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Tropa de Elite (2007)

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Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Adorei o voice-over. Me senti na pele do capitão. Ajuda a compreender o porquê dele ser daquele jeito, as ações que ele está tomando e acima de tudo a continuar achando que eles, do Bope, são "do bem" e os traficantes são "do mal".

Me lembrou um pouco Max Payne e Sin City. Ambos fora dos padrões, que não seguem as leis da maneira convencional e que se justificam o tempo todo nas narrativas =p
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

E com relação a Cidade de Deus, eu não ousaria nem comparar. Eu acho que CDD funciona melhor porque é cinema, e a crítica social é uma conseqüência. "Tropa", ao contrário, soa mais como uma análise sociológica, e o quesito cinema fica em segundo plano. Talvez o fato de ser uma adaptação de um livro escrito por um sociólogo influenciou? Tecnicamente é impecável, mas em termos narrativo e dramático deixa muito a desejar. Não canso de dizer que a coisa poderia ser bem diferente (leia-se melhor) se não fosse a narração infinitamente irritante. Sério, deveriam fazer uma versão sem o voice over. Aquilo foi uma das maiores cagadas do ano.

Obrigado Sr. Fabiano é sempre bom saber que não se está sozinho etc.

O engraçado é que CDD tb tem voice-overs constantes, a diferença é que eles são mais um recurso estilístico do que qualquer coisa e, mais importante, estão saindo da boca de alguém que não tem opiniões fortes sobre o problema social em questão, o que é enfatizado pelo fato dele ser um futuro jornalista (ou seja, "nós estamos reportando o problema, tirem suas próprias conclusões"). Outra coisa: CDD espera até o final pra revelar que a história foi baseada em fatos reais -- claro que nós brasileiros já sabíamos disso, o filme tem até imagem de arquivo do Sérgio Chapelen, mas não há uma necessidade de trazer isso pro primeiro plano pra dar mais "importância" pro filme. Não é que CDD não tem ambições de conscientização social, eles só não vêem necessidade de esfregar isso na nossa cara.

Tropa de Elite (pelo menos a versão que eu vi) faz questão de deixar claro que eles estão denunciando um problema social importante e atual (ou seja, que está acontecendo enquanto falamos neste momento) logo de cara, com aqueles textos de abertura dizendo que "as imagens foram destruídas" e blablabla.

Eu até acredito que o José Padilha realmente acredite que o filme dele é uma obra de ficção ambígua que não glorifica de forma alguma as ações do Bope, mas essa não é a impressão que o filme passa, e o fato dele não conseguir enxergar isso é prova de que documentários e dramas são coisas bem diferentes.

Conclusão, esse negócio de docudrama é um problema. Parece que ou o lado "documental" acaba sofrendo com parcialidade e superficialidade, ou o lado "dramático" acaba sofrendo com exposição, redundância, etc.

Às vezes tudo isso ao mesmo tempo.
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Adorei o voice-over. Me senti na pele do capitão.

Pra mim teve o efeito contrário, a constante perspectiva onisciente criando uma sensação de distanciamento na relação do Capitão com o resto dos personagens (entre todos os outros problemas já mencionados; os voice-overs realmente cagaram esse filme).

Shazan disse:
Ajuda a compreender o porquê dele ser daquele jeito, as ações que ele está tomando e acima de tudo a continuar achando que eles, do Bope, são "do bem" e os traficantes são "do mal".

Quase isso, mas eu trocaria "ajuda a compreender" por "enfatiza de forma completamente redundante, aparentemente almejando tornar cada ponto totalmente explícito para o mínimo denominador comum".

Shazan disse:
Me lembrou um pouco Max Payne e Sin City. Ambos fora dos padrões, que não seguem as leis da maneira convencional e que se justificam o tempo todo nas narrativas =p

A diferença é que Max Payne e Sin City são fantasias adolescentes absurdas, sem qualquer compromisso com a realidade, e Tropa de Elite é (ou pelo menos quer ser) uma denúncia de um problema social real, que é apresentada (ou pelo menos quer ser) de forma totalmente realista.
 
Última edição:
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Quase isso, mas eu trocaria "ajuda a compreender" por "enfatiza de forma completamente redundante

Eu justifico isso de forma simplista, afinal não sou crítico de cinema Pra mim, o foco do filme era a visão de um capitão no olho do furacão, que indiretamente mostrava a realidade do BOPE e mais uma vez do conflito entre "polícia e criminosos" nas favelas do Rio. Eu não concordo com as opiniões desse capitão, mas eu entendo ele. Aprendi, com os argumentos dele, a me colocar em seu lugar. Dei uma chance a ele. Não acho que ele não esteja errado ou não seja redundante, mas, enfim, entendo a causa dele.

Sem contar no fato dele acumular transtornos de personalidade anti-sociais e de dependência. Who gives a shit? É um personagem, e no lugar dele, com o trabalho dele, sabendo o que ele sabe e vivendo o que ele vive eu não acharia nem um pouco difícil isso acontecer. E, enfim, se ele é o protagonista e eu incorporei a vida dele no filme, nada mais justo do que o voice-over dele me ajudar a compreender sua história =p

Até porque especialmente na primeira vez que eu assisto um filme eu não me apego à parte técnica e crítica... eu me apego à história e aos personagens.

A diferença é que Max Payne e Sin City são fantasias adolescentes absurdas, sem qualquer compromisso com a realidade, e Tropa de Elite é (ou pelo menos quer ser) uma denúncia de um problema social real, que é apresentada (ou pelo menos quer ser) de forma totalmente realista.

So what? Estamos falando de opções narrativas, não de gênero ou algo parecido. Isso foi muito aleatório. Você dizer que Max Payne é um jogo e que Sin City vem de uma história em quadrinhos teria o mesmo efeito. Eu estou falando da importância do personagem principal explicar mais profundamente suas impressões e opiniões acerca de algo.

Por mais que você acha que conheça alguém nunca saberá exatamente como essa pessoa encara algo... ele dizendo ajuda um bocado, não? Nesse aspecto eu me senti muito mais na pele do Capitão do que se ele não dissesse nada no tão criticado voice-over.

Exemplo: na parte em que ele diz no meio de uma operação, em voice-over, que "operação papa era uma burrice" e logo depois justifica, por seu apego à sua família como único laço válido fora do Bope que "como seu filho ia nascer, ele não podia fazer merda". Eu fiquei muito satisfeito com aquela adição. Inclusive me poupou de muitos segundos de som ambiente à lá qualquer filme de guerra que ficariam ali.

Enfim, gosto é gosto também (oh rly?!)
 
Última edição:
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Eu justifico isso de forma simplista,

Lembrando que "simples"= geralmente bom; "simplista"= geralmente ruim.

Shazan disse:
afinal não sou crítico de cinema

Nem eu. Você acha que alguém tá me pagando pra postar no Fórum Valinor? Quem dera.

(Btw, essa postura defensiva anti-analítica é o jeito mais fácil de fugir de argumentações, mas enfim...)

Shazan disse:
Pra mim, o foco do filme era a visão de um capitão no olho do furacão, que indiretamente mostrava a realidade do BOPE e mais uma vez do conflito entre "polícia e criminosos" nas favelas do Rio. Eu não concordo com as opiniões desse capitão, mas eu entendo ele. Aprendi, com os argumentos dele, a me colocar em seu lugar. Dei uma chance a ele. Não acho que ele não esteja errado ou não seja redundante, mas, enfim, entendo a causa dele.

Ou seja, o voice-over fez você simpatizar com um fascista.

Eu sinto a sua dor.

Shazan disse:
Sem contar no fato dele acumular transtornos de personalidade anti-sociais e de dependência. Who gives a shit? É um personagem, e no lugar dele, com o trabalho dele, sabendo o que ele sabe e vivendo o que ele vive eu não acharia nem um pouco difícil isso acontecer.

Eu não tenho absolutamente nenhum problema com o personagem. (Leia meus posts anteriores para mais informações.)

Shazan disse:
E, enfim, se ele é o protagonista e eu incorporei a vida dele no filme,

Você "incorporou a vida dele no filme"? Eu achei que ela já estava incorporada.

Shazan disse:
nada mais justo do que o voice-over dele me ajudar a compreender sua história =p

Eis um senso de justiça maleável o suficiente pros padrões do Bope.

Falando sério agora, a questão é: você realmente precisava dessa "ajuda"? Cinema é um meio visual. Drama é um meio de ações e diálogos.

Esse filme me fez sentir a mesma sensação que eu sinto vendo filmes do Rob Schnider. Filmes do Rob Schinder têm piadas imbecis, esse tem voice-overs imbecis... no final tudo se resume a cinema incompetente que insulta a minha inteligência, e eu não consigo não ter um problema com isso.

Shazan disse:
Até porque especialmente na primeira vez que eu assisto um filme eu não me apego à parte técnica e crítica... eu me apego à história e aos personagens.

Lá vem a "parte técnica", presença freqüente na ladainha defensiva dos pró-simplismos. Já tá ficando meio frustrante. "Parte técnica e crítica"?

Não existe isso de "parte técnica". Parte técnica é edição de som (ou sei lá), e ninguém tá discutindo isso aqui. Estamos falando de roteiro e direção, i.e. O Filme, que no fim das contas se resume a atores fazendo (e falando) coisas.

E "se apegar à crítica"? Isso nem fez sentido. A crítica mais relevante é a sua impressão enquanto está vendo o filme. Não existe isso de "primeiro eu assisto pra me divertir, depois eu critico". A sua apreciação do filme obviamente vai refletir o seu nível de diversão ao assisti-lo. (Duh)

Shazan disse:
So what? Estamos falando de opções narrativas, não de gênero ou algo parecido.

Não, nós estamos falando de responsabilidade moral. Eu acho que...

Shazan disse:
Isso foi muito aleatório. Você dizer que Max Payne é um jogo e que Sin City vem de uma história em quadrinhos teria o mesmo efeito. Eu estou falando da importância do personagem principal explicar mais profundamente suas impressões e opiniões acerca de algo.

... você não entendeu muito bem o lance.

É o seguinte: Tropa de Elite é um docudrama, i.e. ele tem ambições de denúncia social e, portanto, deveria apresentar o assunto sob uma ótica imparcial, deixando a platéia tirar suas próprias conclusões.

Max Payne e Sin City não têm qualquer ambição de relevância além do seu valor como entretenimento pop, e portanto podem ter protagonistas malucos falando merda o tempo todo; está implícito que você não deve levar a sério.

Shazan disse:
Por mais que você acha que conheça alguém nunca saberá exatamente como essa pessoa encara algo... ele dizendo ajuda um bocado, não?

No caso não, não ajuda nem um pouco. Inclusive atrapalha, porque o filme até faz um trabalho decente em estabelecer as coisas através de situações e diálogos. Os voice-overs realmente não são necessários.

Agora, se eles fossem necessários, isso também seria um problema, porque filmes não têm que precisar de voice-overs pra explicar o que está acontecendo e o que seus personagens estão sentindo. Isso é escrita preguiçosa.

Shazan disse:
Nesse aspecto eu me senti muito mais na pele do Capitão do que se ele não dissesse nada no tão criticado voice-over.

Que bom que funcionou dessa forma pra você, porque era exatamente esse o objetivo, fazer você se sentir "na pele" do Capitão, dando um clima de "depoimento" ao filme, para constantemente te lembrar que aquilo é baseado numa história real que aconteceu.

O que é um problema (ver: acima; posts anteriores).

Shazan disse:
Exemplo: na parte em que ele diz no meio de uma operação, em voice-over, que "operação papa era uma burrice"

Ele fala isso em voz alta para outros personagens naquela cena da reunião que tinha a maquete e o etc. Jesus, Shazan.

Shazan disse:
e logo depois justifica, por seu apego à sua família como único laço válido fora do Bope que "como seu filho ia nascer, ele não podia fazer merda". Eu fiquei muito satisfeito com aquela adição.

Inútil. O diretor tem que (a) confiar na capacidade da platéia de lembrar que o personagem tem uma família e carregar esse peso pras cenas onde o personagem pode acabar "fazendo merda" e (b) usar recursos cinemáticos para enfatizar o ponto (exemplo: o trecho onde o Capitão atende um telefonema da esposa no meio de uma operação -- aquilo foi foda).

Shazan disse:
Inclusive me poupou de muitos segundos de som ambiente à lá qualquer filme de guerra que ficariam ali.

Sim, quem liga pra atmosfera quando nós podemos arruina-la com uma listagem didática dos "pontos relevantes no momento caso alguém estivesse distraído nos últimos 5 segundos".

Shazan disse:
Enfim, gosto é gosto também (oh rly?!)

Gosto é gosto, mas economia é uma virtude.

Digo, todo mundo parece concordar que "Moby Dick" seria igualmente relevante sem aqueles bilhões de páginas detalhando a indústria baleeira.
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Eu entendo bem o ponto do V e cheguei a considerar isso, mas eu simplesmente não consigo analisar esse filme de qualquer maneira racional.
É óbvio que boa parte do voice over é didática e desnecessária, que dá tendências fascistas, etc e tal, mas mesmo sendo uma escolha possivelmente equivocada ele tornou o filme muito mais pessoal pra mim - não concordando com o Capitão Nascimento, mas me fazendo ficar mais horrorizado ainda com ele.
No fim o filme teve um impacto muito maior do que eu esperaria em mim, e eu estava literalmente me sentindo mal no fim do filme - não (só) por todo o denuncismo oh meu deus o brasil é horrível (e é), mas principalmente pela desumanização dos personagens que o filme mostra, e foi nesse ponto que ele me pegou.
É então cheio de defeitos (a direção é boa, mas nada de muito especial, além dos já citados problemas do voice over etc) mas assim mesmo me atingiu com força então ele deve ficar lá pela casa dos 73 (!!!!!!) e foda-se.
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Se fosse realmente um "docudrama" ou sl o que o V disse, seria um absurdo ter um maluco (literalmente) dando sua opinião sobre a situação o tempo todo. Não faria o menor sentido.

Agora, pra mim, o filme quer mostrar justamente o quão distorcida pode ficar a mente de alguém que fica constantemente tão próximo dessa guerra e não consegue se afastar dela. Por isso os voice-overs. O objetivo era chocar tanto com a situação das favelas no Rio, tanto com a mentalidade dos responsáveis pela segurança delas. O problema é que a população está tão saturada de viver nesse caos, que acabou transformando o Cap. Nascimento em um herói e simbolo da repressão ao tráfico, que deve ser combatido a qualquer custo.
 
Última edição:
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Hoje:

Roda Viva – José Padilha

O diretor do filme Tropa de Elite enfrenta a bancada formada por Gabriel Priolli (TV Cultura); Ten. Cel. Antonio Carlos Carballo Blanco (Polícia Militar do Rio de Janeiro), Luiz Eduardo Soares (antropólogo; professor e secretário municipal de Valorização da Vida e Prevenção da Violência de Nova Iguaçu); Ancelmo Góis (colunista do Jornal O Globo); Leon Cakoff (crítico de Cinema e diretor da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo); Luiz Zanin Oricchio (crítico de Cinema do jornal O Estado de S. Paulo) e Silvana Arantes (repórter do caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo).

TV Cultura, 08/10, 22h40.
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Se fosse realmente um "docudrama" ou sl o que o V disse, seria um absurdo ter um maluco (literalmente) dando sua opinião sobre a situação o tempo todo. Não faria o menor sentido.

Pois é. Infelizmente, é fato que o filme quer ser um docudrama. São simplesmente muitos fatores pra ignorar (textos de abertura, visual realista, voice-overs, etc).

Há uma clara intenção de importância social, ao contrário de algo como, sei lá, Duro de Matar. Certo?

Krebain disse:
Agora, pra mim, o filme quer mostrar justamente o quão distorcida pode ficar a mente de alguém que fica constantemente tão próximo dessa guerra e não consegue se afastar dela. Por isso os voice-overs. O objetivo era chocar tanto com a situação das favelas no Rio, tanto com a mentalidade dos responsáveis pela segurança delas.

Sim, eu até tentei encarar mais por esse lado, mas não foi essa a impressão que o filme me passou.

Vou tentar rever com isso em mente, já que seria o único jeito de justificar os voice-overs.

Krebain disse:
O problema é que a população está tão saturada de viver nesse caos, que acabou transformando o Cap. Nascimento em um herói e simbolo da repressão ao tráfico, que deve ser combatido a qualquer custo.

É claro que ele é visto como um herói. O filme o mostra como um cara articulado, carismático, engraçado, que ama a esposa, etc. Todas as opiniões fascistas dele são justificadas pela situação e a única hora em que ele age como um animal "sem razão" é na cena do "quem manda aqui sou eu!", que foi, sinto informar, muito pouco e tarde demais.

Não interessa qual foi a intenção do Padilha, o que importa é o resultado. De boas intenções o Rio de Janeiro tá cheio.
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Eu entendo bem o ponto do V e cheguei a considerar isso, mas eu simplesmente não consigo analisar esse filme de qualquer maneira racional.
É óbvio que boa parte do voice over é didática e desnecessária, que dá tendências fascistas, etc e tal, mas mesmo sendo uma escolha possivelmente equivocada ele tornou o filme muito mais pessoal pra mim - não concordando com o Capitão Nascimento, mas me fazendo ficar mais horrorizado ainda com ele.
No fim o filme teve um impacto muito maior do que eu esperaria em mim, e eu estava literalmente me sentindo mal no fim do filme - não (só) por todo o denuncismo oh meu deus o brasil é horrível (e é), mas principalmente pela desumanização dos personagens que o filme mostra, e foi nesse ponto que ele me pegou.
É então cheio de defeitos (a direção é boa, mas nada de muito especial, além dos já citados problemas do voice over etc) mas assim mesmo me atingiu com força então ele deve ficar lá pela casa dos 73 (!!!!!!) e foda-se.

Eu estou sentindo uma certa interferência ufanista no seu raciocínio.

Ora, cenas como aquela do Matias CAUSANDO na passeata pela paz teriam o mesmo impacto sem a voz do Capitão Nascimento nos informando que ele odeia passeatas pela paz. O voice-over, nesse caso, só serve pra distrair/guiar (intencionalmente ou não) as nossas conclusões, e não contribui em nada para explorar a desumanização de personagem nenhum.

Eu até entendo o que está tentando ser estabelecido aqui. Já que o filme mostra o Capitão Nascimento em geral como um cara legal, os voice-overs serviriam pra mostrar o "lado negro" dele.

Mas peraí, caras legais não torturam pessoas.

Exato.
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

O filme não me chocou, já trabalhei na segurança pública e pude ver de perto o que é a bandidagem, pode se dizer que cresci no meio dela. Mas escolhi bem os meus caminhos.
O Capitão Nascimento está se tornando um herói em primeiro lugar pela sua honestidade, o povo espera isso das autoridades, se todo policial fosse como ele, teriam carta branca pra meterem bala nesses traficantes fdp.
A verdade é que no Brasil o Policial tem até medo de atirar em um bandido, porque direitos humanos só funciona pra ladrão.
É fácil filosofar sobre o crime, quando teoricamente ele está "bem longe" da nossa porta, digo longe comparado com aqueles que lidam com isso em seu cotidiano.
O buraco é mais em baixo quando você sabe que qualquer um daqueles pode estar armando pra meter uma bala na sua cabeça, são eles ou nós.
Lugar de traficante é sete palmos abaixo da terra. O sistema prisional hoje é spa de vagabundo, não reeduca nem pune com eficiência.
Enfim, o B.O.P.E. do Tropa de Elite é um exemplo do que precisamos em nossas policias ostensivas.
Soluções: Policiais devem receber salários dignos acima de 3 mil, punições severas contra corrupção de todo tipo, liberdade pra meter bala quando nescessário, mais presídios, FIM DAS VISITAS COM CONTATO CORPORAL DE QUALQUER TIPO EM PRESÍDIOS, saúde e educação de qualidade e melhoria nos critérios de programas de redistribuição de rendas, pois os de hoje incentivam o vagabundismo.
Grande abraço pessoa! O FILME É SHOW!!!
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Eu até entendo o que está tentando ser estabelecido aqui. Já que o filme mostra o Capitão Nascimento em geral como um cara legal, os voice-overs serviriam pra mostrar o "lado negro" dele.

Mas peraí, caras legais não torturam pessoas.

Exato.
Mesmo? Pq?
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

O filme não me chocou, já trabalhei na segurança pública e pude ver de perto o que é a bandidagem, pode se dizer que cresci no meio dela. Mas escolhi bem os meus caminhos.
O Capitão Nascimento está se tornando um herói em primeiro lugar pela sua honestidade, o povo espera isso das autoridades, se todo policial fosse como ele, teriam carta branca pra meterem bala nesses traficantes fdp.
A verdade é que no Brasil o Policial tem até medo de atirar em um bandido, porque direitos humanos só funciona pra ladrão.
É fácil filosofar sobre o crime, quando teoricamente ele está "bem longe" da nossa porta, digo longe comparado com aqueles que lidam com isso em seu cotidiano.
O buraco é mais em baixo quando você sabe que qualquer um daqueles pode estar armando pra meter uma bala na sua cabeça, são eles ou nós.
Lugar de traficante é sete palmos abaixo da terra. O sistema prisional hoje é spa de vagabundo, não reeduca nem pune com eficiência.
Enfim, o B.O.P.E. do Tropa de Elite é um exemplo do que precisamos em nossas policias ostensivas.
Soluções: Policiais devem receber salários dignos acima de 3 mil, punições severas contra corrupção de todo tipo, liberdade pra meter bala quando nescessário, mais presídios, FIM DAS VISITAS COM CONTATO CORPORAL DE QUALQUER TIPO EM PRESÍDIOS, saúde e educação de qualidade e melhoria nos critérios de programas de redistribuição de rendas, pois os de hoje incentivam o vagabundismo.
Grande abraço pessoa! O FILME É SHOW!!!

Esse tipo de post faz com que eu pense que talvez eu esteja sendo condescendente com o filme. Já que ele é completamente maluco e talz e aparentemente concorda com o filme. Ou não.

Eu só gostaria de apontar que só porque o personagem principal de um filme age de x maneira, não quer dizer que o filme apoia x maneira de agir. Ok.

BTW: uma pergunta: como proibir visitas com contato corporal (acho que você tá se referindo a visitas conjugais) vai ajudar a solucionar o problema do crime no Brasil? Traficantes sem sexo viram cidadãos de bem? Acho que isso não faz sentido.
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

Acabei de ver o filme no cinema e, nossa, o som fez toda a diferença. :yep:

Prestei atenção nas narrações de acordo com o que o V havia falado e acho que começou a me incomodar um pouco (eu ja vi o filme umas 8 vezes). :think:

Mas ainda acho que não atrapalha o ritmo do filme e ajuda um pouco na compreensão das coisas. Sim, há parte que eles são desnecessários.
 
Re: Tropa de Elite (Brasil, 2007)

BTW: uma pergunta: como proibir visitas com contato corporal (acho que você tá se referindo a visitas conjugais) vai ajudar a solucionar o problema do crime no Brasil? Traficantes sem sexo viram cidadãos de bem? Acho que isso não faz sentido.

Não me refiro apenas as visitas conjugais (visitas íntimas), mas também a qualquer outro tipo de visitante do interesse particular do setenciado que possa ter contato com o mesmo.

Vou te explicar como isso ajudaria a solucionar o problema do crime no Brasil.
Primeiramente prisão não é motel, e nem colonia de férias, não digo que o preso deveria ficar incomunicável, mas se esse queria ter contato físico com a família não deveria ter cometido o crime pelo qual foi condenado.

Agora vamos direto ao ponto, em qualquer organização seja ela criminosa ou não a comunicação e a informação são recursos essenciais para o processo de tomada de decisão e delegação de taregas. Agora me diga, quem você acha que coloca os rádios e os celulares dentro dos presídios? Quem você acha que leva drogas e qualquer outra porcaria que não deveria estar lá dentro?
Claro, com certeza em alguns casos são os próprios funcionários, mas são a minoria. Não estou falando de algo que ouvi dizer, estou falando sobre o que eu sei, sobre o que eu vi.

É difícil, assim como foi citado no filme que alguns que conhecem a situação de maneira superficial entendam todo o quadro, não por falta de capacidade é claro, mas por falta de oportunidade de contato a realidade dos fatos (o que por um lado é ótimo, ninguém deve querer contato com o crime), a mídia não é um veículo perfeito.

Hoje, o bandido seja ele traficante ou não, administra seus negócios de dentro da cadeia: manda matar, sequestrar, roubar, estuprar, torturar, etc..
O que eu disse sobre as visitas não tem nada a ver com sexo, ótimo que eles ficassem sem sexo também, acho que é mais uma punição merecida.

O ponto chave é que o preso deve estar isolado da sociedade, essa é a função da prisão, alguns são recuperáveis, outros talvez, e vários estão totalmente perdidos para o convívio social, esperanças são ilusões.

Atualmente no Estado de São Paulo, todas as correspondências dos presos enviadas e recebidas são lidas. Do que adianta se no final de semana o cara fala o que quiser pra quem vai visitá-lo? Não tem monitoramento.

Condenados não devem se comunicar com agentes externos da prisão sem o monitoramento do Estado.

Ainda bem que a constituição brasileira ainda nos permite expressar o que pensamos, então vamos fazer uso desse direito.

Agora se puder me diga (senti que você tem esta esperança): na situação atual do país, como traficantes podem se tornar cidadãos de bem?

Grande abraço!
 

Valinor 2023

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