Jerome acorda um pouco atrasado e passa em frente à casa de Alberto para apanhar o policial perto das 8:00.
O trajeto até Flores, um dos bairros mais afastados da capital, leva cerca de 30 minutos. Conforme vão saindo do centro mais desenvolvido, a mata nativa e as condições mais precárias do restante da cidade vão ficando evidentes: igarapés que servem de fonte de água e banho, palafitas sobre os rios, gente mais pobre e sem o glamour que Manaós tanto gosta de inspirar aos turistas.
Flores é um que reúne esses contrastes: se de lado abriga chácaras de fim-de-semana dos ricos (e, portanto, com todos os confortos que a vida moderna pode proporcionar), por outro nele também moram, mais distantes do fim da linha de bonde e da estrada calçada, uma povoação de ribeirinhos em palafitas à beira de igarapés. A maioria das pessoas dali não tem trabalho ou serve de empregado doméstico ou lavadeiras para os ricaços.
Os dois investigadores chegam ao lugar no horário em que muitos já saíram para trabalhar, enquanto os desocupados e crianças nadam no rio, pescam ou se divertem de outras formas. Eles não têm nenhum dificuldade para que lhe indiquem a casa (na verdade uma palafita) de Anastácia, a mãe das duas crianças desaparecidas.