Golpe no São Paulo
Um dos segredos do sucesso do São Paulo tem sido a alternância do poder e a oposição fiscalizadora.
É claro que um grupo vitorioso como o que vem dirigindo o clube nos últimos anos tem excelentes argumentos para querer continuar no comando.
Prorrogar mandatos, no entanto, como acaba de ser feito, é golpe, ainda mais numa assembléia convocada em véspera de feriado municipal pelo aniversário de São Paulo, tanto que apenas 147 dos 240 conselheiros compareceram.
Depois de trair o Flamengo no episódio da taça de bolinhas (que por sinal até hoje não foi entregue, como se a CBF esteja com medo da reação da torcida rubro-negra, num episódio que já vai ficando tão ridículo como o da Copa Rio de 1951), a direção tricolor fica cada vez mais parecida com a do Corinthians, Palmeiras, Santos, que, por sinal, avalizaram também a imoralidade de prorrogar o mandato do atual presidente da Federação Paulista de Futebol.
Estará a torcida tricolor de acordo?
Enquanto o time ganha, é até possível, basta ver como corintianos cegos apoiaram a MSI.
Mas e quando perder e começar a ficar parecido com o Vasco, com o Cruzeiro, Galo, Fluminense, CBF, enfim, quando perder de vez os traços que distinguiam a direção do Morumbi das outras?