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[Círculo da Lei VI] Julgamento de Túrin

Status
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Nossa!
Perguntas decisivas e beem elaboradas para darem trabalhos para as baaancas.
Vamos lááá Acusaçããão, acabem com essas duvidas e dêem apenas uma certeza : TÚRIN CULPADO!
 
Como a Jurada Amaurëawen_ não tem perguntas e o Juiz Ramalokion não se manifestou sobre questionamentos às bancas até o prazo determinado, as bancas tem até as 23:59 do dia 20/08 para responder as questões abaixo.

O prazo para que a Presidente do Juri (BEL) poste os votos de todos os jurados começa logo em seguida, tendo duração de 3 dias (findando as 23:59 do dia 23).


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Caso todas as perguntas tenham sido respondidas antes desse período de 48 horas, o prazo do Juri começa IMEDIATAMENTE após respondida a última pergunta!





PERGUNTA PARA A BANCA DE ACUSAÇÃO:
Qual foi o melhor ato de Tùrin? Seu ato mais sensato, mais bondoso?

PERGUNTA PARA A BANCA DE DEFESA:
Qual foi o ato que, diretamente, mais causou desgraças na vida de Túrin? De quem foi a culpa por esse ato.

À BANCA DE DEFESA:

É da sabedoria de todos que Túrin foi avisado pelo próprio Ulmo, o Vala, que uma ameaça estava para cair sob o Reino de Nargothrond; e foi aconselhado a destruir a ponte. Todos sabemos, também, que Túrin foi o príncipal opositor da destruição da ponte.
Não é de considerar as vidas perdidas de um reino, por causa dessa oposição de Túrin, mesmo sabendo que Túrin não era rei, e Túrin tinha alta reputação com o Oredreth?

Pergunta para ACUSAÇÃO:
Quando vocês acusam Túrin de causar a Queda de Nargothrond e falam de “orgulho e teimosia”, vocês se referem a quê? Ao fato de que ele não quis destruir a ponte?

À BANCA DE ACUSAÇÃO
Genocídio é um dos crime pelo qual o réu é acusado.
Mas, qual, de fato, foi a participação de Túrin no extermínio dos Pequenos Anões?
 
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Lyzinha, tenho uma pergunta pra vc: os jurados podem citar trecho do livro nas justificativas?
 
a platéia ouve as perguntas e aguarda ansiosamente pelas respostas... murmúrios correm pelo salão... quem conseguirá afetar as decisões dos jurados e do juíz?

TÚRIN INOCENTE! :joy:
 
Lá vem o chato do Avastgard:

Meretíssimo juíz, caros jurados e demais colegas do julgamento,


Começamos este julgamente buscando apenas a verdade e nada além dela. Não buscamos enveredarmos pelo caminho das palavras usando as nuances e belezas do idioma para mostrar que os atos do Réu foram danosos, sendo ele culpado em maior ou menor grau por seus atos. Pois este é um julgamento de responsabilidades pessoais, do ato do eu contra a desculpa da imputação do ônus de seus atos a algum ser distante, superior e intocável.


Optamos pelo caminho da direta apresentação dos fatos, dos acontecimentos, dos afetados, dos mortos, dos espoliados. E, embora o Réu tenha se utilizado de todos estes nomes na qual é reconhecido, nunca mereceu ser chamado de Espoliado: ele sempre teve seu porto seguro, sob a proteção do Reino mais poderoso da Primeira Era!
A Defesa optou pelo escárnio e não pela refutação dos atos, pelo desprezar imediato dos atos - desconsiderando todo o mal causado por ele. Pois bem, vamos responder à Defesa com os fatos, sempre buscando a realidade que contempla quem de fato foi injustiçado: As Vítimas de Túrin!


Falemos então de Saeros. A Defesa insiste em afirmar que Saeros não morreu pela espada de Túrin, por isso ele não pode ser imputado de sua culpa. Mas quem perseguiu Saeros? Quem foi que, com uma espada em punho, e em clara ameaça à vida do Elfo, o levou para o precipício? Saeros não estaria morto se Túrin não o tivesse posto a correr. Saeros era uma pessoa afável? Não era. Merecia a morte? Quem além do Único para decidir tal coisa? Jamais Túrin poderia tomar para si a decisão de acabar com a vida de Saeros. Sim, Túrin é culpado! Embora a espada dele esteja limpa do sangue de Saeros, o mesmo mancha sua alma.


Em seguida, Túrin foge e se une a um bando de foras-da-lei, que atacavam qualquer que lhes aparecessem na frente, sejam Elfos, Orcs ou Homens! Embora a Defesa, de forma displiciente e irresponsável, simplesmente alegue que "não houve crime", o mesmo está muito bem descrito e testemunhado na história de Túrin. O desespero e a desesperança estavam em toda Beleriand, mas mesmo assim vemos a insistência da defesa em justificar este crime com a justificativa do estado alarmante da população após a Guerra das Lágrimas! Os Elfos e Homens honestos, que viviam na mesma Beleriand, sobrevivendo e lutando, não poderiam ser simplesmente atacados por um bando de marginais, e estes marginais fossem inocentados de seus crimes. Se você se considera desesperado, todos seus atos são justificados? Você pode matar e roubar e ainda se considerar inocente? É óbvio que não, é um ultraje pensar assim, uma afronta a todos aqueles que possuem o Livre Arbítrio, e escolheram não fazer o mal. Cada um é responsável por seus atos e ainda mais Túrin, que se tornou líder dos Foras-da-Lei. Bendita seja a memória de Beleg, que conseguiu trazer algum juízo ao bando, através da sua tortura e sofrimentos, causados por este mesmo bando. Beleg, que mais tarde seria morto por seu "melhor amigo".


Voltando ao caso de Beleg e de sua tortura: um líder é o último responsável pelos atos de seus liderados, tendo ele que, por sua maior coragem, força ou carisma, conduzir seus comandados no caminho em que acredita. Você não pode ser um líder sem o ônus da liderança! E ressalte-se que Túrin não tomou uma atitude sequer para punir seus subordinados pela Tortura! A liderança traz responsabilidade, e Túrin, como chefe, não poderia simplesmente dar de ombros e alegar que nada tinha a ver com o assunto. O pai é responsável pelo filho e o comandante pelo comandado. Não foi a mão real de Túrin que torturou Beleg, mas as de seus comandados, que são suas "mãos" por extensão.


Falemos agora da hoje extinta raça dos Pequenos Anões. A Defesa alega que nada pode ser dito, pois nada foi imputado diretamente pela Acusação. Pois bem, a Acusação repete: antes de Túrin e seu bando de Foras-da-Lei existirem, haviam ainda três indivíduos, três seres pensantes, e livres, portadores da Chama Imperecível. Graças ao bando de Túrin essa raça não existe mais! Todos os três Pequenos Anões foram mortos! Além disso Túrin toma deles, sem dó e nem piedade, a sua última morada sua proteção na Terra-Média! Em troca de quê? De que estes anões não fossem destruídos por sua mão. Acusamos-te Túrin, de ser o responsável pela triste sina dos Pequneos Anões, os quais teriam uma chance de continuarem neste mundo se não fosse por sua presença. O que você dirá ante a Ilúvatar, o pai dos Valares? "Acabei com teus Filhos Adotivos, raça de seres inteligentes e com vontade própria, e não me arrependo, sou inocente."? Culpado! Mil vezes culpado!


Retornando a Beleg uma última vez, que Eru o tenha.
Apenas tentaremos explicitar novamente: Que mão empunhava a espada que desferiu o golpe mortal a Beleg? Sim, Túrin! Concordamos que ele não teve a intenção de matar, mas matou. Matou com sua própria mão e por sua própria personalidade irascível e irracional, que não mede consequências.
Sua contrição posterior, quando chorou às águas de Ivrin e entoou um canto de lamento na região, desta vez mostra algum resquício de consciência, mas não é o suficiente. Que ele seja considerado culpado e condenado a tomar ações que o façam desistir de sua ranhenta imaturidade e incapacidade de assumir responsabilidades!


Um outro ponto que queremos rebater da peça de defesa, e um ponto que foi extremamente risível, para não falar infeliz, foi a de que tentamos incriminar Túrin não por que ele ter sido teimoso e ter construído a ponte, mas por que ele simplismente foi corajoso, e por ter dados conselhos a Oredreth.
Senhores, a questão aqui não é sobre a sua coragem e "sabedoria" em combates, mas sobre seu orgulho e teimosia que, sim, foram a causa da queda de Nargothrond.
E não foi por falta de conhecimento que Túrin ficou obcecado em construir a ponte, pois desde Gwindor, até por meio de Círdan e do próprio Ulmo, Valar dos Mares! Foi o seu próprio orgulho e arrogância que o motivaram a construir a ponte.
Como estrategista militar e líder reconhecido do reino, Túrin pôs tudo a perder, quando o exército de Morgoth investiu sem dificuldade contra a cidade. Tudo foi destruído, sem contar as vidas que se perderam, incluindo a de seu amigo Gwindor quanto a de seu amor, Finduilas.
Nas próprias palavas de Gwindor, se Túrin não tivesse sido salvo dos orcs, Nargotrhond poderia ter resistido...


No crime executado contra Brodda, estaria a defesa tentando inocentar Túrin, ao incriminarem um inocente?
Sim, senhores jurados, eis o que a defesa tentou demonstrar em sua peça: generalizando todos os orientais, chamando todos eles de traidores, como se cada um de todos eles agissem da mesma maneira, um bloco único de bondade ou de maldade. A defesa tenta nos imputar a idéia de que pode-se culpar um pelo crime de uma sociedade, e que por isso esse um, sem julgamento adequado, pode morrer.
Brodda morreu apenas por ser um oriental e por contar a verdade a Túrin.


E por fim chegamos ao ápice do descaso da Defesa! A tentativa de incentar a morte de Brandir.
"Natural em tais circunstâncias"! Túrin age como juri, juiz e executor - mata antes de qualquer coisa. Simplesmente mata! Um homem manco e gentil como consta nas crônicas da época. Um homem que nem poderia se defender adequadamente! Túrin o mata, sem remorso porque acha que talvez pudesse ser um inimigo falando mentiras, como se não tivesse convivido com Brandir por anos!
Ele o mata por raiva, pura e simplesmente, de maneira intencional.


Concluíndo nossa tréplica, a defesa sempre argumentará de que nós, Acusadores, omitimos fatos, distorcemos informações para que coloquemos apenas o que nos é conveniente. O que acontece na verdade é que, por tentar inocentá-lo, usam-se de inúmeras justificativas, "vendo a história por completo". Que em detrimento de seus crimes, a sua glória e história merecem ser lembradas e seus delitos, esquecidos. Porém, lembramos os senhores que, por mais que a sua história seja digna de ser contada, houveram lágrimas derramadas, houvera sangue jorrado, houveram pessoas que sofreram dor e sucumbiram perante a sua espada, houveram histórias de vidas interrompidas, por que este criminoso realizou atos bárbaros apenas por pensar apenas em si mesmo.

A acusação começou sua segunda peça dizendo que não queria se enveredar "pelo caminho das palavras usando as nuances e belezas do idioma para mostrar que os atos do Réu foram danosos", mas no começo da peça parece ter se esquecido disso e, lamentavelmente, tropeçou nas palavras em alguns pontos, com algumas construções gramaticais obscuras ou esdrúxulas, tais como:

"Pois este é um julgamento de responsabilidades pessoais, do ato do eu contra a desculpa da imputação do ônus de seus atos a algum ser distante, superior e intocável."
embora o Réu tenha se utilizado de todos estes nomes na qual é reconhecido
Ilúvatar, o pai dos Valares
houveram lágrimas derramadas, houvera sangue jorrado, houveram pessoas que sofreram dor e sucumbiram perante a sua espada, houveram histórias de vidas interrompidas

Além disso, abusaram muito do verbo "imputar". Felizmente, isso aconteceu mais no começo. Depois a peça assumiu um tom mais seguro e sóbrio, com refutações bem construídas e bem fundamentadas.


Senhores Jurados e Senhor Juiz,


Novamente nos apresentamos para oferecer a defesa de Túrin. Nossa tarefa é das mais honrosas, pois defendemos o Homem cuja história se tornou lenda, um dos maiores de seu tempo. Um homem que viveu em Beleriand após a derrota dos Noldor, e ainda assim foi capaz de feitos que chegaram ao próprio trono negro de Morgoth.

Nossa tarefa, portanto, devemos admitir, é em muito facilitada, eis que a história do réu é de todos conhecida, inclusive de vós, que o conhecem e o sabem, como herói de seu povo, que matou Glaurung, pai de todos os dragões; ele cuja história foi trágica, não apenas por viver em um tempo de miséria e lágrimas, mas também por receber sobre si o ódio de Melkor, aquele que se ergueu em poder contra todos os Valar, e contra eles fez guerra; ele que também foi Morgoth, o Sinistro Inimigo do mundo, e Bauglir, o Opressor. Sobre Húrin, pai de Túrin, o Inimigo lançou sua maldição negra, e ela se espalhou por sua família e filhos.

Todos os senhores Jurados sabem disso, e também o senhor Juiz, de modo que – reconhecemos – em parte nos acalma, pois toda a acusação cruel que recai sobre Túrin não tem amparo nas velhas lendas dos Dias Antigos.

Passamos, portanto, mais uma vez, a desfazer as falsas acusações que recaem sobre o réu.

Quanto a Saeros. Algo de importância fundamental ainda não foi dito neste tribunal. Túrin Turambar já foi julgado da acusação da morte de Saeros – e ele foi inocentado. O Rei em Doriath era Elu Thingol, e a ele cabia o julgamento em seu reino. Pois o rei Thingol, ao saber que Saeros, seu conselheiro pessoal, ofendera a honra de Túrin e das mulheres de seu povo, e que, ainda, atacara-lhe deliberadamente e pelas costas, julgou Túrin. E Thingol não desconsiderou o FATO de que foi Saeros quem primeiro atacou Túrin, por puro e simples ciúmes e inveja do tratamento que o rei dava a Túrin, como seu filho adotivo. Saeros preparou uma emboscada contra Túrin quando este já estava de partida de Doriath. Túrin apenas se defendeu de uma emboscada - repetimos - que lhe prepararam por motivo fútil e torpe. Saeros morreu por ter corrido apavorado e caído em uma ravina. Alguém neste tribunal presenciou a morte de Saeros? Pois Mablung e outros elfos presenciaram, e testemunharam diante de Thingol, que ao conhecer dos fatos, inocentou Túrin, considerando-o injustiçado. E justo foi Thingol, pois, de fato, Túrin não desejava matar Saeros.


Túrin então deixou Doriath e se viu na desolada Belriand Ocidental. Estava só e sem comida, foi quando deu com homens miseráveis. Em tempo de guerra – e toda a Primeira Era do Sol foi tempo de guerra -, a luta muitas vezes não alcança o inimigo, mas própria existência, pois há fome, desespero, falta de lar e de rumo.
Qual acusação recai sobre Túrin? A de ser um proscrito? A de ser obrigado a lutar diariamente pelo que há de mais fundamental, o próprio alimento? Se Túrin é acusado de roubo, então onde estão suas riquezas? A história de Túrin é de todos conhecida, então deveríamos todos ter ouvido sobre “as posses de Túrin e seu bando”, conquistadas com o prazer da pilhagem. Não foi assim, todos sabemos que não foi assim. Túrin e os proscritos não enriqueceram e nem mesmo dispuseram de riquezas que lhes garantissem um lar; jamais lutaram pelo prazer, a não ser aquele prazer extremo que a necessidade da sobrevivência impõe. Pois era este o estado de Túrin, estado de necessidade extrema, em que não há crime: há a opção da vida ou da morte.
Mataram porque sentiram-se ameaçados. Quanto à pilhagem e destruição é pouco provável, eles não atacavam cidades, vilarejos e/ou outros acampamentos: viviam na floresta - de modo quase selvagem, extremamente ariscos a tudo e todos - e apenas se defendiam de tudo o que consideravam como perigo. Pilhagem, Destruição, Danos à Propriedade Privada obviamente referem-se a crimes de guerra que os proscritos não poderiam ter cometido nestas circunstâncias!

Devemos lembrar ao Júri também que a traição, durante a Primeira Era do Sol, era extremamente comum. Traição entre anões do mesmo clã, traição entre homens do mesmo povo e até mesmo entre elfos. As garras de Melkor se estendiam por todos os lados, colocando irmãos contra irmãos, de modo que não era seguro confiar em absolutamente ninguém! Foi nesta época tenebrosa que Túrin encontrou os proscritos e passou a viver com eles. Homens na mesma situação que a sua: desesperados, sem lar, sem esperança... mas, antes de tudo, dispostos a sobreviver. Sendo uma época onde muito não era o que parecia ser, não se poderia confiar que apenas orcs e orientais fossem aliados de Melkor. Qualquer um poderia ser e qualquer erro poderia ser fatal! Fatal não para um homem, mas fatal para todos e para as esperanças de uma terra livre novamente. Prova disso é que Túrin e seu bando foram traídos pelo anão Mîm, a quem confiaram suas vidas, do qual falaremos apropriadamente mais tarde.

Outro ponto relevante a ser considerado é que não fosse pela presença do bando de Túrin, o Vale do Sirion estaria repleto de orcs. Foi graças às mãos de Túrin e seus companheiros que por algum tempo esta região teve paz para aqueles que queriam e precisavam ir e vir.

Quanto a Beleg. É reiterada a acusação sobre Túrin ter torturado seu amigo Beleg, embora a acusação reconheça que Túrin jamais torturou. Acusam-no, portanto, dos atos dos demais homens. Ora, neste ponto, cabe desde já a reflexão: Beleg em algum momento acusou Túrin? Pelo contrário, Beleg, pouco tempo depois, uniu-se a Túrin e tornaram-se responsáveis por feitos memoráveis; juntos deram nome a uma região de Beleriand, que foi conhecida como a Terra do Arco e do Elmo.
Outra prova de que nem mesmo Beleg se ressentiu deste acontecimento é que, ao voltar a Menegroth e relatar os acontecimentos, ele ocultou os maus tratos sofridos no acampamento.

Todavia, acusam-no de modo oblíquo de torturador. A acusação é pelo que fizeram terceiros, quando Túrin não estava ausente. Os homens do bando que torturaram Beleg eram homens livres e perfeitamente capazes de pensar por conta própria. Podiam escolher não torturar Beleg até a chegada de Túrin. Mas não o fizeram. Ora, é óbvio que se ele estivesse junto teria reconhecido Beleg imediatamente. A reflexão que nos cabe é esta: Túrin é acusado de tortura sem ter torturado, e tendo livrado seu amigo pessoalmente e o acolhido. Ele seria acusado da mesma forma caso estivesse presente. Ora, com estas acusações, não seria nem mesmo Maldição de Morgoth para lhe causar desastres na vida, pois quer faça, quer não faça, desejam vê-lo condenado.

Quanto a acusação de “genocídio”. Pedimos licença aos senhores julgadores para citarmos as palavras da réplica da acusação:



Neste ponto a defesa pensa: “ainda bem que todos os jurados conhecem bem a História dos Filhos de Húrin”, pois não há como deixar de refletir sobre má-fé nestas circunstãncias. Mîm foi morto por HÚRIN, não por Túrin!!! A diferença é de só uma letra, mas é fundamental: Húrin Thalion, após anos em Angband, deixou o reino de Morgoth e, em Nargothrond encontrou Mîm, e o matou. Túrin jamais atacou Mîm, de forma que o “bando de Túrin” não foi o responsável pela morte dos Pequenos Anões. Além disso, o paradeiro de Ibûn é desconhecido. Quem sabe se ele não fugiu durante o ataque dos orcs? Quem sabe se ele não sobreviveu e se uniu a outros anões - ou a uma anã? A acusação – desta vez vemos com ainda maior clareza – não faz qualquer sentido.

A morte de Beleg. Novamente, devemos citar a acusação, que reconhece textualmente: “Concordamos que ele não teve a intenção de matar”. Beleg foi morto por Túrin, pelo gume de Gurthang, que Túrin segurava.
Este é um fato, não é isto que está sendo julgado. Não há dúvidas sobre isso. Este é um dos trechos mais trágicos de uma das histórias mais tristes de Arda, conhecida por todos. É um fato, e não está sendo julgado.
O que está sendo julgado não é “Túrin matou Beleg?”, mas sim “Houve culpa de Túrin na morte de Beleg?”. E não, não houve.
Túrin estava aprisionado, sob tortura havia dias. Gurthang feriu seu pé e ele despertou. Túrin, de espada na mão, despertou e, tomado pelo único pensamento possível, buscou vencer seus inimigos antes que novamente o torturassem. Estava escuro e a silhueta de Beleg era como a do inimigo, que foi morto por instinto.
Beleg morreu, mas não há culpa em Túrin.

Túrin seguiu, então, com Gwindor, até Nargothrond, onde passou a viver. Em Nargothrond Túrin mais uma vez tornou-se conhecido por seu poder com as armas e a bravura em combate, pois ele não gostava de viver recluso ou oculto. Túrin era um guerreiro e desejava fazer frente e Melkor-Morgoth, repelindo seus exércitos. Ali fez-se a incrível fama do Mormegil, o Espada Preta de Nargothrond, que era temido pelos orcs. Graças ao Mormegil, Morwen e Nienor tiveram segurança para ir de Dor-Lómin a Doriath.
Este era o Túrin de Nargothrond, era o Mormegil, inimigo de Morgoth.
Em Nargothrond, o rei era Oredreth, um alto-elfo de Valinor, irmão de Finrod Felagund. Oredreth, o noldo, mandava em Nargothrond, e não Túrin. Túrin era um guerreiro, e liderou poderosos noldor em combate, inclusive ao lado do rei. Mas Túrin era um súdito em Nargothrond, pois, permitam reiterar: o rei era Oredreth.
Túrin deu conselhos ao rei, e estes conselhos encontraram oposição em Nargothrond. Oredreth, o rei, ponderou e tomou sua decisão.
Agora, perguntamos: qual é o crime? O crime é “orgulho e teimosia”? Esses talvez sejam defeitos do réu, mas ser orgulhoso ou teimoso não é crime. Túrin está sendo acusado de “orgulho e teimosia”.
Esta acusação não faz qualquer sentido.

De Nargothrond, Túrin retornou a Dor-Lómin, para encontrar sua mãe e sua irmã. Lá, um dos senhores era Brodda, o oriental. Como foi dito, os homens do povo de Brodda receberam aquela terra como recompensa pela fidelidade a Melkor-Morgoth. Brodda era senhor de escravos, um senhor cruel e arrogante, que tomara uma parente de Túrin a força para com ela se casar.
Os orientais eram, infelizmente, inimigos dos Edain e dos Eldar. Infelizmente, pois eram Homens. Todavia, eram tão inimigos quanto os orcs – e, talvez, ainda mais terríveis, pois se os orcs serviam ao seu senhor por medo e em razão do ódio que havia lhes incutido no próprio ser, os Orientais serviam por livre vontade. Eles viraram as costas deliberadamente para os Eldar e os traíram, causando a derrota dos elfos e Edain na Nirnaeth. Estes eram os orientais – e Brodda era um deles. Responsável pela miséria de Morwen e de Nienor.
Aí está Brodda, “o inocente”. Se havia inocentes entre os orientais, e certamente havia, Brodda não estava entre eles. Basta ter conhecimento do Conto dos Filhos de Húrin que isso se torna claro – para além de qualquer falsa acusação.

Túrin, então, foi viver em Brethil, onde encontrou seu fim. Na terra do Povo de Haleth Túrin viu a Maldição de Morgoth concretizar-se, por meio de Glaurung. O dragão enfeitiçou Nienor, sua irmã, e dela tirou a memória. Nienor foi chamada Nínial, a dama das lágrimas por Túrin, que a desposou. Este é só um dos efeitos da Maldição que Morgoth lançou sobre a família de Húrin.
Todavia, como morreu Glaurung, e como morreu Túrin? Glaurung, sabendo que lá estava o filho de Húrin, foi até Brethil, espalhando fogo e terror. Túrin, que livrara a região a leste do Narog dos orcs junto com Beleg, e que, como Mormegil, fizeram grande oposição a Angband, faria ainda um novo e último nome: ele seria o matador do dragão.
Ao retornar para Brethil, a Maldição de Morgoth tomou outra forma: se faria por meio de palavras; em meio à morte de Nienor Níniel, estariam as palavras de Brandir e a mentira do dragão, e seus feitiços; e tudo convergiria sobre o destino de Túrin. A Maldição de Melkor Morgoth era o ódio do maior dos Ainur – não era pouco a ser considerado. Havia um horror sinistro no desejo de Morgoth Bauglir, e ele agiu ali com ira, pervertendo e distorcendo o pensamento de Túrin Turambar, que ouviu, sim, em Brandir a voz de Glaurung, seu inimigo. Sim, Brandir agiu, em seus ultimos momentos, como um servo de Melkor, incitando Turin a ira e chamando sua suposta morte de 'boa notícia'.

Entretanto, apesar de destino terrível e da ira de Morgoth, e da tristeza de Húrin e de seus filhos, havia para Túrin um último destino. Diz Mandos, o Vala, que quando Melkor retornar de seu banimento, Túrin Turambar irá finalmente derrotá-lo, uma última vez, porque o Bauglir não irá se arrepender do seu Mal. É o que diz a Segunda Profecia, e é o lugar que a lenda reserva para Turambar, que apesar de tudo, é aqui acusado.
O destino redime a família de Húrin Thalion, e Turambar torna-se o senhor do destino.

A defesa, na última peça da rodada de debates, demonstrou o que eu considero uma excelente redação e linha de raciocínio bem clara, rebatendo bem as alegações da acusação.

Vamos ver agora no que vai dar esse negócio.
 
Última edição:
Eu acabei me enrolando em "vários" termos usados nesse Julgamento e acredito que ainda vou me enrolar mais ainda daqui para o fim dele. Sei lá... Sou muito touperado, mas forço ao máximo os Tico e Teco, e acabo por entender um resumo das coisas.

Apesar de "minha" falha "QI-ística" ou "Noobística", estou gostando tanto das apresentações da Acusação quanto da Defesa. Vocês foram excelentes, mesmo trazendo o caso para os nossos dias.
Parabéns às duas Bancas, vocês foram exemplares, ao menos para mim!:clap:
 
Lyzinha, tenho uma pergunta pra vc: os jurados podem citar trecho do livro nas justificativas?
Não florzinha!

Um monte de coisa que eu pensei pra escrever pra não deixar a Ly mais louca que o Rafinha do Polegar!!
Oi professor Pascoale =D Tá tá tá, nem precisava copiar a peça toda né? Coloca sacoisa em spoiler guri, num me mata.... mas tuas opiniões são válidas e eu nem me meto pq num tenho nada com isso ^.~





Continuo aceitando KARMAS pela minha fofisse, calma exemplar (ok, leiam - ela é louca e irônica) e pelo empenho com o julgamento (e sim sou pedinte) =D

Ou bancas... vão respondendo aê! =D
 
Infelizmente aconteceu o que eu temia: as tarefas do dia-a-dia acabaram me engolindo e eu não pude participar adequadamente da conclusão do julgamente. Mas é a vida, fazer o que é :| É por isso que eu acabo não me envolvendo tanto quanto gostaria nesses processos mais longos :|

Enfim, aproveito uns minutunhos de calma pra responder:


À BANCA DE ACUSAÇÃO
Genocídio é um dos crime pelo qual o réu é acusado.
Mas, qual, de fato, foi a participação de Túrin no extermínio dos Pequenos Anões?

Vamos usar alguns exemplos para ajudar a entender a responsabilidade de Túrin neste caso. Estarei usando um caso bem pesado mas vocês, como pessoas inteligentes, não se deixarão desviar do ponto devido a isso. Durante a segunda guerra mundial concordamos que houve um processo de genocídio de judeus por parte da alemanha nazista, e o maior esponsável por esse processo apesar de não ter matado pessoalmente nenhum judeu foi o líder da alemanha nazista, Hitler. Da mesma forma Túrin, no papel de líder dos Foras-da-lei, é responsável pela ação deste grupo, e pelas consequências da açõa: esta é a sina do líder, a de ser responsável não apenas pelo seus atos mas pelo de seus seguidores.
 
Vamos usar alguns exemplos para ajudar a entender a responsabilidade de Túrin neste caso. Estarei usando um caso bem pesado mas vocês, como pessoas inteligentes, não se deixarão desviar do ponto devido a isso. Durante a segunda guerra mundial concordamos que houve um processo de genocídio de judeus por parte da alemanha nazista, e o maior esponsável por esse processo apesar de não ter matado pessoalmente nenhum judeu foi o líder da alemanha nazista, Hitler. Da mesma forma Túrin, no papel de líder dos Foras-da-lei, é responsável pela ação deste grupo, e pelas consequências da açõa: esta é a sina do líder, a de ser responsável não apenas pelo seus atos mas pelo de seus seguidores.

isso não me convenceu/convenceria... :roll:

Respostas!!

Queremos Res-pos-tas!!

:beam:

:yep: :joy:
 
Hmmm, pensando aqui a me coçando de vontade de dar opinião. [2]

E me segurando pra não divagar demais na justificativa do voto :lol:
 
Oi professor Pascoale =D Tá tá tá, nem precisava copiar a peça toda né? Coloca sacoisa em spoiler guri, num me mata.... mas tuas opiniões são válidas e eu nem me meto pq num tenho nada com isso ^.~

Tinha me esquecido completamente da caixa de spoiler. Já editei o post, para o seu deleite, querida.

Deriel disse:
Você considera Hitler inocente da acusação de genocídio?

Eu o considero culpado, mas é que essa coisa de usar o nazismo para exemplificar tudo que existe de mal no mundo já está meio démodé... Falo por mim, pois já assisti a umas 20 palestras de gente falando sobre este assunto e o pessoal não cansa desta temática.
 
Última edição:
Não é o nazismo o foco e sim o fato de Hitler ser o líder da alemanha nazista, assim como Túrin era o líder dos Foras-da-lei. O foco da analogia é líder, não nazismo.
 
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