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Dogville (idem, 2003)

Ela tinha o dom da misericordia. O pai dela quando chegou deu a ela mais um "dom"... o controle sobre a vida e a morte daquela gente !!!
Ela tomou a decisão certa pra mim, todos ali mereciam morrer !! :twisted: :roll:
 
O sentimento que se deve ter não é que todos deveria morrer, mas que a vingança é pior do que a ignorância daquela gente. O filme faz você rever a moral de se querer a vingança.
 
SPOILERS


Tisf disse:
O sentimento que se deve ter não é que todos deveria morrer, mas que a vingança é pior do que a ignorância daquela gente. O filme faz você rever a moral de se querer a vingança.
Eu acho que o filme faz o espectador rever certas coisas, mas não a vingança exatamente.

Primeiro, uma coisa é óbvia: o filme denuncia como algumas pessoas podem ser falsas, ingratas e egoístas, mesmo se revelando serem bondosas por tanto tempo; mas, principalmente, como podem ser cruéis e desumanas.

Você fica o tempo inteiro sentindo raiva dos habitantes de Dogville, considerando-os como os vilões. Mas é aí que Lars Von Trier pregou a peça: ele praticamente mostra ao público que não somos muito diferentes do que está acontecendo ali na tela.

Ele prova isso com o final: quando vemos que todas aquelas pessoas estão morrendo, nós sentimos prazer. Não sejamos hipócritas, eu senti isso e pelo que eu vi foi o que aconteceu com muita gente. Podemos ser humanitários e misericordiosos, mas o diretor vai lá e mostra que, no fundo, nós temos um lado perverso para com aqueles que consideramos indignos; e então podemos refletir e chegar à conclusão de que fazemos isso também com os diferentes.

É o ponto do filme: não é ponderar sobre o peso da vingança, mas fazer com que olhemos para o espelho e pensemos o quanto somos como os habitantes de Dogville.

Dogville é uma metáfora. É a representação de algo que acontece no mundo inteiro. Perceba que não é uma cidade existente, mas fictícia - pois, dessa maneira, há a liberdade de fazer referências e insinuações. O slogan do filme é "Numa pequena cidade não muito longe daqui": é claro, está bem perto. Do nosso lado, ao nosso redor, pra ser mais específico. Dogville é o mundo.
 
Ristow disse:
Dogville é uma metáfora. É a representação de algo que acontece no mundo inteiro. Perceba que não é uma cidade existente, mas fictícia - pois, dessa maneira, há a liberdade de fazer referências e insinuações. O slogan do filme é "Numa pequena cidade não muito longe daqui": é claro, está bem perto. Do nosso lado, ao nosso redor, pra ser mais específico. Dogville é o mundo.
Desenvolvendo um pouco mais esse seu raciocínio, Ristow, pode-se chegar a uma leitura política do filme. Dogville é realmente o mundo e as pessoas são as nações. A relação de dependência que existe entre Grace e os demais habitantes da cidade se torna tão forte que ela se vê num caminho sem volta. Assim acontece com a dominação econômica exercida pelos países ricos sobre os países pobres. Os "pequenos" dependem dos "grandes" de tal forma que os laços só podem ser quebrados com um desfecho violento como é o final de Dogville.
O modo como Lars Von Trier nos dá a liberdade de interpretação do filme é GENIAL!!! :clap:
 
Hum, sim, liberdade é uma coisa fantástica. Dá vazão pro entendimento das coisas à nossa volta. E também de viajar a belprazer, o que é ótimo.

Contanto que se mantenha em mente que a viagem tá na sua cabeça. :P

Filmes comtema aberto e simbólico sempre dão vazão pra aplicabilidade, o que não significa necessariamente que ele intente em se referir a todos os tems aplicáveis.

Resumindo, o que o Ristow falou está mais no âmbito explorado da história. :lol:



Bom, eu adorei a plástica que o Trier aplicou na "transparência" das contruções. Eu chamo de transparência porque ele ainda dá pistas da existência fíosicas delas em torno dos personagens e faz isso de uma forma muito convincente, com algumas variações de luz.

Tanto que quando a personagem da Kidman vê a vista da casa do cego, eu podia imaginar perfeitamente a cena, além de estar convencido de que ás casas realmente tavam queimando no incêndio.

Isso por si só já faz do filme se destacar da maioria, em termos de qualidade.
 
Pra quem gosta de Dogville(ou não), do site e-pipoca, o "brilhante" André Lux...
o cara ta revoltado! acho que quando ele estava assistindo o filme alguem estava sacaneando ele! Tudo bem que é uma trama simples, mas pra que toda essa revolta? avé...

Aí vai:

Por que será que tanta gente ainda se impressiona com engodos como ''Dogville'', filme que acaba de ser lançado em DVD e VHS no Brasil? Não me levem a mal, pois nada tenho contra os chamados "filmes de arte" (uma definição bastante discutível, por sinal), que geralmente são lentos, contemplativos e pretensamente complexos - características que podem virar negativas caso não sejam compensadas por tramas ricas e mensagens profundas.

Infelizmente, essa segunda definição que transformaria ''Dogville'' em um desses filmes (que, segundo alguns críticos e apreciadores, seriam uma espécie de antídoto contra os chamados ''enlatados'' de Hollywood) não faz parte dessa nova empreitada do diretor Lars von Trier, já que seu filme é chato, modorrento e insuportavelmente longo. Não bastasse isso, possui uma trama digna de novelas mexicanas só que enfeitada por diálogos pseudo-profundos e repletos de pregação moralista, dignas de um cineasta mal resolvido e recalcado que só pode estar apaixonado pelo próprio umbigo.

Ciente disso (ou não), Trier aplica uma típica artimanha pré-fabricada para gerar polêmica: radicaliza na estética a fim de desviar a atenção da sua falta de conteúdo. Portanto, no filme não existem cenários, apenas riscos no chão e alguns móveis num grande galpão, remetendo a uma espécie de teatro filmado (em digital, não película).

Revolucionário? Genial? Pode até ser. Pena que tal recurso estético esteja a serviço do nada, já que a história de ''Dogville'' é das mais batidas e banais possíveis. Gira em torno de uma minúscula cidade nas Montanhas Rochosas e seus habitantes pobres, cujas vidas mudam com a chegada de uma estranha mulher (Nicole Kidman), fugindo da perseguição de gangsters. Para conquistar o carinho da população e ser aceita na cidade ela passa a fazer pequenos favores para todos, passando a ser explorada de maneira cada vez mais desumana até chegar à escravidão total.

Assim o diretor e roteirista Trier quer nos ensinar que o ser humano, até mesmo os habitantes de uma inocente cidade no campo, é podre, hipócrita e capaz de atos brutais. Vejam só quanta novidade! Pior que o sujeito nos obriga a agüentar essa ladainha tola durante as mais de três horas de projeção, durante a qual assistimos à senhora Kidman (que parece estar se especializando no papel de ''pobre-coitada'', vide o também sofrível ''As Horas'' e ''Cold Mountain'') sofrendo todo tipo de martírio, desde sucessivos estupros até ser acorrentada numa roda de ferro (uma das cenas mais risíveis do filme). Mas o sofrimento da protagonista é tão artificial e suas reações tão sem coerência, que são incapazes de passar qualquer tipo de sentimento genuíno.

O filme também tem uma narração (feita por John Hurt) intrusiva, didática e pretensamente irônica que deixa o filme com ar daqueles quadros do show televisivo do Monty Python, só que é para ser levada a sério. Ou seja, a gente acaba rindo quando deveria ficar chateado ou chocado com tudo aquilo. Mas nem esse riso involuntário salva o filme, já que só acontece esporadicamente.

Claro que o objetivo de Trier e toda sua pregação moral é bastante claro (só faltou mesmo ele colocar legendas junto com a narração explicando o que já vemos na tela). Porém, é preciso ser muito ingênuo ou então recém-chegado ao planeta Terra para se impressionar com as ''bombásticas'' revelações que o diretor desvendou e parece querer nos mostrar (as quais foram abordadas de maneiras muito mais contundentes e muito menos pretensiosas em filmes realmente interessantes como ''As Bruxas de Salem'', por exemplo).

Certamente, alguns ainda vão ser capazes de achar incontáveis conteúdos filosóficos em ''Dogville'', ao mesmo tempo em que ''Amélias'' pós-modernas vão se derreter com as injúrias sofridas pela pobre Grace. O resto dos normais vai simplesmente bocejar e ficar contando os capítulos que dividem o filme (são nove no total), à espera do final dessa interminável sessão de sado-masoquismo cinematográfico regado pelo mais inócuo papo-cabeça moralista. :lol: :lol:
 
Que esquisito o que esse cara disse.

Ele trata a história de hipocrisia da humanidade como algo já clichê demais pra ser abordado.

Até onde sei, essa faceta do ser humano é uma das menos abordadas, exatamente porque a maioria prefere não lidar com isso de forma alguma.

Bom, da parte do cenário, fez perfeito sentido.

Cidade pequena, "todo mundo sabe da vida de todo mundo"... a sensação de exposição superficial foi óbvia pra mim, principalmente na parte do estupro, onde você tinha perfeita noção de como todos estavam a poucos metros de saber o que realmente aconteceu com ela, mas apenas se interessavem em julgar de seu ponto confortável e estagnado.

E depois, o efeito plástico é foda. :mrgreen:

Mas blá, critico revoltado assim tem aos montes por aí, desde antes de existir cinema. Ce'st la vie.
 
É bem provável que André Lux tenha ficado irritado com a idéia de "prisão" que o cenário passava e certamente (ele mesmo afirma) ficou irritado porque o diretor preferiu "jogar na cara" sua mensagem.

O problema do crítico é ele achar que tudo o que é passado em um filme tem que ser o mais sutil possível. As grandes massas nunca podem ver um filme que tenha algo a passar nas entrelinhas, para ele.

E ele deve ter achado esse o grande erro de Lars von Trier. Fazer um filme que é passado de uma forma que "não é para qualquer um" mas com uma mensagem fácil de ser vista e compreendida. Esse "normal" que Lux cita no fim de seu texto é o "qualquer um". Enfim, aquele que não gosta de ver um filme que fuja do habitual.
 
Huahuahauh !!!
Eu acho que eu sou o unico aqui que gostou do que ela fez !! Acho que é pq eu sou meio mau mesmo !! :twisted: :lol:

Brincadeirinha !! :mrgreen:
 
Resposta as criticas feitas ao Andre Lux, a partir dai da pra saber por que dos caras(o que escreveu também não gosta) não gostarem! Tudo bem que o que o Von Trier deve ser tudo isso que eles falaram, mas não desmerece o filme.. pra mim continua o mesmo, um ótimo filme!


Caros amigos, como era de se esperar, alguns leitores reclamaram da análise de André Lux a respeito de ''Dogville''. Um desses leitores, por exemplo, diz que a crítica de Lux é patética, o chamando de cinéfilo de anteontem. Na apreciação do leitor, o crítico do e-Pipoca não tem embasamento para emitir juízos estéticos; que sua resenha é um amontoado de achismos ligeiros, e não uma crítica bem fundamentada, analítica, como se esperaria de um profissional arguto.

Bom, isso tudo porque André Lux não gostou de ''Dogville'', claro. Mas, e se tivesse gostado? Será que nosso leitor investiria em seu precioso tempo para elogiar o Lux? Suponho que não.

Mas meus amigos leitores, não quero e não vou fazer nenhuma defesa... mesmo porque, André Lux já é literalmente bem grandinho. Apenas leiam o texto de nosso crítico e digam se não há ali uma análise contendo referências e argumentos. E que são do ponto de vista dele, da apreciação de Lux. Óbvio, não poderia ser diferente uma vez que ele é o autor e analista. Duh!

O que quero mesmo comentar são duas coisas: 1) também não gosto de ''Dogville''; 2) gosto menos ainda de Lars von Trier. Na verdade eu não confio nesse diretor, que anos atrás teve a brilhante idéia de lançar o Dogma 95 - referência ao ano de 1995, para não ter dúvida. Pois é, faz tempo. O leitor que nos escreveu certamente ainda colecionava álbum de figurinhas nessa época.

Sendo assim eu explico: o Dogma 95 foi um pacto que objetivava rever a tradicional ''forma'' ou estética cinematográfica, em especial a comercial. Parecia coisa de cinema americano independente, mas a idéia nasceu com os cineastas dinamarqueses Lars von Trier e Thomas Vinterberg. Eles surgiram para o mundo, respectivamente, com ''Os Idiotas'' e ''Festa de Família'', dois dos primeiros representantes do Dogma. Este pacto, evidentemente subversivo, poderia ter sido proposto por italianos, alemães, ingleses e até mesmo brasileiros. Há sempre quem queira discutir a dominação do cinema americano. E o Dogma era, em todos os sentidos, anti-Hollywood. Era não, é... porque von Trier não avisou que acabou.

O fato é que na época eu queria muito ter ouvido o que diretores como Woody Allen e Robert Altman diriam sobre o Dogma 95. Ou ainda os cineastas que a cada ano participavam do tradicional Sundance Film, o festival dos festivais do cinema independente criado por Robert Redford. Só pensava em Allen e Altman porque eram e continuam sendo raros diretores entre os mais famosos da indústria americana que não se curvam ao esquema tradicional de Hollywood. Aquele das produções milionárias e cuja pirotecnia e efeitos especiais à exaustão prevalecem, tendo em vista o sucesso nas bilheterias. O que ao meu ver não se configura nenhum demérito ou delito. Se a intenção é conquistar o público com entretenimento e manter uma indústria de cinema (e para isso é preciso dinheiro), alguém conseguiria imaginar, por exemplo, ''Homem-Aranha'', ''X-Men - O Filme'' ou ''Harry Potter'' abdicando dos efeitos especiais? Impossível.

Mas contra isso e todos é que nosso caro Von Trier fabricou o Dogma 95, que ficou conhecido por ser um decálogo. Em dez mandamentos, von Trier e Vinterberg ditam novas regras para se fazer cinema - ou seria melhor, não se fazer cinema? Segurem-se nos teclados, pois lá vão os mandamentos: 1) filmar em locações, sem cenários artificiais; 2) utilizar somente som direto e sem trilha sonora; 3) usar câmera na mão ou ombro; 4) filmar em cores e sem iluminação artificial; 5) trucagens e filtros são proibidos; 6) não utilizar nenhuma ação superficial (assassinatos, armas etc.); 7) referências temporais e geográficas ficam proibidas; 8) os filmes de gênero são inaceitáveis; 9) o formato deve ser 35mm; 10) o diretor não deve ser creditado.

Para von Trier e Vinterberg essas ''leis sagradas'' visam a busca por um cinema puro e primitivo, antiilusionista, anticomercial, sem maneirismos. Pura lengalenga. Ou oportunismo com ares de jogada de marketing, como se avaliou já durante o Festival de Cannes 1998, quando o manifesto foi de fato lançado. Pois não há nada mais insolente e incoerente do que este Dogma 95. Começa pela questão da autoria, o décimo mandamento. Tanto ''Os Idiotas'' quanto ''Festa de Família'' (e outros tantos filmes que vieram a dirigir) são assinados pelos seus autores. Que viam em suas leis uma atitude que daria mais liberdade de criação. Como assim, se os dez mandamentos são todos de caráter proibitivo e de coibição?

Ainda assim, von Trier e Vinterberg eram vistos como audaciosos. Apesar da iminência de resultados desastrosos, arriscaram-se na disseminação de uma idéia espalhafatosa, improvável e que nem era lá tão original. Lembrava, por exemplo, o falecido Cinema Novo com a malfadada ''estética da fome''. O terceiro mandamento do Dogma é quase um correlato da máxima ''uma câmera não mão e uma idéia na cabeça''. Se só isso é necessário para se fazer cinema, ou no caso de von Trier condição sine qua non, então que se estabeleça realmente a estética da precariedade.

Pode-se até dizer que os filmes de von Trier tenham qualidades peculiares: incomodam com a crueza e a vulgaridade, e ''Dogville'', no caso, não esconde se tratar de uma experiência fugindo de qualquer padrão que conhecemos. Isso não quer dizer que o filme seja bom. Mas lembre-se de Vinterberg e seu ''Os Idiotas'' - enquanto um riso ou um bocejo se revezam, o público é surpreendido com uma cena de sexo explícito (que aliás a atriz se recusou a fazer e von Trier foi obrigado a recorrer a uma dublê de corpo, ferindo o quinto mandamento do Dogma).

O fato é: não confio mesmo em von Trier. Fez tanta propaganda do Dogma, de seus mandamentos, mas cometeu heresia em cada um deles. Ainda bem que ele se tocou. Não dava para levar a diante dez mandamentos tão discutíveis, justamente porque não faziam sentido. Porque se ele têm boas idéias e criatividade, pelo menos para criar bons argumentos, qual seria o sentido de abrir mão da técnica e da tecnologia? Por que fazer um filme em que 90% das cenas perdem o foco ou tremem a todo momento? O que há de transgressor nas trilhas sonoras? Qual será o pecado em utilizar luzes artificiais?

Pelo menos em ''Dogville'' von Trier simplesmente descartou todos os seus ideais: os cenários foram todos inventados; usou um especilista para editar o som e incluiu uma música de Vivaldi para a triha sonora; tirou a câmera do ombro (ou alguém acha possível aquele deslocamento lateral tão preciso sem a ajuda do trilho?); contratou o fotógrafo inglês Anthony Dod Mantle (alguém acredita que não tinha nenhum refletorzinho para iluminar o elenco?); alguém consegue imaginar a Nicole Kidman apanhando, sem truques?; quer melhor referência geográfica do que um vilarejo nas montanhas rochosas, no Estados Unidos (onde o diretor nunca pisou, por isso os cenários artificiais)?

Por fim, está lá nos créditos: um filme de Lars von Trier...
 
Defensor do André Lux disse:
Bom, isso tudo porque André Lux não gostou de ''Dogville'', claro. Mas, e se tivesse gostado? Será que nosso leitor investiria em seu precioso tempo para elogiar o Lux? Suponho que não.

Parei de ler aqui. Quando a pessoa começa a falar com ironia infantil, já dá pra ver o quanto vale a pena ouvir o que ele tem a dizer.
 
Já falaram muito aqui, portanto vou ser breve!

Vi o filme hoje, um dos melhores que já vi na minha vida.

Na verdade muito estranho o jeito que eu o achei bom. Na verdade até o penúltimo capitulo eu estava achando o filme extremamente original, mas a história normal.
No último capitulo eu só pude me impressionar com tudo aquilo que acontece, a expressão mais fácil pra demonstrar como eu estava é apenas: 8O
Daí entram os créditos, por sinal melhor créditos que eu já vi, com aquelas fotográfias lindas da depressão americana e a fodissíma Young Americans do Bowie de trilha e eu comecei a pensar em tudo que eu tinha visto naquelas horas: "Puta que o Pariu, que filme foda. Consegue ser muito original, sendo não só um filme, como teatral(demonstrado no cenário e na atuação dos atores) e um verdadeiro livro(pela narração bem no estilo literário e pela cenário (mais uma vez). Além disso a história é maravilhosa. Uma puta crítica a America, não só atual, mas sim uma crítica atemporal aos conceitos americanos. Maravilhoso."


SPOILERS...


A única coisa que eu não havia gostado tanto, ou melhor, achado gratuíto é o final...

...Calma! Vou explicar, mas eu até mudei de opinião quanto a isso com uma conversa com meu amigo...


Estava achando a cena que mostra aquela chacina dos moradores de Dogville meio, digamos, gratuíta, mas nada que influenciasse na minha opinião sobre o filme, achei que de repente se mostrasse a cena, apenas você soubesse que ela estaria acontecendo seria mais interessante, pois você poderia imaginar como foi e talvez soaria até mais marcante. Mas depois de conversar com um amigo meu eu pensei, e achei que dos dois jeitos o final seria maravilhoso, e não tem nada de gratuíto na cena já que Grace já havia passado por inúmeras castigos até aquele momento e aquela foi a vingança mais perfeita para fechar a história perfeitamente.



...FIM DOS SPOILERS

Enfim, acho que eu já falei demais para quem disse que seria breve! :mrgreen:
Quanto a produção acho que já falaram tudo que eu poderia falar, na verdade, uma coisa que eu notei é que há uns "erros" de produção, como na hora que neva dá para ver uma mão jogando a neve e/ou na hora que mostra a lua dá para ver que ela está envolta num quadrado... mas isso é foda, porque na verdade são erros por querer, para mostrar que o filme, não deixa de ser um peça de teatro. :D

A trilha sonora conta com apenas duas músicas(eu acho), a clássica e a do Bowie, simples, porém perfeito.

Enfim, é isso aí...

Nota: 5/5


Tenho uma dúvida, o Strider falou dessa trilogia USA, quer dizer vão ter mais dois filmes, certo? Alguém sabe alguma coisa? Espero que sejam com personagens, atores diferentes. E o mais importante com um estilo diferente, porque o estilo de Dogville TEM QUE SER. Se for com essas características que eu disse com certeza uma trilogia será muito foda!!!
 
Sim, vão ter mais dois filmes. Um, está em produção, e se chamará Manderlay - a outra cidade - veja mais aqui. Como você viu mais, serão atores diferentes. O Lars Von Trier queria a Nicole pra continuar sendo a Grace, mas ela não aceitou. Portanto, a Grace vai ser outra pessoa, mais precisamente a Bryce Dallas Howard, não me pergunte quem. Quanto ao estilo, deve ser o mesmo, já que esse seria o único ligamento entre os filmes, formando uma (falsa, blablablabla) trilogia; tá, e ou deve fazer uma crítica semelhante de uma maneira totalmente diferente ou uma crítica difernte de uma maneira semelhante ou uma crítica diferente de uma maneira diferente. Ou etc, IMO.

Eu sabia o título da terceira parte, mas esqueci, etc.
 
O legal da trilogia para mim seria a finalidade do filme, que é fazer críticas ao EUA. Não precisava de ter estilo igual, muito menos personagens na minha opinião. Enfim, agora tô com medo, :tsc:... mas espero que saía uma boa produção com um ótimo roteiro como o de Dogville.
 
Vendo Laranja Mecânica eu senti alguns traços desse filme lá. Ou vice-versa.

Quando a sociedade começa a se "vingar" do Alex é mais ou menos como me senti vendo o fim do Dogville. Alguém mais teve essa impressão?
 
Tisf disse:
Vendo Laranja Mecânica eu senti alguns traços desse filme lá. Ou vice-versa.

Quando a sociedade começa a se "vingar" do Alex é mais ou menos como me senti vendo o fim do Dogville. Alguém mais teve essa impressão?

Com certeza Tisf, alias, por esse motivo que me fez reviver o Laranja Mecânica que e meu filme favorito. Eu adoro filmes críticos e agora filmes com esse tipo de roteiro pelo visto. :roll:
 
Tisf disse:
Vendo Laranja Mecânica eu senti alguns traços desse filme lá. Ou vice-versa.

Quando a sociedade começa a se "vingar" do Alex é mais ou menos como me senti vendo o fim do Dogville. Alguém mais teve essa impressão?
Dogville tb me fez lembrar Laranja Mecânica, mas foi na forma que eu me senti assistindo a ambos os filmes... e foi exatamente assim: Nos primeiros momentos: :eh: (procurando me adaptar c/ a linguagem) ... no meio: :think: (acompanhando o pensamento do filme) ... no final: 8O ... e por fim: :clap: .

Dogville não é um filme que agrada a todo mundo pq algumas pessoas não tem paciência de acompanhar o filme e assistir ao final. Acho que em parte isso ocorre pq o filme é exposto de uma forma diferente dos outros que atraem a assistência pela junção de elementos como: Pesonagens, Roteiro, Figurino, Cenário, etc. Qd falta um desses elementos, algumas pessoas não conseguem lidar com a "novidade" e desistem de assistir ao filme. Esse foi um dos pontos que eu pude tirar de Dogville e qd alguém me pergunta sobre o filme eu digo: "É bom, mas assista até o final!"

Vi na ausência do cenário uma coisa muito interessante... como tal ausência ressalta de imediato as personagens e trama. Além disso, fica a idéia que o Fox postou aqui...
Cidade pequena, "todo mundo sabe da vida de todo mundo"... a sensação de exposição superficial foi óbvia pra mim, principalmente na parte do estupro, onde você tinha perfeita noção de como todos estavam a poucos metros de saber o que realmente aconteceu com ela, mas apenas se interessavem em julgar de seu ponto confortável e estagnado.
Em cima disso ainda podemos citar a maneira como a Grace, no início, se sentia observada pelos habitantes da cidade a todo momento, pois mesmo dentro de suas casas eles estavam sempre vigiando-a.

O efeito "palco de teatro" ficou muito interessante!... Ainda mais pq primeiramente achei que a falta de cenário havia prejudicado a fotografia que só podia contar com os atores e luz. Mas hoje, vejo q no aspecto geral, o visual do filme não faz diferença pq é substituído pelo conteúdo do roteiro e suas personagens.

Achei q o filme só perde um pouco na edição, pois são inúmeros os erros de seqüência, o que gerou uma certa confusão para mim pois não sabia se eram propositais ou não... assim os encaro como negativos para o filme.

E concordo com o raciocínio do Ristow no que diz respeito da proximidade que existe entre as personagens e nós mesmos... fato que me deixa com um pouco de medo de mim mesma :mrpurple:

Me lembro ainda q, durante o filme, fiquei revoltada com a passividade com a qual Grace aceitava o q os moradores faziam com ela e pelo jeito acho q o André Lux tb ficou revoltado com isso, PORÉM...
Paraíba Hi-Tech disse:
[...] pode-se chegar a uma leitura política do filme. Dogville é realmente o mundo e as pessoas são as nações. A relação de dependência que existe entre Grace e os demais habitantes da cidade se torna tão forte que ela se vê num caminho sem volta. Assim acontece com a dominação econômica exercida pelos países ricos sobre os países pobres.
Vi aí uma boa intepretação para a subserviência de Grace e novamente uma aproximação da realidade.
 
Gil_Gaer disse:
O efeito "palco de teatro" ficou muito interessante!... Ainda mais pq primeiramente achei que a falta de cenário havia prejudicado a fotografia que só podia contar com os atores e luz. Mas hoje, vejo q no aspecto geral, o visual do filme não faz diferença pq é substituído pelo conteúdo do roteiro e suas personagens.

Ah, mas aquele visual faz uma diferença tremenda sim, ele completa o conteúdo na verdade.

Deu pra ver ali um planejamento minucioso de espaço e iluminação geral, porque dá pra se notar perfeitamente as nuances de luz e sombra causadas pela luz difusa natural. Eu fiquei impressinado com aquilo, esse efeito, de forma artificial, é rara no cinema.

Além do que é altamente funcional pro contepudo do enredo. :)

Achei q o filme só perde um pouco na edição, pois são inúmeros os erros de seqüência, o que gerou uma certa confusão para mim pois não sabia se eram propositais ou não... assim os encaro como negativos para o filme.

Quais foram?

Me lembro ainda q, durante o filme, fiquei revoltada com a passividade com a qual Grace aceitava o q os moradores faziam com ela e pelo jeito acho q o André Lux tb ficou revoltado com isso, PORÉM...
Paraíba Hi-Tech disse:
[...] pode-se chegar a uma leitura política do filme. Dogville é realmente o mundo e as pessoas são as nações. A relação de dependência que existe entre Grace e os demais habitantes da cidade se torna tão forte que ela se vê num caminho sem volta. Assim acontece com a dominação econômica exercida pelos países ricos sobre os países pobres.
Vi aí uma boa intepretação para a subserviência de Grace e novamente uma aproximação da realidade.

É, isso tudo faria sentido, se tivesse sido deixado em total aberto o porquê da subserviência da Grace.

Ela tem um alto grau de exigência e penitência que aplica a si mesma por sua "impureza", que ela mesma considera ter pela família de onde vem. E ao mesmo tempo ela aplica a mentalidade quase oposta pra todos os outros à sua volta, por piedade e compaixão. Até bastante pena.
 
SPOILERS

Vi ontem e achei... sensacional.
Toda a simplicidade do filme, a falta de cenários concretos, apenas contribui para que a imaginação faça o resto e crie aquela cidade em nossas mentes.
É incrível como o filme faz com que cresça um ódio dentro de você, ao ver o tratamento desumano a que Grace é submetida. E melhor ainda, o filme joga na sua cara todas as podreiras do comportamento humano e faz você pensar sobre toda aquela crueldade a ponto de SORRIR ao ver a cidade sendo dizimada. Isso que é o mais foda: Lars Von Trier criou uma espécie de fábula que mostra como as pessoas são movidas pela traição e pela chantagem. E te diz: "Viu? Dogville é um retrato do nosso mundo".

Lindo, lindo, lindo. Perfeito.

PS: E ainda tenho "Invasões Bárbaras" pra assistir. :mrgreen:
 
Fox disse:
Achei q o filme só perde um pouco na edição, pois são inúmeros os erros de seqüência, o que gerou uma certa confusão para mim pois não sabia se eram propositais ou não... assim os encaro como negativos para o filme.
Quais foram?
Ai! Lembrar dos momentos exatos é sacanagem, mas vou dar um exemplo. Em uma das cenas que ela conversa com "filosofo" lá, ela aparece sentada... depois deotada, em seguida, sentada de novo... Tipo, eu costumo não perceber esses detalhes, mas achei meio bizarro pq até eu q sou lerda pra isso percebi.
 

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