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World War Z (Max Brooks)

Anica

Usuário
[align=justify]Está aí um livro que tem uma série de preconceitos a serem vencidos. Comecemos pelo autor, que por ser filho do comediante Mel Brooks passa a falsa ideia de que só escreve sobre humor. Depois tem o fato de tratar-se de uma história de zumbis. Porque sim, eu sei que há uma penca de gente que se interessa pelo assunto e lerá um livro assim com gosto simplesmente por ser uma história com zumbis (na verdade eu me animei com o livro por causa disso :mrpurple: ). Por outro lado, tem um monte de gente que relaciona o assunto com filme trash, tosqueira, lixo da cultura pop. O que não deixa de ser uma pena.

Porque World War Z é daqueles livros que te conquistam já nas primeiras páginas, e aí você quer conversar sobre ele, é claro. Só que aí você sugere a história para alguém não muito iniciado ao “mondo zombie” e então a pessoa faz a maior cara de que você não pode estar falando sério. E bem, eu estou. É um dos melhores livros que li, de todos os tempos. Daqueles que você desejaria ter escrito, entende? Daqueles que fazem a diferença no seu dia, não são só uma história legal (embora ei, eu não tenho nada contra histórias legais, muito pelo contrário).

Com o subtítulo já dá para entender do que se trata World War Z: An Oral History of the Zombie War. Tomando a definição do Umberto Eco emprestada¹ Brooks coloca na história um autor-modelo, que foi responsável por coletar depoimentos dos sobreviventes da dita Zombie War. Assim, dá para dizer que o livro divide-se em capítulos maiores, que indicam o tema principal dos depoimentos que serão apresentados (Total War, Goodbyes, etc.) e dentro desses capítulos temos “subcapítulos”, os relatos em si.

E o interessante é que cada relato acaba tomando a forma de um mini-conto, excelentes mini-contos diga-se de passagem. Com um pé na realidade, você acaba se deixando levar pelo mundo (re)criado por Brooks. E é impressionante ver o cuidado que ele teve em imaginar as consequências de uma invasão zumbi em cada país, como aconteceria na Inglaterra, na França, nos Estados Unidos, na China, no Japão… até o Brasil aparece.

E não é algo irreal, aquelas distopias que te fazem pensar que estão bem longe de acontecer. E o que assusta de verdade é que não precisa ser uma invasão de zumbis. Terrorismo, um novo vírus letal, quaquer coisa. Entre um relato e outro o que mais fica em evidência é o que outros autores como Saramago em Ensaio sobre a Cegueira e Cormac McCarthy em A Estrada já alertaram: o que consideramos ‘humanidade’ se sustenta por um frágil fio.

Talvez o único ponto negativo seja a questão de que, sendo as histórias transcrições de relatos, talvez tenha faltado mais marcas orais que diferenciassem as personagens entre si. Mas aí eu já estou sendo chata, acho. No geral, é simplesmente um livro daqueles imperdíveis. Algumas histórias ainda estão na minha cabeça, como a do sujeito que comercializou uma suposta cura para o vírus, ou ainda a do gênio que elaborou o plano para derrotar os zumbis. Se você lê em inglês, não perca tempo e procure para ler.

1. lá do Seis Passeios pelos Bosques da Ficção, recomendo a leitura [?][/align]

Coloquei esse texto no Hellfire ontem, mas queria compartilhar com vocês. Se alguém já leu, POR FAVOR, comente aqui. Tô de saco cheio de não ter com quem falar sobre esse livro tão legal +_+
 
Eu tinha visto a capa do livro lá no Hellfire. E nem sabia que era do filho do Mel Brooks, o que aumenta minha vontade de ler. Existe bastante violência?

Não há traduções, mas tudo bem, agora o dólar caiu e dá pra fazer comprinhas na Amazon :tchauzim:

E já anotei o livro do Eco também. :timido:
 
pela cultura também é uma boa comprar, pips. paguei 27 reais no livro. o paperback na amazon está $10.17 (arredondando, 20 reais), mas tem mais o frete aí, né.
 
Acabei de olhar na Cultura e o livro está R$70. E o prazo de entrega é o mesmo. Tanto faz comprar por um ou outro, vou pagar, praticamente, a mesma coisa.
 
70 reais é o preço do hardcover, né. mas o valor do paperback aumentou mesmo, dos 27 que paguei agora está 42 reais.

mesmo assim, os preços de acordo com o frete variam de 40 a 92 reais pela amazon. eu ainda acho que a não ser que vc vá comprar outros livros na amazon, não compensa comprar lá tendo o livro na cultura.
 
ok me convenceu Anica... eu fiz cara feia logo q entendi q o Z era zumbi... mas como vc pegou exatamente nesse ponto, e foi bem eloquente vou dar uma chance ^^
 
Puxa, eu já havia lido sobre ele meses atrás e... esqueci. ¬¬
Que bom que encontrei alguém que gostou do livro e comentou. Vou comprar pela Cultura mesmo, ainda está em 42 reais - curioso que colocaram na seção "Humorismo", provavelmente por causa do autor.
 
ótima notícia para quem ainda não tinha lido o livro pq não tinha em português: a rocco está lançando no brasil tradução para world war z \o/ -> http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u714522.shtml
 
Anica disse:
ótima notícia para quem ainda não tinha lido o livro pq não tinha em português: a rocco está lançando no brasil tradução para world war z \o/ -> http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u714522.shtml

Obaaaa!!! :happyt: Agora só falta aquela série que vc havia citado, acho que o nome do autor era Daniel alguma coisa... :think: Também estou louca para ler!
 
Nossa, fiquei muito animado com a notícia da Anica sobre o lançamento de War Z em português. Há muito tempo comprei o Guia de Sobrevivência aos Zumbis, do mesmo autor, e aguardava o lançamento de "War Z", mas acho que o mercado editorial do Brasil não levava tão a sério o universo zumbi.

Não posso deixar de parabenizar também a Anica pelo texto que iniciou este tópico. Concordo com absolutamente tudo o que você disse. Realmente existe um preconceito enorme com relação aos filmes de zumbis, como os filmes de terror em geral.

Evidentemente, esse preconceito nasce também da falta de inspiração dos autores dos livros e filmes. Falo como grande fã de filmes de terror, que o gênero de terror atualmente perde-se somente no sangue (o que não é um fato de todo ruim, lógico), mas um bom filme/livro de terror não pode fixar-se somente nas vísceras. O mais importante para que algo apavore alguém é a relevância que a morte de determinado personagem tem para o espectador/leitor. As obras normalmente falham quando tratam do terror, pois pensam ser o bastante matar alguém de um jeito cruel e inimaginável. Não é o suficiente. Quem assiste ou lê precisa se importar com o que ocorre, senão o efeito produzido pela obra é zero. É um balde de sangue, mas só.

Sou do tempo em que o terror era usado como uma metáfora dos nossos dias. Bruxas, demônios e assassinos nada mais eram do que uma representação (caricata) da nossa sociedade. O mestre supremo do terror no cinema, George Romero, é um exemplo sublime disto. Seus filmes de zumbis nada mais são do que uma síntese de dilemas que somos obrigados a enfrentar diariamente. Seu "Diário dos Mortos" trata da questão da relevância da imagem e da popularização dos meios de comunicação com uma eficiência que deixaria muito diretor "sério" constrangido.

Isso sem falar no mestre Stephen King. Afinal, são pouquíssimos os autores que conseguem conferir tanta profundidade a um personagem quanto o Sr. King. Algumas histórias se dizem de terror, mas se revelam verdadeiros dramas familiares e do convívio social.

Mais uma vez parabéns Anica. O preconceito com os filmes/livros de terror é um assunto sério e que deveria ser objeto de outras discussões.

Um abraço, até mais!
 
Por falar nos dois titulos que a Rocco vai lançar, a editora também fechou contrato com Antônio Xerxenesky, autor de Areia nos Dentes (também sobre zumbis).
 
Pips disse:
Por falar nos dois titulos que a Rocco vai lançar, a editora também fechou contrato com Antônio Xerxenesky, autor de Areia nos Dentes (também sobre zumbis).

Areia nos Dentes revisado sai em setembro pela Rocco, segundo previsão do autor lá no twitter. :}
 
Receberemos uma má notícia, caro Pips. A capa do livro no Brasil é horrível.

http://www.rocco.com.br/shopping/ExibirLivro1.asp?Livro_ID=9788532525550
 
eles quiseram seguir o padrão do guia de sobrevivência. quem leu o primeiro vai achar que world war z é comédia tb. nuss, quem fez aquela merda de sinopse ali no site da rocco? o início é desastroso, parece que o sujeito não fazia ideia do que estava escrevendo. tipo, se quiserem eu deixo usar minha resenha, de graça ¬¬

Com Guerra Mundial Z, o norte-americano Max Brooks faz uma paródia dos guias de sobrevivência convencionais

Não, não há paródia de guias de sobrevivência convencionais. No máximo de relatos de sobrevivência, wtf.

e expõe a paranoia coletiva que tomou conta do mundo, em especial dos Estados Unidos, na era Bush. No livro, que dá continuidade ao bem-sucedido O guia de sobrevivência aos zumbis,

Não dá continuidade, não. Ok, ambos lidam com zumbis, mas são livros diferentes. É tipo dizer que Carrie dá continuidade a O Iluminado, sei lá.
 
Puxa, me senti mal agora.

Por que estou detestando esse livro. :seila:
 
ué, não tem pq se sentir mal. é o que eu sempre digo, um livro lido por vc é completamente diferente do livro lido por mim pq no processo de leitura entra a variável "somos todos diferentes". não é questão de reduzir a coisa para "uma questão de gosto", mas o que me impressionou pode ser o tipo de coisa que você não dá atenção em uma obra, por exemplo.

mas que pena que vc não tá curtindo =/ vc está lendo a tradução?
 
Sim, a tradução, Anica.
Da editora Rocco.

É que eu esperava coisa diferente, sabe?
Zumbis! O tempo todo!

Mas a narração dos ataques do mortos vivos é sempre muito curta, embora bem escrita e impressionante.
A parte do garoto "paciente zero" é tudo de bom pra quem gosta de terror, zumbis e essas coisas! :sim:
Quando comecei a ler pensei: "Uau! Que livro bacana!".

Mas aí (pelo menos até onde li) começou aquele blablabla cheio de clichês daquelas histórias de americano do norte bem babaca: chineses misteriosamente perigosos, sul africanos como pobrezinhos que moram em "palhoças", América do Sul como o quintal dos EUA e por aí vai (o "suicidio profissional" do agente da CIA foi ser enviado pra Buenos Aires!).

O autor é filho do Mel Brooks.
Se eu percebesse que a história tem um estilo "Mel Brooks" com avacalhação e deboche no estilo "Agente 86" ou Primavera Para Hitler eu poderia nem achar graça, mas entenderia que era tudo piada.
Mas do jeito que está escrito, não sei se foi piada.
Parece que não. Até porque li em vários blogs que o autor fez uma "extensa pesquisa" pra escrever aquilo tudo.

Fico imaginando onde o Max Brooks pesquisou, porque até através de um google da vida ou uma mera wikipédia a gente nota um monte de "furos" nas descrições do livro.
(A parte do Ianomâmis e de Israel dá até um pouco de vergonha alheia).

Se o autor fizesse uma descrição mesmo que "por cima" dos países e de política e narrasse mais ataques de zumbis acho que seria mais legal.
 
O autor é filho do Mel Brooks.

esquece isso, seriously.

Fico imaginando onde o Max Brooks pesquisou, porque até através de um google da vida ou uma mera wikipédia a gente nota um monte de "furos" nas descrições do livro.
(A parte do Ianomâmis e de Israel dá até um pouco de vergonha alheia).

Se o autor fizesse uma descrição mesmo que "por cima" dos países e de política e narrasse mais ataques de zumbis acho que seria mais legal.

eu acho que aqui que minha leitura foi diferente da sua. eu segui total na linha de suspensão de credulidade, porque né, apocalipse zumbi. acho que automaticamente relevei os preconceitos típicos de um norte-americano e foquei mais no trabalho dele dos desdobramentos do evento. algumas situações ali, por mais que a ambientação seja (na sua opinião) risível, são muito bem colocadas - e acredito que foi para isso que dei mais atenção. são valores que não dependem tanto assim do fator cultural, são meio que reações básicas do homem (e nisso incluso a ganância, que nos nossos tempos se apresenta na forma do desejo de acumular dinheiro).

mas insisto: leituras são assim. Eu não me abalei com algo que te irritou, e por conta disso vi coisas que talvez você não tenha visto - ou achou que simplesmente não faziam o saldo ficar positivo se colocado na balança junto com o que você não gostou. não é uma leitura errada, só pq vc não gostou. mas confesso que estou bem curiosa para saber o que a rocco fez com a tradução, viu. pq parte do que me agradou (muito) no texto foi a diferença nas vozes em cada relato. se isso não foi mantido, muito do charme do livro se perde mesmo.
 

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