Luciano R. M.
vira-latas
Já era mais de meia-noite quando fui acordado pelo toque
do telefone,
do outro lado da linha, uma voz dizia em russo, com sotaque
Georgiano:
Desculpa, desculpa, desculpa, eu nunca quis que você morresse
Era só um susto
Para que você voltasse para meus braços, esquecesse a política
e juntássemos nossos bigodes.
Eu não acreditava no que ouvia, Stalin ligara por engano.
Chamava do inferno e queria falar com Trótski,
reatar a paixão consumida pelo fogo do poder
e das idéias. A voz saía por entre lágrimas.
Eu queria ter algo a dizer a Stalin,
queria poder consolá-lo. Mas ele ligara a cobrar
e falar com o inferno custa caro.
Tudo o que eu disse foi: 'Desculpe, Trotski não mora mais aqui'.
E desliguei.
do telefone,
do outro lado da linha, uma voz dizia em russo, com sotaque
Georgiano:
Desculpa, desculpa, desculpa, eu nunca quis que você morresse
Era só um susto
Para que você voltasse para meus braços, esquecesse a política
e juntássemos nossos bigodes.
Eu não acreditava no que ouvia, Stalin ligara por engano.
Chamava do inferno e queria falar com Trótski,
reatar a paixão consumida pelo fogo do poder
e das idéias. A voz saía por entre lágrimas.
Eu queria ter algo a dizer a Stalin,
queria poder consolá-lo. Mas ele ligara a cobrar
e falar com o inferno custa caro.
Tudo o que eu disse foi: 'Desculpe, Trotski não mora mais aqui'.
E desliguei.