Dante Aqueronte disse:
Tipo, eu queria saber se alguém confirma os erros históricos que eu vi no filme, eu percebi essas coisas, mas nem todas tenho certeza de que estão erradas:
Vou te auxiliar com o que eu sei.
- O cara colocando gelo no copo. De onde diachos ele tirou gelo em pleno deserto e em plena idade média? (esse é o pior, na mnha opinião)
Essa eu não sei se era realmente verdade, mas já ouvi falar que os árabes realmente conseguiam gelo
eek
naquela época. Agora, até onde isso é verdade, não me pergunte.
Porém, o correto alí não era Saladino oferecer gelo a Guy de Lusignan, mas sim um refresco feito de pétalas de rosas.
- A rainha tomando banho toda linda, a água purinha, camisola de seda, etc. Até onde eu sei, na época eles tomavam banho de vez em nunca, e sempre o patriarca tomava primeiro, depois as mulheres e as crianças por ordem de idade, na mesma água.
Isso tá correto, de certa forma. Os árabes eram bem mais asseados que os europeus, estes últimos que raramente tomavam banho.
- As unhas limpinhas e cortadas que aparecem na hora que o Balian dá a mão pra outro cara. Parecia que tinham acabado de sair da manicure, não de uma guerra.
Isso aí já foi erro do filme mesmo, não histórico. Porém, no final do filme, corrigiram iso meio que deixando a mão do balian bem suja.
- As espadas batendo diretamente uma na outra, oq ue acontece várias vezes durante o filme. Até onde eu sei, se isso acontece na vida real, ou as duas espadas se quebram ou os dois ficam tendo uma crise de tremedeira igual às das histórias do Pernalonga
Isso sempre aconteceu em qualquer filme do gênero e ninguém nunca falou nada.
- O beijo que o Balian dá na rainha enquanto eles tão no "bem bom". O beijo na época não tinha esse sentido amoroso, ou tinhja? Até onde sei, ele servia pros homens verem se as mulheres beberam vinho.
Bah, então ninguém se beijava na época e antes disso?
Sim, o beijo também tinha esse sentido, mas convenhamos, ambos eram amantes e não marido e mulher.
E vale lembrar que na relação de suserania e vassalagem, o beijo entre os dois senhores feudais tinha um outro sentido também.
- Aquele Guy, depois de virar rei, matando o mensageiro. Isso era um crime de guerra, não? Ainda mais na frente de um monte de templários e cavaleiros, que têm todo um código de ética e honra, não acho que isso seria tão bem aceito.
Não seria mesmo não, mas a intenção era mostrar que já existia fanatismo religioso na época, queriam figurar isso em cima de Guy. Alguém tinha que bancar um fanático católico que realmente pensava em que a conquista de Jerusalém era em nome de Deus, que tinha que brigar de frente com Saladino por conta disso. E boa parte das ordens religiosas da época pensavam assim também.
- Aquela rainha, na teoria, é pra ser linda. Concordo que ela era muito bonita, mas pra época era bem feia. Na época as mulheres realmente bonitas eram brancas que nem fantasmas e gordas. Nenhum sos dois é o caso dela.
Isso é um filme, ela tinha que ser lindíssima de morrer. Ridley não seria louco de colocar uma mulher com feições mais realista as da época e as suas descrições. Isso é estratégia.
Mas enfim, vamos aos comentários acerca do filme!
Fui ver ontem, e não achei o filme tão ruim assim como a maioria veio dizendo, muito menos uma cópia sem vergonha de Senhor dos Anéis. O filme é bom, melhor épico que lançaram até então - poxa, o filme acaba com Tróia, Alexandre e Rei Arthur.
Ele tem suas falhas, algumas históricas e algumas de edição, como o termilique das câmeras nas cenas do ataque de Saladino a Jerusalém e o corte repentino na cena amorosa entre Baliane Sybilla - essa parte sim me revoltou, foi algo muito mal cortado, mas que segundo Ridley Scott, será consertado no DVD.
Algumas influências de SdA tem , como aquele bando de gente no exército árabe. Mas pára por aí. Eu comecei a rir quando veio a cena das torres de sítio caindo e lembrando do comentário de alguém por aqui, que disse que era uma cópia da cena dos Olifantes caindo; uma coisa nada tem a ver com a outra. E o tal cara que continua lutando após receber uma flecha no pescoço nada tem a ver com o Boromir; aquilo alí foi dez vezes mais exagerado e diferente!
Gostei muito do figurino, das armas, da cenografia... Hum, a trilha sonora é boa, mas não tão emocionante e não atrapalhou em nada também.
Ah sim, o senhor Orlando Bloom deu uma "leve" melhorada, já que os tiques nervosos que ele apresentou tanto em Tróia quanto em Piratas do Caribe sumiram - ao menos isso tinha que desaparecer, né. Mas ele continua inexpressivo em alguns momentos cruciais, embora isso não tenha prejudicado tanto assim o filme.
O fato de Balian ter virado cavaleiro do nada é simples, mas não condiz nem com a verdadeira história de Balian de Ibelin e muito menos com a Idade Média: Balian realmente existiu, seu pai na verdade tinha outro nome e era um cruzado . O fato que me incomoda é que o Balian do filme é apresentado como um bastardo que virou cavaleiro...Hum...E as cenas iniciais desenvolveram mais ou menos como ele veio a se tornar o sucessor de Godfrey.
Não me decepcionei com relação a falta de cenas de batalha mais fortes. Já fui preparada pra isso,desde o ano passado que o Ridley veio dizendo que não teriam momentos de grandeza bélica durante o filme todo, justificando que a sua intenção era fazer um filme mais tolerante do que sangrento. Aliás, em Gladiador foi a mesma coisa, embora sejam ocasiões bem diferentes.
Uma coisa que determina muito é a falta de empolgação no filme. Se a intenção do Ridley foi fazer um filme sobre tolerância, então isso é justificável. Mas mesmo assim, acho que faltou um puquinho a mais de empolgação.
NOTA: 7,8/10