Sonhos...
A vida de um homem chamado
Lacan...
E as vidas de incontáveis
Outros homens...
O que há para dizer de Xenogears? Acho melhor começar com o fato de que é considerado por muitos um dos melhores e mais complexos enredos de toda a história da Square, onde a cada momento surgem novos fatos que complementam e explicam grandes mistérios. No jogo há uma grande gama de referências à biblia, como a Torre de Babel, além de nomes de personagens, como o imperador Cain.
A história basicamente (bem basicamente) é a seguinte:
O continente de Ignas, no hemisfério norte de nosso mundo. Nele, o maior dos continentes, uma violenta guerra tem ocorrido entre dois países por centenas de anos. No norte do continente encontra-se o Império de Kislev; ao sul, o reino do deserto de Aveh. A guerra continuou por tanto tempo que as pessoas esqueceram a sua causa, conhecendo somente o ciclo de hostilidade e tragédia sem sentido.
A obsessão pela guerra logo encontrou uma devastadora mudança. Isso foi devido a ´´Ethos``, um instituição que preserva a cultura de nosso mundo, reparando ferramentas e armas escavadas das ruínas de uma civilização antiga. Ao mesmo tempo ambos os países começaram a escavar essas ruínas, tendo a ´´Ethos`` reparando as descobertas, para elevar o seu poder militar.
As várias armas escavadas das ruínas mudaram grandemente a forma de guerra. O resultado dos combates entre os dois países não era mais determinado por combates homem-a-homem, mas pelos ´´Gears``- máquinas de combate humanóides gigantes- que eram obtidos das profundezas das ruínas. Eventalmente, depois de contínuas reviravoltas no estado da guerra, Kislev ganhou a vantagem. A maior causa por trás disso era a enorme diferença na quantidade de recursos enterrados em suas ruínas. Mas, de repente, uma misteriosa força militar apareceu no continente de Ignas. Entitulados ´´Gebler``, esta força decidiu fazer contato com Aveh.
Com a assistência da Gebler, Aveh foi capaz de se recuperar da desesperadora desvantagem numérica, ficando à mesma altura de Kislev. Então, tirando vantagem do novo momento ganho, Aveh começou a capturar um território atrás do outro de Kislev, não mostrando inteções de frear sua campanha de invasão.
Na remota vila de Lahan, na periferia de Aveh, próximo a fronteira com Kislev, tudo começa. Seus habitantes jamais poderiam imaginar que seus destinos estariam selados a partir do momento em que acolhiam um garoto muito ferido, sem memórias, trazido por um estranho mascarado em meio a uma noite tempestuosa. Garoto este que, já um jovem homem, seria responsável pelo massacre do qual Lahan seria palco. Seu nome: Fei Fong Wong.
Todavia, a história de Fei não teve começo aqui, mas eras atrás. Nos primórdios de uma história já esquecida pela humanidade, havia um jovem, de nome Abel, que ousou enfrentar a tirania de seu irmão Cain, e sofreu a terrivel conseqüência de perder a sua amada Sophia... Séculos depois, nasceria Lacan, pintor que continha dentro de si a paixão proibida por Sophia, a missionária que acabaria cedendo a própria vida para salvar a humanidade... Em uma sociedade, no auge da tecnologia, mas beirando a extinção devido à crescente progressão da esterelidade populacional, formava-se Kim, renomada geneticista obcecado por cumprir o desejo de engravidar possuído por sua esposa Sophia, mas que terminara de perdê-la pouco antes de acabar seu objetivo, vítima da opressão governamental diante de suas brincadeiras de Deus envolvendo a vida... Todos culminando em Fei, um rapaz amaldiçoado a prosseguir em sua eterna busca pela felicidade. Uma felicidade que renasce agora não como Sophia, mas como a Oficial do exército de Solaris Elhaym Van Houten.
Fei, no entanto, possui algo especial. Algo que Abel, Lacan, Kim ou qualquer outra vida sua jamais terá novamente: o futuro, a esperança de poder mudar sua sina. Mesmo tendo de transpor todas as adversidades, seja ela toda uma ordem mundial, seja o preconceito da sociedade Solariana, seja ela seu próprio íntimo assassino, este jovem de longos cabelos tem uma chance, mesmo que mínima, de alcançar a felicidade...