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Onda de protestos continua gerando tensão no mundo árabe e no Irã

Jeff Donizetti

Quid est veritas?
Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,14846075,00.html

Confrontos mantêm países árabes sob tensão nos últimos dias. Também no Irã há choques entre forças do governo e manifestantes. Medo de racionamento faz preço do petróleo subir.

The world is closing in
Did you ever think?
That we could be so close, like brothers
The future's in the air
I can feel it everywhere
Blowing with the wind of change
(By Scorpions)
 
Agora as coisas esquentaram na Líbia e no Bahrein

É o mundo árabe voltando a ficar inflamado como sempre. Já não era sem tempo.
 
Saco, mais monotonia globalizante, capitalizante, democratizante, ocidentalizante. Os países árabes eram os últimos lugares do mundo com o mínimo de pureza cultural, sem contaminação ocidental. Isso está pra mudar...
 
Saco, mais monotonia globalizante, capitalizante, democratizante, ocidentalizante. Os países árabes eram os últimos lugares do mundo com o mínimo de pureza cultural, sem contaminação ocidental. Isso está pra mudar...

Eram?

A cultura ocidental não só influenciou os países árabes e o Oriente Médio geral (somando Turquia altaica, Irã persa - língua a qual é indo-europeia, parte do Cáucaso), como no geral estes países já foram bem mais ocidentais antes.

A Turquia é um estado laico modernamente fundada por Atatürk, que juntou os cacos da primeira guerra e quis criar um país com separação entre Igreja e Estado e sob uma marca cultural fortemente ocidental. Agora o AKP, um partido islamista moderado ("conservador", como o Partido Republicano ou a CDU) tem o controle do Parlamento.

O Irã do Xá Reza Pallevi teve uma experiência democratizante na década de 50, há muitos intelectuais em contato com o Ocidente e, mesmo debaixo dos cassetetes do regime, o pensamento liberal ainda é forte.

Na Tunísia, nas grandes cidades, a maior parte das mulheres nem usa o véu.

E por aí vai.

Não estou dizendo que isso é bom ou ruim.

Mas contato intercultural sem influência mútua é algo absolutamente inexistente.
 
Os países árabes eram os últimos lugares do mundo com o mínimo de pureza cultural, sem contaminação ocidental. Isso está pra mudar...

Cultura é uma coisa líquida, mutável. Não significa que a identidade cultural se perde, mas ela torna-se mais miscigenada. Atualmente elementos de outras culturas tornam-se mais acessíveis e passíveis de assimilação, mas isso não significa que a pluralidade vá desaparecer. Eu penso justamente o contrário: cada povo assimila elementos à sua própria maneira, os transforma, os adapta à sua realidade e às suas necessidades.
 
Eu não estou condenando a miscigenaçaõ cultural, porque não sou idiota. Existe cultura pura? Óbvio que não.

Mas a nossa cultura ocidental, ou melhor, nossa globalização, se infiltrando pelo aparelho estatal consegue dissolver cultura e substituí-la por alienação em massa, estupidificação estrutural, ela destroi cultura e a substitui por McDonalds.

Isso nem é uma crítica ao capitalismo, mas à razão instrumental, ao uso ocidental dos meios de comunicação para tiranizar consciências.
 
Mas a nossa cultura ocidental, ou melhor, nossa globalização, se infiltrando pelo aparelho estatal consegue dissolver cultura e substituí-la por alienação em massa, estupidificação estrutural, ela destroi cultura e a substitui por McDonalds.

Assim como a religião também aliena, estupidifica, destroi culturas etc, não somos piores não, nem melhores, somos todos humanos, demasiado humanos!
 
O que está acontecendo no mundo islâmico é uma demanda reprimida há séculos. É ingênuo achar que os povos árabes estão se sublevando apenas por influência do Ocidente (afinal, nem interessava aos EUA perder aliados como Mubarak ou os xeiques do petróleo). As próprias populações estão tomando consciência de que vivem sob regimes despóticos, corruptos e traidores e passaram a exigir mudanças. Se o que virá é bom ou ruim (do nosso ponto de vista), é impossível saber, mas não se deve negar o direito de autodeterminação a esses povos.

Também não concordo com essa ideia de "pureza cultural sem inetrvenção ocidentalizante" que existiria no Islam. Isso é sim, atraso, algo que nunca teve a ver com o Islamismo no auge da cultura muçulmana, quando uma das maiores características dos povos árabes era justamente a tolerância, a assimilação dos conhecimentos válidos para o seu progresso e o cultivo da ciência e da filosofia.
 
O que está acontecendo no mundo islâmico é uma demanda reprimida há séculos. É ingênuo achar que os povos árabes estão se sublevando apenas por influência do Ocidente (afinal, nem interessava aos EUA perder aliados como Mubarak ou os xeiques do petróleo). As próprias populações estão tomando consciência de que vivem sob regimes despóticos, corruptos e traidores e passaram a exigir mudanças. Se o que virá é bom ou ruim (do nosso ponto de vista), é impossível saber, mas não se deve negar o direito de autodeterminação a esses povos.

Também não concordo com essa ideia de "pureza cultural sem inetrvenção ocidentalizante" que existiria no Islam. Isso é sim, atraso, algo que nunca teve a ver com o Islamismo no auge da cultura muçulmana, quando uma das maiores características dos povos árabes era justamente a tolerância, a assimilação dos conhecimentos válidos para o seu progresso e o cultivo da ciência e da filosofia.

No tempo das cruzadas, os cristãos eram muito inferiores comparado aos árabes, a maioria dos príncipes cristãos nem escrever sabia, enquanto os árabes estudavam os clássicos gregos.
 
No tempo das cruzadas, os cristãos eram muito inferiores comparado aos árabes, a maioria dos príncipes cristãos nem escrever sabia, enquanto os árabes estudavam os clássicos gregos.

Exatamente, Morfindel!

E veja que eles liam os textos gregos sem renegá-los porque não eram árabes, e mesclando-os com caracteres próprios, fundaram o seu tipo de Filosofia, a Falsafa de que nos fala tanto o Prof. Miguel Attie, da FFLCH/USP.
 
Exatamente, Morfindel!

E veja que eles liam os textos gregos sem renegá-los porque não eram árabes, e mesclando-os com caracteres próprios, fundaram o seu tipo de Filosofia, a Falsafa de que nos fala tanto o Prof. Miguel Attie, da FFLCH/USP.

Exatamente, já os cristãos tratavam os judeus e os muçulmanos diferente por não serem cristãos, e o califa(?) marroquino aceitou os judeus expulsos da Península Ibérica qunado da sua expulsão.
 
Assim como a religião também aliena, estupidifica, destroi culturas etc, não somos piores não, nem melhores, somos todos humanos, demasiado humanos!
Demasiado humanos, de fato. Isso não implica que as religiões sejam uma porcaria porque são humanas, nem implica em desprezá-las porque seu universo simbólico, valorativo e psíquico não encontra correspondentes nela. Nem todos são assim.

Eu não me acho melhor que um ateu. Mas sei que serei salvo, e ele não. Sabe por quê? Não por mérito meu, mas pela graça de Deus, eu fui regenerado pelo batismo e se me mantiver fiel, serei recompensado.

Acontece, Morfindel, que temos visões de mundo diferentes. Eu creio que a humanidade é decaída e necessariamente precisa de Deus, Deus esse que necessariamente é a Trindade que se revela na Bíblia, conforme cultuada e crida segundo a verdade na Santa Igreja Católica. Você crê que não precisamos de salvação, que, sendo humanos, todos erramos e não há divindade que se revele no humano. Eu penso que por Cristo ser Deus, é no humano de sua Igreja que o divino se manifesta.

São pontos de vista diferentes. Não me acho melhor que ninguém. Quando falei aqui do islamismo, falei de um perigo de diluição da cultura deles. Se a religião aliena? Não. Alienar é desnaturalizar o homem, arrancá-lo de uma situação de vida saudável onde se vive e se pensa organicamente para uma realidade falsa e mecânica. A religião reconduz o homem ao seu ser natural, logo, não aliena. O que aliena é o homem que pretende usar a religião para dominar, isto é, usar-se do divino para obter o mundano.
Exatamente, já os cristãos tratavam os judeus e os muçulmanos diferente por não serem cristãos, e o califa(?) marroquino aceitou os judeus expulsos da Península Ibérica qunado da sua expulsão.

Os muçulmanos são infieis segundo católicos, e os católicos são infieis segundo muçulmanos. Ponto final. O debate é doutrinário. Ocorre que os cristãos ocidentais eram bárbaros, não conheceram 'da fonte' a cultura brilhante da Hélade e de Roma como os árabes que não só a assimilaram de forma criativa como vinham eles mesmos de uma antiga descendência de povos do deserto, com certa ligação e proximidade com os grandes impérios orientais.

Os bárbaros eram simplesmente selvagens ou pouco melhores que isso, que só conheceram cultura e civilização ao aportar em Roma. E foi a Roma papal que criou a cristandade ocidental com Carlos Magno e semeou a futura civilização ocidental moderna.

E esse papo de islâmico bonzinho é balela. Os muçulmanos viviam queimando igrejas, estuprando freiras e assaltando as catedrais ortodoxas no Oriente. Eles faziam era uma bela figura, tão bela que até hoje se repete essa ladainha absurda de árabes medievais defensores da cultura e do diálogo.

Vão ler as refutações, o diálogo intelectual entre Avicena e Tomás de Aquino e verão como a cristandade e o Islão tiveram ambos seus gênios e a filosofia, sua linguagem comum, era praticada democraticamente pelos dois lados.

Quanto ao califado ibérico, de fato, temos aí a política árabe comum de não aborrecer os dominados, como os turcos e os cristãos greco-ortodoxos. Já os latinos, fieis ao seu ardor bárbaro de querer brincar com o bife... entende-se. APESAR da Igreja.

Ou vocês acham que as Cruzadas foram motivadas por fervor religioso? Ha, essa é boa, é muita ingenuidade. Queria-se glória, ouro e sangue, não santidade.
 
Cultura é uma coisa líquida, mutável. Não significa que a identidade cultural se perde, mas ela torna-se mais miscigenada. Atualmente elementos de outras culturas tornam-se mais acessíveis e passíveis de assimilação, mas isso não significa que a pluralidade vá desaparecer. Eu penso justamente o contrário: cada povo assimila elementos à sua própria maneira, os transforma, os adapta à sua realidade e às suas necessidades.

Como exemplo o Japão. Por lá a realidade é dual: ao mesmo tempo em que se pegou uma tremenda influência ocidental (Estado democrático, bandas de rock, apego - e que apego - à tecnologia, um certo relaxamento de alguns costumes, esportes e, impreterivelmente, o vaso sanitário elevado), a cultura nipônica continua sendo algo bizonhamente diferente, a ponto de dificultar bastante a vida inicial de um expatriado de quaisquer dos dois lados.
 
O que aliena é o homem que pretende usar a religião para dominar, isto é, usar-se do divino para obter o mundano.

Quem é que foge dessa regra?

E esse papo de islâmico bonzinho é balela. Os muçulmanos viviam queimando igrejas, estuprando freiras e assaltando as catedrais ortodoxas no Oriente. Eles faziam era uma bela figura, tão bela que até hoje se repete essa ladainha absurda de árabes medievais defensores da cultura e do diálogo.

Eu não defendi os muçulmanos, eu disse que eles eram melhores que os cristãos.

Ou vocês acham que as Cruzadas foram motivadas por fervor religioso? Ha, essa é boa, é muita ingenuidade. Queria-se glória, ouro e sangue, não santidade.

Eu nunca disse o contrário!
 
Quem é que foge dessa regra?

Eu não defendi os muçulmanos, eu disse que eles eram melhores que os cristãos.

Eu nunca disse o contrário!

De qualquer forma, o seu conceito de melhor seria válido se se tratasse de uma realidade, mas como é uma mentira... essa ideia de islâmico bonzinho e respeitador. Foram eles que introduziram a escravidão para fins econômicos na idade moderna e apesar de sua brilhante cultura, jamais discutiram o valor da vida de seus escravos, diferente das amplas discussões entre os cristãos.

Procura Frei Bartololeu de Las Casas no google aí.
 
De qualquer forma, o seu conceito de melhor seria válido se se tratasse de uma realidade, mas como é uma mentira... essa ideia de islâmico bonzinho e respeitador. Foram eles que introduziram a escravidão para fins econômicos na idade moderna e apesar de sua brilhante cultura, jamais discutiram o valor da vida de seus escravos, diferente das amplas discussões entre os cristãos.

Procura Frei Bartololeu de Las Casas no google aí.

Eu não disse que são bons, o melhor se refere a abertura a outra cultura, procura Tomás de Torquemada.
 

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