Bom, o que posso dizer é que "vida de Arda" e "existência de Arda" não são a mesma coisa.
A partir do momento em que os Valar desceram dos Palácios Eternos de Ilúvatar para Eä e Arda, e começaram a sua labuta, Arda começou a existir. Mas ela não era "viva", ainda.
Talvez eu esteja enganado, mas a "vida" de Arda provavelmente começou apenas quando os elfos despertaram. Com eles despertaram outros coisas, como plantas e animais selvagens.
Os animais selvagens crieo que não haviam existido antes. Pois os kelvar e olvar de Yavanna estavam adormecidos tanto quanto os Elfos de Ilúvatar. Alguns desses kelvar e olvar eventualmente "acordaram" junto ou após os elfos despertarem, finalmente trazendo a vida, a vida realmente, organismos vivos, para a existência de Arda.
Um ponto crucial citado pela Swanhild é o fato de que, se os elfos deixarem de existir (se é que isso acontecerá), não poderiam ser um de cada vez, pois assim os que deixarem de existir primeiro, terão morrido antes de Arda terminar. Mas talvez todos esses elfos não venham realmente a deixar de existir, mas talvez sejam transportados para uma eventual Arda Curada, onde o Mal de Melkor nunca existiu.
A utopia de Arda Curada na obra é exatamente isso: uma utopia. Até mesmo em Valinor, no Reino Protegido e Abençoado, Melkor perpetuou seu mal; como no próprio Silmarillion diz, ele envenenou Valinor. Talvez até pior do quanto ele o fez na Terra-média, pois um mal grande demais ele semeou em Valinor: a Destruição da Duas Árvores e o desencaminhamento de Fëanor e de muitos dos Noldor.
Talvez por isso seja tão complicado imaginar-se uma Arda onde Melkor nunca havia posto seus pés. Pois mesmo sem Melkor, o Mal pode acabar se desenvolvendo de certas formas, como egoísmo, ambição, inveja, e etc.