É óbvio que Jesus é o único Senhor. Mas isso não muda o fato de que ele criou uma Igreja única a partir da qual o Evangelho da salvação é anunciado e os meios de santificação estão presentes.
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Foi uma forma de colocar. Sei que não dá pra identificar completamente TL e marxismo. Não vejo nada de bonito em dessacralizar o cristianismo, relativizar dogmas, ofender a autoridade eclesial, acho uma das coisas mais hediondas já pensadas. Por outro lado, a preocupação com os pobres é louvável.
Primeiro, não foi Jesus quem criou a igreja. Ao menos não foi ele quem criou a Igreja católica como a conhecemos hoje. Neithan falou bem.
Segundo. Mesmo que você defenda a obediência cega às regras, o casal em questão não desobedeceu à regra alguma. A igreja Católica tem várias regras para a relização de casamentos, que variam de país pra país, de cidade pra cidade e, no final, de padre pra padre. Se o padre concordou, não houve desrespeito de regra alguma, até porque, não existem regras específicas sobre roupa, música, etc, etc, da cerimônia. Isso invalida TODA a sua argumentação.
Na minha opinião pessoal, o casamento (religioso) é uma celebração do amor entre duas pessoas, que prometem, diante de Deus e da comunidade (porque a viagem inicial da Igreja era mesmo a comunidade, a comunhão entre as pessoas) o compromisso de viver no amor juntos. Estando o amor presente, as outras coisas são detalhes menores. Acredito que todos os ritos estiveram presentes, e que ninguém se sentiu ofendido ou foi desrespeitado. Por si só, acho meio ridículo casar fantasiado, da mesma forma que acho ridículo cabelo preto com ponta loira, mas quem quer que escolhe essa forma de pintar o cabelo não está desrespeitando ninguém.
Voltando à obediência cega às regras. Pra mim, essa é a pior forma de estupidez humana. Todas as regras e dogmas católicos foram feitos por homens. Homens são falíveis, portanto, regras são falíveis.
Sobre a Teologia da Libertação, não é a igreja que é sagrada é Deus, e o Deus cristão se manifesta no amor. E é o amor que é a viagem. É o amor que é o caminho. O amor é a resposta. E se você analizar com a mente aberta o comportamento de Jesus retratado no evangelho, todas as ações dele podem ser justificadas pelo amor. E se Jesus é o exemplo supremo a ser vivido, é a perfeição de Deus feita homem, então é o amor que importa, não as regras, não uma instituição que fala em nome de Deus mas que erra, erra tanto. E é aí que a TL pega. É no amor, no amor que extrapola, organização da Igreja, organização estatal, organização social, e se preocupa com quem precisa, e prega a comunhão, o encontro entre as pessoas, um encontro que acontece em Deus, em nome do amor de Deus e que se expande. Isso é lindo. E você chamar de dessacralização só prova que, ou você não sabe do que está falando, ou é completamente vesgo.
Obs: apesar do meu discurso não parecer, eu não sou católica, nem tão pouco cristã. Mas o cristianismo do jeito que eu vejo, é lindo.