, se inoculará um criticismo que lhes leve a sua própria autodestruição. Se se consegue infiltrar a democracia e o pluralismo na própria Igreja (que tem nessa cultura o mesmo papel reitor que o Partido na marxista), o êxito será fácil. A democracia moderna será como uma anestesia que impossibilitará toda reação no paciente, ainda quando esteja informado do sistema que está sendo penetrado em sua mente.

Esta é a revolução cultural, meta principal do atual marxismo, e movimentos como Cristiano para el socialismo e outros semelhantes que desejam o que se tem chamado autodemolizione da Igreja.

Traduzido do espanhol pelo Amigo da Cruz.

CIUDAD, Rafael Gambra. Historia sencilla de la filosofia, Madrid: Rialp. 22 ed., 1997, p. 212-214


E sobre falar mal do Olavo de Carvalho, a quem interessar já existe um tópico para isso.
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Ótimo. Tem que sair mesmo. Aproveita e deixa um espacinho pras vertentes mais coléricas da esquerda ocuparem.

A editora Boitempo já não serve? :think: :lol:
 
Última edição por um moderador:
Por essas e outras, eu acho o termo "ciências naturais" melhor do que "ciências exatas".

Acho que a grande diferença entre ciências naturais e humanas está mesmo no objeto de estudo.

No caso das humanas, como elas investigam os própiros fenômenos do mundo subjetivo, aquilo que é vivenciado pela consciência humana, não há como existir esse testemunho comum, e experimentos não podem ser feitos de maneira tão sistemática como no caso das ciências ditas exatas. Em outras palavras, simplesmente não há como testemunhar outra consciência que não seja a sua própria! Na construção dos seus modelos e teorias, intelectuais de Humanas levam em conta a sua própria bagagem subjetiva e usam a capacidade humana natural de tentar emular a mente alheia e obterem conhecimento sobre o homem, seja como indivíduo, seja na sociedade. A grande aposta envolvida é que todos os seres humanos possuem alguma base comum na subjeitividade.

O empirismo até é utilizado por psicólogos e cientistas sociais, mas ele por si só é ciência natural. A Psicologia, a Sociologia, a Linguística, dentre outras, só começam a serem feitas quando aqueles dados objetivos coletados levam à discussão sobre os mecanismos subjetivos envolvidos. Salvo engano, o próprio Skinner reconhece que a psicologia comportamental não consegue, por si só, chegar a um modelo embasado da mente. Ele afirmou que não tinha essa pretensão. É por isso (psicólogos ou entendidos, manifestem-se em caso de abobrinha) que existe a terapia cognitivo-comportamental, e não só uma terapia puramente comportamental.

Por outro lado, é claro que nas naturais os chamados fenômenos objetivos só são estudados porque são observados por sujeitos. O que ajuda a estabelecer a objetividade é, a priori, a concordância, em termos simples, sobre o que foi observado. Há um objeto externo contemplado por todos os estudiosos interessados na questão, e é a partir dessa concordância inicial sobre a observação que se desenrolam os estudos. É claro, há espaços para extrapolações, e toda a Relatividade Geral, bem como tudo da Física que assumimos hoje como verdade, não passava de suposição até que fossem aparecendo as primeiras evidências empíricas - seja através de experimentos, seja através da explicação de fenômenos previamente observados (como a precessão anômala do periélio de Mercúrio, cuja discrepância era resolvida com sucesso com a teoria de Einstein).

Como a ciência humana não tem como fazer essas observações comuns, ela precisa muito mais da dialética, do testemunho que cada um dá de si mesmo, para poder avançar, e na aposta linguística de que, se há concordância de significantes entre os locutores, há concordância de significados. É por isso que o debate é tão importante em humanas. Ele serve não só para validar teorias e criar consensos e dissensos, como também cria e desenvolve o próprio humanista.

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Sobre o assunto do tópico, acho positivo que o pensamento de direita tenha se revigorado no Brasil e tenha, como diz o próprio título do texto, "saído do armário". Inclusive acho que seja um problema a inexistência no Brasil de partidos que tenham o conservadorismo e/ou o liberalismo econômico em seus nomes, o que seria bom para desenbolar o meio de campo. Por que raios um Jair Bolsonaro (ou mesmo o Paulo Maluf) da vida faz parte de um Partido Progressista? Ou o Marcio Lacerda, prefeito de BH, é membro do Partido Socialista Brasileiro? Por que o presidente da FIESP, Paulo Skaf, chegou a fazer parte do Partido Popular Socialista, e Kátia Abreu do Partido Social-Democrata?

Mesmo que esta distinção esteja engatinhando no meio político-partidário e com contornos mais delimitados apenas na atmosfera da discussão ideológica, acho que pode ser extremamente saudável para a sociedade essa discussão de cara limpa. O medo de assumir a preferência pelo liberalismo ou pelo conservadorismo, devido a uma certa preponderância do discurso socialista, levou esses interesses a se misturarem em partidos de nomenclaturas (e, em menor extensão, com lideranças intelectuais) de esquerda e a tornarem mais escusas as relações entre Estado e mercado ou Estado e religiosidade, por exemplo.

Do ponto de vista intelectual, uma guinada dos conservadores e dos liberais também ajuda, através da concorrência de ideias, a tirar os esquerdistas da zona de conforto e a melhorar o nível do debate. Mas isso só poderá ser feito se não houver bitolação: tanto a direita como principalmente a esquerda têm que aprender que ler não dói. Se cada um enfiar a cabeça no buraco o Brasil se tornará como os EUA, onde democratas só lêem o NYT, republicanos só assistem a Fox e ninguém é capaz de chegar a consenso nenhum, seja política, seja intelectualmente. Teremos dois mercados protegidos de burrice inesgotável, ao invés da melhoria de qualidade.

Quanto ao Olavo, sim, eu acho ele bem melhor em muita coisa que todos esses blogueiros de esquerda aí. Escreve melhor do que eles, traz referenciais inéditos, sabe traçar estratégias, vide o seu apelo por uma união de toda a direita, ecoado pelos colunistas da Veja, por exemplo, já que estes são de diferentes matizes do direitismo. O que eu não sei é se a esquerda precisa mesmo de um intelectual orgânico e de um estrategista centralizado.

De toda forma, isso não o redime das burradas que comete quando ele fala das ciências naturais. Como eu falei na primeira parte do meu post, naturais e humanas têm métodos diferentes, e ele parece ter um tique de achar que pode entender aquelas usando o método destas, de construção dialética do conhecimento. Quando ele usa neurologia, por exemplo, ele parece ignorar como os estudos na área de Biológicas são especulativos, devido à complexidade dos sistemas orgânicos.
 
Com relação à notícia em si, que era o foco do tópico, isto é a "saída do armário" da direita, o fato de autores direitistas estarem sendo traduzidos e publicados, quem mais tem algo a dizer? @Felagund , que não seja picuinha sobre a minha opinião do Olavo. :lol:

Pergunto isso porque o @Beren , por exemplo, manifestou certo receio com a coisa. "medo. puro medo ao ler essa matéria." Foi o que ele me disse no Facebook. "Tu sabe que tu é extremamente crítico e analítico, por isso eu não me preocupo (tanto) contigo lendo Carvalho e alguns outros, mas tem muita gente que lê sem criticar e daqui a pouco tão fazendo passeata por aí, falando de ditadura gayzista e batendo em quem tá vestindo vermelho.."

Ele parecia relacionar direita com violência.... :think:
 
Caralhooooooooo paredão de textooooi

É porque o tópico acabou tendo dois assuntos, e senti a necessidade de responder os dois.


Confesso que o PC Siqueira foi golpe baixo. haha. Mas você ignorou o mais importante desse trecho: que é a parte em que eu solicito indicações de bons autores esquerdistas no Brasil, de preferência que publiquem na Internet, para eu dar uma consultada mais fácil. A única exigência é que saiba escrever com desenvoltura e demonstre bagagem cultural para além da discussão partidária. Não suporto, p.ex., o estilo esquizofrênico do Sakamoto, que não consegue elaborar um texto coeso do início ao fim. E o Duvivier é no mínimo piegas. Outra coisa que passou batida: é que esses nomes são os que me chegam com frequência através das redes sociais, quando os amiguinhos os compartilham e se deslumbram com eles. Por isso os cito.

Não é a citação de um autor consistente propriamente dito, pois acho que o Bertone tem certos defeitos de escrita. Mas é um blogueiro que se identifica com a esquerda moderada e que escreveu um texto pertinente acerca da ideia de "doutrinação ideológica nas escolas".
 
Última edição:
Confesso que o PC Siqueira foi golpe baixo. haha. Mas você ignorou o mais importante desse trecho: que é a parte em que eu solicito indicações de bons autores esquerdistas no Brasil, de preferência que publiquem na Internet, para eu dar uma consultada mais fácil. A única exigência é que saiba escrever com desenvoltura e demonstre bagagem cultural para além da discussão partidária. Não suporto, p.ex., o estilo esquizofrênico do Sakamoto, que não consegue elaborar um texto coeso do início ao fim. E o Duvivier é no mínimo piegas. Outra coisa que passou batida: é que esses nomes são os que me chegam com frequência através das redes sociais, quando os amiguinhos os compartilham e se deslumbram com eles. Por isso os cito.
Olha eu gosto muito do Leandro Karnak, que não é um esquerdista clássico mas um academico de tendencia mais progressita (não gosto desse termo mas não estou achando um melhor). Recomendo os videos dele no Café Filosófico (que tem muito pouco de esquerda, mas serve pra conhecer o trabalho dele).
Existem um tanto de outros professores e academicos que postam algumas coisas nas suas redes sociais, mas não tem a intensão de ser um contraponto à esquerda do Olavo.
Eu curto o Pablo Villaça, critico de cinema, mas também não faz analises muuito profundas e costuma abordar as coisas em tom mais jornalístico.
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Você não acha que ele é o único a falar disso no mundo né?
Ah, eu sei que não, mas o protagonismo que ele dá pro Gramsci na esquerda é tào grande que é até engraçado. O italiano até pouco tempo atrás nem tradução pro português tinha :lol:

E eu não costumo falar mal do Olavo. Como eu disse, acho que ele tem suas qualidades, entendo que ele seja sedutor para muitos jovens que não tem acesso à Universidade mas adoram temas históricos, filosóficos, políticos e etc, assim como não acho que o fato dele ter sido astrólogo atrapalhe em algo.

E vou dar munição ao inimigo aqui: quando alguém de esquerda zoar ele por ser astrólogo, lembre (ou informe) esse colega queo Adorno escreveu alguns textos sobre astrologia :lol:
 
O Karnak eu conheci esses dias e gostei. Cheguei a compartilhar um vídeo dele falando sobre o Hamlet.
O Villaça já bloqueei no Face. HUE :tchau:

Vou tentar mais uma vez, se pá.
 
Parece que a Luciana Genro e o PSOL-RS estão apoiando o Fora Dilma, inclusive querem "disputar a rejeição" do governo com a direita. Eu, particularmente, acho essa posição covarde e oportunista.

Mas há muita coisa sendo dita sim pela esquerda. O próprio Sakamoto, já citado aqui no tópico, se refere ao Levy como Presidente do Brasil, assim como culpa a Dilma por ter mentido em campanha e entregue o país à agenda do PSDB.

Tô falando do povão, do eleitorado do PT. Cadê?
 
Karnak eu conheci esses dias e gostei. Cheguei a compartilhar um vídeo dele falando sobre o Hamlet.
É o segundo Café Filosófico dele. 2 horas de vídeo mas vale MUITO a pena ser assistido.
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Tô falando do povão, do eleitorado do PT. Cadê?
Qual povão? O povão pobre que vota no PT desde 2006 ou os militantes petistas tradicionais e tal?

O primeiro está se cagando pra política, o segundo está apoiando o governo.
 
Pergunto isso porque o @Beren , por exemplo, manifestou certo receio com a coisa. "medo. puro medo ao ler essa matéria." Foi o que ele me disse no Facebook. "Tu sabe que tu é extremamente crítico e analítico, por isso eu não me preocupo (tanto) contigo lendo Carvalho e alguns outros, mas tem muita gente que lê sem criticar e daqui a pouco tão fazendo passeata por aí, falando de ditadura gayzista e batendo em quem tá vestindo vermelho.."

Ele parecia relacionar direita com violência.... :think:

Direto do FB: Isso diz bem o que eu tenho receio.. se nem a "parcela formalmente educada do país" separa esses dois tipos de Conservadorismo, me parece ser esperar demais que a população no geral consiga fazer esse tipo de distinção. Estou até concordando com parte do texto.
E sim, quando a "direita na prática" incita violência (olha o discurso do Bolsonaro, por exemplo), então realmente acabo por associar (não por completo), infelizmente.

Lembrando que se for pra dualismos, eu tô mais pra direita que esquerda, mas é tão pouquinho que quase nem dá pra dizer que pendo pra algum lado.
 

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