Para escrever toda essa pataquada abaixo eu levei em conta essas considerações:
1) Ainur da Grande Canção + conhecimento de tudo o que vai acontecer em Arda = um SER extremamente poderoso, sendo superado apenas por Eru.
2) Esse SER resolve descer para Arda junto com os outros Valar e Maiar, sendo ele o único "vidente" da turma e ainda é livre para escolher se vai se aliar a um ou outro lado. Duvido muito que Eru deixasse que esse SER pudesse descer até Arda e interferir nos acontecimentos que só Ele tinha conhecimento. Acredito que houvesse um tipo de acordo entre as partes: o SER desce para Arda mas não interfere no livre arbítrio dos seres e nem altera os acontecimentos ou vai pra qualquer outro lugar que Eru designar.
3) O principal poder desse SER seria a detenção de todo o conhecimento existente ou que um dia viesse a existir no mundo.
Fazendo uma analogia aos Sete Perpétuos de Neil Gaiman, eu seria uma mistura do Destino com a Morte.
Eu sei o que vai acontecer, mas não posso mudar nada e ficaria ligado ao destino do mundo até o fim dos tempos e, quando não houvesse mais ninguém, eu limparia o chão, colocaria as cadeiras sobre as mesas, apagaria as luzes, trancaria o lugar e entregaria as chaves ao proprietário.
Não consegui dar nome a minha criação, se é que isso é relevante.... talvez só ele e Eru saibam, embora ele não se lembre de seu nome e Eru não tenha se dado o trabalho de contar isso para os outros Valar, afinal de contas era para o SER passar o mais despercebido possível nos Anais da história do Mundo.
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Na Música eu teria feito a parte de ligação entre a harmonia de todos e os "desarranjos" de Melkor, aquele ínfimo momento de silêncio e apreensão antes de se explodirem as coisas, pois com o conhecimento do que está por vir eu ficaria na minha, mas sempre acompanhando de perto os fatos e acontecimentos.
Quando tivesse descido para Arda, não assumiria forma logo de começo, pois não haveria necessidade. Primeiro eu percorreria os 4 cantos dela para me familiarizar e concretizar o meu conhecimento da geografa do lugar pois em breve ela enfrentaria profundas alterações. Logo no Despertar dos Elfos, eu estaria lá para lhes dizer o que o destino lhes reservava naquela terra, mas de forma imparcial, sem incitá-los a aceitar logo de cara o convite para a Grande Jornada, nem encorajá-los a ficarem. Creio que isso não alteraria a determinação dos que se puseram em marcha e nem o desejo de permanecer dos que ficaram para trás.
Daria uma passada pelos domínios de Melkor e lhe diria sobre a sua sina e, muito provavelmente, seria vítima de sua prepotência. Afinal de contas, o que eu, apenas mais um Vala, sem grandes poderes, poderia saber dos desígnios da brilhante mente do mais poderoso Vala. Teria sido o mesmo que falar com as paredes, chover no molhado ou coisa do gênero, mas era a minha função, uma vez que eu não poderia interferir no livre arbítrio de ninguém, mas Eru não havia dito nada sobre dizer o que está por vir.
Aqui seria a hora de assumir uma forma visível aos Elfos. Com a partida da maioria deles para Valinor junto aos Poderes de Arda, eu ficaria entre os Sindar e os "apadrinharia" durante a longa Era da Escuridão e os prepararia para os acontecimentos vindouros, mas sem lhes dizer o que fazer. Embora eu fosse um Vala com um enorme conhecimento eu escolheria uma forma discreta, a mais semelhante aos Elfos possível.
Por ser um Vala que não habita as moradas em Valinor, na primeira vinda dos Poderes para levarem Melkor como cativo eu não ganharia muito crédito ao dizer que eles deveriam destruir todas as criações de Melkor, tanto os seres quanto os locais de suas moradas. Provavelmente por acharem que já haviam feito o seu trabalho bem feito, acabariam por deixar do jeito que estava, embora Manwë sempre fosse dormir com uma pulga ou duas atrás da orelha.
No surgimento dos Anões eu faria o mesmo que fiz com os Elfos. Teria assumido uma forma mais agradável e confiável ao seus olhos e lhes diria o que enfrentariam nessa terra, mas como foram feitos por Aulë para que não fossem enganados por ninguém, provavelmente não acreditariam muito naquelas previsões e, quando tivessem o primeiro contato com os minérios e aprendessem a moldar-lhes em formas maravilhosas, esqueceriam as advertências dadas por um estranho.
Na Guerra da Ira, eu me aproximaria humildemente dos Valar, estufaria o peito, ergueria a cabeça e mandaria um "O que foi que eu te disse?" e faria o mesmo com Thingol quando ele tivesse morrido por causa da Silmaril.
Quando Beleriand afundasse eu me estabeleceria em Númenor e, mais uma vez, partilharia de meus conhecimentos com os Homens, mas a inveja da longevidade e riqueza dos Elfos incitada por Sauron nos corações dos Homens e a promessa de se conseguir essa vida eterna invadindo as Terras Imortais e enfrentando os Valar falaria mais alto do que as previsões feitas muito tempo atrás por alguém que, segundo as lendas e registro mais antigos, foi desacreditado pelos próprios Valar.
Voltaria para a Terra-média junto com os Fiéis e compartilharia mais um pouco do meu conhecimento com eles, mas logo seria vencido pelo ódio e desejo de vingança contra Sauron por tudo o que ele havia feito e vinha fazendo contra eles. Ao final da Segunda Era, como Isildur havia decidido ficar com o Um, eu me instalaria em Valfenda, com freqüentes viagens à Lothlórien onde seriam muito bem vindos os meus "conselhos" e onde a conversa teria um nível um pouco mais elevado e, principalemente em Valfenda, onde eu finalmente poderia falar abertamente sobre tudo o que eu sei.
Ajudaria ao máximo os Istaris quando esses chegassem à Terra-média e dedicaria bastante parte do meu tempo ajudando os Homens manterem sua existência e liberdade. Daria a Gandalf e Saruman o mesmo tipo de informações, embora um absorvesse os conhecimentos para um uso mais amplo e sábio e outro para um uso mais específico e egoísta.
Enfim, mais uma Era chegaria ao fim e os últimos representantes de quando o mundo era jovem e cheio de diversidade iriam embora para as Terras Imortais e aguardariam até serem chamados perante Eru para o Juízo Final, Prestação de Contas, Grande Torneio Intergalático de Poker ou para começarem tudo de novo em outro lugar...
Mas o SER permaneceria em Arda compartilhando com a única raça restante e que seria dominante até o fim dos tempos, até ser convocado como os outros.
Chutei o pau da barraca com os dois pés sem cair de costas...
P.S.: Thangorodrim ou Taniquetil era para serem "baluartes" de Melkor e Manwë para serem escolhidos??? Não entendi o título do tópico...