Fúria da cidade
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Bernardinho ainda não sabe dizer se será o técnico da seleção de vôlei masculino no próximo ciclo olímpico. Em dúvidas sobre a sua permanência, ele chorou ao falar sobre o impacto que teve ver o filho Bruninho chorando no pódio com a prata, e disse que a relação pesa na sua avaliação sobre o futuro.
Isso é uma das coisas que eu vou ter de pensar, porque é difícil, principalmente para ele. É uma das coisas mais difíceis trabalhar com o filho, porque em alguns momentos eu sinto que algumas pessoas tentam me atingir por meio do Bruno. Eu acho injusto porque, como técnico, acho que o Bruno foi o melhor levantador das Olimpíadas?, disse Bernardinho, após alguns minutos de lágrimas diante dos jornalistas.
O momento de emoção aconteceu na coletiva de imprensa logo após o jogo. Bernardinho foi questionado sobre o que sentiu quando viu Bruninho aos prantos no pódio, justamente no Dia dos Pais. O técnico não sabe dizer se seguirá no comando do time e deve tomar a decisão nos próximos dias.
"Eu não sei. Agora, nesse momento vou ruminar um pouco. Eu acredito que um processo muito grande como esse de Olimpíada no Brasil tem de ter um técnico exclusivo, porque é muita coisa a ser feita. O foco tem de ser absoluto", disse ele, logo após o jogo. Mais tarde, ele ainda falou sobre o impacto que a competição em casa teria no seu futuro. "Claro que uma Olimpíada é o máximo, mas não é justo para o povo brasileiro que eu tome uma decisão baseado em ego", emendou.
Independentemente de seguir ou não no cargo, Bernardinho aponta caminhos em que o Brasil precisa melhorar. O principal deles é físico, já que na visão dele a derrota para a Rússia pela diferença de altura entre Muserskiy, carrasco da final com 2,18 m, e os jogadores da seleção, que tinha Lucão como o mais alto em quadra, com 2,09 m.
"Hoje eu achei que teve uma questão física que foi realmente preponderante. Podem dizer que foi o sistema, mas eu não vejo um sistema melhor que o nosso", disse Bernardinho, cobrando a presença de mais jogadores altos no time.
Fonte:
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Essa noticia e mais tudo o que eu já vinha acompanhando e comentando durante a campanha do vôlei na Olimpíada me fez abrir esse tópico, pois diferente do Mano no futebol, aqui no vôlei eu tenho uma consideração e respeito enorme pelo Bernadinho e a história de conquistas enorme e maravilhosas que só ele tem.
A minha opinião é que sinto que o ambiente do masculino tendo que trabalhar já alguns anos com o seu filho chegou num ponto de desgaste emocional que já está aflorando e sensibilizando cada vez mais ele, apesar de que na quadra ele procurar separar muito bem o papel de pai e vê-lo atuar como qualquer jogador do seu elenco e não como sendo o seu filho, mas que num determinado momento fica dificil tanto pra ele como pro Bruno separarem isso. Acho que o Bruno também sente em pensamento um peso de jogar numa seleção tendo que render muito sem poder errar pra poder corresponder duplamente a um técnico e que ao mesmo tempo é o seu proprio pai.
Eu vou ratificar aqui o que eu torço que aconteça: é ver os nossos dois melhores técnicos os quais quero que continuem na selção, mas fazendo uma troca entre a masculina e a feminina. Pro Bernardinho significará motivação nova com um grupo onde não existe essa relação de proximidade e ele estará voltando aonde um dia começou a sua vitoriosa carreira.
E pro Zé Roberto apesar do brilhante título olimpico recente, eu sinto que seria legal também pra ele uma mudança de ares saindo por cima com a sensação enorme de missão cumprida e começando um trabalho aonde um dia ele também começou e aí voltar a recolocar o masculino no caminho das conquistas.
Qual a sua opinião sobre o futuro do vôlei brasileiro?
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