Primula
Moda, mediana, média...
Eu tomei uma resolução. Vou preparar uma amiga minha para que adote uma cadelinha abandonada.
Meu plano maligno tem um propósito apenas: se bobear essa minha amiga que mora em apartamento tá começando a ficar com obesidade mórbida. E o marido dela tá indo pelo mesmo caminho dos quilinhos a mais.
Já tentei convencê-la a fazer uma academia, natação, caminhada leve, etc.. Mas ela só pensa em dieta. (que não adianta nada: consome o músculo. Músculo é difícil de formar, então quando recupera os quilos, volta em gordura)
Então o meu plano é dar uma cadelinha bem sapeca que queira sair pra passear a toda hora e que a faça mexer aquela bunda gorda antes que tenha um infarto.
*******
Esta foi a parte divertida da estória.
A parte que anda me chateando PACAS é a parte de escolha. Não, ainda não escolhi, nem estou escolhendo. Estou só olhando os bichinhos em sites de adoção, preparando a estratégia de ataque contra meus amigos, etc..
E me deparei com coisas incrivelmente irritantes.
De cada 20 caras querendo adotar, 19 querem "adotar" cães de raça. É gente pedindo labrador, golden retriever, boxer, Shi Tzu!
Isso me irrita profundamente.
Por vários motivos me irrita. Já vi muito cão de pedigree sendo abandonado por coisa pouca, quando por motivo nenhum. Já vi gente querendo devolver o cão depois que não é mais filhote. E isso porque os caras pagam... Agora, um cara que ganha de graça pode até não abandonar o bichinho. Mas para mim é menos um motivo que assegure um lar para o bichinho caso o dono se arrependa.
(tudo depende do quanto uma pessoa fica pensando no prejuízo de se desfazer das coisas da vida: marido, casa, aparelho de barbear... trocar marca de creme dental é mais fácil que trocar de casa, porque implica num custo para a pessoa maior. Jogar fora uma televisão que não funciona direito custa mais para a pessoa que jogar fora um radinho de pilha que não funciona direito. Relacionamentos também são assim: casamentos de ricos e famosos não duram muito porque não é caro para eles se separarem, e não precisam ficar com medo de ficar sozinhos, porque chove gente dando em cima deles. Pessoas comuns tem de pensar muito porque não sai barato em termos $$ e emocionais - não achar alguém depois. Agora com o caozinho de raça: se a gente compra tem um certo prejuízo jogar fora, mesmo considerando a ração que ele gasta. Se a gente ganha, o prejuízo é só sobre manter a boca dentro de casa. Então, me digam: com menos uma garantia da pessoa que adota de que vai mesmo ficar com o caozinho, porque vai pensar no preju de jogar fora algo que pagou, quanto dá para ver com simpatia esse pessoal que só quer ganhar cão de raça? )
Muitos criadores conscientes (ou seja não mercenários) antes de vender o filhote buscam esclarecer o aspirante a dono sobre como é o filhote, para não ter a desagradável surpresa de ver o cidadão vindo devolver ou abandonar o animal. E mesmo com isso, acontece aquilo de sempre : o cara nem tá ouvindo e depois que se arrepende joga fora.
Extrapole isso para gente. Temos também o mesmo problema com pessoas que querem adotar. Algumas tem idéias toscas que pode devolver como se fosse produto de supermercado.
Não é pouca gente... é muita gente que deve-se achar do bem, mas que faz essa crueldade de ficar escolhendo filhos, achando umas vidas prestam mais que outros (cães de raça ou não).
As vezes acho que quando vai um cara comprar um bichinho, não é válido avaliar se o bicho serve para o cara, mas se o cara serve para o bicho.
******
Então vou dar uma cachorrinha para amigos. Na verdade vou obrigá-los, amiga da onça que sou. Minha preocupação é com eles, que tão se deteriorando visivelmente.
E o plano maléfico é que como eu vou dar uma cachorrinha para eles, eu vou ficar vigiando para que não joguem fora
E quanto aos meus critérios de escolha? Um passo de cada vez... primeiro vou ter de domar a fera para aceitar o bicho. E depois... bem, o pré-requisito é ser bem sapeca para deixar os dois malucos. O segundo é ter focinho bem gelado e olhar bem pidão para deixar eles derretidos.
Meu plano maligno tem um propósito apenas: se bobear essa minha amiga que mora em apartamento tá começando a ficar com obesidade mórbida. E o marido dela tá indo pelo mesmo caminho dos quilinhos a mais.
Já tentei convencê-la a fazer uma academia, natação, caminhada leve, etc.. Mas ela só pensa em dieta. (que não adianta nada: consome o músculo. Músculo é difícil de formar, então quando recupera os quilos, volta em gordura)
Então o meu plano é dar uma cadelinha bem sapeca que queira sair pra passear a toda hora e que a faça mexer aquela bunda gorda antes que tenha um infarto.
*******
Esta foi a parte divertida da estória.
A parte que anda me chateando PACAS é a parte de escolha. Não, ainda não escolhi, nem estou escolhendo. Estou só olhando os bichinhos em sites de adoção, preparando a estratégia de ataque contra meus amigos, etc..
E me deparei com coisas incrivelmente irritantes.
De cada 20 caras querendo adotar, 19 querem "adotar" cães de raça. É gente pedindo labrador, golden retriever, boxer, Shi Tzu!
Isso me irrita profundamente.
Por vários motivos me irrita. Já vi muito cão de pedigree sendo abandonado por coisa pouca, quando por motivo nenhum. Já vi gente querendo devolver o cão depois que não é mais filhote. E isso porque os caras pagam... Agora, um cara que ganha de graça pode até não abandonar o bichinho. Mas para mim é menos um motivo que assegure um lar para o bichinho caso o dono se arrependa.
(tudo depende do quanto uma pessoa fica pensando no prejuízo de se desfazer das coisas da vida: marido, casa, aparelho de barbear... trocar marca de creme dental é mais fácil que trocar de casa, porque implica num custo para a pessoa maior. Jogar fora uma televisão que não funciona direito custa mais para a pessoa que jogar fora um radinho de pilha que não funciona direito. Relacionamentos também são assim: casamentos de ricos e famosos não duram muito porque não é caro para eles se separarem, e não precisam ficar com medo de ficar sozinhos, porque chove gente dando em cima deles. Pessoas comuns tem de pensar muito porque não sai barato em termos $$ e emocionais - não achar alguém depois. Agora com o caozinho de raça: se a gente compra tem um certo prejuízo jogar fora, mesmo considerando a ração que ele gasta. Se a gente ganha, o prejuízo é só sobre manter a boca dentro de casa. Então, me digam: com menos uma garantia da pessoa que adota de que vai mesmo ficar com o caozinho, porque vai pensar no preju de jogar fora algo que pagou, quanto dá para ver com simpatia esse pessoal que só quer ganhar cão de raça? )
Muitos criadores conscientes (ou seja não mercenários) antes de vender o filhote buscam esclarecer o aspirante a dono sobre como é o filhote, para não ter a desagradável surpresa de ver o cidadão vindo devolver ou abandonar o animal. E mesmo com isso, acontece aquilo de sempre : o cara nem tá ouvindo e depois que se arrepende joga fora.
Extrapole isso para gente. Temos também o mesmo problema com pessoas que querem adotar. Algumas tem idéias toscas que pode devolver como se fosse produto de supermercado.
Não é pouca gente... é muita gente que deve-se achar do bem, mas que faz essa crueldade de ficar escolhendo filhos, achando umas vidas prestam mais que outros (cães de raça ou não).
As vezes acho que quando vai um cara comprar um bichinho, não é válido avaliar se o bicho serve para o cara, mas se o cara serve para o bicho.
******
Então vou dar uma cachorrinha para amigos. Na verdade vou obrigá-los, amiga da onça que sou. Minha preocupação é com eles, que tão se deteriorando visivelmente.
E o plano maléfico é que como eu vou dar uma cachorrinha para eles, eu vou ficar vigiando para que não joguem fora
E quanto aos meus critérios de escolha? Um passo de cada vez... primeiro vou ter de domar a fera para aceitar o bicho. E depois... bem, o pré-requisito é ser bem sapeca para deixar os dois malucos. O segundo é ter focinho bem gelado e olhar bem pidão para deixar eles derretidos.