Maglor
Lacho calad! Drego morn!
A edição 3.5 do D&D veio para corrigir e melhorar a edição 3.0, certo? Algumas das mudanças mais significativas foram nas classes de personagens, para que ficassem o mais equilibradas possível, dentro das especificidades de cada, evidentemente. Vocês acham que isso funcionou bem? Eu vi mudanças consideráveis em algumas das minhas classes preferidas, o paladino e o bardo. Eles ganharam um pouco em comparação à edição 3.0, mas eu desconfio de que não o suficiente.
Vamos começar pelo paladino, tomando o guerreiro como base de comparação: ambos têm os mesmos DV, bônus de ataque, escolha de armas e armadura, ou seja, a comparação gira em torno dos talentos adicionais do guerreiro. As maiores vantagens que eu vejo no paladino são o bônus de carisma na resistência e a cura (que ainda pode ser dano em mortos-vivos); essas duas são realmente boas. Agora as outras:
O paladino é imune a doenças, o que é legal, mas não chega a ser uma grande vantagem. Tem a expulsão de mortos-vivos, que é ruim em comparação à do clérigo, e como o paladino provavelmente vai preferir a luta, a expulsão serve só de moeda de troca pra pegar talentos divinos, na prática. Tem também algumas magias que servem para uns buffs e dão alguma ajuda, mas nada excepcional. O paladino pode detectar o mal, é imune a medo e cura doenças. Sobra a montaria, que também é legal, mas tem duas desvantagens: montarias são boas só com os talentos certos, e o paladino não tem talentos pra isso; além disso, ela evolui pouco, ficando relativamente cada vez mais fraca.
E a vantagem do paladino que eu acho mais superestimada: o "destruir o mal" (smite evil). Um de dano por nível não chega a ser nenhum absurdo: no 20º ele dá +20 de dano, quando os inimigos desse nível que ele vai enfrentar têm muito mais do que isso, e outras classes podem dar esse dano sem gastar uma habilidade que parece tão especial. Não são exatamente poucas vantagens, mas é bem provável que um guerreiro de 20º nível seja bem mais efetivo, inclusive porque é a classe mais "moldável": embora ele só saiba lutar, é a mais "customizável" de todas -- enquanto o paladino (e outras) praticamente sigam só um caminho, variando não muito mais que os talentos.
Com o bardo eu acho que a situação é mais "grave". Tá certo que o bardo tem um diferencial em relação às outras classes: é a única classe que praticamente só tem características voltadas à interação com outros; o bardo sozinho não faz quase nada, ele vive para dialogar, influenciar etc. Mas mesmo levando isso em consideração, falta algo na classe. É difícil ter um comparativo, como o guerreiro com o paladino; na segunda edição o bardo era mais parecido com o ladino, mas com toques de mago e guerreiro: tinha alguns dos talentos de ladrão, algumas magias e relativamente boa escolha de armas e armaduras. No D&D o ladrão ganhou um ataque furtivo (bem melhor que o ataque pelas costas do AD&D) e um montão de perícias e pontos pra gastar. A "versatlidade" do bardo, na edição atual, está nas perícias a escolher, e só. O número de pontos da versão 3.5 é muito bom, mas não justifica que a classe ainda seja chamada de "versátil": tem uma escolha de magias limitadíssima e nenhuma habilidade de combate. Nenhuma!
O bardo gira em torno da "música de bardo", que realmente deve ser a característica por excelência da classe, mas ela simplesmente não é uma grande vantagem, em termos de jogo: seja porque ela reflete bem pouco para ele próprio e muito para os outros, seja porque ela não é assim tão boa. Por exemplo, no sexto nível o bardo pode usar a música com os efeitos da magia "sugestão"; essa é uma magia de bardo de segundo nível, e de terceiro para magos. Ou seja, a grande vantagem que a música do bardo ganha no sexto nível é uma magia de segundo nível. Bem medíocre, na minha opinião, considerando que magos podem fazer isso desde o quinto, feiticeiros desde o sexto, e com bem mais versatilidade (porque podem escolher outras magias). Para não falar no número de usos da música de bardo, que também é limitadíssimo.
Eu acho que poderia falar um pouco do ranger também. Ele ficou um pouco descaracterizado, na minha opinião. Principalmente depois que apareceu o scout, porque as duas classes parecem ter premissas bem parecidas. Mas aí saímos demais do assunto, e o post já está imenso.
Vamos começar pelo paladino, tomando o guerreiro como base de comparação: ambos têm os mesmos DV, bônus de ataque, escolha de armas e armadura, ou seja, a comparação gira em torno dos talentos adicionais do guerreiro. As maiores vantagens que eu vejo no paladino são o bônus de carisma na resistência e a cura (que ainda pode ser dano em mortos-vivos); essas duas são realmente boas. Agora as outras:
O paladino é imune a doenças, o que é legal, mas não chega a ser uma grande vantagem. Tem a expulsão de mortos-vivos, que é ruim em comparação à do clérigo, e como o paladino provavelmente vai preferir a luta, a expulsão serve só de moeda de troca pra pegar talentos divinos, na prática. Tem também algumas magias que servem para uns buffs e dão alguma ajuda, mas nada excepcional. O paladino pode detectar o mal, é imune a medo e cura doenças. Sobra a montaria, que também é legal, mas tem duas desvantagens: montarias são boas só com os talentos certos, e o paladino não tem talentos pra isso; além disso, ela evolui pouco, ficando relativamente cada vez mais fraca.
E a vantagem do paladino que eu acho mais superestimada: o "destruir o mal" (smite evil). Um de dano por nível não chega a ser nenhum absurdo: no 20º ele dá +20 de dano, quando os inimigos desse nível que ele vai enfrentar têm muito mais do que isso, e outras classes podem dar esse dano sem gastar uma habilidade que parece tão especial. Não são exatamente poucas vantagens, mas é bem provável que um guerreiro de 20º nível seja bem mais efetivo, inclusive porque é a classe mais "moldável": embora ele só saiba lutar, é a mais "customizável" de todas -- enquanto o paladino (e outras) praticamente sigam só um caminho, variando não muito mais que os talentos.
Com o bardo eu acho que a situação é mais "grave". Tá certo que o bardo tem um diferencial em relação às outras classes: é a única classe que praticamente só tem características voltadas à interação com outros; o bardo sozinho não faz quase nada, ele vive para dialogar, influenciar etc. Mas mesmo levando isso em consideração, falta algo na classe. É difícil ter um comparativo, como o guerreiro com o paladino; na segunda edição o bardo era mais parecido com o ladino, mas com toques de mago e guerreiro: tinha alguns dos talentos de ladrão, algumas magias e relativamente boa escolha de armas e armaduras. No D&D o ladrão ganhou um ataque furtivo (bem melhor que o ataque pelas costas do AD&D) e um montão de perícias e pontos pra gastar. A "versatlidade" do bardo, na edição atual, está nas perícias a escolher, e só. O número de pontos da versão 3.5 é muito bom, mas não justifica que a classe ainda seja chamada de "versátil": tem uma escolha de magias limitadíssima e nenhuma habilidade de combate. Nenhuma!
O bardo gira em torno da "música de bardo", que realmente deve ser a característica por excelência da classe, mas ela simplesmente não é uma grande vantagem, em termos de jogo: seja porque ela reflete bem pouco para ele próprio e muito para os outros, seja porque ela não é assim tão boa. Por exemplo, no sexto nível o bardo pode usar a música com os efeitos da magia "sugestão"; essa é uma magia de bardo de segundo nível, e de terceiro para magos. Ou seja, a grande vantagem que a música do bardo ganha no sexto nível é uma magia de segundo nível. Bem medíocre, na minha opinião, considerando que magos podem fazer isso desde o quinto, feiticeiros desde o sexto, e com bem mais versatilidade (porque podem escolher outras magias). Para não falar no número de usos da música de bardo, que também é limitadíssimo.
Eu acho que poderia falar um pouco do ranger também. Ele ficou um pouco descaracterizado, na minha opinião. Principalmente depois que apareceu o scout, porque as duas classes parecem ter premissas bem parecidas. Mas aí saímos demais do assunto, e o post já está imenso.