Perdoe-me por ter tocado em alguma ferida. Começo assim o meu esclarecimento, pois não vejo outra forma de reagir ao ataque à minha inteligência, dado de forma tão gratuíta. Realmente, ao contrário do douto amigo, não tenho acesso ao sistema de regras D20, o que não me permite tecer comentários pertinentes. Mas, quando a sua não-compreensão da natureza da função do Paladino, na ambientação de Arton (por sinal uma ambientação em construção permanente pelos jogadores de RPG), permita-me esclarecer o seguinte. Ele não necessita de um nome ou título de natureza mundana que o valha, pois com seu poder adquirido das principais divindades daquele mundo, ele se reduziu a quintessêcia do guerreiro sagrado. Ele serve aos Deuses e ao ideal de grandeza e aperfeiçoamento que eles encarnam. Mas, não completamente, pois ele ainda retêm uma porção humana e corruptível dentro de si, o que pode levá-lo a destruição ( o que descarta a sua invulnerabilidade aparente).
Gostaria de passar ao ponto das adaptações feitas pela Dragão Brasil: Ora, todo bom RPGista sabe que as regras das adaptações não são imutáveis, mas sim maleáveis ao gosto pessoal de cada um. Sendo assim, eu poderia aproveitar ( como bem salientado em Sakura Card Captors, por exemplo) elementos do cenário abordado, com uma visão totalmente diferente da proposta inicialmente. O mesmo pode ser dito de Mega Man ( que, caso você não tenha percebido, as versões X do game têm um clima mais dark na temática de um futuro dominado por máquinas pensantes, como os robôs do grande Asimov) e de King of Fighters ( cujas aventuras não precisam ser brawl fight forever, e as intrigas nos bastidores dos torneios, heim? e os dilemas pessoais dos protagonistas?).
Quanto às matérias da revista, sobre ser o RPG ser um jogo saudável, concordo com o amigo, com o dito de que, para os RPGistas, tudo está mais do que esclarecido, mas com resalvas. Afinal, entendo que a função primordial delas foi de esclarecem aos leigos em RPG, o que nos atrai neste jogo "estranho", onde parece que não há fim, onde se fala de morte e deuses e magia, como se falasse em água, dólares e comida. Já tentou convidar seus pais para jogar uma partida com você? Eu me arrisquei, e consequi que eles jogassem comigo. O jogo foi 3D&T, pois sua mecânica era de fácil compreensão, mas a aventura foi de Arquivos X, uma temática de díficil digestão. Eles ficaram um pouco confusos, e não quiseram jogar, mas eu cumpri meu objetivo de que eles vissem o jogo, como algo saudável e inofensivo.
Meu caro, finalizando nosso assunto, eu gostaria de lhe dizer que o que faz um bom jogo de RPG, na minha opinião, não é o sistema. Para mim, é nonsense perder o tempo tecendo comparações, que não disfarçam a intenção de atestar a superioridade de um sistema sobre outro. Isso não nos ajuda em nada a evoluir como contadores de estórias, nem ajuda aos iniciantes, a nos entenderem.
Todos os sistemas são falhos, incluindo o seu D20, pois são obras humanas. Mas,se há humanos de mente ampla por trás dos sistemas, eles serão aperfeiçoáveis. Este é o maior trunfo do RPG, ele é aperfeiçoável...
PS: Sim, é problema meu gostar de 3D&T, mas é um problema pequeno em relação a coisas com histeria ( acho que você foi longe demais, em seua ataques de raiva e de tendencia doutrinadora. Sinto, mas detesto doutrinadores do RPG.)
Edited by - Fingolfin on 17 December 2001 23:03:27