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"Iracema" (José de Alencar)

Artanis Léralondë

Ano de vestibular dA
Iracema ~ A virgem dos lábios de mel

jose_alencar6.jpg


"A história se inicia com o guerreiro branco Martim Soares Moreno, amigo dos índios pitiguaras, que habitavam o litoral, perdendo-se nas matas. Lá foi encontrado por Iracema, a deslumbrante virgem, filha do pajé Araquém, da tribo dos tabajaras, habitantes do interior da região.

Iracema acolheu o jovem branco e o levou para sua tribo, onde ele foi recebido como hóspede e amigo. Ao inteirar-se da celebração que os tabajaras faziam a seu grande chefe Irapuã, que vai comandá-los num combate aos pitiguaras, Martim resolveu fugir, naquela mesma noite. Iracema o impediu, pedindo-lhe que aguardasse a volta de seu irmão Caubi, que poderia guiá-lo pelas matas....
http://vestibular.uol.com.br/ultnot/livrosresumos/ult2755u118.jhtm"


É um livro que pertence a fase romancista de José Alencar, onde basicamente uma jovem índia chamada Iracema, apaixona-se pelo guerreiro branco,Martim.Desta diferença de raças José Alencar, cria um romance com base na linguagem indígena, usando obviamente várias palavras indígenas a leitura se torna um pouco difícil, mas muito enriquecedora e exótica xD
Não é um livro muito comprido...

Este romance me lembrou Poncahontas XD
desenho da Disney, a mesma que se apaixona por um guerreiro branco e luta para ficar com seu grande amor..
POCAHONTAS01_kp43377c.jpg


Um artigo que gostei muito ^^

IRACEMA de José de Alencar

Este ano o livro Iracema, de José de Alencar, completa 140 anos. É um dos mais belos romances da nossa literatura. Nesta obra, Alencar conta a trágica história da bela índia, reunindo prosa com ritmo de poesia. Neste romance, o autor busca retratar o processo de colonização do Brasil e da América, em que Iracema é uma anagrama de América e Martins, seu amado, representa o deus greco-romano da guerra e da destruição.

Desde sua publicação, 1865, o livro vem rendendo muitas críticas. Para o grande Machado de Assis o livro de José de Alencar deve resistir ao tempo, pois é "fruto do estudo e da meditação, escrito com sentimento e consciência"¹. (Diário do Rio de Janeiro, 1866). De fato, a obra indianista ainda persiste no cenário nacional e, especialmente, cearense.

Segundo os críticos, são várias as manifestações culturais que perpetuam a imagem da virgem dos lábios de mel. Como exemplo, citam: "Iracema Voou", composição de Chico Buarque (1998) e "A Índia e o Traficante" de Eduardo Dusek e Luiz Carlos Góes (1986.

Lenda ou romance, em Iracema, Alencar, segundo alguns críticos, aborda a história da fundação do Ceará e o ódio entre duas nações inimigas (Tabajaras e Pitiguaras), recorrendo a circunstâncias históricas e utilizando personagens reais como Martim Soares Moreno e o índio Poti (Antônio Felipe Camarão).

E Iracema, quem é?! É a própria expressão exuberante da natureza cearense, brasileira e americana; é o espírito harmonioso da floresta virgem; é, por fim a virgem dos lábios de mel que, ao longo do tempo, tornou-se símbolo do Ceará.
fonte:www.crede12.seduc.ce.gov.br/revista5/default.htm

¹ realmente José de Alencar pois todo o seu sentimento no romance, os diálogos, contruções das frases,... são lindos ^^
" ...a virgem dos lábios de mel e de cabelos mais negros que a asa da graúna..."


Letra da Música: Iracema Voou - Chico Buarque

Iracema voou
Para a América
Leva roupa de lã
E anda lépida

Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava chão numa casa de chá
Tem saído ao luar
Com um mímico
Ambiciona estudar
Canto lírico

Não dá mole pra polícia
Se puder, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita

Uns dias, afoita
Me liga a cobrar
Iracema da américa





iracema.jpg

iracema8.jpg

Estátua de Iracema
350px-Iracema_(Antonio_Parreiras,_1909).jpg

Quadro de Antônio Parreiras, mostra o sofrimento de Iracema.
 
RE: ~Iracema "a virgem dos lábios de mel" - José de Alencar ~

Essa música do Chico é tão linda!

Engraçado como Iracema é tão diferente de Senhora, ambas do mesmo autor... Não sabia que tinham tantas referências espalhadas da "virgem dos lábios de mel"... Pena que essa referência indigena já quase se perdeu hoje...
 
RE: ~Iracema "a virgem dos lábios de mel" - José de Alencar ~

Amélie disse:
Essa música do Chico é tão linda!

Engraçado como Iracema é tão diferente de Senhora, ambas do mesmo autor... Não sabia que tinham tantas referências espalhadas da "virgem dos lábios de mel"... Pena que essa referência indígena já quase se perdeu hoje...

Também não sabia que havia tantas referências dela..
A essa perca de cultura indígena para o Brasil é ruim, pois cada vez mais vai perdendo as suas raízes, claro que com o desenvolvimento tecnológico, globalização, a integração é mais propícia e algumas coisas vão se perdendo no tempo. É até bom a globalização, mas não devemos esquecer de onde viemos. Por isso, acho super divertido esses trabalhos escolares para as crianças saberem um pouco de sua história, algumas até se interessam pelas lendas,palavras, hábitos dos povos indígenas, afinal há muitas coisas interessantes nestes povos indígenas.E temos muitas coisas que aprender com eles, principalmente, viver em harmonia com a mãe natureza :joy:

_______

Achei uns pontos legais aqui no livro que estava lendo:
Edição:6 edição
Editora:FTD

Vários críticos apontam q o nome Iracema é anagrama de América.O q significa isso?

As letras de Iracema são as mesmas da palavra América, em outra ordem.
Aceitando-se essa explicação para o nome Iracema, isso acentuaria a marca de romance "americano", q era uma das propostas fundamentais do projeto literário de Alencar.

Iracema pode ser associada, sob certo aspecto, a personagem da mitologia clássica?

São frequentes, na mitologia clássica, as referências a sacerdotisas consagradas a rituais sagrados e cujo voto de castidade não pode ser rompido.


Esta última não tinha percebido, mas Alencar exalta bastante esse lado virgem (puro) de Iracema.[/i][/b]
 
RE: ~Iracema "a virgem dos lábios de mel" - José de Alencar ~

Ótimo tópico Maniaca! Nossa...Iracema! Como não tinha no Meia Palavra ainda rsrs, lendo o que você postou, e lembrando as coisas que a minha professora de literatura fala: "I-RA-CE-MA, que é isso gente, é A-MÉ-RI-CA, de trás pra frente, é aí você cai aonde? Que também Iracema pode significar e blá blá.." eu sei que ela é vai colocando significados, mostrando relações, e realmente José de Alencar arrasa nesse livro, porém não é o meu preferido dele, que é "Senhora".
 
Pessoas, eu só posso dizer que admiro a coragem de vocês...

Tentei inúmeras vezes começar a ler Iracema maaas...

E olha que eu já li outras obras do Alencar (e não só as que caíam no vestibular ;))
 
De todos os livros que fui obrigada a ler quando estava na escola esse foi meu favorito, cheguei até a comprá-lo e relê-lo. Adoro. É lindo!
 
Eu achei o livro muito melancólico. Até gosto deste tipo de final, mas a Iracema me irritou durante o livro.

E eu me lembro que estava louca pra ler.

Esse amor dela pelo tal do Martim. Pelo amor de Deus ele andou pros sentimentos dela e ela ainda ficou atrás. Eu tive pena dela, mas que essa falta de brio me irritou, ah irritou!
 
O meu favorito de José de Alencar é Senhora e também A Viuvinha, porém Iracema é um belo romance puro, que traz as características de um povo hoje esqueçido. Não gosto do final e também acho que há muito sofrimento no romance dos dois Iracema e Martim.
 
[align=justify]Tenho uma certa simpatia por livros do romantismo, não obstante a maioria das pessoas odeiem profundamente. Mas tenho que dizer: sei reconhecer o valor literário de Iracema, compreendo o texto do livro de acordo com as tendências temáticas e estéticas do período e tudo o mais, aquele tom de epopéia que ela vai dando a cada vez que estabelece comparações à fauna e à flora do Ceará etc. etc. etc., inclusive sobre a importância dele para a Literatura Brasileira, coisa que não questiono, mas eu realmente não consigo gostar do livro da mesma forma que curto Ubirajara e O Guarani, os outros dois que compõem a chamada "trilogia indianista", mesmo o tendo lido três vezes já. O livro é arrastado e truncado, a leitura não flui e você se perde em meio a tantos nomes de plantas, animais, lugares e tudo o mais. O bom é que você aumenta seu vocabulário tremendamente, pois a quantidade de adjetivos não comuns é incrível.[/align]
 
O Roberto Schwarz disse isso aqui sobre o Alencar no livro Ao vencedor as batatas:

Isso posto, é preciso reconhecer que a sua obra nunca é propriamente bem-sucedida, e que tem sempre um quê descalibrado e, bem pesada a palavra, de bobagem. É interessante notar contudo que esses pontos fracos são, justamente, fortes noutra perspectiva. Não são acidentais nem fruto da falta de talento, são pelo contrário prova da conseqüência. Assinalam os lugares em que o molde europeu, combinando-se à matéria local, de que Alencar foi simpatizante ardoroso, produzia contra-senso.

E de certa forma eu concordo com ele. Os problemas dos livros dele (Iracema incluso) normalmente se dão pela inadequação do modelo europeu à realidade brasileira que ele tanto queria representar. Causa estranheza, e acaba desagrandando quem o lê.

De um jeito mais hiperbólico é tipo querer situar uma história de fantasma de um lorde inglês no sertão brasileiro: ou você faz isso de modo a ser caricato, engraçado e usa as discrepâncias para criar esse efeito, ou tenta esse encaixe forçado, que pode soar mal para quem recebe o texto.

Tanto que eu acho que o que menos apresenta esse tipo de problema é Senhora, talvez até por ser urbano e aí escapar um pouco das representações dos romances indigenistas que não casam muito bem com o modelo que ele queria seguir.

(Em tempo: eu não tenho problema com o Alencar. Estou só comentando sobre uma das ideias que tenho de pq ele desagrada tanta gente, deixando de lado o clichê do "minha professora da escola me traumatizou")
 
[align=justify]Isso é bem esclarecedor mesmo Anica, pois ao analisarmos a atuação da Literatura no movimento romântico europeu (não toda ela, obviamente), ela procurou "resgatar" uma espécie de passado mítico que desse sustentação a nação ou ao que se queria reconhecer como identidade nacional. A heroicização dos antepassados, no nosso caso os índios, fazia parte de fomentar a construção de uma nacionalidade que enquadrasse a todos os "cidadãos" que deveriam fazer parte da pátria. [/align]
 
É, eu também não sou dos maiores fãs de Iracema. Aliás, não sou um dos maiores fãs do romantismo brasileiro em geral - gosto mais do mundo mais sórdido dos romances realistas e naturalistas.

E realmente é esse resgate de um passado mítico que o Alencar busca no livro, seguindo os moldes europeus. Mas não um resgate da cultura indígena ela-mesma - o que a gente tem aqui é a cultura indígena [ingenuamente] vista pelo homem branco daquele tempo. O que não deixa de ser interessante para nós, como uma verdadeira aula sobre o olhar do branco para o índio.
 
Dos livros que já li pra escola, Iracema foi um dos piores, chegava a praticamente durmir no livro. Nao que Iracema é menos importante do que os livros que eu gosto.Eu simplesmente nao gostei, mesmo tentando ler umas 3 vezes
Quem sabe se eu reler daqui uns anos vou ter um olhar diferente...
 
Sempre ouvi falar que se trata de um livro belo, algo como a poesia em prosa (algo análogo ao Eugene Onegin, de Púshkin), que é o ponto alto da pena de José de Alencar. De fato, sempre que releio os parágrafos iniciais, que são toda minha leitura, percebo uma grandiosidade épica que ainda não encontrei na literatura ficcional brasileira.

Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;

Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;

Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.

Onde vai a afouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela?

Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano?

Três entes respiram sobre o frágil lenho que vai singrando veloce, mar em fora

Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro que viram a luz no berço das florestas, e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem

A lufada intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho das vagas:

— Iracema!

Lerei em breve, ansioso e muito curioso pelos meios que serão usados para dar prosseguimento desse andamento musical.
 
[align=justify]Não lembrava do livro como bom assim. Na verdade só lembrava do começo, do fim e da linguagem complicada.

Agora acho que a primeira parte do livro (até o capítulo XX, mais ou menos) é muito boa e a segunda (a partir do momento em que ela sai de casa) é regular. É regular porque quanto mais perto do final mais comparações ele usa (até José de Alencar reconhece isso no posfácio), quando o ideal seria o contrário para a leitura caminhar para o desfecho, e o final é muito abrupto. Alguns personagens também somem... Como Irapuã, Araquém, Jacaúna e Caubi que só volta para desaparecer de novo. O mesmo a gente vê em Ubirajara quando Jandira só reaparece no último capítulo.

Sobre a linguagem, as comparações e os nomes cansam e confundem um pouco lá pelo capítulo XXV. Não achei tantos adjetivos quanto o Lucas citou; mais topônimos do Ceará, sem muito interesse, talvez nem mesmo para situar a história. Deve ser um inferno para crianças e adolescentes.

Durante a leitura eu me perguntei muito o que um livro como Iracema tem a dizer às crianças e adolescentes de hoje em dia (porque eu fui obrigado a lê-lo na escola, como a maioria das pessoas) e não consegui encontrar muito... Até porque ele não foi escrito para crianças e adolescentes, como aliás, muito do que a gente é forçado a ler. O que valores cavalheirescos (dos quais por sinal Martim é um péssimo representante) nos dizem hoje em dia? O valor do livro compensa as dificuldades e o ódio de todo mundo?

E isso é uma pena porque o livro é bom. Daí essa leitura forçada e mal-feita só faz os estudantes terem ódio de José de Alencar e por extensão de literatura brasileira...[/align]
 
[align=justify]Entra um pouco naquele papo de estar deslocado ou desvinculado da realidade dos alunos, né? Um problema infelizmente recorrente.

Quanto aos adjetivos obnóxio, pode ser verdade, mas é que quando li, já faz uns 5 anos pelo menos, não tinha lá um vocabulário tão bom assim, então acabei recorrendo ao dicionário uma porção de vezes.[/align]
 
Acabei de herdar de minha irmã mais velha uma coleção antiga de José de Alencar que pertenceu à minha mãe. Estou com agua na boca p ler Iracema e O guarani Novamente, pois li no colégio e não me lembro mais. Me lembro entretanto que "comi os livros".
 
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]Tenho uma certa simpatia por livros do romantismo, não obstante a maioria das pessoas odeiem profundamente. Mas tenho que dizer: sei reconhecer o valor literário de Iracema, compreendo o texto do livro de acordo com as tendências temáticas e estéticas do período e tudo o mais, aquele tom de epopéia que ela vai dando a cada vez que estabelece comparações à fauna e à flora do Ceará etc. etc. etc., inclusive sobre a importância dele para a Literatura Brasileira, coisa que não questiono, mas eu realmente não consigo gostar do livro da mesma forma que curto Ubirajara e O Guarani, os outros dois que compõem a chamada "trilogia indianista", mesmo o tendo lido três vezes já. O livro é arrastado e truncado, a leitura não flui e você se perde em meio a tantos nomes de plantas, animais, lugares e tudo o mais. O bom é que você aumenta seu vocabulário tremendamente, pois a quantidade de adjetivos não comuns é incrível.[/align]


Acho q inteligencia de alencar imensa.
Achava tão lindo estudar o índio dos aspectos dele... o índio antes de ter contato com o branco(ubirajara) o primeiro contato (guarani) e iracema(a mestiçagem/ o contato definitivo)

Acho livros românticos bem bonitos, muito criativos, profundos e como o lucas disse de uma descritividade imensa.
o sofrimento do jovem werther, iracema, a dama das camélias, até lucíola(melancolia em páginas^^) me cativaram.

Se fosse p descrever tudo que sinto com livros de josé de alencar mas como meu tempo aqui tá acabandoXD.....
próxima vez eu postoo:rofl:
 

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