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Desafio: 30 dias de livros

Dia 01 - Seu livro favorito = Ortodoxia (Chesterton) se tornou meu favorito pelas reflexões anti-niilistas a que me levou, me salvou de um buraco de desespero existencial muitas vezes.




Dia 02 - O livro que mais odeia = O código da Vinci (Dan Brown) coleção de mentiras, exageros e falsidades históricas que me enganaram durante uma época e hoje me indispõe contra qualquer dessas besteiras conspiratórias.




Dia 03 - um livro que te surpreendeu completamente (positivamente ou negativamente) = Introdução ao cristianismo (Joseph Ratzinger) livro de introdução à teologia católica muito esclarecedor com o pensamento vivo e muito interessante do Papa (na época não era Papa) Bento XVI. Eu tinha uma visão dele como um bispo conservador e retrógrado, mas quando li esse livro mudei minha visão sobre ele e sobre o que é conservador. Tornei-me conservador também e vi que isso nada tem de retrógrado. Grande livro, com excelentes ideias e análises históricas e filosóficas muito interessantes. Recomendo pra qualquer um que tenha seus preconceitos com o Papa ou simplesmente queira conhecer sobre o que a Igreja vive e ensina.




Dia 04 - Um livro que te faz lembrar de casa = As aventuras de Tom Sawyer (Mark Twain) Fiquei em dúvida entre esse livro e o Pequeno Príncipe, mas o livro do principezinho é mais que um livro nostálgico (fisica e psicologicamente), então vou poupá-lo.
Esse livro conta as peripécias de um menino na preconceituosa, escravagista e supersticiosa São Petersburgo no Mississipi. O livro conta as aventuras do menino e seria algo bobo, até infantil se o livro não retratasse a dureza de um estilo de vida incompreensível de tão seco, refletindo as manias, crendices e superstições de um povo em pleno século XIX naquela região atrasada e retrógrada. Interessante as manias dos meninos, a paixonite de Tom, seus sonhos de ser bandoleiro, pirata, assaltante, é difícil não se identificar com crianças de mentes tão perversinhas e cheias de planos, fora que se metem em coisas de gente grande, preocupam seus pais e divertem sues leitores. Acho que me faz sentir em casa porque aquele mundo se tornou parte da minha vida, foi o primeiro livro de verdade que li e esperando aventuras bobas, encontrei uma preciosidade e me diverti bastante. O livro dá essa sensação de profundidade e de identificação mesmo.




Dia 05 - Um livro de não-ficção que você gostou = Confissões (Santo Agostinho) Autobiografia do grande santo e filósofo católico, é admirável a contribuição dele ao pensamento ocidental mas sua biografia é uma das responsáveis por minha conversão ao cristianismo. Livro lindo, poético, com a descrição apaixonada das fraquezas de um homem que vive em busca da verdade até encontrá-la, com dor e sacrifício, na ortodoxia católica e passa a trabalhar como seu principal expoente. Chorei no capítulo de sua conversão, foi quando me decidi a ser padre.




Dia 06 - Um livro que te faz chorar = Os sofrimentos do jovem Werther (Goethe) Difícil escolher um só, eu sou muito emotivo, manteiga derretida mesmo. Fiquei tentado a colocar o Pequeno Príncipe aí, mas mudei de ideia. Escolhi esse livro emo. :lol:
É um romance epistolar narrado por um jovem que se apaixona por uma moça. O problema é que ela está noiva. Ele acaba ficando amigo do casal, maaas... O problema maior está nesse 'mas', as cartas dele aos amigos mostram uma alma perturbada pelo amor, apaixonada pela mulher que ele venera como uma deusa, carregado de paixão, uma alma tortuosa, poética, sonhadora. Uma história emocionante que mostra até onde um amor impossível pode levar um homem, assim como seus ideais. Final surpreendente mas é nas frequentes vezes que fala de amor que o jovem me arranca lágrimas. Acabo me lembrando do que eu já senti antes...




Dia 07 - Um livro que é difícil de ler = Summa Theologiae (Santo Tomás de Aquino) Só li uns pedaços, uns capítulos. É uma obra gigantesca (toda reunida dá umas 3 Bíblias) com o compêndio de toda a filosofia aristotélico-tomista, o arcabouço teórico da escolástica. Todo um vocabulário filosófico mais técnico tornam essa obra muito mais difícil de digerir que uma obra de Nietzsche, altamente livre e poética. Aqui não, tudo é muito exato, preciso, muito ordenado, precisa estar preparado pra ler essa obra. Inteira então, nem se fala.




Dia 08 - Um livro que não é famoso e que você acredita que deveria ser um best-seller = Filocalia (diversos autores) Filocalia significa amor à beleza, esse livro é uma coleção de textos espirituais católico-orientais, ou seja, ortodoxos. Foi compilado no século XVIII e abrange a espiritualidade isolada e contemplativa dos Padres do Deserto do século III até escritos dos monges bizantinos e é referência na literatura espiritual do Oriente cristão. Inspirou o 'Relatos de um peregrino russo', livro de um autor russo anônimo do século XIX que queria aprender a rezar e através da Oração do coração ('Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim, pecador') e usando seu kombuskini (terço bizantino) chegou a um nível espiritual muito elevado e atingiu uma grande compreensão da fé.
Enfim, esse livro é um tesouro inestimável da espiritualidade ortodoxa e creio que TODO católico, talvez até todo cristão, deveria ler e eu adoraria que ele levasse mais pessoas a conhecerem uma fé mais pura e a um encontro mais profundo com Deus. As pessoas criticam muito o catolicismo tendo em vista apenas o romano e desconhecem o brilhante cristianismo ortodoxo. Adoraria que mais pessoas conhecessem.




Dia 09 - Um livro que você leu mais de uma vez = O Silmarillion (J.R.R. Tolkien) Amo demais esse livro, leio trocentas vezes pra quase decorar as genealogias, eras, acontecimentos cruciais, nexos entre as história. Meu livro preferido do professor.




Dia 10 - O primeiro romance que você lembra de ter lido = David Copperfiel (Charles Dickens) Esse livro me fez virar fã de romances e um fã de Dickens. É uma espécie de autobiografia mas o mais interessante é que ele não se foca em profundos, pessimistas dilemas românticos, na verdade as coisas são menos utópicas, mas ainda mais sofridas. O livro conta a vida de David, de sua infância tranquila coma mãe viúva até sua próspera vida adulta, mas o principal é que ocorre nesse tempo: seu amadurecimento, amores, enganos nos amores, toda sorte de sofrimentos, mortes dolorosas, condicionamentos, sua vida enfim.
O livro mostra bem a realidade da Inglaterra do século XIX, vitoriana, com suas classes sociais e imutáveis e problemas sociais alarmantes. Mas o que impressiona mesmo e torna o livro viciante e emocionante é a extrema sensibilidade do autor ao sofrimento, e seu enorme sentimentalismo que te faz querer viver naquela época por simplesmente amar aqueles personagens, suas dores, ou seja, todos os personagens-tipos te conquistam assim como suas histórias.




Dia 11 - O livro que fez com que você se apaixonasse pela leitura = Harry Potter e Câmara Secreta (J.K. Rowling) Eu já havia lido o primeiro livro e estava ansiosíssimo por esse. Li-o em um dia. E assim foi com todos os outros. Essa coisa de se ser absorvido por um livro, devorá-lo, ser hipnotizado por ele, coisas que tenho buscado, essa imersão, começou aqui. A trama é muito bem construída, cheia de reviravoltas e com um clima de suspense muito dez.




Dia 12 - Um livro que te absorvia tanto emocionalmente que você não conseguiu terminá-lo ou teve que deixá-lo um pouco de lado = Grandes Esperanças (Charles Dickens) Esse é um livro que amo de paixão. O problema foi que o final inconclusivo do amor de Pip e Estela, as tensões sociais envolvendo os dois. Eu previ que o final seria triste, previ como seria e que eu sofreria por lembrar um pouco coisas que aconteceram comigo. Depois de um tempo sem ler, voltei e terminei. Dito e feito: fiquei um mês deprimido, mais ou menos. Eu REALMENTE tenho uma relação tensa com os livros.




Dia 13- Livro favorito da infância = A Ilha do Tesouro (Robert Louis Stevenson) Minha avó tem esse livro, velho, sujo, capas caindo, há uns 40 anos, segundo ela. E foi um desses livros velhos da casa da minha avó que despertaram mesmo meu interesse pela leitura, Harry Potter só é mais emblemático. Mas os primeiros mesmos foram as enciclopédias velhas da casa dela e uns livros de aventura como esse. de narrativa fluida, gostosa, com um pouco suspense, adrenalina. Adorava, me divertia demais, lia muito dos meus 9 aos 12 anos.




Dia 14 - Livro que deveria estar na lista de leituras obrigatórias da escola = O Hobbit (J.R.R. Tolkien)
Difícil escolher só um, mas escolho esse aqui por achar que ele é uma excelente introdução ao maravilhoso hábito (vício, no meu caso) da leitura.




Dia 15- Livro favorito lidando com cultura estrangeira = Edda Poética (diversos)
A Edda é uma compilação medieval de textos poéticos mais antigos, pré-cristãos, que versam sobre a mitologia nórdica e são as fontes mais confiáveis e antigas dessa mitologia. As histórias são fascinantes, os personagens, vívidos, tramas simples e até bobas, muitas vezes, mas com aquele traço peculiar de ensinamento moral, cósmico, social, cultural e religioso. Uma 'Bíblia' para qualquer apaixonado pela cultura nórdica e paganismo nórdico.




Dia 16- Livro favorito adaptado para o cinema - O Senhor dos Aneis (J.R.R. Tolkien)
PJ-haters que se explodam: essa foi a melhor adaptação já feita de um livro épico, provavelmente. Todo o essencial, e o espírito da obra de Tolkien está no filme, apenas com pequenos cortes e umas liberdadezinhas de criação.




Dia 17- Adaptação para o cinema que foi completamente deturpada - Harry Potter e o Enigma do Príncipe (J.K. Rowling)
Nem é uma adaptação tão ruim assim, mas aquelas cenas a mais, aquelas interpretações fajutas, a falta de espírito em tantas situações, não sei, a alma desse filme ofende meu gosto, mesmo o livro não sendo primoroso também. Muito malfeito.




Dia 18- Um livro que você adora e não é mais encontrado nas livrarias - O candidato (Pe. Antonio Olivieri)
Um dos últimos livros escritos pelo padre da paróquia da minha avó, antes de falecer em 2001. Foi publicada pela editora da diocese, edição tosquinha e que se encontra mais facilmente em casas de paroquianos que na livraria católica daqui, onde foi vendido. O livro não é nenhuma genialidade, conta a história de um carroceiro que acaba se tornando candidato e milagrosamente se torna prefeito da pequena cidade de Rio Branco.
Mais engraçado que o carroceiro narrando sua 'campanha' e eleição, é a análise simples e engraçadíssima da situação política da cidade e seus fatos corriqueiros. Livro simples, engraçado e que ainda me faz rir muito sendo uns dos poucos mais de 100 paroquianos a possuí-lo. E é uma excelente forma de lembrar do querido padre, que me batizou e me deu a primeira comunhão.


Dia 19- Um livro que fez você mudar completamente de ideia sobre algo (não-ficção) - Genealogia da moral (Friedrich Nietzsche)
Minha relação com Nietzsche sempre foi tensa, cheia de extremismos até a atual fruição saudável, e ainda hoje esse livro é um tapa na cara, uma demolição de todos os ideais que possamos ter de 'bondade', 'justiça', 'moral'. Aqui temos um psicólogo nato dissecando a alma humana, mostrando o que ela tem de mais podre e cruel e como essas feridas abertas são a ESSÊNCIA do homem. É mesmo um choque ter toda a história dos sentimentos morais a partir de nuances e perspectivas tão duras, realistas, nada românticas e idealistas, saber que existem diferentes tipos de morais, que a 'lei do mais forte' vale aqui também, no mundo humano: na mente, nos instintos, sociedade, política, arte, religião. Esse livro pode ter sido um dos responsáveis por uma das minhas piores crises existenciais, causada por excesso de arrogância e pseudo-independência, porque ele embriaga, envenena, fere, destroi.

Dia 20- Um livro que você recomendaria para uma pessoa ignorante/racista/de mente fechada - Crônicas de Artur (Bernard Cornwell)
Só pra lhes causar um certo choque, principalmente a alguns cristãos, que se acham tão superiores aos 'pagãos'. Aqui os pagãos são os herois, os mártires, e os cristãos, os traidores, crápulas, falsos, arquitetos de mentiras, hipocrisias e farsas. Bom pra produzir um choque gritante e abrir novas visões.
 
Dia 20- Um livro que você recomendaria para uma pessoa ignorante/racista/de mente fechada - Crônicas de Artur (Bernard Cornwell)
Só pra lhes causar um certo choque, principalmente a alguns cristãos, que se acham tão superiores aos 'pagãos'. Aqui os pagãos são os herois, os mártires, e os cristãos, os traidores, crápulas, falsos, arquitetos de mentiras, hipocrisias e farsas. Bom pra produzir um choque gritante e abrir novas visões.

Quem é você e o que fez com Paganus?
 
Dia 01- Seu livro favorito - D. Quixote, de Miguel de Cervantes.

Dia 02- O livro que mais odeia -Uma bagaça chamada a Profecia Celestina. Porra de livro ruim. Li na época por sugestão de uma namorada que era chegada nessas coisas exotéricas. Medonho.

Dia 03- um livro que te surpreendeu completamente (positivamente ou negativamente): Em Nome das Cinzas, um policial de uma escritora chamada Elizabeth George. Não sou grande fã de romances policias, mas achei a história desse muito bem desenvolvida. Não há pessoas boas nem más, nem mesmo o assassino. Todos são muito humanos e multifacetados, com seus erros e acertos. E o final é surpreendente, mesmo para um livro desse tipo.

Dia 04- Um livro que te faz lembrar de casa. O Silmarillion, foi o primeiro livro que li na casa onde moro atualmente, por isso ficou ligado à ela.

Dia 05- Um livro de não-ficção que você gostou - A Legião de César, de Stephen Dando-Collins. O livro conta a história da famosa X Legião Romana, que foi comandada pessoalmente por Júlio Cesar.



Dia 06- Um livro que te faz chorar: O Retorno do Rei, mais especificamente na passagem da última cavalgada e morte de Théoden. Essa sensação se mantém intacta no filme e eu me emociono toda vez que a primeira trombeta dos Rohirrim toca e o velho cavaleiro começa seu discurso.
Dia 07 - Um livr Difícil de ler - Os Irmãos Karamazov, Dostoieviski. Apesar de ser um ótimo livro é uma obra densa e carregada. Sempre achei um livro difícil de a leitura fluir. Vai ver por isso leia tanto :rofl:

Quem é você e o que fez com Paganus?



É o próprio em mais uma crise existencial-religiosa. Deixa quieto que logo passa.
 
Última edição:
Dia 01- Seu livro favorito: "O Mito de Sísifo" - Albert Camus

Aparentemente é um livro despretensioso e de tema manjado: “Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia”. Entretanto, em qual linguagem ao mesmo tempo profunda e simples poderia de melhor forma ter sido escrito um livro assim? Camus parece ter a resposta com esse ensaio filosófico. Numa incrível sensibilidade psicológica e extenso amparo filosófico ele desenvolve uma teoria não usual para o (não) sentido de viver. O livro do absurdo, contra o silêncio do mundo. Transformar o motivo para o fim em motivo para continuar, eis a inversão camusiana da revolta.

Para mim significou explosão de epifanias. Seria talvez exagero dizer, mas cometo essa temeridade e digo que "O Mito de Sísifo" salvou e mudou a minha vida, se formos definir a vida como aquilo que se pensa sobre a vida.

Dia 02- O livro que mais odeia
Olha, não tem nenhum livro que eu odeie... ao menos nenhum que eu tenha lido ao menos.

Os livros que eu não gosto de ler, eu não leio. Não os gosto por ter lido um pequeno trecho e desgostado, ou a sinopse, etc. Nesse caso, todos os de auto-ajuda e espíritas me causam ojeriza. Não pela doutrina espírita, que até acho interessante, mas veja bem... psicografia? Tá bom...
Auto-ajuda abomino por ser ridículo. Psicologismo sentimentalóide, enganador, raso e geralmente mal escrito. Mas.. se alguém consegue tirar algum proveito para a sua vida dessa porcaria, deve ter seus méritos... eu não consigo. Legal é ver, em alguns sebos (e até livrarias!), na mesma estante livros de auto-ajuda e filosofia... sério, para de olhar e vou embora...

Ok, se me pendurassem de ponta cabeça na sacada e me fizessem escolher um livro para não gostar, acho que escolheria Ben-Hur ou o segundo volume das Brumas de Avalon, sei lá. Esse das Brumas é "A Grande Rainha", sim, aquele que foca na Gwen-alguma-coisa (Guinevere), a personagem mais odienta de toda a Literatura!
Engraçado notar o horrível ranço cristianizador dessas duas personagens (Ben-Hur e Gwenetc)... nem tinha percebido isso antes desse post... mas é, eles prestam um deserviço ao cristianismo, da mesma forma que alguns pastores neopentecostais da TV de hoje...

Dia 03- Um livro que te surpreendeu completamente (positivamente ou negativamente):
O primeiro que me lembro assim foi "Mundo Perdido" do Arthur Conan Doyle.
Tinha uma série tosquíssima inspirada no livro, mas que eu gostava bastante. Assistia todas as noites e tal. Fã enfim. Sendo ele autor renomado e interessante dos contos de Sherlock Holmes que eu lia na adolescência e apreciava, julguei que esse Mundo Perdido fosse excelente. E cacei o livro por anos e anos, até encontrar em um sebo de forma bastante despretensiosa. Animado pra ler, tive meus ímpetos todos malfadados pelo ritmo enfadonho, o enredo meia-boca e os acontecimentos mal explicados. Um dos livros mais ruins da minha vida numa das mais aguardadas leituras da minha vida, numa época da minha vida na qual eu ainda esperava boas coisas de tudo. Surpreendentemente decepcionante...

Dia 04- Um livro que te faz lembrar de casa: Odisseia - Homero
A casa é o lar. A lembrança de casa é assim uma nostalgia. O livro que me faz lembrar de casa é o que conta a história do homem que passou dez anos à procura de casa. A do homem sem lar. Odisseu vagou anos pelo mar, perdeu amigos, posses, esperanças. Chegou depois quase ao acaso, já vencido. Ainda teve que vencer seus inimigos. Assim minha lembrança é como a de Odisseu: uma memória de um dia ter havido um lar idílico e buscar por ele obcecadamente, lá onde amigos e família o aguardam saudosos ainda que tiranizados por malfeitores a serem vencidos e Odisseu heroicizado. A casa odisseia é a ideal, a inexistente, a de uma lembrança vazia e impossível, pois há de se lembrar que na Odisseia, nada aparece da vida de Odisseu em Ítaca ou o que ocorreu após a derrota dos pretendentes. Ou seja, se houve ou haveria o lar que Odisseu tanto buscou nos seus dez anos perdido no mar da vida.

Dia 05- Um livro de não-ficção que você gostou: Breviário de Decomposição - EM Cioran
Nesses pequenos ensaios filosóficos, Cioran parece tomar como tarefa a de destruir tudo com seu niilismo e pessimismo. Do meu blog: "Filósofo profundamente niilista, a obra de Cioran contém um tom amargurado e pessimista, e que trata de temas como a inutilidade de tudo, a decadência da civilização, a farsa dos comportamentos e pensamentos, a consciência destrutiva, a fluidez do tempo e o tédio com grande desenvoltura inclusive artística."

Dia 06- Um livro que te faz chorar: O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupèry
Não exatamente me faz chorar, mas sempre que leio eu me emociono. É realmente um livro tocante. Mais profundo do que apenas um livro infantil como muitos o consideram e de uma melancolia tão absoluta que comove.

Dia 07- Um livro que é difícil de ler: Arcano 17 - André Breton
Li por curiosidade e depois deste decidi que nunca mais leria nada dos surrealistas...

Não é difícil de ler por ser complexo, vocabulário arcaico e preciosista, extenso demais, denso em excesso, hermético demais ou qualquer outro motivo que se possa normalmente atribuir. Eu sequer saberia dizer se é chato ou interessante. É apenas despropositado e sem enredo. Um amontoado de palavras, situações, descrições que não levam a lugar algum ou sugerem sentido algum. Vale a pena ler pra conhecer, mas só espere tirar algum sentido do sem sentido, pois é tudo o que o livro contém. É difícil de ler porque é difícil de chegar até o fim, acostumados que somos a seguir categorias de sentido, o que André Breton não admite em seu manifesto.

Dia 08- Um livro que não é famoso e que você acredita que deveria ser um best-seller: O Centésimo em Roma - Max Mallmann
Um livro de um autor gaúcho que gosto, com um estilo humorístico, satírico, cínico, com uma linguagem bastante contemporânea e escrita fluida. Ao mesmo tempo esse é um livro com um pano de fundo muito interessante e um cuidado com a pesquisa dos costumes um bocado apurado.
Foi difícil escolher esse, porque eu fiquei refletindo exageradamente o que faz de um livro um best-seller. E acho que atualmente, Max Mallmann teria tudo para ser fenômeno de vendas pela qualidade do divertimento que proporciona em seus livros.

Dia 09 - Um livro que você leu mais de uma vez: Assim Falou Zaratustra (Friedrich Nietzsche)
O livro mais importante do bigodudo, no qual está a sua teoria do super-homem de forma mais elaborada. Um livro que faz jus à consideração de Nietzsche como o filósofo e artista, com diversos poemas e canções. E construção de imagens e uso de metáforas. Por isso talvez um livro difícil de entender de chofre. É profundo demais, altivo demais. Zaratustra é um livro que te faz bater as asas cada vez com mais vigor a cada vez que é lido ou relembrado.
 
Dia 04- Um livro que te faz lembrar de casa
Bom um livro que me faz lembrar de casa é Volta ao Mundo em 80 Dias - Julio Verne. Não sei explicar o motivo mas sempre que penso neste livro lembro da casa dos meus Pais.
 
Dia 06- Um livro que te faz chorar
Nunca chorei lendo um livro, talvez eu chore quando ler Marley e Eu pois todo mundo que conheço que leu este livro chorou, rsrsr, mas um livro que de alguma forma me impactou muito foi Os Filhos de Hurin - J.R.R. Tolkien, acho que pq ele trata básicamente de
tragédias, e não tem um final feliz.
 
Dia 07- Um livro que é difícil de ler
Acho que livro que achei mais difícil de ler foi. Tragédia no Polo - Wilbur Cross. Para falar a verdade eu já comecei e parei de ler este livro
várias vezes. Atualmente ele serve de suporte ao meu notebook.
 
Dia 08- Um livro que não é famoso e que você acredita que deveria ser um best-seller

Um dos primeiros livros que li foi Os Assassinatos da Rua Morgue de Edgar Allan Poe, eu gostei muito deste livro, e conheço poucas pessoas que já leram, por isso acho que este livro deveria ser m best-seller se ele já não for um.
 
Dia 01- Seu livro favorito
Até hoje não pensei exatamente na pergunta. É uma cosia que evito, porque como diria Lalaith, é como escolher entre os filhos, mas... (tenho um da hora)
Miss Brontë (biografia - Juliet Gael): Eu em si já gosto de ler, então biografias são mamão com açucar, e rapadura com chimarrão, mas...Essa em especial, fala das três irmãs Brontë, e o Intenso amor delas pela "Literatura, pela Leitura, por Escrever!" É como entrar na história e seguir dizendo, - eu sei como é. -Eu passei pelo mesmo. -Cheguei a pensar que nunca fariam nada a respeito com esses textos.
É como um diálogo, mais precisamente um monólogo em que ela fala, a gente escuta e tenta não amar demais pra chegar no fim e não ficar na saudade inesgotável.
 
Última edição:
O livro que mais odeia
Pode parecer hipocrisia dizer, mas não tenho um livro que eu diga Odiar! Me acho meio verde no sentido de leitura, não li um número extraordinário para poder dizer que odeia algum, acho que não gosto de uns e detesto alguns gêneros, mas odiar é forte demais! Amo as palavras, ter o que ler, posso gostar ou não, aí é que depende!

Canibais (David Coimbra - verídico e ficção)

Esse livro, acho que li no momento errado, por obrigação da escola, em uma época em que eu lia somente história de heróis e medievais, uma mente bem jovem de estórias e histórias ainda . Foi bem duro e grosso, uma realidade humana que não esperava, e o modo de tratar as pessoas de forma horrenda. Acho que o detesto por isso! Pode ser que supero o trauma algum dia e releia!
 
Dia 01- Seu livro favorito: "O Mito de Sísifo" - Albert Camus

Aparentemente é um livro despretensioso e de tema manjado: “Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia”. Entretanto, em qual linguagem ao mesmo tempo profunda e simples poderia de melhor forma ter sido escrito um livro assim? Camus parece ter a resposta com esse ensaio filosófico. Numa incrível sensibilidade psicológica e extenso amparo filosófico ele desenvolve uma teoria não usual para o (não) sentido de viver. O livro do absurdo, contra o silêncio do mundo. Transformar o motivo para o fim em motivo para continuar, eis a inversão camusiana da revolta.


Para mim significou explosão de epifanias. Seria talvez exagero dizer, mas cometo essa temeridade e digo que "O Mito de Sísifo" salvou e mudou a minha vida, se formos definir a vida como aquilo que se pensa sobre a vida.

Dia 02- O livro que mais odeia
Olha, não tem nenhum livro que eu odeie... ao menos nenhum que eu tenha lido ao menos.


Os livros que eu não gosto de ler, eu não leio. Não os gosto por ter lido um pequeno trecho e desgostado, ou a sinopse, etc. Nesse caso, todos os de auto-ajuda e espíritas me causam ojeriza. Não pela doutrina espírita, que até acho interessante, mas veja bem... psicografia? Tá bom...
Auto-ajuda abomino por ser ridículo. Psicologismo sentimentalóide, enganador, raso e geralmente mal escrito. Mas.. se alguém consegue tirar algum proveito para a sua vida dessa porcaria, deve ter seus méritos... eu não consigo. Legal é ver, em alguns sebos (e até livrarias!), na mesma estante livros de auto-ajuda e filosofia... sério, para de olhar e vou embora...


Ok, se me pendurassem de ponta cabeça na sacada e me fizessem escolher um livro para não gostar, acho que escolheria Ben-Hur ou o segundo volume das Brumas de Avalon, sei lá. Esse das Brumas é "A Grande Rainha", sim, aquele que foca na Gwen-alguma-coisa (Guinevere), a personagem mais odienta de toda a Literatura!
Engraçado notar o horrível ranço cristianizador dessas duas personagens (Ben-Hur e Gwenetc)... nem tinha percebido isso antes desse post... mas é, eles prestam um deserviço ao cristianismo, da mesma forma que alguns pastores neopentecostais da TV de hoje...

Dia 03- Um livro que te surpreendeu completamente (positivamente ou negativamente):
O primeiro que me lembro assim foi "Mundo Perdido" do Arthur Conan Doyle.
Tinha uma série tosquíssima inspirada no livro, mas que eu gostava bastante. Assistia todas as noites e tal. Fã enfim. Sendo ele autor renomado e interessante dos contos de Sherlock Holmes que eu lia na adolescência e apreciava, julguei que esse Mundo Perdido fosse excelente. E cacei o livro por anos e anos, até encontrar em um sebo de forma bastante despretensiosa. Animado pra ler, tive meus ímpetos todos malfadados pelo ritmo enfadonho, o enredo meia-boca e os acontecimentos mal explicados. Um dos livros mais ruins da minha vida numa das mais aguardadas leituras da minha vida, numa época da minha vida na qual eu ainda esperava boas coisas de tudo. Surpreendentemente decepcionante...

Dia 04- Um livro que te faz lembrar de casa: Odisseia - Homero
A casa é o lar. A lembrança de casa é assim uma nostalgia. O livro que me faz lembrar de casa é o que conta a história do homem que passou dez anos à procura de casa. A do homem sem lar. Odisseu vagou anos pelo mar, perdeu amigos, posses, esperanças. Chegou depois quase ao acaso, já vencido. Ainda teve que vencer seus inimigos. Assim minha lembrança é como a de Odisseu: uma memória de um dia ter havido um lar idílico e buscar por ele obcecadamente, lá onde amigos e família o aguardam saudosos ainda que tiranizados por malfeitores a serem vencidos e Odisseu heroicizado. A casa odisseia é a ideal, a inexistente, a de uma lembrança vazia e impossível, pois há de se lembrar que na Odisseia, nada aparece da vida de Odisseu em Ítaca ou o que ocorreu após a derrota dos pretendentes. Ou seja, se houve ou haveria o lar que Odisseu tanto buscou nos seus dez anos perdido no mar da vida.

Dia 05- Um livro de não-ficção que você gostou: Breviário de Decomposição - EM Cioran
Nesses pequenos ensaios filosóficos, Cioran parece tomar como tarefa a de destruir tudo com seu niilismo e pessimismo. Do meu blog: "Filósofo profundamente niilista, a obra de Cioran contém um tom amargurado e pessimista, e que trata de temas como a inutilidade de tudo, a decadência da civilização, a farsa dos comportamentos e pensamentos, a consciência destrutiva, a fluidez do tempo e o tédio com grande desenvoltura inclusive artística."

Dia 06- Um livro que te faz chorar: O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupèry
Não exatamente me faz chorar, mas sempre que leio eu me emociono. É realmente um livro tocante. Mais profundo do que apenas um livro infantil como muitos o consideram e de uma melancolia tão absoluta que comove.

Dia 07- Um livro que é difícil de ler: Arcano 17 - André Breton
Li por curiosidade e depois deste decidi que nunca mais leria nada dos surrealistas...


Não é difícil de ler por ser complexo, vocabulário arcaico e preciosista, extenso demais, denso em excesso, hermético demais ou qualquer outro motivo que se possa normalmente atribuir. Eu sequer saberia dizer se é chato ou interessante. É apenas despropositado e sem enredo. Um amontoado de palavras, situações, descrições que não levam a lugar algum ou sugerem sentido algum. Vale a pena ler pra conhecer, mas só espere tirar algum sentido do sem sentido, pois é tudo o que o livro contém. É difícil de ler porque é difícil de chegar até o fim, acostumados que somos a seguir categorias de sentido, o que André Breton não admite em seu manifesto.


Dia 08- Um livro que não é famoso e que você acredita que deveria ser um best-seller: O Centésimo em Roma - Max Mallmann
Um livro de um autor gaúcho que gosto, com um estilo humorístico, satírico, cínico, com uma linguagem bastante contemporânea e escrita fluida. Ao mesmo tempo esse é um livro com um pano de fundo muito interessante e um cuidado com a pesquisa dos costumes um bocado apurado.
Foi difícil escolher esse, porque eu fiquei refletindo exageradamente o que faz de um livro um best-seller. E acho que atualmente, Max Mallmann teria tudo para ser fenômeno de vendas pela qualidade do divertimento que proporciona em seus livros.


Dia 09 - Um livro que você leu mais de uma vez: Assim Falou Zaratustra (Friedrich Nietzsche)
O livro mais importante do bigodudo, no qual está a sua teoria do super-homem de forma mais elaborada. Um livro que faz jus à consideração de Nietzsche como o filósofo e artista, com diversos poemas e canções. E construção de imagens e uso de metáforas. Por isso talvez um livro difícil de entender de chofre. É profundo demais, altivo demais. Zaratustra é um livro que te faz bater as asas cada vez com mais vigor a cada vez que é lido ou relembrado.

Dia 10 - O primeiro romance que você lembra de ter lido
Essas perguntas de forçar a memória sempre me quebram. Demorei muito para tentar lembrar e apesar de recordar longo tempo, não sei bem qual foi. Sempre fui bastante leitor, mas romance, pelo que lembro mesmo, fui um que já nem lembro o nome, mas que formava uma mitologia toda estranha de heróis tendo que salvar uma donzela. O detalhe que me faz lembrar dele é que todas as personagem tinham como nomes anagramas de países da América do Sul. Assim o herói da história era o Blaris (Brasil) e a donzela alguma misturança de letras resultante de Argentina. Isso faz tanto tempo que essas são as únicas coisas que lembro. Eu tinha uns 8 anos, sei lá. Antes disso, que eu lembre só tinha lido quadrinhos, histórias infantis, contos e novelinhas.

Foi mal por dever o nome, a autora (sei que é mulher) e o enredo exato do livro, mas eu quis ser o mais veraz possível.

Entretanto, de romance que eu lembro do título e do enredo, tem o Na Mira do Vampiro, do Lopes dos Santos. No qual garotos xeretas futricam na vida de um homem com comportamentos estranhos para descobrir se ele é um vampiro ou não. Mas nem desse eu lembrava não. Só lembrei porque vi ele na estante da biblioteca da escola dia desses e tive um flashback nostálgico. Quando eu fiz minhas primeiras consultas fonoaudiológicas para tratar a gagueira, foi desse livro que eu falei para a gravação de análise . :D
 
Última edição:
Dia 03- Um livro que te surpreendeu completamente (positivamente ou negativamente):
O segredo do presidente (Henri Viard - 1966)

A julgar quando comprei ele no Sebo, foi mais pelo Título, coisa que faço raramente, mas tenho uma queda digna de nota por livros Velhos, e esse em especial, era Bem velho e esquecido na estante, então, foi como se me chamasse.
A trama me envolveu de tal forma, que li o livro em duas pecadas, dois dias e já não restou nada. Intriga política, Espionagem, planos de guerra, Traição, amantes descompassados sem saber se buscam o bem da Nação, ou o bem do Presidente, com detalhes minuciosos, e muito perspicaz a visão do autor da política na época, com grande olhar na questão das alianças do momento e as incompatibilidades de alguns países!

Dia 04- Um livro que te faz lembrar de casa:
A dama do Falcão (Marrion Zimmer Bradley)

Tenho a sensação de estar em um lugar que faz sentido e ao mesmo tempo esquecido. Selvagem, primitivo, algo mítico que me repassa a reação de quando vejo um pôr-do-sol na vastidão dessas coxilhas aqui no interior, e só penso que não preciso de cidades conturbadas e barulhentas! Gosto dos meus cavalos, da noite tomada pelos sons dos sapos, e o vaga-lume chamando mais atenção que as raras luzes que a rua tem. Fenomenal,é acolhedor, aconchegante, como minha casa! ^^

OBS: Dois juntos por eu no dia 3 não ter conseguido acessar internet.
 
Última edição:
Dia 01- Seu livro favorito: "O Mito de Sísifo" - Albert Camus

Aparentemente é um livro despretensioso e de tema manjado: “Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia”. Entretanto, em qual linguagem ao mesmo tempo profunda e simples poderia de melhor forma ter sido escrito um livro assim? Camus parece ter a resposta com esse ensaio filosófico. Numa incrível sensibilidade psicológica e extenso amparo filosófico ele desenvolve uma teoria não usual para o (não) sentido de viver. O livro do absurdo, contra o silêncio do mundo. Transformar o motivo para o fim em motivo para continuar, eis a inversão camusiana da revolta.


Para mim significou explosão de epifanias. Seria talvez exagero dizer, mas cometo essa temeridade e digo que "O Mito de Sísifo" salvou e mudou a minha vida, se formos definir a vida como aquilo que se pensa sobre a vida.

Dia 02- O livro que mais odeia
Olha, não tem nenhum livro que eu odeie... ao menos nenhum que eu tenha lido ao menos.


Os livros que eu não gosto de ler, eu não leio. Não os gosto por ter lido um pequeno trecho e desgostado, ou a sinopse, etc. Nesse caso, todos os de auto-ajuda e espíritas me causam ojeriza. Não pela doutrina espírita, que até acho interessante, mas veja bem... psicografia? Tá bom...
Auto-ajuda abomino por ser ridículo. Psicologismo sentimentalóide, enganador, raso e geralmente mal escrito. Mas.. se alguém consegue tirar algum proveito para a sua vida dessa porcaria, deve ter seus méritos... eu não consigo. Legal é ver, em alguns sebos (e até livrarias!), na mesma estante livros de auto-ajuda e filosofia... sério, para de olhar e vou embora...


Ok, se me pendurassem de ponta cabeça na sacada e me fizessem escolher um livro para não gostar, acho que escolheria Ben-Hur ou o segundo volume das Brumas de Avalon, sei lá. Esse das Brumas é "A Grande Rainha", sim, aquele que foca na Gwen-alguma-coisa (Guinevere), a personagem mais odienta de toda a Literatura!
Engraçado notar o horrível ranço cristianizador dessas duas personagens (Ben-Hur e Gwenetc)... nem tinha percebido isso antes desse post... mas é, eles prestam um deserviço ao cristianismo, da mesma forma que alguns pastores neopentecostais da TV de hoje...

Dia 03- Um livro que te surpreendeu completamente (positivamente ou negativamente):
O primeiro que me lembro assim foi "Mundo Perdido" do Arthur Conan Doyle.
Tinha uma série tosquíssima inspirada no livro, mas que eu gostava bastante. Assistia todas as noites e tal. Fã enfim. Sendo ele autor renomado e interessante dos contos de Sherlock Holmes que eu lia na adolescência e apreciava, julguei que esse Mundo Perdido fosse excelente. E cacei o livro por anos e anos, até encontrar em um sebo de forma bastante despretensiosa. Animado pra ler, tive meus ímpetos todos malfadados pelo ritmo enfadonho, o enredo meia-boca e os acontecimentos mal explicados. Um dos livros mais ruins da minha vida numa das mais aguardadas leituras da minha vida, numa época da minha vida na qual eu ainda esperava boas coisas de tudo. Surpreendentemente decepcionante...

Dia 04- Um livro que te faz lembrar de casa: Odisseia - Homero
A casa é o lar. A lembrança de casa é assim uma nostalgia. O livro que me faz lembrar de casa é o que conta a história do homem que passou dez anos à procura de casa. A do homem sem lar. Odisseu vagou anos pelo mar, perdeu amigos, posses, esperanças. Chegou depois quase ao acaso, já vencido. Ainda teve que vencer seus inimigos. Assim minha lembrança é como a de Odisseu: uma memória de um dia ter havido um lar idílico e buscar por ele obcecadamente, lá onde amigos e família o aguardam saudosos ainda que tiranizados por malfeitores a serem vencidos e Odisseu heroicizado. A casa odisseia é a ideal, a inexistente, a de uma lembrança vazia e impossível, pois há de se lembrar que na Odisseia, nada aparece da vida de Odisseu em Ítaca ou o que ocorreu após a derrota dos pretendentes. Ou seja, se houve ou haveria o lar que Odisseu tanto buscou nos seus dez anos perdido no mar da vida.

Dia 05- Um livro de não-ficção que você gostou: Breviário de Decomposição - EM Cioran
Nesses pequenos ensaios filosóficos, Cioran parece tomar como tarefa a de destruir tudo com seu niilismo e pessimismo. Do meu blog: "Filósofo profundamente niilista, a obra de Cioran contém um tom amargurado e pessimista, e que trata de temas como a inutilidade de tudo, a decadência da civilização, a farsa dos comportamentos e pensamentos, a consciência destrutiva, a fluidez do tempo e o tédio com grande desenvoltura inclusive artística."

Dia 06- Um livro que te faz chorar: O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupèry
Não exatamente me faz chorar, mas sempre que leio eu me emociono. É realmente um livro tocante. Mais profundo do que apenas um livro infantil como muitos o consideram e de uma melancolia tão absoluta que comove.

Dia 07- Um livro que é difícil de ler: Arcano 17 - André Breton
Li por curiosidade e depois deste decidi que nunca mais leria nada dos surrealistas...


Não é difícil de ler por ser complexo, vocabulário arcaico e preciosista, extenso demais, denso em excesso, hermético demais ou qualquer outro motivo que se possa normalmente atribuir. Eu sequer saberia dizer se é chato ou interessante. É apenas despropositado e sem enredo. Um amontoado de palavras, situações, descrições que não levam a lugar algum ou sugerem sentido algum. Vale a pena ler pra conhecer, mas só espere tirar algum sentido do sem sentido, pois é tudo o que o livro contém. É difícil de ler porque é difícil de chegar até o fim, acostumados que somos a seguir categorias de sentido, o que André Breton não admite em seu manifesto.


Dia 08- Um livro que não é famoso e que você acredita que deveria ser um best-seller: O Centésimo em Roma - Max Mallmann
Um livro de um autor gaúcho que gosto, com um estilo humorístico, satírico, cínico, com uma linguagem bastante contemporânea e escrita fluida. Ao mesmo tempo esse é um livro com um pano de fundo muito interessante e um cuidado com a pesquisa dos costumes um bocado apurado.
Foi difícil escolher esse, porque eu fiquei refletindo exageradamente o que faz de um livro um best-seller. E acho que atualmente, Max Mallmann teria tudo para ser fenômeno de vendas pela qualidade do divertimento que proporciona em seus livros.


Dia 09 - Um livro que você leu mais de uma vez: Assim Falou Zaratustra (Friedrich Nietzsche)
O livro mais importante do bigodudo, no qual está a sua teoria do super-homem de forma mais elaborada. Um livro que faz jus à consideração de Nietzsche como o filósofo e artista, com diversos poemas e canções. E construção de imagens e uso de metáforas. Por isso talvez um livro difícil de entender de chofre. É profundo demais, altivo demais. Zaratustra é um livro que te faz bater as asas cada vez com mais vigor a cada vez que é lido ou relembrado.

Dia 10 - O primeiro romance que você lembra de ter lido
Essas perguntas de forçar a memória sempre me quebram. Demorei muito para tentar lembrar e apesar de recordar longo tempo, não sei bem qual foi. Sempre fui bastante leitor, mas romance, pelo que lembro mesmo, fui um que já nem lembro o nome, mas que formava uma mitologia toda estranha de heróis tendo que salvar uma donzela. O detalhe que me faz lembrar dele é que todas as personagem tinham como nomes anagramas de países da América do Sul. Assim o herói da história era o Blaris (Brasil) e a donzela alguma misturança de letras resultante de Argentina. Isso faz tanto tempo que essas são as únicas coisas que lembro. Eu tinha uns 8 anos, sei lá. Antes disso, que eu lembre só tinha lido quadrinhos, histórias infantis, contos e novelinhas.

Foi mal por dever o nome, a autora (sei que é mulher) e o enredo exato do livro, mas eu quis ser o mais veraz possível.

Entretanto, de romance que eu lembro do título e do enredo, tem o Na Mira do Vampiro, do Lopes dos Santos. No qual garotos xeretas futricam na vida de um homem com comportamentos estranhos para descobrir se ele é um vampiro ou não. Mas nem desse eu lembrava não. Só lembrei porque vi ele na estante da biblioteca da escola dia desses e tive um flashback nostálgico. Quando eu fiz minhas primeiras consultas fonoaudiológicas para tratar a gagueira, foi desse livro que eu falei para a gravação de análise . :D

Dia 11 - O livro que fez com que você se apaixonasse pela leitura
Aqui peço licença para citar não um livro, mas as histórias em quadrinhos do Maurício de Sousa, tamanha a importância na minha trajetória de vida como leitor. Tinha uma prima mais velha que lia muito essas HQs e eu a forçava a ler para mim às vezes. Ficava encantado que tanta coisa pudesse ser passada naqueles símbolos. A escrita, per si, me fascinava desde muito pequeno e eu tinha pressa para aprender a ler. E até hoje me impressiono com a incrível capacidade da escrita e da leitura. O que me faz apaixonar, num sentido mais amplo que possa existir, pela leitura foram os gibis da Mônica que a minha prima lia pra mim.
 
Dia 09- Um livro que você leu mais de uma vez

Na verdade existem 3 livros que já perdi as contas de quantas vezes li, são eles:
20.000 Lẃguas Submarinas - Júlio Verne;
Volta ao Mundo em 80 DIas - Júlio Verne;
As Minas do Rei Salomão - Henry Rider Haggard;

Acho todos estes livros fantasticos e sou capaz de ler eles mais uma duzia de vezes cada.
 
Dia 01- Seu livro favorito: "O Mito de Sísifo" - Albert Camus

Aparentemente é um livro despretensioso e de tema manjado: “Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia”. Entretanto, em qual linguagem ao mesmo tempo profunda e simples poderia de melhor forma ter sido escrito um livro assim? Camus parece ter a resposta com esse ensaio filosófico. Numa incrível sensibilidade psicológica e extenso amparo filosófico ele desenvolve uma teoria não usual para o (não) sentido de viver. O livro do absurdo, contra o silêncio do mundo. Transformar o motivo para o fim em motivo para continuar, eis a inversão camusiana da revolta.




Para mim significou explosão de epifanias. Seria talvez exagero dizer, mas cometo essa temeridade e digo que "O Mito de Sísifo" salvou e mudou a minha vida, se formos definir a vida como aquilo que se pensa sobre a vida.

Dia 02- O livro que mais odeia
Olha, não tem nenhum livro que eu odeie... ao menos nenhum que eu tenha lido ao menos.




Os livros que eu não gosto de ler, eu não leio. Não os gosto por ter lido um pequeno trecho e desgostado, ou a sinopse, etc. Nesse caso, todos os de auto-ajuda e espíritas me causam ojeriza. Não pela doutrina espírita, que até acho interessante, mas veja bem... psicografia? Tá bom...
Auto-ajuda abomino por ser ridículo. Psicologismo sentimentalóide, enganador, raso e geralmente mal escrito. Mas.. se alguém consegue tirar algum proveito para a sua vida dessa porcaria, deve ter seus méritos... eu não consigo. Legal é ver, em alguns sebos (e até livrarias!), na mesma estante livros de auto-ajuda e filosofia... sério, para de olhar e vou embora...




Ok, se me pendurassem de ponta cabeça na sacada e me fizessem escolher um livro para não gostar, acho que escolheria Ben-Hur ou o segundo volume das Brumas de Avalon, sei lá. Esse das Brumas é "A Grande Rainha", sim, aquele que foca na Gwen-alguma-coisa (Guinevere), a personagem mais odienta de toda a Literatura!
Engraçado notar o horrível ranço cristianizador dessas duas personagens (Ben-Hur e Gwenetc)... nem tinha percebido isso antes desse post... mas é, eles prestam um deserviço ao cristianismo, da mesma forma que alguns pastores neopentecostais da TV de hoje...

Dia 03- Um livro que te surpreendeu completamente (positivamente ou negativamente):
O primeiro que me lembro assim foi "Mundo Perdido" do Arthur Conan Doyle.
Tinha uma série tosquíssima inspirada no livro, mas que eu gostava bastante. Assistia todas as noites e tal. Fã enfim. Sendo ele autor renomado e interessante dos contos de Sherlock Holmes que eu lia na adolescência e apreciava, julguei que esse Mundo Perdido fosse excelente. E cacei o livro por anos e anos, até encontrar em um sebo de forma bastante despretensiosa. Animado pra ler, tive meus ímpetos todos malfadados pelo ritmo enfadonho, o enredo meia-boca e os acontecimentos mal explicados. Um dos livros mais ruins da minha vida numa das mais aguardadas leituras da minha vida, numa época da minha vida na qual eu ainda esperava boas coisas de tudo. Surpreendentemente decepcionante...

Dia 04- Um livro que te faz lembrar de casa: Odisseia - Homero
A casa é o lar. A lembrança de casa é assim uma nostalgia. O livro que me faz lembrar de casa é o que conta a história do homem que passou dez anos à procura de casa. A do homem sem lar. Odisseu vagou anos pelo mar, perdeu amigos, posses, esperanças. Chegou depois quase ao acaso, já vencido. Ainda teve que vencer seus inimigos. Assim minha lembrança é como a de Odisseu: uma memória de um dia ter havido um lar idílico e buscar por ele obcecadamente, lá onde amigos e família o aguardam saudosos ainda que tiranizados por malfeitores a serem vencidos e Odisseu heroicizado. A casa odisseia é a ideal, a inexistente, a de uma lembrança vazia e impossível, pois há de se lembrar que na Odisseia, nada aparece da vida de Odisseu em Ítaca ou o que ocorreu após a derrota dos pretendentes. Ou seja, se houve ou haveria o lar que Odisseu tanto buscou nos seus dez anos perdido no mar da vida.

Dia 05- Um livro de não-ficção que você gostou: Breviário de Decomposição - EM Cioran
Nesses pequenos ensaios filosóficos, Cioran parece tomar como tarefa a de destruir tudo com seu niilismo e pessimismo. Do meu blog: "Filósofo profundamente niilista, a obra de Cioran contém um tom amargurado e pessimista, e que trata de temas como a inutilidade de tudo, a decadência da civilização, a farsa dos comportamentos e pensamentos, a consciência destrutiva, a fluidez do tempo e o tédio com grande desenvoltura inclusive artística."

Dia 06- Um livro que te faz chorar: O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupèry
Não exatamente me faz chorar, mas sempre que leio eu me emociono. É realmente um livro tocante. Mais profundo do que apenas um livro infantil como muitos o consideram e de uma melancolia tão absoluta que comove.


Dia 07- Um livro que é difícil de ler: Arcano 17 - André Breton
Li por curiosidade e depois deste decidi que nunca mais leria nada dos surrealistas...




Não é difícil de ler por ser complexo, vocabulário arcaico e preciosista, extenso demais, denso em excesso, hermético demais ou qualquer outro motivo que se possa normalmente atribuir. Eu sequer saberia dizer se é chato ou interessante. É apenas despropositado e sem enredo. Um amontoado de palavras, situações, descrições que não levam a lugar algum ou sugerem sentido algum. Vale a pena ler pra conhecer, mas só espere tirar algum sentido do sem sentido, pois é tudo o que o livro contém. É difícil de ler porque é difícil de chegar até o fim, acostumados que somos a seguir categorias de sentido, o que André Breton não admite em seu manifesto.




Dia 08- Um livro que não é famoso e que você acredita que deveria ser um best-seller: O Centésimo em Roma - Max Mallmann
Um livro de um autor gaúcho que gosto, com um estilo humorístico, satírico, cínico, com uma linguagem bastante contemporânea e escrita fluida. Ao mesmo tempo esse é um livro com um pano de fundo muito interessante e um cuidado com a pesquisa dos costumes um bocado apurado.
Foi difícil escolher esse, porque eu fiquei refletindo exageradamente o que faz de um livro um best-seller. E acho que atualmente, Max Mallmann teria tudo para ser fenômeno de vendas pela qualidade do divertimento que proporciona em seus livros.




Dia 09 - Um livro que você leu mais de uma vez: Assim Falou Zaratustra (Friedrich Nietzsche)
O livro mais importante do bigodudo, no qual está a sua teoria do super-homem de forma mais elaborada. Um livro que faz jus à consideração de Nietzsche como o filósofo e artista, com diversos poemas e canções. E construção de imagens e uso de metáforas. Por isso talvez um livro difícil de entender de chofre. É profundo demais, altivo demais. Zaratustra é um livro que te faz bater as asas cada vez com mais vigor a cada vez que é lido ou relembrado.


Dia 10 - O primeiro romance que você lembra de ter lido
Essas perguntas de forçar a memória sempre me quebram. Demorei muito para tentar lembrar e apesar de recordar longo tempo, não sei bem qual foi. Sempre fui bastante leitor, mas romance, pelo que lembro mesmo, fui um que já nem lembro o nome, mas que formava uma mitologia toda estranha de heróis tendo que salvar uma donzela. O detalhe que me faz lembrar dele é que todas as personagem tinham como nomes anagramas de países da América do Sul. Assim o herói da história era o Blaris (Brasil) e a donzela alguma misturança de letras resultante de Argentina. Isso faz tanto tempo que essas são as únicas coisas que lembro. Eu tinha uns 8 anos, sei lá. Antes disso, que eu lembre só tinha lido quadrinhos, histórias infantis, contos e novelinhas.


Foi mal por dever o nome, a autora (sei que é mulher) e o enredo exato do livro, mas eu quis ser o mais veraz possível.


Entretanto, de romance que eu lembro do título e do enredo, tem o Na Mira do Vampiro, do Lopes dos Santos. No qual garotos xeretas futricam na vida de um homem com comportamentos estranhos para descobrir se ele é um vampiro ou não. Mas nem desse eu lembrava não. Só lembrei porque vi ele na estante da biblioteca da escola dia desses e tive um flashback nostálgico. Quando eu fiz minhas primeiras consultas fonoaudiológicas para tratar a gagueira, foi desse livro que eu falei para a gravação de análise . :D
Dia 11 - O livro que fez com que você se apaixonasse pela leitura
Aqui peço licença para citar não um livro, mas as histórias em quadrinhos do Maurício de Sousa, tamanha a importância na minha trajetória de vida como leitor. Tinha uma prima mais velha que lia muito essas HQs e eu a forçava a ler para mim às vezes. Ficava encantado que tanta coisa pudesse ser passada naqueles símbolos. A escrita, per si, me fascinava desde muito pequeno e eu tinha pressa para aprender a ler. E até hoje me impressiono com a incrível capacidade da escrita e da leitura. O que me faz apaixonar, num sentido mais amplo que possa existir, pela leitura foram os gibis da Mônica que a minha prima lia pra mim.

Dia 12 - Um livro que te absorvia tanto emocionalmente que você não conseguiu terminá-lo ou teve que deixá-lo um pouco de lado
E pensei, pensei muito sobre isso. E a conclusão a que eu cheguei foi... que merda de pergunta é essa? O único motivo para eu deixar um livro de lado é eu achar ele ruim ou desinteressante o suficiente para não valer o tempo gasto. Próximo. Tsc tsc, quem é que criou esses desafios diários, hein? Cada pergunta que me aparece...
 
O livro que fez com que você se apaixonasse pela leitura

Básicamente foram 3 livros fizeram com que eu me apaixonasse pela leitura. Não foram os 3 primeiros livros que li, mas sempre quando penso nos melhores livros que li eles estão entre os que li por primeiro.

A Minas do Rei Salomão - Henry Rider Haggard.
Volta ao Mundo em 80 Dias - Julio Verne.
Robinson Crusoe - Daniel Defoe.

Me deu até vontade de ler os três novamente.
 
Dia 01- Seu livro favorito: "O Mito de Sísifo" - Albert Camus

Aparentemente é um livro despretensioso e de tema manjado: “Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia”. Entretanto, em qual linguagem ao mesmo tempo profunda e simples poderia de melhor forma ter sido escrito um livro assim? Camus parece ter a resposta com esse ensaio filosófico. Numa incrível sensibilidade psicológica e extenso amparo filosófico ele desenvolve uma teoria não usual para o (não) sentido de viver. O livro do absurdo, contra o silêncio do mundo. Transformar o motivo para o fim em motivo para continuar, eis a inversão camusiana da revolta.




Para mim significou explosão de epifanias. Seria talvez exagero dizer, mas cometo essa temeridade e digo que "O Mito de Sísifo" salvou e mudou a minha vida, se formos definir a vida como aquilo que se pensa sobre a vida.

Dia 02- O livro que mais odeia
Olha, não tem nenhum livro que eu odeie... ao menos nenhum que eu tenha lido ao menos.




Os livros que eu não gosto de ler, eu não leio. Não os gosto por ter lido um pequeno trecho e desgostado, ou a sinopse, etc. Nesse caso, todos os de auto-ajuda e espíritas me causam ojeriza. Não pela doutrina espírita, que até acho interessante, mas veja bem... psicografia? Tá bom...
Auto-ajuda abomino por ser ridículo. Psicologismo sentimentalóide, enganador, raso e geralmente mal escrito. Mas.. se alguém consegue tirar algum proveito para a sua vida dessa porcaria, deve ter seus méritos... eu não consigo. Legal é ver, em alguns sebos (e até livrarias!), na mesma estante livros de auto-ajuda e filosofia... sério, para de olhar e vou embora...




Ok, se me pendurassem de ponta cabeça na sacada e me fizessem escolher um livro para não gostar, acho que escolheria Ben-Hur ou o segundo volume das Brumas de Avalon, sei lá. Esse das Brumas é "A Grande Rainha", sim, aquele que foca na Gwen-alguma-coisa (Guinevere), a personagem mais odienta de toda a Literatura!
Engraçado notar o horrível ranço cristianizador dessas duas personagens (Ben-Hur e Gwenetc)... nem tinha percebido isso antes desse post... mas é, eles prestam um deserviço ao cristianismo, da mesma forma que alguns pastores neopentecostais da TV de hoje...

Dia 03- Um livro que te surpreendeu completamente (positivamente ou negativamente):
O primeiro que me lembro assim foi "Mundo Perdido" do Arthur Conan Doyle.
Tinha uma série tosquíssima inspirada no livro, mas que eu gostava bastante. Assistia todas as noites e tal. Fã enfim. Sendo ele autor renomado e interessante dos contos de Sherlock Holmes que eu lia na adolescência e apreciava, julguei que esse Mundo Perdido fosse excelente. E cacei o livro por anos e anos, até encontrar em um sebo de forma bastante despretensiosa. Animado pra ler, tive meus ímpetos todos malfadados pelo ritmo enfadonho, o enredo meia-boca e os acontecimentos mal explicados. Um dos livros mais ruins da minha vida numa das mais aguardadas leituras da minha vida, numa época da minha vida na qual eu ainda esperava boas coisas de tudo. Surpreendentemente decepcionante...

Dia 04- Um livro que te faz lembrar de casa: Odisseia - Homero
A casa é o lar. A lembrança de casa é assim uma nostalgia. O livro que me faz lembrar de casa é o que conta a história do homem que passou dez anos à procura de casa. A do homem sem lar. Odisseu vagou anos pelo mar, perdeu amigos, posses, esperanças. Chegou depois quase ao acaso, já vencido. Ainda teve que vencer seus inimigos. Assim minha lembrança é como a de Odisseu: uma memória de um dia ter havido um lar idílico e buscar por ele obcecadamente, lá onde amigos e família o aguardam saudosos ainda que tiranizados por malfeitores a serem vencidos e Odisseu heroicizado. A casa odisseia é a ideal, a inexistente, a de uma lembrança vazia e impossível, pois há de se lembrar que na Odisseia, nada aparece da vida de Odisseu em Ítaca ou o que ocorreu após a derrota dos pretendentes. Ou seja, se houve ou haveria o lar que Odisseu tanto buscou nos seus dez anos perdido no mar da vida.

Dia 05- Um livro de não-ficção que você gostou: Breviário de Decomposição - EM Cioran
Nesses pequenos ensaios filosóficos, Cioran parece tomar como tarefa a de destruir tudo com seu niilismo e pessimismo. Do meu blog: "Filósofo profundamente niilista, a obra de Cioran contém um tom amargurado e pessimista, e que trata de temas como a inutilidade de tudo, a decadência da civilização, a farsa dos comportamentos e pensamentos, a consciência destrutiva, a fluidez do tempo e o tédio com grande desenvoltura inclusive artística."

Dia 06- Um livro que te faz chorar: O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupèry
Não exatamente me faz chorar, mas sempre que leio eu me emociono. É realmente um livro tocante. Mais profundo do que apenas um livro infantil como muitos o consideram e de uma melancolia tão absoluta que comove.


Dia 07- Um livro que é difícil de ler: Arcano 17 - André Breton
Li por curiosidade e depois deste decidi que nunca mais leria nada dos surrealistas...




Não é difícil de ler por ser complexo, vocabulário arcaico e preciosista, extenso demais, denso em excesso, hermético demais ou qualquer outro motivo que se possa normalmente atribuir. Eu sequer saberia dizer se é chato ou interessante. É apenas despropositado e sem enredo. Um amontoado de palavras, situações, descrições que não levam a lugar algum ou sugerem sentido algum. Vale a pena ler pra conhecer, mas só espere tirar algum sentido do sem sentido, pois é tudo o que o livro contém. É difícil de ler porque é difícil de chegar até o fim, acostumados que somos a seguir categorias de sentido, o que André Breton não admite em seu manifesto.




Dia 08- Um livro que não é famoso e que você acredita que deveria ser um best-seller: O Centésimo em Roma - Max Mallmann
Um livro de um autor gaúcho que gosto, com um estilo humorístico, satírico, cínico, com uma linguagem bastante contemporânea e escrita fluida. Ao mesmo tempo esse é um livro com um pano de fundo muito interessante e um cuidado com a pesquisa dos costumes um bocado apurado.
Foi difícil escolher esse, porque eu fiquei refletindo exageradamente o que faz de um livro um best-seller. E acho que atualmente, Max Mallmann teria tudo para ser fenômeno de vendas pela qualidade do divertimento que proporciona em seus livros.




Dia 09 - Um livro que você leu mais de uma vez: Assim Falou Zaratustra (Friedrich Nietzsche)
O livro mais importante do bigodudo, no qual está a sua teoria do super-homem de forma mais elaborada. Um livro que faz jus à consideração de Nietzsche como o filósofo e artista, com diversos poemas e canções. E construção de imagens e uso de metáforas. Por isso talvez um livro difícil de entender de chofre. É profundo demais, altivo demais. Zaratustra é um livro que te faz bater as asas cada vez com mais vigor a cada vez que é lido ou relembrado.


Dia 10 - O primeiro romance que você lembra de ter lido
Essas perguntas de forçar a memória sempre me quebram. Demorei muito para tentar lembrar e apesar de recordar longo tempo, não sei bem qual foi. Sempre fui bastante leitor, mas romance, pelo que lembro mesmo, fui um que já nem lembro o nome, mas que formava uma mitologia toda estranha de heróis tendo que salvar uma donzela. O detalhe que me faz lembrar dele é que todas as personagem tinham como nomes anagramas de países da América do Sul. Assim o herói da história era o Blaris (Brasil) e a donzela alguma misturança de letras resultante de Argentina. Isso faz tanto tempo que essas são as únicas coisas que lembro. Eu tinha uns 8 anos, sei lá. Antes disso, que eu lembre só tinha lido quadrinhos, histórias infantis, contos e novelinhas.


Foi mal por dever o nome, a autora (sei que é mulher) e o enredo exato do livro, mas eu quis ser o mais veraz possível.


Entretanto, de romance que eu lembro do título e do enredo, tem o Na Mira do Vampiro, do Lopes dos Santos. No qual garotos xeretas futricam na vida de um homem com comportamentos estranhos para descobrir se ele é um vampiro ou não. Mas nem desse eu lembrava não. Só lembrei porque vi ele na estante da biblioteca da escola dia desses e tive um flashback nostálgico. Quando eu fiz minhas primeiras consultas fonoaudiológicas para tratar a gagueira, foi desse livro que eu falei para a gravação de análise . :D
Dia 11 - O livro que fez com que você se apaixonasse pela leitura
Aqui peço licença para citar não um livro, mas as histórias em quadrinhos do Maurício de Sousa, tamanha a importância na minha trajetória de vida como leitor. Tinha uma prima mais velha que lia muito essas HQs e eu a forçava a ler para mim às vezes. Ficava encantado que tanta coisa pudesse ser passada naqueles símbolos. A escrita, per si, me fascinava desde muito pequeno e eu tinha pressa para aprender a ler. E até hoje me impressiono com a incrível capacidade da escrita e da leitura. O que me faz apaixonar, num sentido mais amplo que possa existir, pela leitura foram os gibis da Mônica que a minha prima lia pra mim.
Dia 12 - Um livro que te absorvia tanto emocionalmente que você não conseguiu terminá-lo ou teve que deixá-lo um pouco de lado
E pensei, pensei muito sobre isso. E a conclusão a que eu cheguei foi... que merda de pergunta é essa? O único motivo para eu deixar um livro de lado é eu achar ele ruim ou desinteressante o suficiente para não valer o tempo gasto. Próximo. Tsc tsc, quem é que criou esses desafios diários, hein? Cada pergunta que me aparece...

Dia 13- Livro favorito da infância

Um livro antigo grosso, de capa vermelha e folhas soltando da lombada costurada, tão antigo que até a ortografia era antiga. Lembro de ter acentos em palavras como "êle" e "bôlo", por exemplo. No livro havia muitos pequenos contos do imaginário popular europeu e contos de fadas. Estavam lá os Irmãos Grimm em sua forma quase tão cruel quanto os primeiros contos editados por eles. Hans Christian Andersen e seus contos melancólicos, além de uma variada gama de historinhas cujos autores eu nunca identifiquei, mesmo com o passar da idade. Muitos pertencentes a um floclore tipicamente europeu, com lobos maus, gigantes e seres míticos. Alguns assustadores, como o da bruxa debaixo da ponte devoradora de cabritinhos indefesos, ou o lobo que invadiu a casa, caçou os 7 cabritos (de novo eles!) e os devorou todos; tão gordo ficou que foi beber água no poço, caiu e morreu afogado. Havia alguns contos orientais também, como o do Pássaro da Gaiola de Ouro e alguns das Mil e Uma Noites.

Minha mãe lia essa livro pra minha irmã e eu algumas noites antes de dormirmos. Quando eu aprendi a ler de forma razoável, com uns 8 anos, eu mesmo passei a ler e reler e transler. Apesar da antiguidade e da ortografia diferente, foi uma das leituras base do meu desenvolvimento como leitor. Gostava, aliás, de ficar comparando as ortografias e apontando escandalizado os "erros". Cricri desde piá. Infelizmente vou ficar devendo o nome do livro mais uma vez, mas essas coisas de memória são de quebrar... o livro está na casa da minha mãe, quando eu for lá e lembrar, pegarei os dados completos. Pensando bem, vou é pegar o livro pra mim de uma vez!
 

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