ExtraTerrestre
Usuário
Discutir em torno de semântica, na maioria das vezes, leva a resultados bem discutíveis.
Não querendo enxergá-la como a autoridade máxima do conhecimento do mundo, mas a Wikipedia em inglês tem um artigo, enorme por sinal, sobre a definição de "terrorismo", que começa da seguinte forma:
"here is neither an academic nor an international legal consensus regarding the proper definition of the word 'terrorism' (...)"
E eu concordo, por observação, com a existência de tal conflito acadêmico
A questão é meramente utilitária. Quão esclarecedor é definir terrorismo violência indiscriminada e inesperada, aparentemente aleatória, contra civis? O termo "terrorismo de Estado" torna as coisas mais simples ou mais confusas em uma discussão? Existe, para todos os meios sociais possíveis, uma mesma resposta ótima para a questão? Ou varia de acordo com o contexto? (ex.: entre o círculo dos militares, o do botequim e o dos cientistas sociais)
Vai variar de acordo com a especialização, a intenção, o meio social e até a ideologia da pessoa. Um anarquista vai dizer que todas são formas, como sempre, ilegítimas de uso da violência contra civis. Para eles, o Estado nem deveria existir, muitos advogam tratá-lo com indiferença, e portanto, vão querer agrupar os dois atos numa mesma expressão. Nacionalistas vão ter uma defasagem de quase 180º em ponto de vista.
Na minha modesta definição de "terrorismo", os dois atos, de maneira distintas, o são. É o uso do inesperado, de forma a causar desorientação e pavor ante os civis. As bombas certamente rebaixaram a moral japonesa, embora eles mesmos soubessem que estavam lutando uma guerra perdida.
Quanto ao impacto do evento, não há como discordar. É o mais marcante do século XXI. Por causa dele, como bem falou o Neithan, a polarização cristianismo x Islã surgiu com toda força. Como exemplo, no País mais igualmente dividido entre as duas crenças, a Nigéria, o crescimento da violência sectária foi exponencial.Bush viu uma ótima chance de dar vazão aos lobbies armamentistas e invadir dois países (quem pensa que é um simples ato de "defesa humanitária" deve dar uma olhada nos escândalos de fraude que eclodiram sobre as armas do Iraque).
A América baixou os juros por causa da estagnação gerada pelos ataques, o consumo explodiu. Nunca o pessoal de lá sentiu tão pouca culpa em ter dívidas. O país deu um tiro no próprio pé quando o Banco Central de lá resolveu subir as taxas para conter a inflação. Muitos consumidores tinham hipotecas com juros pós-fixados e naufragaram. É difícil argumentar se haveria crise sem os atentados, mas a Al Qaeda certamente deixou sua influência. O dinheiro gasto na guerra fez falta em casa.
Foi um show de erros na política do Oriente Médio por parte dos EUA. A opinião mundial sobre Israel naufragou, a situação dos aliados judeus só naufragou mais com a queda do Mubarak, sobre a qual os ianques resolveram mudar de barco muito tarde. Nos dois países invadidos, subiram ao poder gente simpática ao arqui-inimigo Irã.
Não querendo enxergá-la como a autoridade máxima do conhecimento do mundo, mas a Wikipedia em inglês tem um artigo, enorme por sinal, sobre a definição de "terrorismo", que começa da seguinte forma:
"here is neither an academic nor an international legal consensus regarding the proper definition of the word 'terrorism' (...)"
E eu concordo, por observação, com a existência de tal conflito acadêmico
A questão é meramente utilitária. Quão esclarecedor é definir terrorismo violência indiscriminada e inesperada, aparentemente aleatória, contra civis? O termo "terrorismo de Estado" torna as coisas mais simples ou mais confusas em uma discussão? Existe, para todos os meios sociais possíveis, uma mesma resposta ótima para a questão? Ou varia de acordo com o contexto? (ex.: entre o círculo dos militares, o do botequim e o dos cientistas sociais)
Vai variar de acordo com a especialização, a intenção, o meio social e até a ideologia da pessoa. Um anarquista vai dizer que todas são formas, como sempre, ilegítimas de uso da violência contra civis. Para eles, o Estado nem deveria existir, muitos advogam tratá-lo com indiferença, e portanto, vão querer agrupar os dois atos numa mesma expressão. Nacionalistas vão ter uma defasagem de quase 180º em ponto de vista.
Na minha modesta definição de "terrorismo", os dois atos, de maneira distintas, o são. É o uso do inesperado, de forma a causar desorientação e pavor ante os civis. As bombas certamente rebaixaram a moral japonesa, embora eles mesmos soubessem que estavam lutando uma guerra perdida.
Quanto ao impacto do evento, não há como discordar. É o mais marcante do século XXI. Por causa dele, como bem falou o Neithan, a polarização cristianismo x Islã surgiu com toda força. Como exemplo, no País mais igualmente dividido entre as duas crenças, a Nigéria, o crescimento da violência sectária foi exponencial.Bush viu uma ótima chance de dar vazão aos lobbies armamentistas e invadir dois países (quem pensa que é um simples ato de "defesa humanitária" deve dar uma olhada nos escândalos de fraude que eclodiram sobre as armas do Iraque).
A América baixou os juros por causa da estagnação gerada pelos ataques, o consumo explodiu. Nunca o pessoal de lá sentiu tão pouca culpa em ter dívidas. O país deu um tiro no próprio pé quando o Banco Central de lá resolveu subir as taxas para conter a inflação. Muitos consumidores tinham hipotecas com juros pós-fixados e naufragaram. É difícil argumentar se haveria crise sem os atentados, mas a Al Qaeda certamente deixou sua influência. O dinheiro gasto na guerra fez falta em casa.
Foi um show de erros na política do Oriente Médio por parte dos EUA. A opinião mundial sobre Israel naufragou, a situação dos aliados judeus só naufragou mais com a queda do Mubarak, sobre a qual os ianques resolveram mudar de barco muito tarde. Nos dois países invadidos, subiram ao poder gente simpática ao arqui-inimigo Irã.