Assim como a religião também aliena, estupidifica, destroi culturas etc, não somos piores não, nem melhores, somos todos humanos, demasiado humanos!
Demasiado humanos, de fato. Isso não implica que as religiões sejam uma porcaria porque são humanas, nem implica em desprezá-las porque seu universo simbólico, valorativo e psíquico não encontra correspondentes nela. Nem todos são assim.
Eu não me acho melhor que um ateu. Mas sei que serei salvo, e ele não. Sabe por quê? Não por mérito meu, mas pela graça de Deus, eu fui regenerado pelo batismo e se me mantiver fiel, serei recompensado.
Acontece, Morfindel, que temos visões de mundo diferentes. Eu creio que a humanidade é decaída e necessariamente precisa de Deus, Deus esse que necessariamente é a Trindade que se revela na Bíblia, conforme cultuada e crida segundo a verdade na Santa Igreja Católica. Você crê que não precisamos de salvação, que, sendo humanos, todos erramos e não há divindade que se revele no humano. Eu penso que por Cristo ser Deus, é no humano de sua Igreja que o divino se manifesta.
São pontos de vista diferentes. Não me acho melhor que ninguém. Quando falei aqui do islamismo, falei de um perigo de diluição da cultura deles. Se a religião aliena? Não. Alienar é desnaturalizar o homem, arrancá-lo de uma situação de vida saudável onde se vive e se pensa organicamente para uma realidade falsa e mecânica. A religião reconduz o homem ao seu ser natural, logo, não aliena. O que aliena é o homem que pretende usar a religião para dominar, isto é, usar-se do divino para obter o mundano.
Exatamente, já os cristãos tratavam os judeus e os muçulmanos diferente por não serem cristãos, e o califa(?) marroquino aceitou os judeus expulsos da Península Ibérica qunado da sua expulsão.
Os muçulmanos são infieis segundo católicos, e os católicos são infieis segundo muçulmanos. Ponto final. O debate é doutrinário. Ocorre que os cristãos ocidentais eram bárbaros, não conheceram 'da fonte' a cultura brilhante da Hélade e de Roma como os árabes que não só a assimilaram de forma criativa como vinham eles mesmos de uma antiga descendência de povos do deserto, com certa ligação e proximidade com os grandes impérios orientais.
Os bárbaros eram simplesmente selvagens ou pouco melhores que isso, que só conheceram cultura e civilização ao aportar em Roma. E foi a Roma papal que criou a cristandade ocidental com Carlos Magno e semeou a futura civilização ocidental moderna.
E esse papo de islâmico bonzinho é balela. Os muçulmanos viviam queimando igrejas, estuprando freiras e assaltando as catedrais ortodoxas no Oriente. Eles faziam era uma bela figura, tão bela que até hoje se repete essa ladainha absurda de árabes medievais defensores da cultura e do diálogo.
Vão ler as refutações, o diálogo intelectual entre Avicena e Tomás de Aquino e verão como a cristandade e o Islão tiveram ambos seus gênios e a filosofia, sua linguagem comum, era praticada democraticamente pelos dois lados.
Quanto ao califado ibérico, de fato, temos aí a política árabe comum de não aborrecer os dominados, como os turcos e os cristãos greco-ortodoxos. Já os latinos, fieis ao seu ardor bárbaro de querer brincar com o bife... entende-se. APESAR da Igreja.
Ou vocês acham que as Cruzadas foram motivadas por fervor religioso? Ha, essa é boa, é muita ingenuidade. Queria-se glória, ouro e sangue, não santidade.