Valeu Ricardo. É por ai mesmo Vinnie e Lu Eyre. É um poema sobre a necessidade de segredos, dada a necessidade humana de julgar e lançar veredito. Quem condena se autocondena também, vai sofrer e ficar sem o ombro do outro. É só pra dizer que uma condenação leva a outra e nem sempre o veredito inicial era justo. Seria uma traição do conceito de fidelidade e não uma traição em si. Se me julga culpado e não acredita em mim sou forçado a te condenar a viver sem mim.
As vezes é melhor ser ignorante a alguns fatos pois pode nos faltar algum elemento de vivência que nos permita entender. E não ser compreendido pode doer mais do que a dor de quem se sente traído pela "verdade". Sim, o poema foi escrito no sentido de relacionamento amoroso mas pode ser aplicado a qualquer tipo de relação humana a dois incluindo amizade e família.
Pra mim quanto menos alguém sofreu/viveu em uma área da vida, mais a pessoa julga essa área na vida dos outros. Vou dar um exemplo absurdo só pra ilustrar o ponto: Se um alcoolatra fala que bebeu 3 vidros de perfume a uma pessoa que nem bebe cerveja, a pessoa se choca, julga o outro doido, o magoa e se afasta. Se o mesmo alcoolatra fala com outros alcoolatras, eles vão entender os motivos por trás do ato, vão contar suas histórias e não vão julgar pois possuem vivências semelhantes. Não, não sou alcoolatra! E se eu fosse iam me julgar?! Não estou dizendo que o caminho para felicidade é o da omissão (mentir as vezes é ferramenta) e sim o da confiança, de que cada um tem seu tempo para compartilhar sobre a vida, e que julgar é se condenar mais do que condenar o outro. Espero que eu não tenha complicado demais. Acho que estou virando budista... As vezes não sei se explicar um poema ajuda ou atrapalha, perde um pouco da interpretação de cada um.