imported_Carrapicho
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O Mestre e Margarida é um romance revolucionário. Nele, Bulgakóv narra a fantástica chegada do diabo em plena Moscou dos anos 1930. E satanás não está sozinho; em sua comitiva, há uma feiticeira nua, de "ardentes olhos fosforecentes", um homem de roupas apertadas e monóculo rachado, um grato preto de "proporções espantosas".
Mas a brilhante narrativa de Bulgakov vai muito além de seus aspectos fantásticos e comicos. É um livro com estilo absolutamente original, sobre a liberdade da escrita e a força do amor em tempos adversos. É uma sátira devastadora da vida sob o regime soviético, da censura e da repressão. É também um romance que traça de forma genial os múltiplos personagens de Moscou e seu cotidiano - com apartamentos divididos por inúmeras famílias, pessoas que desaparecem misteriosamente, burocratas obtusos. É, enfim, um dos livros mais importantes e cultuados do século XX.
Essa é a sinopse presente na edição atual do livro. Apesar de não ter finalizado ainda, posso afirmar que a obra decididamente vem me impressionando.
Todos os acontecimentos fatídicos ou mesmo tragicômicos que se entreleçam com a chegada de satanás (que atende pelo nome de Woland) e seu séquito são simplesmente fascinantes. Não só isso, os personagens tão tipicamente russos acabam fornecendo uma nítida visão do que era o país no período comunista e, justamente por isso, que a obra só foi publicada 26 anos após seu término e a morte do Bulgákov. Espero acabar em breve para esboçar comentários mais precisos.