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[Desafio] Quanto vale uma imagem?

Tenho uma certa tara por janelas. Sua indiscrição e fragilidade é um convite para a invasão, roubo, furto, assalto. Entramos sem ser notados, saimos quase que invisíveis. Suspeito que a culpa sobre o sumiço de certos bens recaia vez ou outra sobre o irmão mais velho, o cunhado roncador que dorme no sofá, o marido madrugador, a avó sonambula ou até mesmo algum fantasma nada camarada. Infelizmente causo brigas familiares, desentendimentos e separações. Não que eu tenha a intenção, mas as pessoas não confiam umas nas outras.
Mas o mais curioso fica por conta das pessoas que suspeitam de fantasmas. Alguns rituais são encomendados, e pessoas de uma crença religiosa apelam a diversas outras para eliminar a assombração. Já participei de alguns, e confesso que foi por pura curiosidade. Alguns são engraçados, outros esquisitos mas a maioria é deprimente. Alho, agua benta, rituais, danças enlouquecidas.
As histórias que surgem são as mais estranhas possiveis, e correm bairros com o vento e tornam-se lendas com o passar dos anos. O trauma causado na vizinhança é tão grande que elas ficam impossibilitadas de serem vendidas. Sempre tem algum vizinho dedo duro que espalha a história, e com o tempo qualquer imobiliária desiste de assumir o negócio ou a casa vai parar na lista de vendas impossiveis.
Com o tempo a propriedade torna-se abandonada aos efeitos do tempo, e colorem a imaginação infantil de algumas gerações que ouvem histórias de arrepiar dos pais.
E pensar que tudo começou com um simples abrir de janelas e o roubo de algum pertence. A falta de autoria do caso faz-me sentir um pouco fantasma, não ligo. Gosto de contribuir par o folclore do país.

303 palavras
 
Essa janela está difícil de abrir. Mesmo com essas luvas brancas que comprei de última hora. Não consigo abrir a janela. Todo cuidado é pouco, não quero acordar ninguém assim tão tarde. Sou meliante com zelo pelo meu ofício. Já estou acostumado a invadir sem ser visto. Entro pelas janelas da vida, já faz algum tempo. Já estou tão acostumado que mal tenho tempo de me arrepender do que faço. Talvez tenha tempo de pegar essa rosa. Maldito vaso de rosas no meu caminho.

91 Palavras.
 
Esse texto não ficou lá muita coisa, mas pelo menos rendeu 403 palavras.




Morar em frente a um hospital só tem uma vantagem: quando precisar dele, é só atravessar a rua. Só que eu tenho boa saúde, e no tal dia propício estava eu vomitando a 300km de distância, lá em Passo Fundo, adiantou nada ser vizinho da folha de pagamento do SUS. Ou seja, morar perto de hospital só dá apurrinhação. Tem ambulância apitando o dia inteiro, estacionamento mais raro que leito vazio, gente de tudo quanto é tipo, procedência e sofrimento batendo à porta pra pedir um copo d'água ou umas desculpas por sentar nas suas escadas. Com o tempo acostuma-se com essas coisas, até eu me acostumei.

Se bem que aquela janela do segundo andar me incomoda muito, até hoje não consigo me acostumar com ela, sinto arrepio só de olhar, e olha que não arrepio à toa. Começa com aquela luva branca abrindo a janela pontualmente às nove da noite. Foi assim que descobri que o Bonner dá boa noite atrasado. Eu nunca consigo ver quem é o dono da luva, as luzes sempre estão apagadas dentro, e quando se acendem, a pessoa já está de costas. Nem sei se é homem ou mulher, com aquela touquinha na cabeça e roupa larga não dá nem pra desconfiar. Mas vejo as coisas horríveis que essa luva branca faz. Ela só toca gente indefesa, ou por estar moribunda ou inconsciente, geralmente velhinhos. E cada dia faz uma coisa diferente: espeta uma agulha no braço, desliga uma máquina, põe um respiradouro na nariz, olha, já arrepiei de novo. De cá só vejo as cabecinhas tombarem de lado.

Em seguida, a luva branca cobre a cara do indefeso para sempre indefeso, sem nem lhe fechar os olhos. Ajeita o lençol sem muita paciência e se dirige à pia. Troca as luvas brancas por outras mais brancas ainda e rega umas macabras rosas na janela. Rosas vermelhas. Tão vermelhas, que de tão vermelhas pingam. Em seguida fecha a janela, apaga a luz e só reaparece no dia seguinte, pontualmente às nove.

Eu sou todo durão, mas não consigo me acostumar. Aliás, está na hora de ligar a TV. Aquele desgraçado vai dar boa noite atrasado hoje de novo, vai ver. Bem, ao menos o indefeso não fica iludido achando que o Bonner fala a verdade. E sem luvas.
 
Ela me disse que eu nunca mais poderia ver as crianças mas quero ser danado por um raio se eu não vou ver as caras feias daquelas criaturinhas novamente. Hoje à noite eu vou dar um telefonema, exatamente um telefonema. Se ela não atender, vou até a casa e entro pela janela. Vou olhar para aquelas carinhas nojentas somente uma vez. Depois vou subir até o quarto dela e vou cortar a garganta da vadia. Vou pegar todo o sangue que jorrar e por num balde. Depois vou até o jardim e farei como em Alice no País das Maravilhas e pintarei todas aquelas malditas rosas de vermelho. Quero ver como é que as crianças irão se virar sem um pai.

125 palavras
 
- Hum, rosas... Astor está virando uma mocinha, que presente devo dar à ela de aniversário? Talvez algo que a possa lembrar de um bom momento comigo e com a Rita...
- Droga, tem sangue no meu sapato!


37 palavras



Obs: Todos sabemos que o Dexter entra e sai pelas portas mesmo. Mas eu vi aquelas luvinhas ali e não resisti. (*saudades)
 
imagem 16: 3069 Palavras

Palazo: 303
Ricardo Campos: 91
Manu M.: 403
Wilson: 125
Voltaire: 37
JLM: 2110
 
Na última imagem tivemos uma participação bacana, vamos ver se com a próxima imagem eu consigo inspirar vocês rsss

Imagem 17:

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Resumo das Regras
1. Imagens serão publicadas semanalmente;
2. Qualquer um pode participar, com o texto no tamanho que sua imaginação e inspiração permitirem. Liberdade é a palavra de ordem aqui (pegando carona na idéia do JLM)
3. Publique somente textos inspirados nas imagens e em prosa.
4. Lembre-se de indicar o número de palavras que contém o seu texto.
5. Para contar o numero de palavras do texto clique aqui.
 
- Hum, rosas... Astor está virando uma mocinha, que presente devo dar à ela de aniversário? Talvez algo que a possa lembrar de um bom momento comigo e com a Rita...
- Droga, tem sangue no meu sapato!


37 palavras



Obs: Todos sabemos que o Dexter entra e sai pelas portas mesmo. Mas eu vi aquelas luvinhas ali e não resisti. (*saudades)

dex volta mês q vem. seu texto lembrou as 1as temporadas. parece q os produtores querem explorar a relação entre religiosidade e violência nessa nova temporada. teremos padres, fanáticos religiosos, mestres e discípulos, em papéis inusitados.
 
dex volta mês q vem. seu texto lembrou as 1as temporadas. parece q os produtores querem explorar a relação entre religiosidade e violência nessa nova temporada. teremos padres, fanáticos religiosos, mestres e discípulos, em papéis inusitados.

Sim, estou acompanhando... espero que a doida da Lumen reapareça na próxima temporada. Eu adorei ela! Sério, fiquei tão triste quando ela foi embora. hahahahahaha

Palazo, tu pode nos dar uma ideia de onde veio essa imagem? Esse garoto é de onde? Fica melhor pra se localizar pra escrever alguma coisa.
 
Uma estrada intransitável de terra batida." A chuva caiu logo cedo e dificultou deveras minha missão. Sou do exército dos meninos da pátria e ainda não completei catorze anos. Não sou soldado, apenas luto. Pedalo carregando uma metralhadora pesada e, nem sei o motivo dessa guerra inútil, não sei qual a minha verdadeira pátria. Sou muito jovem para saber dessas coisas. Vou por esse caminho enlameado seguindo o rastro dos pneus sem ao menos saber o que me espera logo à frente. Não tenho nome, mas minha identidade está aqui comigo pendurada sobre os ombros. Minha metralhadora carregada."



107 palavras.
 
E então, não tão de repente como os pedaços de comida que fazem questão de me entregar como se aquilo fosse tudo, pego de minha bicicleta e vou entregar os remédios para a comunidade não com um sentimento de ampulheta quebrada, mas com um sentimento de revolução latente e de sangue iminente. Que estes frascos e estas agulhas furem os olhos de quem se nos monta, e que as gotas sejam balas caindo num mar de prosperidade roubada... (E que a estrada não seja longa -- que ela contenha não o tamanho de meus pés ou os tracejados que realizo com a roda de meus pneus remendados, mas que ela possua o tamanho que não tenho e não o tamanho que me fazem crer que tenho!).

139 mundos.
 
“Eles não podem me deixar para trás, sei que não podem vencer se mim. Tenho mais coragem que todos eles juntos, nunca tive medo de morrer e não sou criança demais para lutar. Vão ver uma coisa quando eu chegar lá e ajudar a vencer. Ai todo mudo vai ver quem eu sou de verdade, todo mundo vai me respeitar e nunca mais, nunca mais ninguém vai me xingar nem falar que sou pequeno para matar! Mamãe vai ver que sou muito bom e vai voltar e meu pai vai parar de beber e me bater sempre que pode. Ou vou mostrar pra ele também, vou mostrar pra todos quem é que manda de verdade... Ele nunca mais vai gritar comigo e vai fazer tudo que eu pedir. Quem sabe até a Sofia não começa a olhar pra mim também? Só essa droga de bicicleta que não quer ajudar nem um pouco...”

164 palavras.
 
Palazo, tu pode nos dar uma ideia de onde veio essa imagem? Esse garoto é de onde? Fica melhor pra se localizar pra escrever alguma coisa.

Venho de um vilarejo distante, no início desta estrada. Sou de família humilde, oprimida por um homem que se intitulara Rei de todos nós. Trabalhávamos em campos de cana, que era cortada com os facões e em troca recebíamos chicotadas, insultos e restos da comida dada aos porcos. Aos que ousavam lutar eram lhes tirados os braços, aos que ousavam correr eram lhes tirados as pernas, aos que ousavam fugir eram lhes tirados os olhos e aos que ousavam falar eram lhes tirado a lingua. Cansei de comer as partes de meus parentes que eram servidas para que fossem tiradas de nossas mentes qualquer ideia contraria ao reinado estabelecido. Por sorte a mente de muitos não morreu, e armamos uma revolta contra o falsa monarca. Roubamos armas, matamos soldados e morremos aos montes. Com suas últimas forças meu pai me entregou sua arma, a bicicleta e aos gritos pronunciou: "Corra meu filho, o mais rápido que puder, não olhe para trás, corra e conquiste a liberdade de seu povo".
As últimas palavras do meu pai foram pronunciadas enquanto suas pernas eram decepadas, suas mão multiladas, seus olhos furados e sua lingua rasgada. Desde então eu não paro de correr, todos os dias até encontrar a tal liberdade. Mesmo que eu não saiba o que de fato isso signifique.

234 palavras
 

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