-Jorge-
mississippi queen
[align=justify]"Eu! Bravo! Bem começado." é dessa maneira irônica que começa A Carteira de Meu Tio, livro em que Joaquim Manuel de Macedo faz uma crítica ácida à política e às elites da época através da cínica figura do "sobrinho de meu tio".
Depois de viajar às custas do tio pela Europa para aprender alguma coisa, o "sobrinho de meu tio" retorna ao Brasil e comunica ao tio a decisão de ser político. Seu tio concorda com algumas condições: que ele viaje pelo Brasil antes de entrar na política e que leve dois companheiros: uma defunta (apelido da Constituição) e um ruço-queimado.
Na viagem, o narrador encontra o compadre Paciência, liberal sincero e que por isso mesmo não dá para a política, que o acompanhará e assistirá com ele a todo tipo de arbitrariedade.
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Nessa obra, Macedo, um macedo distante de A Moreninha critica quase todas as instituições do Império: (o descumprimento d)a Constituição, as eleições, os partidos, os políticos, o liberalismo falso do Brasil com seu apadrinhamento, a Justiça, as prisões, enfim, ele atira para todo lado.
O que é triste é que quase tudo continua igual... 150 anos depois da publicação do livro e com várias mudanças de regime. Por exemplo:
- "O nosso governo é essencialmente governo das maiorias e como quer o compadre que os ministérios se moralizem, se lhes é necessária a desmoralização para arranjar maiorias?..." Não se aplicaria isso ao Mensalão?
A descrição de uma prisão fétida e a apresentação do artigo da constituição:
- "As Cadeias serão seguras, limpas, o bem arejadas, havendo diversas casas para separação dos réus, conforme suas circunstâncias, e natureza dos seus crimes."
Enfim, muito bom. Em vários trechos, para mim, a ironia dele se parece muito com a de Machado de Assis. Há também uma continuação Memórias do Sobrinho do Meu Tio de 1869. Vou tentar ler.
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Depois de viajar às custas do tio pela Europa para aprender alguma coisa, o "sobrinho de meu tio" retorna ao Brasil e comunica ao tio a decisão de ser político. Seu tio concorda com algumas condições: que ele viaje pelo Brasil antes de entrar na política e que leve dois companheiros: uma defunta (apelido da Constituição) e um ruço-queimado.
Na viagem, o narrador encontra o compadre Paciência, liberal sincero e que por isso mesmo não dá para a política, que o acompanhará e assistirá com ele a todo tipo de arbitrariedade.
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Nessa obra, Macedo, um macedo distante de A Moreninha critica quase todas as instituições do Império: (o descumprimento d)a Constituição, as eleições, os partidos, os políticos, o liberalismo falso do Brasil com seu apadrinhamento, a Justiça, as prisões, enfim, ele atira para todo lado.
O que é triste é que quase tudo continua igual... 150 anos depois da publicação do livro e com várias mudanças de regime. Por exemplo:
- "O nosso governo é essencialmente governo das maiorias e como quer o compadre que os ministérios se moralizem, se lhes é necessária a desmoralização para arranjar maiorias?..." Não se aplicaria isso ao Mensalão?
A descrição de uma prisão fétida e a apresentação do artigo da constituição:
- "As Cadeias serão seguras, limpas, o bem arejadas, havendo diversas casas para separação dos réus, conforme suas circunstâncias, e natureza dos seus crimes."
Enfim, muito bom. Em vários trechos, para mim, a ironia dele se parece muito com a de Machado de Assis. Há também uma continuação Memórias do Sobrinho do Meu Tio de 1869. Vou tentar ler.
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