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Isso é relativismo, um mal dos dias modernos, algo que Tolkien desprezava como o despreza Bento XVI, eu e umas poucas pessoas. Na obra do professor, bem é bem, mal é mal, não há espaço para 'diferentes formas de se ver', porque a moral é objetiva, nela não cabe valorações subjetivas nem relativizações de valor.Agora, falando especificamente do bem e de Sauron dentro de Senhor dos Anéis, eu diria que Sauron não conhecia bem algum. Por quê? Porque ele, simplesmente, esqueceu. Assim como Frodo se esqueceu do Condado e das belezas de lá quando estava tomado pelas trevas, Sauron se esqueceu de todo o bem pelo mesmo motivo.
Bom ler Francisco Suarez, filósofo e teólogo jesuíta do século XVI que tratou da questão de como se relacionam as aparentemente contraditórias liberdade humana e a graça santificante que o salva por beneplácito de Deus.Ah, o Livre Arbítrio: sempre presente em todo e qualquer lugar criado por Tolkien.
Que Sauron tenha sido 'moldado', acredito que sim. Mas todo tempo teve nas mãos as escolhas de seus atos, não agindo em momento algum sem consciência, por intuito.
O que, na teologia católica, é fazer o mal nos dois casos. Um ato moral precisa ter um fim bom em si mesmo, e ser realizado por meios bons e com intenção pura.E quanto ao relativismo, digo o seguinte: pode-se fazer o bem por mero pragmatismo, como se pode fazer o mal com o coração repleto de amor.
O que, na teologia católica, é fazer o mal nos dois casos. Um ato moral precisa ter um fim bom em si mesmo, e ser realizado por meios bons e com intenção pura.
Então sua análise será pobre, porque a teologia católica inspirou profundamente toda a obra de Tolkien, desde suas fundações. Não precisa ser católico ou conhecedor de teologia também, é algo que se apreende com facilidade. Você falou de bem surgindo do mal, certo? Então, é como o Lúcifer, mais poderoso dos anjos se voltando contra o Criador, assim como Melkor contra Eru. E esse é só um dos paralelismos.PS: Como disse em outro tópico, vejo a obra de Tolkien com olhos de fã de ficção e deixo a religião, qualquer que seja ela, fora de minhas análises.
Então sua análise será pobre, porque a teologia católica inspirou profundamente toda a obra de Tolkien, desde suas fundações. Não precisa ser católico ou conhecedor de teologia também, é algo que se apreende com facilidade. Você falou de bem surgindo do mal, certo? Então, é como o Lúcifer, mais poderoso dos anjos se voltando contra o Criador, assim como Melkor contra Eru. E esse é só um dos paralelismos.
Na obra, como na teologia, bem é participação no Bem Supremo, que é Deus e mal, ausência de bem. Não se tratam de princípios metafísicos complementares, intercambiáveis, nem de mera interpretação, meros conceitos morais. Bem e mal são em Tolkien o mesmo que são em Santo Agostinho. Assim como é agostiniana sua noção de livre-arbítrio.
Aí é uma questão de gosto, e, como sabemos, gosto não se discute.
Você já ouviu falar de independência de pensamento, análise e crítica?
Parece-me que não...
Não estou proibindo você de pensar o que quiser. Estou apenas indicando que a visão do professor em sua teologia (sim, porque se o mundo havia sido criado e possuía uma certa ordem, havia uma racionalização por trás desse mundo) era a teologia católica. Você pode ter opiniões diferentes da minhas em vários pontos, mas isso é inegável, essa importância do catolicismo, basta ler as Cartas.
Ele não é dono, é o pai. Ele criou um mundo com essa teologia ou doutrina em mente. Agora existem diversos níveis de interpretação da obra, diversas formas de se dialogar com o texto e, ao ler, estamos sempre entendendo de acordo com nossa própria idiossincrasia, não como o autor pensava. Li em algum lugar que a partir do momento que uma obra é publicada, ela deixa de ser propriedade do autor, como um pai. Ele criou seus filhos mas chega um momento em suas vidas que eles abandonam a casa paterna e seguem seus próprios caminhos. Mas ainda fica a questão de certos pontos-chaves da obra serem incompreensíveis, estruturalmente, se você se alienar da visão católica dele, como ocorre com o livre-arbítrio, por exemplo.
Já pintar Eru como um tirano egocêntrico, Melkor como o criativo incompreendido e Sauron com seu fiel amigo e segundo em comando pertence ao reino das fan fictions. E aí todos são livres para escrever as suas. Só não deixem que o Christopher Tolkien tome conhecimento delas.