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Quem é John Galt? (Ayn Rand)

Lucas_Deschain

Biblionauta
[size=medium][align=center]Quem é John Galt? (Ayn Rand)[/align][/size]

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[align=justify]É o trabalho mais longo e desenvolvido de Ayn Rand. Conta a fascinante história de um homem que disse que ia parar o motor do mundo – e parou. Fantástico em sua abrangência e de um suspense de tirar o fôlego, Atlas Shrugged, traduzido para o português como Quem É John Galt? é diferente de tudo o mais que você já leu. Uma história de mistério, sobre o assassinato de um homem, não de seu corpo, mas de seu espírito. É a história de um mundo onde os homens produtivos começam a desaparecer e um governo estatizante segue no caminho coletivista para a destruição, onde a indústria é devorada em nome do altruísmo, onde uma mulher, Dagny Taggart, tem que sobreviver.[/align]

Fonte: http://www.imil.org.br/divulgacao/livros-indicados/quem-e-john-galt/

Para quem se interessar tem um texto bem legal aqui.

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Estou lendo nesse momento, e até agora parece que vai ser uma das melhores leituras que já fiz. O livro é Gigante, rico em detalhes, a edição em português saiu pela Editora Expressão e Cultura, e pelo que sei não é reeditada desde 1987. A raridade dela é comprovada pelas poucas edições que estão disponíveis na Estante Virtual, que estão saindo bem salgadas. Sorte minha que a biblioteca da universidade conta com uma edição bem acabadinha, mas que quebra o galho tranquilo. Alguém aí leu e pode dizer quais suas impressões?[/align]
 
Já li algumas coisas a respeito da autora e, não sei, tudo converge pra uma imagem de autoimportância e pra uma filosofia absurdamente afogada em equívocos, num amálgama malamarrado de ideias chupadas do Existencialismo com o mais ingênuo Empirismo.

Mas, se for uma boa leitura, avisa.
 
Pode deixar que aviso sim, mas não sei quando, afinal o livro é gigantesco e muito descritivo, embora a leitura flua bem. O que me parece ser importantíssimo nesse (e em outros) caso é a interpretação das "imagens" que o livro sugere, as metáforas que ficam subjacentes nos escritos. Nada que uma contextualizada no período histórico, na autora e nas suas referências não seja capaz de ajudar um bocado.
 
Não sei se ouviram falar algo, mas durante essa última crise, as vendas desse livro explodiram. Espalhou-se a ideia de que ele já havia previsto tudo o que estava acontecendo. Até encontrei um artigo do Financial Times sobre isso (em inglês). Um trecho:

Se você conhece John Galt, a atual crise financeira será pouco surpreendente. 51 anos atrás, Ayn Rand publicou seu magnum opus Atlas Shrugged. Ali ela descreve os Estados Unidos de uma distopia, onde a resposta para cada defeito ou injustiça percebida na sociedade era mais regulação estatal.
 
Eu gostei muito de "A nascente", da mesma autora, e que foi publicado numa edição de luxo aqui no Brasil pela editora Landscape. Foi o que me levou a comprar "Quem é John Galt?" ("Atlas Shrugged", no original). Ainda não tive coragem de começar a ler pq tenho muitas outras coisas na frente ainda. Mas vira e mexe eu abro ele em alguma parte pra ler o monólogo de algum personagem (^_^)... sempre tem alguma coisa interessante. Iam fazer um filme do livro, com a Angelina Jolie, se não me engano. Mas acho que nunca foi pra frente.
 
O livro parece ser estilo cult mesmo. Minha primeira impressão, quando Eddie Willers está andando pela cidade, meio perdidão, foi de Holden Caufield, só que sem fluxo de consciência. Cidade, industrialização, busca de lucro, ambição, uma angústia velada, aridez, solidão até são temas e sentimentos recorrentes na obra.

Posso dizer que estou empolgado, é uma pena a dificuldade em encontrar o livro.
 
Minha cabeça explodiu!

Por coincidência estava olhando na Estante Virtual e descobri que a editora Sextante reeditou a obra em 2010. Agora o título mudou para A Revolta de Atlas e está dividido em três volumes.

Quem se interessar pode encontrá-lo aqui.
 
Eu o tenho como a Revolta de Atlas, conforme o Lucas mencionou acima. Foi sem dúvida um achado esse livro. Estava sexta-feira na loja procurando algum livro novo e achei, quase que por acaso, pois estava em um cantinho, socado, atrás de outro livro. Li a sinopse e resolvi levar.
Estou terminando de ler o primeiro volume e que livro belíssimo. Facílimo de ler, porém extremamente rico e profundo. A autora sabe escrever muito bem, desenvolve muito bem as personagens, trazendo fatos, acontecimentos do passado para o cotidiano da personagem e nos contando, revelando mais sobre ela. Eu admito que estou me surpreendendo totalmente... Desfrutei – em uma parte em específica (que não colocarei por spoiler, claro ^^ ) – uma sensação muito prazerosa. A autora consegue transmitir muito bem as suas idéias e é capaz de aflorar os sentimentos que ela deseja no leitor.


Recomendo.

:tchauzim:
 
[align=justify]Esse livro é realmente muito bom, e a autora constrói um sentido muito claro de defesa do liberalismo (senão até neoliberalismo :think: embora deva ser anacrônico usar esse conceito para um livro publicado em 1957). É até engraçado e às vezes irritante ver como ela constrói a concepção de amor entre a Dagny e o Rearden, né? Eles parecem mais autômatos do que seres humanos, hehe.

O que achas?[/align]
 
Existe um perfil da Ayn Rand no "informativo" (mas menos engraçado do que se propõe) Filósofos em Ação (quadrinhos da Editora GAL).

Ela tem lá sua importância nos EUA, mas é pouco conhecida fora de lá. Eu só conheci mesmo pela Internet, depois que alguém disse que Rorscharch (Watchmen) era Objetivista.

Ela é "ídola" da Extrema-direita norte-americana. Segundo "ouvi dizer" seus livros eram muito mais pra "disseminar" suas ideias do que outra coisa. Não sei se eram boa "literatura".

Alguns anos mais tarde, descobri uma referência "cruzada" dela, a partir do livro Homens do Fim do Mundo (conta a história da criação da Bomba Atômica e a evolução das ideias sobre as armas superpoderosas...).
Existe nos EUA, uma tal "Rand Corporation", cuja ideia é defender e disseminar os princípios "objetivistas". Nos anos 60, esta Rand Corporation patrocinou estudos no sentido que a Guerra Nuclear não seria tão ruim assim... Viraram até referência no filme Dr Strangelove do Kubrick, onde se mencionava uma tal "Blind Corporation..."

(Estou mencionando de Memória, então perdoem alguma confusão)
 
[align=justify]Objetivista é uma boa palavra para definir a posição filosófica dela. Ayn Rand chegou a iniciar o curso de História mas largou-o para ingressar no de Filosofia. Essa parece ser uma preocupação constante dela que transparece em seus personagens. Os decididos, focados, estritamente objetivos na busca de algum fim são mostrados como bons, íntegros ou de caráter. Aqueles que não possuem um alvo tão claro são mostrados como confusos, meio perdidos, frouxos, dignos de dó ou passíveis de rejeição.

A julgar pelas idéias que os personagens sustentam e o sentido que a autora lhes transmite fica evidente a defesa dela pelo liberalismo, pela economia e a busca pelos objetivos (leia-se riqueza) sem quaisquer tipos de interferências ou culpa. Manter-se afeito a algum objetivo definido, fazendo o que for preciso para nele chegar, independente de pressões sociais ou renúncias individuais, é o ápice da realização humana. Pelo menos é o que parece. A individualidade é levada ao extremo, já que a jornada pelo seu objetivo pressupõe o abandono de "contratempos" como esse.

O arquétipo do "self-made man" encontra o mundo contemporâneo, das tecnologias, da modernidade, da noção acelerada de tempo, da massificação da produção etc. Putz, tem tanta coisa para ser discutida nesse livro.[/align]
 
[align=justify]Escrevendo uma resenha sobre esse livro agora percebi que várias das minhas antigas opiniões sobre ele mudaram de maneira bem drástica. XD

O liberalismo que ela defende é uma elegia a individualidade, ao racionalismo extremo, que concebe os seres humanos como cérebros ambulantes, como se não tivessem sentimentos, atitudes e comportamentos que não 'podem' ser enxergados do ponto de vista da racionalidade. O tom de exortação aos 'arautos da humanidade' (que para ela são empresários que colocam a realização dos lucros acima de tudo) chega a ser enojante.

Mesmo eu que gosto de detalhes e mais detalhes, e tenho plena consciência da minha verborragia, estou me cansando da verborragia dela. Os monólogos ou mesmo diálogos com falas gigantes truncam um pouco a fluidez do livro.

Enfim, umas opiniões mudaram bastante e outas permaneceram.[/align]
 
Há algum tempo estive procurando o livro Quem é John Galt? e fiquei abismado com o preço que estavam querendo por ele na Estante Virtual: uma edição de 1987 que saiu pela editora Expressão e Cultura, estava saindo por volta dos 300 reais (o mais barato)! Mas então encontrei uma edição surrada na biblioteca da universidade e a monopolizei (pelo menos até comprar a edição da Sextante).

O livro é gigantesco, a edição de 1987 tem letras minúsculas e o texto de uma página dela, em uma “edição convencional”, ocuparia quase duas. Procurando pela Internet informações sobre a obra, encontrei esse site aqui, que fala que a Ayn Rand, autora do livro, queria demonstrar como a sociedade concebida por Marx é inaplicável e é justamente com farpas que a primeira parte do livro, A não-contradição, foi intitulada.

A Revolta de Atlas (título que a Sextante escolheu para a reedição do calhamaço, que conta agora com divisão em três volumes; combina mais com o título em inglês, Atlas Shrugged) conta a história de diversos personagens que perambulam pelas escaramuças e pelo cotidiano corporativo de duas empresas principais (embora haja uma constelação de outras orbitando ao redor dessas duas): a Taggart Transcontinental, transportes ferroviários; e a Metalúrgica Rearden, fabricante de, entre outras coisas, o famoso Metal Rearden.

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Me deixou curioso pra ler o livro, porque eu sou entusiasta de romances de ideias. Mesmo que as ideias dela, pelo que eu percebo, estejam em um lado ideológico completamente oposto ao meu.
 
Rodrigo Lattuada disse:
Me deixou curioso pra ler o livro, porque eu sou entusiasta de romances de ideias. Mesmo que as ideias dela, pelo que eu percebo, estejam em um lado ideológico completamente oposto ao meu.

[align=justify]Apesar dos vários percalços impostos pelas falas gigantes e grandiloquentes demais (é quase uma masturbação ideológica o tom de exortação dela) entre outras cositas mas, é engraçado por apresentar ideias bastante diferentes dos que costumamos encontrar em outros livros, que procuraram criticar o capitalismo e essa desregulamentação que ele exige, afinal, é irregulamentável.

Estou preparando a segunda parte da resenha e andando (meio vagarosamente) com a leitura do terceiro volume, que tem um veio mais Ficção Científica, embora seja mais um flerte do que uma filiação escancarada. Enfim, vou acabar para propor mais considerações.[/align]
 
[size=large]A Revolta de Atlas - Volume II (Ayn Rand)[/size]

Para compreendermos as razões que levaram Ayn Rand a se posicionar da forma como se posicionou e defender os valores que defende, é necessário que tentemos percorrer (ou ao menos rastrear) os passos da próprio trajetória de vida da autora. Ayn Rand nasceu em São Petersburgo em 1905 e presenciou os eventos e as transformações da Revolução Russa de 1917 antes de mudar-se para os Estados Unidos, em 1926.

No tempo em que morou na Rússia (e União Soviética, no pós-1917), a autora presenciou a implementação de profundas reformas na estrutura governamental russa, a transformação da sociedade russa de acordo com os preceitos do comunismo. A economia planificada foi uma das principais características da economia russa pós Revolução, na qual os célebres Planos Qüinqüenais, por exemplo, traçavam linhas organizativas e regulamentavam as atividades econômicas e produtivas, entre outras coisas, no intuito de justamente refrear a incontrolabilidade que caracteriza a "natureza" do capitalismo.

É justamente contra essa regulamentação que se posiciona o liberalismo (e de maneira mais acirrada o neoliberalismo) bem como Ayn Rand o fez. A autora se formou em Filosofia e foi fortemente influenciada por um idealismo que exorta a capacidade do homem a qualquer custo, reconhecendo-a como a manifestação máxima da existência humana. Essa capacidade, que só torna válida quanto canalizada em objetivos (a autora é conhecida, inclusive, por uma filosofia “objetivista”), e deve ser guiada por um racionalismo muito focado (demasiadamente focado, a meu ver), que procure remover quaisquer obstáculos que possam se opor em seu caminho, como sentimentos ou quaisquer outras influências que não venham estritamente do cérebro.

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Why I Hate Atlas Shrugged with a White-Hot Passion

(I was asked why I dislike the novel Atlas Shrugged so much; I answered; people asked me to make the answer rebloggable, and so I have. All of this, as always, is offered with the caveat that I might be–and often am–wrong.)

1. Atlas Shrugged is a novel of ideas. The plot exists only so that Ayn Rand can lay out her set of philosophical beliefs. So it’s the kind of book that makes you feel smart because you “get it,” but the story itself is paper-thin and is carefully constructed to explain and celebrate Rand’s objectivism. I have an inherent problem with novels of ideas, because I think they fail to do most of what is interesting and useful about fiction, but I particularly dislike them when the ideas are bad ideas.

2. The philosophy of objectivism is absolutely repugnant to me (and also does not hold up to scrutiny). The philosophy of selfishness is all built around the idea that the person ingesting the philosophy feels special (i.e., that we all identify with John Galt), and of course we do all identify with John Galt, because we all feel that the world is against us and we are secretly a unique flower that could bloom brilliantly if only we did not have to carry the weight of other, lesser people.

But the fact that when we read Atlas Shrugged we all identify with the elite is itself evidence of the book’s crappiness, because either A. only extraordinary people happen to read Ayn Rand, or B. we all feel extraordinary, because we are so busy being our multitudinous and complex and extraordinary selves that we do not imagine other people as being as complex or interesting or extraordinary as we are.

All of my novels are written in persistent and direct opposition to the ideas put forth in Atlas Shrugged, and since there is nothing to the novel except its ideas (the language of the novel imho could not be less interesting), it follows logically that I would strongly dislike the book.

Fonte: http://fishingboatproceeds.tumblr.c...-hate-atlas-shrugged-with-a-white-hot-passion
 
Li os cometários e, talvez, eu tivesse essa mesma impressão sobre o livro da Ayn Rand ser verborrágico e por celebrar as conquistas individualistas. Pois é, ainda bem que comecei a ler este ano enquanto a corrupção desenfreada assola o país. É assustador, triste e revoltante perceber que muitas falas e passagens dos personagens do Governo encontram eco em nossos políticos: as leis feitas para se manterem no poder, as desculpas descaradas que usam para justificar todos os absurdos em nome do bem-estar público (é você, Temer?), a degradação da economia em escala macroscópica; compadrismo e fisiologismos nas escolhas de homens de confiança do Governo em altos cargos. Sim, os personagens principiais são grandes empresários que chegaram ao topo por seus próprios méritos, como a autora sempre deixa frisado ao longo do texto e isso não é demérito nenhum. E ela deixa bem claro a diferença entre "ganhar" dinheiro e "fazer" dinheiro com muito trabalho e suor. Isso em um país melhor estruturado e com políticas claras; aqui no Bananal, você pode se matar trabalhando, ser a pessoa mais talentosa e capacitada da empresa e, no máximo, vai conseguir ser criticado por tentar se aparecer ou receber ainda mais trabalho e necas de aumento de salário.

Enfim, a lista de coincidências é tão grande e descrita de forma tão minuciosa que dão a impressão de a autora ter pegado carona na máquina do tempo do Doctor e caído aqui, no Brasil de 2017. Só sentindo na pele os efeitos nefastos do populismo parasitário para sentir os golpes da leitura de A Revolta de Altlas. Vale a pena ler, ou reler essa obra. De preferencia, acompanhando os telejornais sobre os desdobramentos da Lava-Jato e o jogo de negociatas escancaradas do em nosso Congresso e ver a cara de deboche de Temer em cada discurso vago e esquivo que ele tece com um sorriso no rosto.
 

Ayn Rand - A Revolta de Atlas.jpg

Estou ressuscitando este tópico tendo em vista que está sendo relançado A revolta de Atlas de Ayn Rand (Edição de luxo).

Para quem não leu nada da autora, será que vale a pena adquirir esta edição? E a leitura?
 

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