E o Lewandowski está perto de confirmar sua ida para o Bayern também, ao que parece, mas esse é um rumor que já está rolando há bem mais tempo.
Isso é a grande ameaça ao futebol alemão. Aliás, sempre foi seu calcanhar de Aquiles, esse domínio quase absoluto do Bayern no cenário nacional.
Por mais que a escola germânica seja uma das mais produtivas do mundo - e aqui a disputa fica entre Brasil, Alemanha, Itália e talvez Argentina - e a seleção esteja constantemente boa, o futebol de clubes por lá só conseguiu 6 títulos da Copa Europeia/Liga dos Campeões. Contra 13 dos espanhois, 12 de italianos e ingleses e empatados com os holandeses, que já não são grandes players nas competições entre clubes.
Isso ocorre, para mim, em maior parte devido a esse domínio bávaro. O Bayern, sediado na ultra-bilionária Munique, tem um grande conluio de superpatrocinadores para bancar contratações. Quando aparece um concorrente dentro do país, dentro de algum tempo eles o desmantelam. Foi assim o Gladbach da década de 70, o Hamburgo do início dos 80, o Leverkusen, o Borussia e o Kaiserslautern, que foram grandes na virada dos 90's/2000's.
E os próprios bávaros sofrem com isso. Montam times competitivos, vencedores na Europa, de tempos em tempos. Mas somem depois. Não têm a mesma constância de Man Utd, Liverpool (até recentemente), os times de Milão, Real, Barça, porque não têm um rival para se sustentarem, verem na superação do mesmo a razão de existir no tempo das vacas magras.
Sou atleticano, e no Brasil, onde cada grande cidade tem no mínimo 2 times fortes. Quando um tá por cima, a motivação do mais fraco é derrotar o rival, impedi-los da conquista, manchar a reputação do outro. O Galo, desde que nasci, passou as duas últimas décadas assim. Torcedor de time em crise sabe a dimensão que o clássico toma, e até sofre um pouco com certo desdém da torcida opositora.
Além do mais, a falta desse brio decisivo que o rival local fornece pode ser verificada no fato de, além de ganharem campeonatos, eles têm o recorde de vices europeus: 5, ao lado de Benfica e Juventus. Talvez, se tivessem que decidir em casa, chegariam mais preparados à final.
Então, eu concordo com o Beckenbauer, que já se posicionou contra a ida do Lewandowski para Munique. Tá na hora dos bávaros deixarem Dortmund, Schalke, Hamburgo e outros que porventura tiverem condições florescerem. Vão ganhar menos campeonatos alemães, mas mais competições europeias. Além do mais, a Bundesliga se tornará vendável, tendo um potencial inerente maior que qualquer outra liga europeia - sim, eu acho isso, nisso só perdem para o Brasil. É mais dinheiro e mais prestígio.