Niggle
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Desculpe, amigo Folco, mas mais oriental que O Tigre e o Dragão a equipe de Tarantino não é. E, de mais a mais, mesmo toda a orientalidade desse último não lhe conferiu suficientes credenciais para ser um "verdadeiro filme oriental". Os chineses detestaram, ou encararam como uma grande farsa. Repito que a "orientalização" não é tão simples assim. E desde quando Bruce Lee é necessariamente "oriental"?Folco disse:Não necessariamente. O filme foi filmado na Oriente, tem um elenco e equipe contituído de basicamente atores orientais, e tem no comando um cara que entende dessa cultura. E por cultura, eu não quis dizer "cultura asiática", mas "cultura KUNG FU asiática"; os filmes de Kung Fu que explodiram nos anos 70 e fizeram sucesso no mundo inteiro, os heróis consagrados como Bruce Lee, Sonny Chiba, entre outros. Filmes que misturavam a cultura chinesa com a violência e exploitation. O Tarantino tem "PHD" nisso. E é por isso que o Tarantino vai fazer Kill Bill como não só uma homenagem, mas um verdadeiro representante desse gênero morto que precisa de experimentação.
Sim, mas não me referia a essa técnica especificamente, mas a outra: a de enfocar dois frames diferentes na mesma cena. Continuo na pesquisa. E a técnica de Tarantino é relevante, sem dúvida, como já havia dito.Folco again disse:Quem usou a técnica de mostrar acontecimentos por diferentes pontos de vista foi Kubrick em 1956, com "O Grande Golpe", e foi copiado várias vezes. Mas além de ser "influenciado" por isso, o Tarantino conseguiu melhorar ainda mais a técnica incorporando ela de forma relevante na trama.
Não é necessariamente um "mal", mas dispensável, às vezes. É claro que ele criou e influenciou uma estética de violência bastante "bonita" cinematograficamente, não discuto. Mas É CINEMA, não REALIDADE! Às vezes, isso acaba por tornar o "estilo" mais importante que o próprio plot. Aí é subversão, é vituosismo. É Brian de Palma, enfim.Folco once more disse:Só porque o Tarantino adicionou o estilo dele no gênero policial/crime dos 70, não acredito que ele tenha feito nenhum mal. Pois, ao invés de ser só uma homenagem ou uma cópia direta daquele gênero, ele o revigorou. Trouxe originalidade. Experimentou. E, pra mim, funcionou perfeitamente, não perdeu nenhum impacto.
Só pra observar: pô, comparar Jackie Brown com Operação França é MUITA covardia com a Jackie...