• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Uma explicação p/ a criação do mundo e do surgimento de Tom Bombadil

O livro As Aventuras de Tom Bombadil não dá nenhuma informação sobre a natureza de Tom, então nem se preocupem em procurar lá. :g:
 
Post original de Parthadan: na minha opinião, Tom é um Maiar, assim como Fruta D'Ouro.
Gente, Tom nunca seria um Maia ou Vala. Vamos abolir a idéia de que ele seria algum tipo de ser celestial, Tom só quer saber saber de viver a sua vida, o resto do mundo que se dane, líteralmente. Tom estava na TM antes de tudo e todos, o que reforça a minha tese de que ele Fruta D'Ouro são personificações do espírito da natureza, ecos da música dos Ainur. E o nome da amada de Thingol é Melian.
 
Não faz sentido a teoria de que ele é Eru, nem a de que ele é um Maiar. Bem,ele pode ter sido uma criação de Yavanna ou pode até mesmo ser uma personificação da natureza. Ainda assim , Tom bombadill é um mistério da obra de Tolkien.
 
Exato, mas como eu já disse, ele não tem nada a ver com os celestes de Valinor. E espero que o pessoal para de aloprar.
 
Exato, mas como eu já disse, ele não tem nada a ver com os celestes de Valinor. E espero que o pessoal para de aloprar.


O que seria o "aloprar" pra vc?
Pelo que eu entendi, é uma explicação subjetiva do nosso amigo do fórum sobre o assunto... e cada um terá uma opinião... Não vi ninguém aloprando aki... :obiggraz:
 
Gente, Tom nunca seria um Maia ou Vala. Vamos abolir a idéia de que ele seria algum tipo de ser celestial, Tom só quer saber saber de viver a sua vida, o resto do mundo que se dane, líteralmente. Tom estava na TM antes de tudo e todos, o que reforça a minha tese de que ele Fruta D'Ouro são personificações do espírito da natureza, ecos da música dos Ainur. E o nome da amada de Thingol é Melian.

Acho que essa concepção sobre a natureza de Tom seja a mais sensata. Já que se Tom fosse Maiar ou Valar ele se envolveria nos acontecimentos do mundo que o cerca, mas nem ele nem Fruta D'ouro o fazem. Acho que os dois são a harmonia contida e materializada da música dos Ainur. O equilíbrio pleno da desta com o que existe, ao ponto de não serem afetados por nada. Eles simplesmente são, e pronto.
Quanto a discussão de Deus, Tolkien era um cristão católico convicto. E acreditava no Deus justo e libertador, daí Eru não manifestar seu poder contra Melkor, mesmo quando este quer desafiá-lo. Não acredito na concepção de um destino programado, mas acredito que Eru, em toda sua divindade, sabia de tudo que ocorreria em Arda. Sabia onde todas as possibilidades de escolha levariam Melkor, os Valar e seus filhos. Mas ele como Deus, apesar de poder intervir, não o faz. Não porque todos TIVESSEM que passar por isso, uma coisa pré-determinada. Mas sim porque as escolhas, os caminhos, as decisões os levaram a aquele fato em questão.
Também acho que a idéia de pecado é uma concepção que bate de frente com a do livre arbítrio. Se já está pré-determinado que algo é pecado, é errado, então não tenho escolha alguma a fazer na verdade. Acredito que na concepção divina não exista o pecado, já que Eru tudo sabe e tudo vê e nada precisa condenar. Essa idéia, essa condenação na minha visão é completamente humana e ligada moral cristã. Uma tentativa de minar e limitar as ações do homem, já que se Deus condena algo antecipadamente, que especie de livre-arbítrio é esse que ele nos deu?
 
O que mais me intriga no Tom não é o que ele é, mas porque Tolkien o colocou no Senhor dos Anéis.

Tom foi baseado em um boneco dos filhos do Tolkien, fazia parte da mitologia da família e não da Terra-média. Nem mesmo Tolkien sabia o que Tom representava para a Terra-média. Então me pergunto, por que ele colocou o Tom no livro? No Senhor dos Anéis tudo faz sentido, cada floresta e montanha tem sua história e sua razão para estar ali. Tudo foi pensado e "encaixa", menos o Bombadil. Qual foi a intenção de Tolkien?

Se formos pensar, a passagem de Tom não tem uma grande impacto na história, não era algo que precisaria estar ali. Mas está. E é isso que me intriga com o Tom.
 
O que mais me intriga no Tom não é o que ele é, mas porque Tolkien o colocou no Senhor dos Anéis.

Tom foi baseado em um boneco dos filhos do Tolkien, fazia parte da mitologia da família e não da Terra-média. Nem mesmo Tolkien sabia o que Tom representava para a Terra-média. Então me pergunto, por que ele colocou o Tom no livro? No Senhor dos Anéis tudo faz sentido, cada floresta e montanha tem sua história e sua razão para estar ali. Tudo foi pensado e "encaixa", menos o Bombadil. Qual foi a intenção de Tolkien?

Se formos pensar, a passagem de Tom não tem uma grande impacto na história, não era algo que precisaria estar ali. Mas está. E é isso que me intriga com o Tom.

Talvez seja difícil delinear os objetivos da aparição de certos personagens, certos cenários ou falas.Não que isso seja ligado à Tolkien e perspicaz ou único de suas obras, mas já ocorreu em outras obras; nem mesmo livros, que sem dúvidas é tema central abordado na Valinor.Em filmes também ocorreu de eu pensar:

"Puxa, para o que colocaram aquele personagem ou cenário ali, se ele nada fez, ou suas ações foram irrelevantes para o âmago do livro?"

Acho que tudo têm um significado, e acho que a melhor palavra para dizer isso seria uma razão, justificativa.Tolkien criou algo sem uma razão, mas o fez porque nos livros pode-se escrever de qualquer forma, com razão ou não - contanto que o enrredo seja coerente.(Ou não; opiniões subjetivas podem surgir.Mas normalmente é assim..)
Mesmo assim, não estou na altura de decifrar porque certas razões foram vedadas, e muitas vezes não as discubro.Certamente a aparição de Tom foi relevante; pois salvou Frodo duas vezes, e guiou o grupo constituído por Meriadoc, Pippin, Sam e Frodo para o Pônei, ou para as entradas e mediações deste.Mesmo assim, fora isso, acho que Tolkien apenas criou este personagem para dar curiosidade aos leitores, para quebrar a cabeça dos fãs, e para que sua obra perdurasse por um bom tempo, senão infinito.

Mesmo assim, fora a ajuda de Tom, quando ele veste o anel em seus dedos e faz outras coisas absurdas, aquilo parece desnecessário.Mas curioso.
 
não sei o que significa, aloprar, para você, mas como eu disse, essa é apenas a minha opinião.

ou era, já que a resposta do thantalas é mais plausível para mim.
 
Tom Bombadil - O Polêmico!

Acho que Tolkien não tinha uma idéia clara sobre Tom, e de propósito não o explorou muito. Tom Bombadil é misterioso por isso. Vejam o que o Professor diz na Carta #144, página 1:

"Como uma história, eu penso que seja bom que houvesse muitas coisas inexplicadas (especialmente se uma explicação de fato existe); e talvez tenha deste ponto de vista errado em tentar explicar demais, e mostrar muita história passada. Por exemplo, muitos leitores ficaram um tanto perdidos no Conselho de Elrond. E até mesmo em uma Era mítica devem haver alguns enigmas, como sempre há. Tom Bombadil é um (intencionalmente)".

Na página 5, Tolkien diz que Tom não é importante para a narrativa, apesar de admitir ter sua importância e função dentro da história:

"Tom Bombadil não é uma pessoa importante - para a narrativa. Eu suponho que ele tenha um pouco de importância como um “comentário". Eu quero dizer, realmente não escrevo assim: ele é apenas uma invenção (que apareceu primeiro na Oxford Magazine por volta de 1933), e representa algo que sinto ser muito importante, embora não esteja preparado para analisar este sentimento precisamente. Porém, não o teria deixado lá, se ele não tivesse algum tipo de função. Poderia pôr isto deste modo. A história é projetada em termos de um lado bom, e um lado mau, beleza contra feiúra desumana, tirania contra monarquia, liberdade moderada com consentimento contra compulsão que perdeu há muito tempo qualquer objetivo exceto mero poder, e assim por diante; mas ambos os lados em algum grau, conservador ou destrutivo, querem uma medida de controle. Mas se você tem, como se fosse tomado “um voto de pobreza", controle renunciado, e tira seu encanto em coisas para eles mesmos sem referência para você, assistindo, observando, e até certo ponto sabendo, então a questão dos certos e errados do poder e controle poderia ficar totalmente sem sentido para você, e os meios de poder completamente sem valor. É uma visão pacifista natural que sempre surge na mente quando há uma guerra. Mas a visão de Valfenda [Conselho de Elrond?] parece ser que esta é uma excelente coisa para se ter representada, mas que há de fato coisas que não se pode enfrentar; e das quais sua existência todavia depende. No final das contas só a vitória do Oeste permitirá a Bombadil continuar, ou até mesmo sobreviver. Nada seria deixado para ele no mundo de Sauron".

Vocês não acham, que nesse trecho, Tolkien nos dá uma certa explicação para o fato de Tom ser imune ao Anel por exemplo, mas sem ser totalmente explícito, claro? Tom estava alheio a tudo que estava acontecendo: Um Anel, poder, Sauron, guerra, etc. Por isso, era mais importante para ele viver sua vida, naquele canto do mundo, sem ambições e despreocupadamente. Era um ser que estava desinteressado em relação aos acontecimentos que botavam em perigo a TM, mas que seria afetado, bem ou mal, fosse qual fosse o resultado de tudo. E se fosse mal, "nada seria deixado para ele no mundo de Sauron". Isso dá a entender que Tom não era um ser que guardava um poder tão misterioso, e que muito menos era o próprio Eru encarnado num saltitante barbudo.
Não explica muito e até posso ter interpretado errado, mas foi o que entendi. Entretanto, como queria o Professor, certo mistério em torno de Tom Bombadil sempre permanece.
 
Vocês não acham, que nesse trecho, Tolkien nos dá uma certa explicação para o fato de Tom ser imune ao Anel por exemplo, mas sem ser totalmente explícito, claro? Tom estava alheio a tudo que estava acontecendo: Um Anel, poder, Sauron, guerra, etc. Por isso, era mais importante para ele viver sua vida, naquele canto do mundo, sem ambições e despreocupadamente. Era um ser que estava desinteressado em relação aos acontecimentos que botavam em perigo a TM, mas que seria afetado, bem ou mal, fosse qual fosse o resultado de tudo. E se fosse mal, "nada seria deixado para ele no mundo de Sauron". Isso dá a entender que Tom não era um ser que guardava um poder tão misterioso, e que muito menos era o próprio Eru encarnado num saltitante barbudo.
Não explica muito e até posso ter interpretado errado, mas foi o que entendi. Entretanto, como queria o Professor, certo mistério em torno de Tom Bombadil sempre permanece.
Se ele é um enigma e nem mesmo J.R.R Tolkien sabe quem ele é ou de qual estirpe pertence, porque raios as pessoas tanto questionam quem ele é aqui, na Valinor?
 
Talvez seja por isso:

Tolkien: "Como uma história, eu penso que seja bom que houvesse muitas coisas inexplicadas (especialmente se uma explicação de fato existe)".

Se Tolkien não quis explorar muito, os fãs tentam fazer isso. Mas, só tentamos, a verdade, ou a "explicação que de fato existe", foi para as Terras Imortais com o Professor. :mrgreen:
 
Sim.Pois justamente é ambígüo; ou exploramos algo que está enterrado por Tolkien ou algo que ele criou apenas para entreter os fãs ou leitores.Isto é, Tom pode ter um significado mais profundo, que Tolkien o escondeu do público, para deixá-los curiosos.Mas também pode ter feito Tom apenas para entreter o público, para deixar os fãs pensando quem ele seria.
Mas continuo insistindo que é meio arriscado... :P
 
Desculpe se fui grosseiro, não foi a minha intenção. É que de todas as coisas que Tom poderia ser, Eru, ou Maia são as mais impenssaveis. Para ele ser tão antigo, e não ser celeste, ele deve ter nascido junto com a Terra. Se é que Tolkien chegou a pensar nisso.
 
Última edição:
Tom estava na TM antes de tudo e todos, o que reforça a minha tese de que ele Fruta D'Ouro são personificações do espírito da natureza, ecos da música dos Ainur.

A Teoria do Falcão da Luz me pareceu interessante e até faz sentido. Gostei da idéia de encarar Tom como "eco da Música dos Ainur"!!

Tom Bombadil - O Polêmico!

Acho que Tolkien não tinha uma idéia clara sobre Tom, e de propósito não o explorou muito. Tom Bombadil é misterioso por isso.

Mas em também penso as vezes que Tom é um mistério simplismente porque Tolkien não o explorou de forma completa, mas apenas porque prezava coisas inexplicadas para que as pessoas refletissem isso à sua própria maneira, de modo a chegar a uma conclusão que melhor lhe agradasse.
 
Pow, eu gostaria de ter a mesma habilidade que o Haran tem com as palavras, é incrivel como você se lembra do que escreveu e ainda consegue encontrar no fórum.

Ótimos argumentos Haran (também tentei te dar um karma, mas não conseguir).
 
A minha tese, pelo qual eu iria escrever esta em concordância com o amigo Menello!

Em suma, PARABÉNS pela iniciativa e seu retorno!

Um forte abraço!
 
E o Tom ainda dando o que falar!:mrgreen:
Todo mundo sempre quer discutir Tom, e até hoje todas as discussões que eu vi aqui chegaram a muitos lugares interessantes que nada tinham a ver com o Tom, e quanto a esse o consenso sempre é:

Tom é um cara legal (mas há quem não goste dele) que é um dos enigmas da obra do Tolkien, e isso é legal! :cool:

Então gente, continuem a discutir, porém sem ofensas, e tenham em mente que vocês podem chegar a muitos lugares, menos a uma definição de que ser seria o Tom realmente, hipóteses existem muitas, e vão das mais toscas até as mais interessantes e inovadoras!:D


P.s. eu adoro o Tom e indico tópicos assim a todos os novatos!:obiggraz:
 
Vamos lá! Nunca antes senti vontade ou motivação suficiente para discutir sobre Tom, ou o que ele era, ou o que ele represetava. Mas, enfim, este tópico me pareceu deveras interessante.

A única conclusão podemos fazer sobre Tom Bombadil, é dizer que ele não é o próprio Eru:

Pág 138 ( SDA - A sociedade do Anel -Volume Único)
"Tom agora dizia que achava provável que o sol aparecesse no dia seguinte.

Tom diz a palavra "provável", não é uma exatidão, uma certeza absoluta, ou seja, ele não é Eru, poderia haver a possibilidade dele mentir, mas não faria sentido para um ser divino, isso esta relacionado a conceito sobre o que é um ser divino (é claro, uma definição de conceitos humanos para definir Deus).

Eu concordo que Tom não seja Eru (até porque eu não parei pra pensar, até agora, no que poderia ser Tom, não despertou minha curiosidade; pra mim, ele foi um personagem bom e "eterno" que, apesar de "não fazer parte da história", pousou em SdA por algum motivo que, senão outro, apenas para livrar os hobbits das "garras" do Velho Salgueiro Homem). Mas eu não concordo não pelo motivo que você apresentou ao citar essa passagem. Não vejo em [provável] uma palavra que possa determinar algo que Deus (Eru) poderia dizer, ou melhor, não poderia. O fato de Deus dizer, por exemplo, "é provável que chova" não indica possibilidade de mentira ou incerteza na afirmação. Ainda mais se, no caso de Tom, Deus (Eru) estivesse "camuflado", vivendo na floresta pacatamente como se mais nada no mundo importasse, seria deveras estranho que, na frase supracitada, encontrássemos algo do tipo: "Tom agora dizia que tinha absoluta certeza que o sol ia aparecer no dia seguinte." Pelo menos, é o que penso.

Até Deus precisa seguir certas regras para poder dizer a si mesmo que é Deus

Taí. É claro que Deus precisa seguir algumas regras, sendo Deus. Mas essas são regras que Ele próprio criou, assim como tudo no mundo. E seria meio absurdo se Deus ordenasse, nos Dez Mandamentos, "não furtarás", regra estabelecida por Ele, e Ele mesmo "furtar". Mas essas regras são regras de acordo com a concepção divina, não humana somente. Então, não haveria como um homem, baseado em regras humanas, ou que o ser humano criou para classificar um ser divino, dizer se algo ou alguém é Deus ou não.

1º Deus não pode destruir a sua própria criação
Se Deus (Eru) é perfeito, então, toda a sua criação é feita de maneira que não há a necessidade de detruí-la, porque Deus não falha, ele não erra. Um bom exemplo é Melkor. A destruição de Melkor por Eru nos faz acreditar que ele é um ditador e o seu maior exemplo de amor só seria uma farsa (o Livre Arbítrio, além disso, nesse caso, Eru estaria mentido).

"Se não me obedeceres, certamente morreras..."

Serviríamos a Deus pelo medo e não pelo seu amor ou pelo que Ele é.

2º Deus não pode mentir
Porque a verdade é uma qualidade pela qual as coisas se apresentam como realmente são, uma representação do que é fiel, a parti do momento em que Deus (Eru) mentir todas as suas palavras, todos os seus ensinamentos podem entrar em conflito com a sua criação.

"Como sabereis se o que Ele diz é verdade ou não?"

Se Deus mentir todos os seus fundamentos cai, não vale mais a pena acreditar e todos os seres criado por ele nunca saberão se o que Deus diz é verdade ou não, um bom exemplo é o n° 1, se Deus destruir Melkor Ele estará jogado fora tudo o que ele mesmo é.

Baseada em meus parcos conhecimentos e em meus argumentos acima, eu ousaria dizer que ambas as regras citadas por você, Ackbar, são regras humanas, sustentadas na concepção puramente humana da perfeição divina. A Regra 2 tem fundamento, a meu ver, mas não a Regra 1, na qual você diz que Deus (Eru) não pode destruir algo que Ele próprio criou. Eu diria que o exemplo de Númenor destrói essa idéia. Mas, em se tratando da visão cristã de Deus, diz-se (e eu tenho como verdade) que mais de uma vez Deus destruiu alguma criação sua, a começar pelo dilúvio, no qual Ele destruiu a Humanidade, a não ser por Noé, sua família e os animais que estavam na arca. Mas isso não quer dizer, em absoluto, que representou um "erro nos cálculos de Deus" e por isso Ele teve que acabar com tudo. A destruição é necessária, para que se possa cumprir plenamente a vontade de Deus na Terra. E, creio, pode-se dizer isso também de Eru.

Diferente da criação do mundo cristão onde somente Deus teve o trabalho sozinho de criar o Mundo. Eru deu permissão aos Ainur criar o mundo junto com ele, afinal de contas, eles fazia parte dos pensamentos de Eru, um lugar de onde surgi idéia para criar coisas novas (a mente de Eru), ele são partes da "mente" de Eru, talvez seja por isso que ele tenha dado permissão para os Ainur terem participado da criação do mundo. Todos nós sabemos que os Ainur não são seres divinos, todos eles estão sujeitos a falhas, não são seres perfeitos (se fosse, seria o próprio Eru), mas não são. Então, o mundo criado por Eru, poderia esta sujeitos a certas falhas. Tom Bombadil pode ter sido uma falha na criação do mundo, sabemos que ele surgiu antes de tudo, mas não antes dos próprios Valar. Tom nasceu com o mundo, a mãe dele é o mundo.

Quanto aos Ainur criarem algo ou não, pois bem, eles criaram sim, conforme o que já tinha sido "inventado" na mente de Eru. Portanto, não pode ter havido algum "erro de percurso". Penso numa fábrica, sei lá, de automóveis. Alguém planejou, alguém "inventou" os carros que seriam fabricados, mas existem os operários, cada qual com sua função. O Mentor não é nenhum deles, mas eles fazem parte da criação. O crédito vai para quem de fato criou, que nesse caso não são os trabalhadores da fábrica. Eu poderia dizer que o Mentor foi Eru e os operários, os Ainur. Eles estiveram presentes na criação, fizeram parte dela, mas criaram segundo o que já tinha sido "inventado" por Eru. (Vejam, é o que penso a respeito, somente.)

Bem, você não pode provar que Tom não é Deus por causa dessa frase.

É, Menello, ninguém pode provar que Tom não é Deus. A não ser Tolkien, e pelo visto ele fez isso em uma das Cartas (ao quais eu não li, rs), como Tilion mostrou em um post anterior ao meu.

Ackbar, parabéns pelo excelente post.

Faço minhas as suas palavras, Avastgard!


As suas duas afirmações têm como idéia central a perfeição de Deus. Contudo, não podemos nos esquecer que nós, seres da criação, não somos perfeitos. Junte com a idéia de imperfeição do homem a ilusão que temos de que a parte da Criação Divina que conhecemos é tudo o que existe, e você tem uma grande falácia. Essa falácia é o fato de acreditarmos que, por exemplo, se Eru destrói Melkor, eru o fez porque errou nos "cálculos", ou seja, que ele cometeu um erro. Mas tanto a possibilidade de Deus ter que destruir a sua obra (1) quanto o fato de Deus mentir (2) não implicam, necessariamente, a imperfeição de Deus. Pode ser que Deus tenha previsto e planejado a necessidade de fazer as suas criaturas suportarem tanto a destruição de parte da Criação quanto a mentira vinda de Deus, como uma forma de atingir o objetivo que Deus tem. Em outras palavras, aquilo que nos parece ser o apocalipse, a própria ruína de Deus, faria parte do "show" deste (ou parte do show que ele criou e do qual nós participamos).

O que eu quero dizer é que, ao contrário do que costumamos pensar, pode ser que todas as desgraças e coisas ruins que nos acontecem ocorrem porque DEVEM acontecer, e não porque Deus não deu conta de nos manter a salvos. No caso da Terra-média, uma desgraça tão grande quanto o tormento que Morgoth impôs aos povos seria de fato uma imensa cagada de Eru, se não tivesse sido prevista por ele. Então, a hipótese que eu levanto aqui, é de que tudo, desde a dissonância de Melkor na Ainulindalë até a destruição do Um Anel tivesse sido programada por Eru como uma forma de fazer os habitantes de Arda passarem por situações que seriam necessárias, de algum modo, para a sua vida. Se não fosse assim, porque Eru teria deixado Melkor cantar de modo diferente de todos os Ainur, se isso implicaria em grandes desastres quando Eä fosse criada? Se Melkor não estava sob controle de Eru durante a canção, então Eru não pode ser considerado todo-poderoso, característica indispensável a todo deus que se preze. Por outro lado, se Melkor estava sob controle de Eru e este deixou que aquele cantasse do jeito que quisesse, então foi porque julgou que aquilo seria bom ou útil de alguma forma.

Gostaria de comentar as passagens por mim grifadas. Primeiramente, como já disse, não há nada que impeça Deus (Eru) de destruir uma criação sua. Porque por vezes a destruição pode ser necessária e "há males (humanamente falando) que vêm pra bem". E isso não indica uma imperfeição da parte do Criador. Em segundo lugar, mentir sim seria algo inadmissível da parte de Deus, já que Ele próprio ordena a suas criaturas que não mintam. Se Ele mentisse, seria contraditório (faça o que eu digo mas não faça o que eu faço).

No seu último parágrafo, Avastgard você coloca que "pode ser que todas as desgraças e coisas ruins que nos acontecem ocorrem porque DEVEM acontecer, e não porque Deus não deu conta de nos manter a salvos". Isso me fez lembrar de algo que eu escrevi num tóipco uma vez, não me lembro direito, sobre a origem do mal. Tudo acontece de acordo com o que foi pré-determinado por Deus. E isso não tem a ver com destino, e sim com onisciência, onipotência e onipresença divina, além da Autoridade de Criador. Se eu, por ventura, sou escritora de um livro, posso fazer dele o que bem entender, e o futuro dos personagens estão "em minhas mãos", eu decido por eles, eu determino a vida deles. Mas, pra quem ler o livro depois de concluído, editado e distribuído, aquilo pode lhe parecer uma história comum.

Sim, eu diria que tanto o bem quanto o mal vem são somente pela vontade divina.

Agora, quanto ao Tom, assunto-chave deste tópico, e a criação do mundo, eu diria que ele foi criado por Eru, assim como tudo o mais, mesmo que tenho sido "materializado" pelos Ainur. E ele está na hora certa, no lugar certo. E não me interessa saber o poquê de Tolkien jogá-lo no meio de SdA, ele tinha seus motivos. E ficamos, como fãs, com o encargo de criar questionamentos e discussões sobre tal personagem tão surpreendente. Isto está de bom tamanho, a meu ver.
 
Andei pensando um pouco mais acerca disso e continuo com a hipótese de que ele é uma personificação da natureza. O fato de o Um anel não afetá-lo foi visto por mim como uma metáfora de Tolkien que pode comprovar isso. Se pusermos Tom como a personificação da natureza e o Um como o maior mal existente poderemos chegar à seguinte conclusão: que o pior de todos os males não poderá destruir por completo a natureza e o que há de bom no mundo.
Deixo aqui minha opinião para julgarem , espero que não esteja aloprando
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo