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A direita brasileira que saiu do armário não para de vender livros
RODOLFO BORGESSão Paulo 1 AGO 2015 - 12:29 BRT
Fonte: EL PAÍS


Entre as várias faixas empunhadas pelos milhares de manifestantes que saíram às ruas contra o Governo Dilma Rousseff nas grandes manifestações deste ano, uma em particular escandalizou a intelectualidade brasileira: “Chega de doutrinação marxista. Basta de Paulo Freire”. Enquanto enchiam as redes sociais de textos em defesa do patrono da educação brasileira, que tornou-se referência mundial, professores universitários se questionavam de onde poderia ter saído uma crítica como essa. Se tivessem folheado um dos livros mais vendidos dos últimos tempos no Brasil, topariam com o seguinte questionamento: “Vocês conhecem alguém que tenha sido alfabetizado pelo método Paulo Freire? Algumas dessas raras criaturas, se é que existem, chegou a demonstrar competência em qualquer área de atividade técnica, científica, artística ou humanística? Nem precisa responder. Todo mundo já sabe que, pelo critério de ‘pelos frutos o conhecereis’, o célebre Paulo Freire é um ilustre desconhecido”. :rofl:

A citação, que é seguida por uma reunião de críticas de estudiosos estrangeiros sobre a Pedagogia do Oprimido, está no artigo "Viva Paulo Freire!", parte de O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota (Record), fenômeno de vendas no país, com quase 150.000 exemplares vendidos em menos de dois anos, nas contas da editora. O livro, um dos frutos do pensamento conservador que toma as livrarias brasileiras, reúne artigos publicados em jornais e revistas nos últimos anos pelo filósofo brasileiro Olavo de Carvalho.

Em suas inúmeras postagens nas redes sociais, Carvalho mistura comentários filosóficos e críticas agressivas a petistas, feministas e "gayzistas", entre outros. “Feminista vive de polêmica... é para enganar mulher trouxa, assim como o gayzismo é feito para enganar gay trouxa”, diz em um vídeo. Morador dos Estados Unidos desde 2005 e professor de um seminário online de filosofia, o filósofo menciona entre seus feitos, em postagem recente, a “quebra da hegemonia intelectual da esquerda, com o meu livro O Imbecil Coletivo e a minha coluna no Globo, abrindo para liberais e conservadores um espaço que lhes era negado desde os anos 80 pelo menos”.

Apesar de ter publicado obras sobre a filosofia de Aristóteles e Schopenhauer, Carvalho é mais conhecido por esses vídeos e debates virtuais, nos quais interage com figuras como o deputado Jair Bolsonaro, em que critica, em meio a palavrões e insultos, aqueles que defendem políticas e condutas progressistas, com atenção especial ao Foro de São Paulo e aos defensores de governos do PT. A postura bélica, que o filósofo considera uma peneira pela qual passariam apenas aqueles dispostos a exercitar o próprio conhecimento, passou a ser replicada nas batalhas das redes sociais, muito alimentadas pelo blogueiro Felipe Moura Brasil, responsável por organizar O mínimo que você precisa saber..., o jornalista Reinaldo Azevedo e o economista Rodrigo Constantino, autor de outro bestseller, o estigmatizante Esquerda Caviar (Record), que vendeu 50.000 exemplares.

Com textos contundentes e ataques pessoais a figuras públicas das quais discordam — como no caso em que Constantino zombou do ativismo social da atriz Letícia Spiller um dia depois de ela ter sido mantida refém por assaltantes —, os arautos virtuais da direita brasileira contribuíram para a popularização de um ideário conservador que ganhou espaço num momento de desgaste do PT. A intensidade figadal com que defendem o Estado mínimo e condenam ativismos em nome de minorias assusta, contudo, a parcela formalmente educada do país, tão acostumada a conceitos consolidados como justiça social ou histórica e a divisão da sociedade entre opressores e oprimidos.

Segurança x liberdade
A guerra das redes sociais é a parte mais visível e estridente de um aumento na circulação de ideias conservadoras e libertárias pelo país, incentivada por meio de instituições liberais como o Instituto Millenium e de livros publicados nos últimos anos. Munidos de valores e conceitos opostos ao progressismo, os conservadores brasileiros travam com seus oponentes ideológicos o que o economista austríaco Friedrich Hayek definiu, na década de 1940, em seu O Caminho da Servidão, como a disputa entre os dois valores fundamentais e excludentes da direita e da esquerda: liberdade e segurança, respectivamente. Hayek, expoente da escola austríaca de economia, é um dos pensadores liberais clássicos cuja obra, disponível gratuitamente em sites como o do Instituto Ludwig von Mises Brasil, embasa muito da produção intelectual da direita liberal que inunda as livrarias do país.

Há quem veja no fenômeno de saída do armário dos direitistas uma espécie de fim de ressaca do período da ditadura militar (1964-1985), associada à direita. Há até pouco tempo, nem parlamentares do antigo PFL se diziam de direita, e ninguém no mainstream se arvorava a defender discursos que não envolvessem a palavra desigualdade. Nos últimos anos, parece ter entrado em curto circuito o consenso social que levou à Constituição de 1988, de inspiração social-democrata europeia, com o Estado e os direitos no centro do debate.

Editor de muitas das obras da onda conservadora que toma as livrarias, Carlos Andreazza, da Editora Record, faz uma leitura liberal clássica do sucesso dessa empreitada. "Havia e há uma imensa demanda reprimida, culpa dos cerca de 50 anos em que a produção editorial brasileira excluiu os pensamentos liberal e conservador de suas prensas, por que se recolocassem, com tratamento profissional, as importantíssimas ideias liberais e conservadoras nas prateleiras das livrarias". Andreazza reivindica o pioneirismo na percepção do nicho no país e diz que a Record investiu pesado para se tornar referência e líder nesse mercado.

Segundo o editor, todos os livros do gênero lançados recentemente pela Record são grandes sucessos, "com vendas consistentes e perenes, e com presença nas listas de livros mais vendidos". A editoria lançou recentemente Por trás da Máscara, do passe livre aos black blocs, sobre os protestos de junho de 2013, que já segue para a segunda edição, e Pare de Acreditar no Governo, por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado, com 12.000 exemplares vendidos em menos de dois meses — ambos de inspiração conservadora.

Internet
Para Flavio Morgenstern (leia entrevista), autor de Por trás da Máscara, a internet e as redes sociais tiverem um papel fundamental para o renascimento do pensamento de direita no Brasil. Ele argumenta que, pelas redes, o público teve acesso aos grandes intelectuais direitistas, que haviam sido "escorraçados das universidades nacionais por pesquisadores esquerdistas". Não por acaso, autores como o próprio Morgenstern, Alexandre Borges, Gustavo Nogy e Francisco Razzo entraram no radar da Record após se destacar no ambiente virtual.

Morgenstern acredita que, no poder durante os governos Lula e Dilma, a esquerda perdeu muito do prestígio adquirido durante os anos de enfrentamento à ditadura. Prova disso é o sucesso de autores como o jornalista Guilherme Fiuza, autor do recente Não é a Mamãe, reunião de textos com críticas a Dilma Rousseff — segundo Andrezza, "tudo quanto [Fiuza] escreve vende como água no deserto". "Vejo que outras editoras voltam-se agora também para essa janela. É ótimo, pois sugere que talvez retomemos a saúde intelectual, impossível sem equilíbrio", disse o editor ao EL PAÍS.

Andreazza se refere a casas de publicação como a Edições de Rio de Janeiro, que lançou neste ano O mito do Governo Grátis, do economista Paulo Rabello de Castro, e a portuguesa Leya, responsável por publicar livros de autores como o historiador Marco Antonio Villa, especializado em criticar os governos do PT em obras como A década perdida, o filósofo Luiz Felipe Pondé e o jornalista Leandro Narloch, autor do mega-sucesso Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, com mais de 200.000 exemplares vendidos. Já a Três Editorial, do Grupo Folha, lançou recentementePor que Virei à Direita, escrito por Denis Rosenfield, por Pondé e pelo português João Pereira Coutinho, que também publicou pela editora As ideias conservadoras explicadas a revolucionários e reacionários‬.

Esses livros recuperam e divulgam obras de autores como Hayek e Ludwig von Mises, defensores das liberdades individuais diante do estatismo, e de pensadores como os norte-americanos Thomas Sowell e Eric Hoffer, que apontam os limites e contradições dos ideais progressistas, além do clássico conservador Edmund Burke. Para Bruno Garschagen, autor de Pare de acreditar no Governo, os livros chegam em boa hora, pois o Brasil passa por um momento "propício para o surgimento de intelectuais conservadores" (leia entrevista abaixo). Segundo ele, um dos benefícios é "apresentar à sociedade ideias políticas alternativas e mais adequadas ao Brasil num período histórico em que a esquerda e as demais ideologias intervencionistas dominam a nossa política formal".

Garschagen aposta que "o pensamento conservador político moderno, que não tem nada a ver com isso o que se chama de conservadorismo no Brasil quando se quer insultar políticos como Eduardo Cunha, poderá mudar a nossa cultura política", pois se baseia "na ideia de mais sociedade e menos Estado justamente porque desconfia e rejeita projetos de poder que tornam o Governo o grande agente social, político e econômico". É nisso que o escritor aposta para acabar com o que chama de política centenária do patrimonialismo nacional. "A mudança é possível e terá que vir de baixo para cima", diz. Se ele tem razão, as livrarias, mais do que as redes sociais, são o primeiro front.

"Momento é ideal para o estudo do pensamento conservador"
R. B.
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Desde que lançou seu Pare de Acreditar no Governo no Rio de Janeiro, no fim de maio, Bruno Garschagen já passou por outras sete cidades para apresentar seu livro, e tem agendados lançamentos em pelo menos outras 11. O autor dobestseller, que tem 12 mil exemplares vendidos em menos de dois meses, questiona na obra por que os brasileiros acreditam tanto no Estado, mesmo desconfiando dos políticos que o comandam, e fala sobre o assunto na entrevista ao EL PAÍS que segue abaixo.

Pergunta. O que lhe motivou a escrever e publicar o livro?

Resposta. A partir de 2007, quando fui fazer o mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, comecei a pensar no paradoxo que expus no título: por qual razão nós brasileiros não confiamos nos políticos e, apesar disso, desejamos, esperamos ou pedimos que o governo resolva todos ou quase todos os problemas sociais políticos e econômicos? O fato de estar fora do país ajudou-me a tentar entender essa contradição de uma forma mais adequada, mas foi somente em 2013 que essas reflexões iniciais sobre o problema foram convertidas num projeto intelectual e na pesquisa e estudo posterior que realizei para o livro.

P. Há um momento de promoção do pensamento conservador no Brasil?

R. É o momento ideal para a descoberta e estudo do pensamento conservador estrangeiro e daquele que existiu no Brasil no século XIX, quando as duas forças políticas no país eram os partidos Conservador e Liberal. Também é o momento propício para o surgimento de intelectuais conservadores e para a consolidação do trabalho dos poucos que existem e que merecem ser celebrados pelo que fizeram.

P. Por que o país se beneficiaria disso?

R. Os benefícios são muitos, a começar pelo fato de apresentar à sociedade ideias políticas alternativas e mais adequadas ao Brasil num período histórico em que a esquerda e as demais ideologias intervencionistas dominam a nossa política formal. Outro aspecto positivo é estabelecer um vínculo com a sociedade hoje inexiste pela desconfiança que temos dos políticos, que faz com que rejeitemos a política. Ao rejeitarmos a política, deixamos as decisões nas mãos de políticos em que não confiamos. E, sozinhos, os políticos com essa mentalidade intervencionista trabalham para aumentar o poder político e econômico do Estado. O pensamento conservador político moderno, que não tem nada a ver com isso o que se chama de conservadorismo no Brasil quando se quer insultar políticos como Eduardo Cunha, poderá mudar a nossa cultura política baseado na ideia de mais sociedade e menos Estado justamente porque o conservadorismo desconfia e rejeita projetos de poder que tornam o governo o grande agente social, político e econômico. O modelo ideológico e político que foi desenvolvido ao longo da nossa história, como mostro no meu livro, construiu um caminho para a servidão e creio que o pensamento político conservador poderá pavimentar um caminho para as liberdades, e não apenas a liberdade econômica.

P. Você fala no livro sobre a capacidade da elite política do país de manter a lógica patrimonialista apesar de todas as mudanças institucionais por que o país passou desde o Império. Enxerga alguma possibilidade de mudança dessa lógica agora?

R. Não apenas as elites políticas, mas as elites intelectuais e culturais que estavam comprometidas com ideologias autoritárias também se aproveitavam das outras ideologias irmãs para desenvolver um pensamento e uma prática política intervencionista singular e adaptada à realidade política brasileira que elas mesmas construíram. A crise atual é fruto da atuação do PT, que se valeu de todas as experiências intervencionistas e autoritárias anteriores e as agregou à sua própria ideologia e exercício do poder. O mais interessante do momento histórico no qual vivemos hoje é que uma parcela significativa da sociedade brasileira descobriu esse projeto de poder do PT é a armadilha estatista a qual estamos presos e que foi mantida ao longo da nossa história pela cultura política intervencionista que faz com que até hoje a maioria dos brasileiros, segundo a pesquisa que cito no livro, acredite que o Estado é o grande motor da vida social, política e econômica, mesmo sem confiar nos políticos. A mudança é possível e terá que vir de baixo para cima, ou seja, a parcela da sociedade que já descobriu a armadilha deve influenciar positivamente a outra parcela que ainda está presa e ajudar a inserir na política formal pessoas de bem comprometidas com os ideias de liberdade e devidamente conscientes dessa ótica de poder na qual o Estado não pode nem deve ser o seu próprio fiscal e guardião. Quanto mais poder o Governo tiver, mais os políticos irão exercê-lo e mais nós seremos submetidos ao Estado.
 
em uma nota relacionada:

Editor de nomes conservadores, Carlos Andreazza se firma como voz dissonante do mercado de livros

RIO - Na infância, Carlos Andreazza bebericava o uísque do avô Mário, ministro dos Transportes de três governos da ditadura militar. Na adolescência, era titular no meio de campo do time de futebol do Jockey Club Brasileiro e discutia com professores que o perseguiam por conta do sobrenome “maldito”. Mais velho, quando cursou Jornalismo na PUC-Rio, fundou um site para discutir cultura e política. Aos 35, o editor de não ficção e literatura brasileira da Record é uma das vozes mais dissonantes do mercado editorial: brigou com a Festa Literária Internacional de Paraty, execrou publicamente os livros de colorir e dá de ombros para quem o critica e o chama de “editor dos liberais e conservadores”.

No último dia 20, Andreazza concretizou o que considera seu maior êxito: assinou, enfim, contrato com Paulo Cesar de Araújo, autor da polêmica (e censurada) biografia “Roberto Carlos em detalhes”. Ao tirar o historiador e biógrafo da Companhia das Letras, assegurou a publicação de seu novo — e aguardadíssimo — livro sobre o Rei.

— Fizemos uma oferta financeira boa e demos garantias ao Paulo Cesar. Antes mesmo da votação do Supremo Tribunal Federal (que, em junho, derrubou a necessidade de autorização prévia dos biografados), garantimos que publicaríamos a obra independentemente da decisão — conta o editor.

Araújo diz, usando oportuno trocadilho, que o acerto com a editora foi feito por questão de detalhes. Nos bastidores, porém, especula-se que as garantias de segurança dadas pela Record pesaram a favor de Andreazza. A editora, mesmo no período em que biografias não autorizadas eram frequentemente vetadas pela Justiça, publicou títulos como “Dirceu”, de Otávio Cabral, e “Tudo ou nada: Eike Batista e a verdadeira história do Grupo X”, de Malu Gaspar.

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Os dois livros refletem os rumos dados por Andreazza à editora fundada em 1942 por Alfredo Machado e Décio Abreu. O investimento em livros-reportagem e obras críticas ao governo federal se tornou uma marca do carioca que chegou à Record em 2012. Quando Luciana Villas-Boas deixou o cargo de diretora editorial da empresa, Sérgio Machado, presidente do Grupo Record, decidiu descentralizar a tomada de decisões no carro-chefe do conglomerado, que reúne outras 11 editoras, como a José Olympio e a Bertrand Brasil. Dividiu setores e trouxe Andreazza para cuidar de não ficção. Com a saída de Guiomar de Grammont, em 2013, ele assumiu também a literatura brasileira.

Machado conheceu Andreazza por intermédio da irmã, Sônia. Impressionou-se com o rapaz que havia construído sua carreira nas pequenas editoras Contracapa, Capivara e La Table Ronde, de Paris. Três anos depois da escolha, ele diz que o editor “superou expectativas”, e que já é possível enxergar suas digitais na Record.

— Dá para identificar uma certa guinada para a direita — confessa, aos risos. — A teoria que a Luciana defendia era que a esquerda lê mais do que a direita. E, para mim, isso sempre fez um certo sentido. O Andreazza apostou no contrário e, para nossa surpresa, deu certo. Ficou provado que a direita também lê. Ele percebeu um crescimento do pensamento liberal. Essa diversidade é boa para a democracia.

O editor reuniu os articuladores do pensamento liberal na Record. Nomes da nova direita, como Rodrigo Constantino, e antigos pontífices do conservadorismo, como Olavo de Carvalho, entraram para o catálogo e, de imediato, deram resultado.

Segundo o site “Publishnews”, em 2014, três dos dez livros mais vendidos pela editora seguiam nessa linha: “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, de Olavo de Carvalho; “A década perdida”, de Marco Antonio Villa; e “Não é a mamãe”, de Guilherme Fiuza.

O jovem Kim Kataguiri, líder de movimentos de contestação à presidente Dilma Rousseff, também já assinou contrato e deve publicar até novembro. Andreazza usa o livro lançado em 2013 por Carvalho como exemplo. Nas contas da editora, a obra vendeu mais de 120 mil exemplares.

— O caso do Olavo é muito simbólico. O que fizemos foi dar um tratamento pop ao autor. Nós hypamos o Olavo, desde a escolha do título até a capa — teoriza, chamando o projeto editorial de “primoroso”. — Havia uma demanda reprimida por esses autores, que nós identificamos.

SEM CONCESSÕES AO AVÔ

“Ninguém se chama Andreazza por acaso”. A frase de Nelson Rodrigues serviu como epígrafe do blog que ele manteve até 2011. O avô, de quem herdou os olhos verdes, morreu quando o neto tinha 8 anos. Ele guarda memórias cândidas do responsável por projetos faraônicos da ditadura militar, como a Ponte Rio-Niterói e a Transamazônica.

— Ele era muito carinhoso e me dava uísque, que é um elemento fundamental da minha formação (risos). Eu era fascinado por sua figura. Mas, aos 8 anos, o Andreazza era o meu avô. Para mim, não era o ministro poderosíssimo. Isso aprendi depois. Eu nutria uma admiração enorme por ele — diz o neto, que pretende publicar um livro sobre o legado do avô. — Não vou fazer concessões. Ele foi um signatário do AI-5. E isso me incomoda muito.

Ter o nome ligado à ditadura durante a redemocratização não era exatamente fácil. No colégio, Andreazza precisou lidar com os olhares enviesados de alguns professores.

— Ouvia muita provocação, sofri muito — diz ele, que jura não guardar mágoa dos mestres. — Tive professor torturado. Não posso mensurar uma dor dessas.

Enquanto muitos colegas no mercado editorial são reservados, Andreazza vai para a linha de frente na hora de divulgar os livros. É extremamente ativo nas redes sociais, onde elogia — com adjetivos derramados — os autores que contratou.

— Ele tem um estilo diferente do perfil blasé tradicional dos editores. É passional, engaja-se pessoalmente em todo o processo do livro — diz o amigo Marcelo Moutinho, que publicou “Na dobra do dia” pela concorrente Rocco.

ANTIGA RELAÇÃO COM A INTERNET E BRIGA COM A FLIP

A relação com a internet é antiga. Ao lado de Felipe Moura Brasil, mantinha o site “Tribuneiros”. Os dois dividiam o meio-campo do time do Jockey na adolescência. A parceria saiu dos campos, passou pelo “Tribuneiros” e chegou à Record. Brasil, hoje blogueiro da revista “Veja”, organizou os textos de Carvalho e deve publicar dois livros pela editora em 2016.

Depois que Andreazza assumiu o cargo na Record, seus choques foram muitos. No mais recente, abriu guerra contra os livros de colorir, fenômeno editorial que ajuda as contas de um setor em crise. Mesmo que Rafaella Machado, filha de Sérgio e neta de Alfredo, tenha editado obras do gênero pela Galera Record, ele lançou sua “Campanha pela Maioridade Intelectual”. Acha que a onda não contribui com a leitura:

— Isso não pode ser considerado livro. E não deve estar em lista de best-sellers.

A mais ruidosa das brigas, porém, foi com a Flip. Pelo Facebook, no ano passado, Andreazza criticou a curadoria do jornalista Paulo Werneck, reclamando da pouca presença de autores brasileiros na programação da Festa. Um ano depois, mantém o que disse:

— Eles estão chamando cada vez menos autores da Record. É difícil pensar que isso não é uma atitude política de retaliação. Mas não dá para saber. A Flip é muito fechada, arrogante.

Werneck nega boicote. O curador afirma que convidou nomes como Patrick Modiano, Umberto Eco e John Le Carré, todos autores da Record, e que nunca obteve resposta.

— A verdade é que ele critica a Flip com o argumento da literatura brasileira para criar uma cortina de fumaça. Ele tem dificuldade em trazer os autores internacionais da Record.

Andreazza, que não responde por ficção estrangeira na editora, argumenta que esses autores não costumam viajar, alguns por conta da idade avançada. E diz que trouxe David Carr, convidado pela Festa no ano passado, por ideia do curador.

“CRÉU" NO IMPÉRIO SERRANO, NÃO

A “fama de mau” do editor vai além do mercado. Ele divide com Moutinho e Brasil a paixão pelo carnaval, mais precisamente pelo Império Serrano. E foi na quadra da agremiação, durante a comemoração pelo título do grupo de acesso em 2008, que acabou desafiando um “barra-pesada” da Serrinha.

— Um camarada subiu no palco para cantar a música do “Créu” e a bateria teve que tocar junto. Na mesma hora, o Andreazza desplugou o microfone do sujeito da tomada — conta Moutinho.

O editor ri do episódio, que não rendeu maiores consequências. Mas, agora que é pai da recém-nascida Manuela, diz que jamais o repetiria. Seria o início da fase “Andreazzinha paz e amor”?

— É impressionante como o nascimento de um filho muda as pessoas. A importância que eu dou às coisas hoje é outra.

http://oglobo.globo.com/cultura/liv...-voz-dissonante-do-mercado-de-livros-17021179

(se editei errado o artigo discurpem, qualquer coisa tem o link ali pra clicar)
 
Quem já leu alguma delas - exceto o livro do Narloch, que é um almanaque praticamente - sabe dizer se é interessante ou se é no mesmo nível do histrionismo de Olavo (como diria a @Seiko-chan , de 10 coisas ditas, 3 interessam, e 1 se aproveita)?
 
O @Grimnir certa vez comentou aqui sobre como leu Sakamoto e Constantino e (não) gostou - volta e meia é impossível obter 100% de aproveitamento em um dado pensador/opinador/articulista. Aqueles vídeos sobre literatura foram muito bons, mas sobre ciência... Olha, se for naquela mesma linha non sequitur a prosa dele - e o texto de abertura sobre o Freire (a teoria dele é muito semelhante a do Laubach e me remete à abordagem tradutória de Niida) já me deixa em dúvidas sobre a diferença entre ele e os demais críticos de esquerda que geralmente são "denunciados" (e com razão, preciso dizer) -, por ora fico longe, já tive minha cota com os artigos da Internet. Mas os demais me pareceram interessantes, apesar de já ver críticas ao Villa como um quasi-Olavo - conheço ele do trabalho historiográfico sobre as fases das secas no Nordeste e dos programas da Jovem Pan.
 
Nossa, não sigo o Constantino mais há algum tempo. Só que é aquela coisa - eu lia os textos dele e decidi que era uma bosta. E essa decisão não dependeu de alguma frase solta dele (tipo a história do Olavo falar sobre a Pepsi e os fetos abortados, eu não sei de onde veio essa, então nem perco tempo com ela).

Enfim, arrisco a dizer que tem mt gente com o péssimo hábito de criticar sem nem ler.
 
Sobre o Olavo acho salutar ter em mente algumas coisas antes:

1- Não julgar a obra dele com base em posts de rede social, onde o sujeito naturalmente se sente mais confortável para falar o que vem à mente fora das convenções de um debate sério. Daí ele xinga até a mãe dos caras, se der na telha. Ok. É a porra do perfil pessoal dele. Mesmo assim tem bastante coisa que nesse âmbito se aproveita. O melhor é ler os artigos sérios e os livros. Para você, especificamente, @Bruce Torres , seria interessante, fora da política, conhecer o ensaio do Olavo sobre o Aristóteles (o primeiro capítulo está disponível aqui).

2- Naturalmente, também não julgar com base em espantalhos criados pelos haters. O caso do feto da Pepsi que o @Grimnir cita é talvez uma exceção na qual ele me parece ter dito asneira mesmo. Nem fui a fundo porque é assunto que não me interessa. Mas quando dizem que ele "refutou" Newton e Einstein é preciso cautela, porque os haters não entenderam patavinas do que ele disse e ficaram escandalizados que alguém pudesse dizer um ai sobre os seus deuses cientistas.
Nas suas palavras: "Os anti-olavistas em atividade não têm a mínima idéia do que se passa no debate científico internacional e por isso não sabem que as leis científicas que aprenderam no ginásio continuam sendo discutidas, contestadas e aperfeiçoadas no mundo civilizado. Imaginam que elas são verdades definitivas das quais só um louco ousaria duvidar. Para complicar mais as coisas, eles não conhecem duas regras elementares de lógica, segundo as quais (1) negar uma afirmação não é afirmar a sua oposta e (2) negar as provas de uma afirmação não é negar a afirmação mesma. Assim, pois, se digo que não há provas cabais do heliocentrismo e que a questão continua em discussão, concluem que estou defendendo o geocentrismo e, pior, fazendo-o contra todo o consenso cientítico atual. E, se digo que a teoria de Newton se baseia em premissas metafísicas que em si mesmas são impossíveis de provar (espaço e tempo absolutos), concluem que “refutei a lei da gravidade” e que portanto sou um doido. Soma-se a isso a compulsão irresistível de dar sentido absoluto a afirmações relativas, ou de atribuir a mim a autoria de notícias que simplesmente retransmiti de passagem, e tem-se então o panorama completo da mentalidade anti-olavista, ela mesma, talvez, o mais nítido sintoma da estupidez nacional."

3- Ele é ferrenho crítico da esquerda. Ponto. Mas na condição de alguém que já foi militante de esquerda na juventude e mais tarde abriu os olhos, conheceu outras coisas e abandonou a causa em definitivo e passou a denunciá-la. Daí que você verá, talvez com algum desconforto, ele metendo o pau sem reservas nos Paulo Freire e Leonardo Boff da vida, no PT, no Foro de São Paulo, no Jean Wyllys et caterva. Daí você verá como denuncia o gramscismo reinante. Se ele parece histérico é porque uma hora a pessoa perde a paciência pra certas coisas e percebe que só falar mansinho não surte efeitos, especialmente porque também a militância de esquerda é barulhenta e histérica e ganha no grito.

4- Olavo é o filósofo responsável há anos pelo maior curso de filosofia do Brasil. É inegável a bagagem intelectual do homem. Os haters, sempre adeptos do argumentum ad hominem, tentarão desacreditá-lo porque ele "não tem diploma", ou seja, não seria filósofo porque não fez um bachareladinho em Filosofia e não cursou X horas obrigatórias de aula. Fetiche academicista. O maior barato das ciências humanas é que o autodidatismo é uma realidade possível e em alguns casos desejável. Se a vasta obra dele já não for prova cabal de que o tal diploma é escusado, que mais precisam?

5- Olavo é cristão. Crendo em Deus e em Cristo, certas concepções religiosas lhe são indissociáveis. Ele é, p. ex., ferrenho opositor do aborto. Isso só já bastaria para causar frisson na ala abortista da esquerda que vê em tal concepção um ranço ultraconservador cristão machista-opressor etc. [insira baboseiras a gosto].


E por fim ainda aguardo que a esquerda aponte alguém que no Brasil hoje tenha a influência que o Olavo tem entre a direita e semelhante capacidade discursiva. Porque, olha, a julgar pelos gurus eleitos das redes sociais, segundo eu tenho visto -- Sakamoto, Duvivier, Lola, PC Siqueira, Jean Wyllys, Luciana Genro... -- a coisa tá bem ruim pro lado deles.
 
Última edição por um moderador:
Lembro que havia uma lacuna quando eu era criança com relação a expor ao público as preocupações sociais de cada frente política. A impressão que se passava era que apenas a esquerda pensava em cuidar da pobreza e dos pobres. Mais tarde fui ver que a direita também doava (terrenos e bens) para ajudar o público tanto quanto a esquerda pensava em distribuir renda.

Esse vazio na divulgação do papel de cada vertente abria espaço para uma série de lendas que rebaixavam o nível das discussões. Para sanar o vazio tem que haver mais livros e textos.
 
Nas suas palavras: "Os anti-olavistas em atividade não têm a mínima idéia do que se passa no debate científico internacional e por isso não sabem que as leis científicas que aprenderam no ginásio continuam sendo discutidas, contestadas e aperfeiçoadas no mundo civilizado. Imaginam que elas são verdades definitivas das quais só um louco ousaria duvidar. Para complicar mais as coisas, eles não conhecem duas regras elementares de lógica, segundo as quais (1) negar uma afirmação não é afirmar a sua oposta e (2) negar as provas de uma afirmação não é negar a afirmação mesma. Assim, pois, se digo que não há provas cabais do heliocentrismo e que a questão continua em discussão, concluem que estou defendendo o geocentrismo e, pior, fazendo-o contra todo o consenso cientítico atual. E, se digo que a teoria de Newton se baseia em premissas metafísicas que em si mesmas são impossíveis de provar (espaço e tempo absolutos), concluem que “refutei a lei da gravidade” e que portanto sou um doido. Soma-se a isso a compulsão irresistível de dar sentido absoluto a afirmações relativas, ou de atribuir a mim a autoria de notícias que simplesmente retransmiti de passagem, e tem-se então o panorama completo da mentalidade anti-olavista, ela mesma, talvez, o mais nítido sintoma da estupidez nacional."
Nunca li um texto dele.
Mas se esse texto que você postou em aspas é dele, é um monte de bobagens do ponto de vista de física. Uma visão que eu esperaria que alguém de não-exatas tivesse do que é física.
Se essa foi a explicação que ele deu pra tentar explicar alguma outra coisa que ele disse sobre o assunto, só piorou.

Ele reclama que pessoas pegam trechos avulsos de comentários dele e chegam em conclusões exageradas ou extrapoladas.
Pois ele aparentemente faz o mesmo quando provavelmente lê livros de divulgação científica, absorve ideias de que ciência de fato é uma ideologia de sempre buscar aprimoramento, de nunca dizer que tudo está 100% fechado, etc, pra extrapolar e chegar em conclusões próprias erradas como dizer que qualquer coisa está sob questionamento, como se heliocentrismo fosse questionado ou que premissas como espaço-tempo são metafísicas quando mais de 100 anos atrás foi-se dado sentido a elas.

Por que cada um não fica no próprio quadrado? É feio quando essas pessoas tentam falar de algo que claramente não dominam.
Ou pior, e isso eu sempre repito, leem ou ouvem falar de materiais de divulgação científica e consideram que é a mesma coisa que ter estudado o assunto. Sou muito a favor de divulgação científica e até fiz materiais pra isso, mas infelizmente tem desses problemas de em vez de servir como inspiração para que a pessoa busque saber mais a fundo o assunto, ela já ache que pode tirar conclusões revolucionárias como essas.

Enfim.
 
Por que cada um não fica no próprio quadrado?

Porque Olavo é polímata, não sabia? :lol:
Mas falando sério, creio que ele tem mesmo esse anseio de uma educação tal qual a do Medievo, ser capaz de fazer de tudo - isso explica a fascinação por Aristóteles e mesmo a passagem pela astrologia, então não algo simplesmente místico.
O problema é acabar cometendo os mesmos erros denunciados por Roger Scruton em relação à Nova Esquerda ou aqueles vistos pela Filosofia Continental, de tentar dissolver as epistemologias como meras leituras subjetivas - será por isso que ele também não vai com a cara de Einstein e sua teoria da Relatividade?
 
Ele pode não ir com a cara de Einstein.
Mas pra ir contra a teoria modelada por ele, ele tem que argumentar e não apenas opinar sobre a forma.
Questionar sobre a metafísica do significado de espaço e tempo é questionar sobre a linguagem matemática escolhida para descrever os fenômenos. Seria como dizer que os argumentos deles são inválidos pois temos que questionar se devem estar escritos em português. Se ele escrevesse em alemão bárbaro aí sim haveria uma validade.
 
Olavo é o filósofo responsável há anos pelo maior curso de filosofia do Brasil.
Um curso não oficial, na qual ele fala o que ele quiser, sem ter nenhum corpo docente para pensar o curso junto, para colaborar na formação do currículo do curso, no debate sobre os autores, enfim, uma série de requisitos que um curso para poder ser considerado de excelência precisa ter.

E não, não é "fetiche academicista". As faculdades de Humanas exigem muito rigor metodológico e ético, isso que faz seus cursos terem validade cientifica para publicações e estudos em outras áreas do conhecimento.
É inegável a bagagem intelectual do homem.
Ele sabe um pouco de muitas coisas, mas não é inegável, longe disso. Isso é uma confusão porque a maior parte das pessoas não conhecem filósofos brasileiros, salvo exceção uma ou outra frase ou artigo da Marilena Chauí, normalmente falando ou do PT ou da classe média, mas não sabem que ela tem um dos, talvez até o maior trabalho filosófico moderno em todo o mundo sobre filósofos pré socráticos. E livros reconhecidos internacionalmente, por outros filósofos de tendencias politicas diferentes da dela, diferente do Olavo que recebe louros apenas de fãs na internet e de um ou outro colunista da Veja.

O maior barato das ciências humanas é que o autodidatismo é uma realidade possível e em alguns casos desejável. Se a vasta obra dele já não for prova cabal de que o tal diploma é escusado, que mais precisam?
Você aceitaria ser operado por um médico auto-ditada? Ou cruzaria uma ponte construída por um engenheiro auto-didata? Não Calib, não é desejável que acadêmicos sejam auto-didatas em suas áreas de saber. Universidade é mais que um bacharelzinho ou um numero X de aulas de filosofia, e mesmo que fosse apenas isso, já seria importante o suficiente para qualquer bacharel contestar posições absolutamente randômicas e sem comprovação ou mesmo crivo acadêmico nenhum que o Olavo insiste em vender como teoria filosófica séria.

O Olavo tem suas qualidades: ele fala bem, escreve aparentemente bem, tem um conhecimento histórico interessante, entende daqueles misticismo que o Paganus gosta, de alguns autores completamente anônimos, como Guenon, Evola e alguns outros, fala sobre duguinismo com certa propriedade (afinal o Dugin é outro doido) mas para por ai. Qualquer pessoa que o eleve como referencia intelectual no Brasil é um ignorante.
E por fim ainda aguardo que a esquerda aponte alguém que no Brasil hoje tenha a influência que o Olavo tem entre a direita e semelhante capacidade discursiva. Porque, olha, a julgar pelos gurus eleitos das redes sociais, segundo eu tenho visto -- Sakamoto, Duvivier, Lola, PC Siqueira, Jean Wyllys, Luciana Genro... -- a coisa tá bem ruim pro lado deles.
Ah tá! Agora entendi. Você está colocando que o Olavo é para direita o que o PC Siqueira é para a esquerda. Assim faz sentido.
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Daí você verá como denuncia o gramscismo reinante.
Pago uma caixa de breja se qualquer fã do Olavo ou mesmo vc me explicar do que se trata o "gramcismo" sem usar o Olavo ou a Wikipedia.
 
Lembro que havia uma lacuna quando eu era criança com relação a expor ao público as preocupações sociais de cada frente política. A impressão que se passava era que apenas a esquerda pensava em cuidar da pobreza e dos pobres. Mais tarde fui ver que a direita também doava (terrenos e bens) para ajudar o público tanto quanto a esquerda pensava em distribuir renda.

Esse vazio na divulgação do papel de cada vertente abria espaço para uma série de lendas que rebaixavam o nível das discussões. Para sanar o vazio tem que haver mais livros e textos.

Talvez viajei no que você quis dizer, mas nesse vídeo aqui ha uma tentativa de desconstrucao do debate esquerda x direita.

 
Você aceitaria ser operado por um médico auto-ditada? Ou cruzaria uma ponte construída por um engenheiro auto-didata?
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Velho, faz um favor pra ti mesmo: NUNCA compare ciências exatas com ciências humanas.

“Nhé nhé nhé, tá desmerecendo as humanas.”

Não, não estou. Não importa quantas vezes vocês erre na avaliação gramatical de qualquer coisa¹, nunca será tão grave quanto errar uma incisão ou o material de construção de um prédio. Os cursos de humanas prezam pela pluralidade de ideias, ou seja, nunca haverá apenas uma forma correta de um pensamento filosófico, até mesmo quando ele é tão retardado ao ponto de criticar a existência do espaço-tempo.

tl;dr falou bosta, Fela.


¹ Chegando antes do mala que disser que errar tradução na bula de remédio dá merda. Pra isso que existem os tradutores juramentados e todo tipo de certificação, mas uma pessoa auto-didata nos estudos de português e que está trabalhando como professor particular não vai causar um dano irreparável a uma mente humana só porque errou ao instruir alguém. É um erro de fácil reversão, comparado com tentar fazer uma traqueostomia com um canivete e o cano de uma caneta Bic.
 
Velho, faz um favor pra ti mesmo: NUNCA compare ciências exatas com ciências humanas.
Aqui mostra que vc não entende porra nenhuma de ciencias humanas. Comparar uma com a outra é matéria para diversos filósofos, inclsuive gente pouco conhecida como David Hume, Emmanuel Kant, Max Weber (sociólogo no caso). Se você acha que uma má leitura ou um interpretação errada da História ou da própria Filosofia não é tòa danoso para a sociedade quanto um médico errar uma incisão é porque, ressalto, vc não entende porra nenhuma da ciências humanas e nem dos desdobramentos do que os homens que fizeram parte dela construirão no mundo concreto.
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Alias, se interessar leia os trabalhos de Nobert Elias, como "Os Alemães" e "O Processo Civilizador" para entender como a intelectualidade FILOSÓFICA da Alemanha pós unificação gerou toda a base do conhecimento técnico alemão e posteriormente proporcionou o próprio Estado Nazista, pra quem sabe entender como uma tendencia academica de Humanas pode ser muito mais catastrófica no plano real do que um médico ou um engenheiro mal formado!

Ou, se quiser um exemplo que pegue mal pra esquerda, leia sobre o Khmer Vermelho e a releitura de Pol Pot sobre a teoria Marxista para entende o pq ele achou apropriado matar metade do país e deixar apenas os camponeses vivos.

Tudo isso ocorreu pq um monte de técnicos, burocratas que acreditavam ser auto-ditadas em marxismo, filosofia, história, sociologia e etc. Não a toa os primeiros a morrerem no Camboja foram os professores MARXISTAS, pois eles continham "fetiche acadêmico".
 
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Aqui mostra que vc não entende porra nenhuma de ciencias humanas. Comparar uma com a outra é matéria para diversos filósofos, inclsuive gente pouco conhecida como David Hume, Emmanuel Kant, Max Weber (sociólogo no caso). Se você acha que uma má leitura ou um interpretação errada da História ou da própria Filosofia não é tòa danoso para a sociedade quanto um médico errar uma incisão é porque, ressalto, vc não entende porra nenhuma da ciências humanas e nem dos desdobramentos do que os homens que fizeram parte dela construirão no mundo concreto.
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Alias, se interessar leia os trabalhos de Nobert Elias, como "Os Alemães" e "O Processo Civilizador" para entender como a intelectualidade FILOSÓFICA da Alemanha pós unificação gerou toda a base do conhecimento técnico alemão e posteriormente proporcionou o próprio Estado Nazista, pra quem sabe entender como uma tendencia academia de Humanas pode ser muito mais catastrófica no plano real do que um médico ou um engenheiro mal formado!
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Mas criatura, não tô negando a importância das ciências humanas para o mundo, eu tô dizendo que não existe “certo e errado” no pensamento filosófico, são ideias. Se alguém decide matar milhões de judeus ou armênios ou seja lá o que for por conta disso, é uma outra questão totalmente diferente.

O importante é: não existe exatidão quando falamos de ciências humanas. Comparar duas ciências exatas com uma humana não é compatível, simplesmente porque elas lidam com dois domínios completamente diferentes.
 
O importante é: não existe exatidão quando falamos de ciências humanas. Comparar duas ciências exatas com uma humana não é compatível, simplesmente porque elas lidam com dois domínios completamente diferentes.
E existe exatidão na ciencias humanas? Elas são menos enviesadas ideologicamente que as humanas? Ou o método das exatas é mais rigoroso? Repito: Kant, Hume, Hegel, Descarthes, Aristóteles, Weber, todos eles tratam desse tema e chegam a conclusòes diferentes. Tá faltando sair um pouco dessa sacralização do conhecimento Exato para refletir mais se o conhecimento não é, a priori, algo enviesado.
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Mas criatura, não tô negando a importância das ciências humanas para o mundo, eu tô dizendo que não existe “certo e errado” no pensamento filosófico, são ideias. Se alguém decide matar milhões de judeus ou armênios ou seja lá o que for por conta disso, é uma outra questão totalmente diferente.
Não. Existem posiçòes consideredas sim erradas nos ciclos do pensamento academico de Humanas. Você está falando do lugar comum, onde o pessoal acha que, a partir do momento que alguém propõem uma ideia na área de Humanas, ela passa a ser debatida ou aceita pq na Humanas não existe caminho único, como alguns acreditam (e não estào certos) que exista na Exatas.
 

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