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Rock Nacional dos anos 70

Thico

The Passenger
Muitos falam no Rock nacional dos Paralamas, do Legião, dos Titãs, entre a leva de excelentes a mediocres bandas que nasceram na década de 80 e fizeram um sucesso estrondosso, muitas que se mantém até hoje. Outros seguem as massas e a mídia (principalmente) e só querem saber de Charlie Brown Jr., CPM22, Los Hermanos.
Tá certo que nessas duas últimas décadas saiu muita coisa boa daí. Mas poucos pesquisam um pouco mais para conhecer o Rock nacional "esquecido" dos anos 70... se você pergunta a alguém do Rock brasileiro dos anos 70 ela provavelmente irá responder de cara "Raul Seixas", ou então "Mutantes", quem sabe "Secos & Molhados", é bem capaz dela não lembrar de nenhuma. Remexendo um pouco o baú dá para encontrar excelentes bandas desconhecidas nos tempos atuais, além dessas três que eu já citei. Abro o tópico para haver um espaço para o melhor Rock brasileiro, na minha opinião. Mesmo expondo várias bandas aqui, sinta-se a vontade para se quiser criar um tópico para essa determinada banda (tô até pensando em fazer isso pro Mutantes), e por favor contribua como puder, pesquisando, comentando, falando de outras bandas, porque eu mesmo criando isso aqui ainda sou muito leigo no Rock dessa época.





Mutantes

Inicialmente, a banda paulista surgiu como um trio entre os irmãos Sérgio (guitarra) e Arnaldo (baixo e teclado) Baptista e a cantora Rita Lee, na segunda metade dos anos 60. Faziam um som que misturava rock e psicodelismo, com pitadas de jazz e ritmos brasileiros, conseguia ter uma sonoridade diferente de qualquer banda brasileira da época. O primeiro disco d'Os Mutantes (na época com o artigo "Os" no nome) - de nome homônimo - parte das músicas eram covers de artistas como Caetano, Gil, Jorge Ben, entre outros. Cheio de ruidos, sons estranhos e passagens fora do comum como ao final da primeira faixa Panis et Circenses fala-se passa a salada pra mim, por favor.
A partir daí a banda despontou com discos clássicos do Rock nacional, a músicas que marcaram sua história. Vale lembrar que a banda contava desde o primeiro disco com a participação do baterista Dinho, e o Liminha no baixo a partir do segundo. Os álbuns que eu aconselho para conhecer a banda são Mutantes (1969), A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970), e o meu favorito (até onde eu conheço a banda) Jardim Elétrico (1971), ainda preciso ouvir O A e o Z, mas tá difícil de encontrar. Outra boa dica e fácil acesso é o disco Tecnicolor que só veio a sair recentemente, em 2000, porém gravado em 1970.


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Discografia básica:
Os Mutantes (1968)
Mutantes (1969)
A divina comédia ou Ando meio desligado (1970)
Jardim Elétrico (1971)
Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets (1972)
A e o Z (1973)
Tudo Foi Feito Pelo Sol (1974)
Ao Vivo (1976)
Tecnicolor (gravado em 1970, mas só lançado em 2000!)


+ da banda
Biografia aprofundada no Whiplash


o meu refrigerador não funcionaaaaaaaaan-aaaanhaaaan-aaanhaaaan-aaanhaaan


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A Bolha

As Bolhas (primeiro nome da banda) também nasceu na segunda metade da década de 60. Essa banda carioca teve a oportunidade de assistir o Festival da Ilha de Wight e voltaram ao Brasil com novas idéias, mudando o som juntamente com o nome que passou a se chamar apenas A Bolha. Em 73 lançaram o primeiro LP Um Passo À Frente, com uma sonoridade ligada a bandas como Stones, Santana, Who, apesar de ter algumas músicas bem ligadas ao progressivo, como a faixa-título e A Esfera, ambas de mais de 9 minutos. Um disco onde sua qualidade estava nos instrumentos, enquanto as letras passavam de medianas a ruins (mas comparadas a maioria das atuais bem boas até). Em 77, a banda - com novos componentes - lançou o segundo e último disco É Proibido Fumar, do qual eu desconheço, mas diz ser mais pesado, distanciando do Progressivo e dos momentos acústicos do primeiro disco. A Bolha ainda foi banda de apoio da Gal Costa em meados dos anos 70.


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Discografia básica:
Um passo a frente (1973)
É proibido fumar (1977)


+ da banda:
No SC tem uma review do álbum Um passo à frente


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Bacamarte

Esse grupo tem uma história interessante, foi formado na década de 70, mas conseguiu lançar seu primeiro Long-Play apenas em 1983, e que LP(!). Depois do Fim, é um verdadeiro clássico do Progressivo nacional, ouso dizer que do que eu conheço nacional é o melhor disco do estilo, puramente progressivo. O guitarrista Mário Netto - que atualmente toca na banda progressiva Quintaessencia se eu não me engano - provou estar no nível de grandes guitarristas internacionais do estilo(e ainda toca um violão fantástico). Além das belissímas composições influenciadas claramente por bandas como PFM, Genesis, Yes, não ficando abaixo delas(ou pelo menos nem tão). Já basta ouvir a primeira canção do disco, Ufo, instrumental, para se apaixonar pela banda. Ainda o disco acompanha o poderoso vocal feminino de Jane Ducoc. Enfim, o disco é um prato cheio para quem aprecia a boa música (vide Prog! hehehe). Continuando a bizarra saga discográfica do Bacarmate, o seu segundo e último cd até então só veio a sair em 1999, As Sete Cidades, do qual eu tô correndo atrás.


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Capa do disco Depois do Fim


Discografia básica:
Depois do fim (1983)
As sete cidades (1999)


+ da banda:
Pequena biografia da banda e resenhas dos dois discos

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No próximo post pretendo falar sobre Secos & Molhados, Som Imaginário, entre outras. Espero que esse tópico renda ao menos um tempo.

+ sobre o tópico
Pequena explicação de cada banda dessa década pela whiplash
 
Calma, vou pondo aos poucos.
É que eu não conheço o Made In Brazil ainda, mas já ouvi falarem muito bem.
 
Era foda nessa época porque não se sabia praticamente nada do que tava rolando lá fora. Discos de rock eram difíceis de conseguir, e publicações sobre o assunto eram inexistentes.

Equipamento também era uma questão complicada - importar era simplesmente inviável pra maioria das pessoas, e o que se tinha de disponível era completamente genérico e limitado.

E foram essas limitações que fizeram, por exemplo, os Mutantes terem um som tão singular. A falta de equipamento fez com que eles tivessem que criar seus próprios pedais e efeitos, e a falta de informação fez com que eles tivessem que criar muitas soluções musicais que naturalmente eram influenciadas pela música brasileira.

Por isso que muita coisa soa bem tosca (imagina ter que aprender a tocar guitarra sozinho e depois ainda ter que inventar seus próprios pedais), mas a energia e psicodelia compensava - aliás, certas gravações superaram completamente a tosqueira, chegando num nível impressionante se considerarmos as limitações.

Rock and Roll. \,,/
 
O Rock brasileiro nos anos 70 foi muito prejudicado pelas razões que o V citou, sem contar que era algo realmente underground. É muiro dificil conhecer a fundo o que foi produzido nesse estilo nos anos 70, no Brasil. Dificil inclusive para quem viveu a época, fazendo o estilo ser pouco difundido. Imagino que se fosse diferente, poderiamos ter um número maior não só de bandas conhecidas, mas de bandas realmente boas.

Mutantes é uma banda fantástica que certamente influenciou grupos estrangeiros que tiveram oportunidade de conhece-los (eu fico pensando se algumas bandas italianas ouviram Mutantes, eu não me surpreenderia). Na verdade, o melhor periodo dos Mutantes foi ate o começo dos anos 70. O álbum mais voltado ao rock progressivo eu não acho tão bom, perde bastante em relação ao que outras bandas estavam fazendo lá fora, e não tem toda a originalidade dos primeiros lançamentos. Falo do que ouvi, claro, o A e o Z.
De Bacamarte eu não gosto muito, é um lance meio neo-progressivo, meio pop, que não me atrai. Também so ouvi o primeiro deles, não sei como é o segundo.

Eu deveria conhecer mais do som progressivo nacional, mas não é uma tarefa fácil (ainda mais quando não se pode gastar muito dinheiro). Se eu consertar meu toca discos, posso tentar achar uns discos velhos em sebo.
 
Isso pra não falar de Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, e também aquela cena mineira, Beto Guedes, Flavio Venturini, Lo Borges, Clube da Esquina... (mas quanto a isso, nao me recordo se eles sao setentistas.. mas devem ser :D) outra boa banda também, era Casa das Máquinas...
 
Mesmo o Bacamarte sendo puxado pra um pop, neo-prog eu amei. Aliás a única coisa que não tem tanto a ver é o voz da mulher, ela canta muito, porém não tem muito a ver com a banda, apesar disso, não atrapalha tanto.

Eu já tentei encontrar banda nacional melhor, mas definitivamente Mutantes é a melhor.
 
Ah, seilá, eu não curto a Rita Lee, em nenhuma de suas fases, tanto que eu adoro o "O A e o Z" justamente por nao ter a rita e poer ser o mais "progressivo/ELP(lembra mto o ELP em alguns momentos, senão em todos..)"
 
Lycaeon disse:
Ah, seilá, eu não curto a Rita Lee, em nenhuma de suas fases, tanto que eu adoro o "O A e o Z" justamente por nao ter a rita e poer ser o mais "progressivo/ELP(lembra mto o ELP em alguns momentos, senão em todos..)"

Eu odeio a Rita Lee solo, mas eu amo ela nos Mutantes.

O A e o Z pode até ser, objetivamente falando, a "melhor" música dos Mutantes, por ser a mais bem gravada e/ou a mais tecnicamente complexa ou whatever, mas não é o tipo da coisa que caracteriza a banda, justamente por ser influenciada demais por bandas estrangeiras - que faziam basicamente a mesma coisa, só que melhor.

As músicas realmente importantes e criativas dos Mutantes são da época da Rita Lee, coisas tipo Ando Meio Desligado, El Justiciero ou 2001, aquilo era genial e único.
 
Po, e tem tbm a panem et circenses, que, se não me engano, é do primeiro cd, e ah, não que eu odeie a rita lee nos mutantes, mas não acho ela tudo aquilo que falam, apenas...
 
Mutantes e Raul Seixas são as minhas principais referências. Queria ter muito mais, justamente por todas essas razões muito bem comentadas aqui.

Nessa década outra coisa que atrapalhava muito e não podemos deixar de falar é a ditadura Militar. Mesmo assim o saudoso Raulzito não deixou de soltar o verbo.
 

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